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Que, sejam quais forem as condições, fique gravado no espírito de cada um que DELAÇÃO É TRAIÇÃO; que ao homem digno, honesto, nada é mais terrível que servir ao “lobo com rosto de homem”, o capitalismo e seus lacaios fascistas. Para eles, somente nosso ódio, nossa certeza inquebrantável no amanhã livre, todas as nossas energias e, se preciso, a última gota de nosso sangue para que nasça o amanhã. (Vencer as torturas é dever de todo revolucionário, 1972)
Manoel nasceu a 21 de fevereiro de 1944, em Maceió, Brasil. Desde seus tempos de escola demonstrou um interesse particular pelos problemas sociais, o que o fez se integrar, ainda bem jovem, ao movimento estudantil alagoano. Como secundarista, participou do Conselho Estudantil do Colégio Estadual de Alagoas.
Foi editor do jornal "A Luta", de circulação clandestina, que visava mobilizar a luta de combate à ditadura militar, e defender as liberdades democráticas propiciando a construção de uma sociedade livre e justa. Mais tarde, quando cursava medicina, teve que se afastar do curso por motivos de perseguição política. Foi um dos principais dirigentes do PCR - Partido Comunista Revolucionário, fundado em 1966, e sua atuação esteve sempre voltada para a organização dos camponeses e das classes mais oprimidas.
Em 16 de agosto de 1973, Manoel foi preso numa ação repressiva da Ditadura Militar sob o comando dos policiais Luis Miranda e Sérgio Paranhos Fleury. A partir de então, foi submetido a toda sorte de torturas tanto físicas como psicológicas. Despido, foi pendurado no "pau-de-arara", espancado no rosto, nos testículos, no abdome. Recebeu choques elétricos no pênis, nas mãos, nos pés e nas orelhas. Foi queimado a vela em todo o corpo, perdendo, logo nos primeiros dias, a sensibilidade dos membros inferiores. Os seus algozes queriam informações sobre a organização, a infra-estrutura e a localização dos militantes. Manoel não deu nenhuma informação mesmo conhecendo bem os segredos do Partido que fundara.
Passou 19 dias sob tortura intensa. Ficou com o corpo cheio de queimaduras, semiparalítico. Aos companheiros da prisão, pressentindo que seria assassinado, falou: Sei que a minha hora chegou; fiz o que pude; a vocês peço apenas que continuem o trabalho do Partido
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Foi assassinado em 04 de setembro de 1973 e enterrado como desconhecido no Cemitério do Campo Grande, em São Paulo. Ao seu lado, também foi enterrado seu companheiro de Partido, Emanuel Bezerra dos Santos (1945-1973) que posteriormente, foi identificado e sepultado em 1992, dignamente, na sua cidade natal, São Bento do Norte (RN). Foi traslado os restos mortais de Manoel Lisboa de Moura, de São Paulo para Recife, quando foi homenageado pela Prefeitura Municipal e em seguida, para Maceió, quando finalmente foi sepultado.
Obras disponíveis | |
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1965 - ago | Declaro-me Marxista-Leninista |
1966 | Carta de 12 Pontos aos Comunistas Revolucionários |
1972 | Vencer as Torturas é Dever de Todo Revolucionário |
1973 - ago | Último Artigo |
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