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Ramsgate, sexta-feira
No meio desta estupidez praieira, cada vez mais densa, nenhuma leitura melhor, naturalmente, do que a filosofia natural da realidade do Sr. Dühring. Jamais vi coisa mais natural. Aqui, tudo gira em torno de coisas naturais, reputando-se natural tudo que parece natural ao Sr. Dühring, razão pela qual parte sempre de “afirmações axiomáticas”, pois o que é natural não necessita de demonstração. A coisa supera em vulgaridade a tudo o que vi. Apesar de ser muito má, a parte que trata da natureza é, não obstante, a melhor de todas. Afinal de contas, ainda conserva resíduo insignificante de dialética, mas, quando passa a falar de problemas sociais e históricos, campeia a velha metafisica sob a forma de moral, e, com ela, nosso homem cavalga no verdadeiro cavalo cego, que não faz mais que dar voltas e mais voltas sem sair do mesmo circulo. Seu horizonte abrange apenas o campo de vigência do direito nacional prussiano e “o Estado" é, para ele, o regime burocrático da Prússia. De hoje a oito dias, regressaremos a Londres e imediatamente cuidarei desse caso. Para que tenha uma ideia das verdades eternas que divulga, dir-te-ei que suas três bêtes noires são o tabaco, os gatos e os judeus, os quais manobra a seu talante.
Outras cartas sobre as origens do Anti-Dühring |
1ª Carta a Marx (em Londres) - 24 de Maio de 1876 |
2ª Carta a Engels (em Ramsgate) - 25 Maio 1876 |
3ª Carta a Marx (em Londres) - 28 Maio de 1876 |
4ª Carta a Marx (em Londres) - 25 Julho 1876 |
5ª Carta a Marx (em Karlsbad) - 25 Agosto 1876 |
6ª Carta a Engels (em Brighton) - 5 Março 1877 |
7ª Carta a Engels (em Brighton) - 7 Março 1877 |
Inclusão | 20/03/2014 |