Teoria política que sustenta ser possível o triunfo, consolidação e defesa da revolução proletária e da construção de um Estado socialista em um único país mesmo sem a conflagração simultânea de uma revolução comunista de escala internacional. Comumente associada a Josef Stálin, um núcleo desta ideia pode ser encontrado em Lênin ainda antes do triunfo da Revolução de Outubro:
A desigualdade do desenvolvimento económico e político é uma lei absoluta do capitalismo. Daí decorre que é possível a vitória do socialismo primeiramente em poucos países ou mesmo num só país capitalista tomado por separado. O proletariado vitorioso deste país, depois de expropriar os capitalistas e de organizar a produção socialista no seu país, erguer-se-ia contra o resto do mundo, capitalista, atraindo para o seu lado as classes oprimidas dos outros países, levantando neles a insurreição contra os capitalistas, empregando, em caso de necessidade, mesmo a força das armas contra as classes exploradoras e os seus Estados. (LÊNIN, 1915).
Também em 1918, durante o governo soviético, Lênin argumenta que a derrota dos explorados num só país é o caso típico, ao passo que uma revolução simultânea é uma rara exceção. Mais tarde, Stálin aprofundou-se nesta questão e reafirmou a possibilidade da construção das bases econômicas do socialismo na União Soviética mesmo nas condições do cerco capitalista, contrapondo-se a Trótski e à sua teoria de revolução permanente, que proclamava a gritante impossibilidade da construção socialista isolada dentro dos limites nacionais
. Stálin considerava que os permanentistas subestimavam as forças não somente do campesinato, mas também do proletariado russo na sua capacidade de consolidar as suas vitórias sem o apoio imediato do proletariado insurreto dos países capitalistas.