Os S.U.V. em Luta
(manifestos, entrevistas, comunicados)


O Desenvolvimento Nacional dos S.U.V.: Lisboa


TODOS À GRANDE MANIFESTAÇÃO DOS SUV

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Desde o 25 de Abril nós soldados conquistámos já modificações importantes nas condições de vida em algumas unidades.

Acabámos com muitas discriminações, conquistámos o direito de discussão e organização legalizados através dos GDUs, das ADUs e das AGUs — Gabinetes do Dinamização de Unidade, Assembleias de Delegados de Unidade e Assembleias Gerais de Unidade.

Porém, é um facto evidente que, por nos termos deixado embalar em ilusões que nos apontavam o caminho da organização através das estruturas do MFA, nos encontramos hoje numa fase organizativa muito mais atrasada que a já alcançada pela classe operária e outros trabalhadores.

Uma prova evidente desse facto reside na actual ofensiva reaccionária encabeçada por 9 senhores oficiais que afirmam representar as F.A., quando nós soldados e marinheiros constituímos mais de 90% dos efectivos e não fomos tidos nem achados nas decisões de programas, governos e outros actos reaccionários incluindo propostas desses senhores.

Assim, por exemplo, esses senhores que até dizem representar-nos eliminaram pura e simplesmente, no programa do VI Governo, o documento Guia do Poder Popular, tentando por todos os meios opor-se ao avanço irresistível do movimento de massas anti-capitalista nas cidades e nos campos, suportado pelas comissões do trabalhadores, conselhos de aldeia e comissões de moradores, que começam a ligar-se aos soldados e militares revolucionários em Assembleias Populares.

Aliás, um desses senhores — o Cap. Vasco Lourenço — atreveu-se mesmo a insinuar em público, que ou lhes faziam a vontade e lhes entregavam o poder ou lançariam o país numa guerra civil, obrigando-nos a nós soldados a virarmos as nossas armas contra os nossos irmãos operários e camponeses e a defendermos os capitalistas exploradores e opressores do povo e o imperialismo, fazendo de Portugal um novo Chile.

Os SUV surgem para dar a nossa resposta a todas estas manobras através do reforço e lançamento da organização dos soldados, marinheiros e militares revolucionários em todas as unidades militares do país.

Só através dessa organização conseguiremos dar resposta a dois tipos de questões:

1ª — luta por reivindicações imediatas

2.ª — estabelecimento de uma aliança forte e indestrutível com os nossos irmãos operários e camponeses explorados o oprimidos como nós

É necessário avançar rapidamente. A ofensiva reaccionária já nos toca a todos. Se na Região Militar do Norte e do Centro os comandos tentam por todos os meios «sanear» os militares revolucionários e o regresso aos métodos repressivos é um facto que também em Lisboa e Évora se tenta restaurar a aplicação do RDM fascista. Veja-se a recente prisão de dois camaradas da EPI de Mafra só por terem distribuído panfletos na Unidade.

Temos de exigir a libertação dos dois camaradas da EPI.

Temos que exigir a reintegração imediata dos nossos camaradas progressistas e revolucionários afastados das Unidades pelos oficiais reaccionários.

Temos que exigir o saneamento imediato dos reaccionários dos quartéis.

Para impormos estas exigências, o caminho é o que os nossos camaradas do Norte já nos apontaram na sua grande manifestação de 10 de Setembro. Lá estiveram cerca de 2000 soldados fardados demonstrando a sua firme disposição de pôr termo à ofensiva reaccionária e de se colocar

SEMPRE, SEMPRE AO LADO DO POVO.

Foi isso também o que fizeram os nossos camaradas trabalhadores da informação que romperam as grilhetas da censura burguesa, o que foi apoiado pelos soldados presentes e demonstra a força imparável da aliança entre os trabalhadores fardados e não fardados e que temos de erguer contra a tentativa reaccionária da entrega da Rádio Renascença e o República aos patrões, ao capital fascista e reaccionário.

Foi essa força que há um ano, no 28 de Setembro, nas barricadas derrotou a tentativa reaccionária encabeçada pelo Spínola e que faria regressar o país ao fascismo. é essa força que todos temos que demonstrar na nossa grande manifestação de

5.ª-Feira — 19,30 — Terreiro do Paço

onde compareceremos em massa fardados com a firme certeza de que os operários e todos os explorados oprimidos nos acompanharão de punho erguido e gritando bem alto:

REACCIONÁRIOS FORA DOS QUARTÉIS!
ABAIXO O PRÉ DE MISÉRIA!
TRANSPORES GRATUITOS, JÁ!
SOLDADOS SEMPRE, SEMPRE AO LADO DO POVO!
MORTE AO ELP E A QUEM O APOIAR!
OPERÁRIOS CAMPONESES E MARINHEIROS AUTODEFESA POPULAR!
PORTUGAL NÃO SERÁ O CHILE DA EUROPA!

S.U.V. / R.M.L.
SOLDADOS UNIDOS VENCERÃO
23/9/1975

★★★

À CLASSE OPERÁRIA, A TODOS OS TRABALHADORES

CAMARADAS :

A Revolução em Portugal atravessa hoje um período decisivo.

As forças reaccionários e fascistas prosseguem a sua ofensiva. O seu objectivo é afogar as principais conquistas dos TRABALHADORES, é impedir a todo o custo que as massas exploradas e oprimidas das cidades e dos campos reforcem a sua organização de classe e avancem no caminho da vitória final sobre os exploradores e opressores.

Nos campos, todos os burgueses fazem coro contra a reforma agrária, posta em prática pelas poderosas mobilizações e lutas dos nossos camaradas camponeses e assalariados rurais.

Nas fábricas e nas casernas, burgueses e generais clamam contra a «anarquia do poder popular» e reivindicam a sua ordem e autoridade «democráticas».

Mas é em nome dessa sua «democracia», que não é mais do que a liberdade de continuarem a explorar e reprimir o povo trabalhador, que a PSP intervém no Porto à boa maneira fascista para dissolver a reunião de várias comissões de moradores e trabalhadores na Câmara Municipal.

Mas é em nome da sua ordem que o VI Governo e o CSR se preparam para entregar a R.R. e o «República» aos seus patrões fascistas reaccionários. É em nome dessa «autoridade» ainda, que dois camaradas nossos, são denunciados e presos na EPI em Mafra. acusados de distribuírem panfletos.

Por aqui se vê quais as verdadeiras intenções do VI Governo e do CSR:

CAMARADAS OPERÁRIOS E CAMPONESES, TRABALHADORES:

Já não há lugar para hesitações, já não há lugar para alimentarmos ilusões no MFA, para atrelarmos a nossa luta e a nossa organização a este movimento de oficiais das Forças Armadas, hoje ao serviço das forças contra-revolucionárias.

É preciso responder à ofensiva da contra-revolução com a ofensiva unitária e revolucionária de todos os trabalhadores fardados, em fato de trabalho ou de enxada às costas!

Nós, SUV, organização unitária anti-fascista, anti-capitalista e anti-imperialista de soldados e marinheiros lutamos nas casernas pela melhoria das nossas condições de vida, contra a disciplina militarista e por uma vida democrática nos quartéis para elegermos as COMISSÕES DE SOLDADOS, órgãos de poder dos trabalhadores fardados nos quartéis.

Numa palavra, lutamos para que nós, soldados e marinheiros, conquistemos os mesmos direitos que vós, camaradas trabalhadores!

Mas para vencer é preciso lutarmos juntos, é preciso fortalecer e alargar a nossa aliança revolucionária de classe, construindo e multiplicando as ASSEMBLEIAS POPULARES, organizando a autodefesa popular!

É por isso que estamos certos de ter o apoio e a solidariedade activa de todos os trabalhadores! Como no 10 de Setembro no Porto!

É por isso que apelamos a todos os órgãos de poder popular, a todas as Com. de Moradores, de Trabalhadores e Assembleias Populares, a todas as organizações operárias, para estarem presentes na GRANDE MANIFESTAÇÃO UNITÁRIA E POPULAR na próxima Quinta-feira, dia 25, no Terreiro do Paço às 17.30 horas.

TODOS À GRANDE MANIFESTAÇÃO UNITÁRIA E POPULAR!
QUINTA-FEIRA, DIA 25, ÀS 19.30 HORAS NO TERREIRO DO PAÇO!

REACCIONÁRIOS FORA DOS QUARTÉIS!
ABAIXO O PRÉ DE MISÉRIA!
TRANSPORTES GRATUITOS, JÁ!
SOLDADOS SEMPRE, SEMPRE AO LADO DO POVO!
MORTE AO ELP E A QUEM O APOIAR!
OPERÁRIOS, CAMPONESES, SOLDADOS, MARINHEIROS: AUTODEFESA POPULAR!
TRABALHADORES, SOLDADOS, MORADORES: ASSEMBLEIAS POPULARES!
OPERÁRIOS, CAMPONESES, SOLDADOS, MARINHEIROS: UNIDOS VENCEREMOS!
PORTUGAL NÃO SERÁ O CHILE DA EUROPA!

S.U.V. / R.M.L.
SOLDADOS UNIDOS VENCERÃO
24/9/1975

★★★

COMUNICADO DISTRIBUÍDO NOS QUARTÉIS

CAMARADAS SOLDADOS:

A reacção fascista tenta de novo lançar a ofensiva que lhe permita esmagar as conquistas e a organização dos trabalhadores. Em grande número de unidades militares sucedem-se os saneamentos e o isolamento dos soldados e dos militares revolucionários. De novo se tenta pôr a disciplina militarista, a obediência cega às ordens vindas dos «superiores», o respeito pela hierarquia militarista.

Os oficiais reaccionários passam por cima das decisões tomadas democraticamente pelos soldados em Assembleias de Unidade, ao mesmo tempo que tentam quebrar de voz os esforços da nossa organização e da nossa união com os trabalhadores.

E tudo isto porque os reaccionários sabem bem que a destruição da unidade revolucionária entre os soldados e marinheiros e os operários e camponeses será meio caminho andado para criar as condições que permitam o golpe fascista.

O M.F.A., por sua vez, mostra-se impotente para conter o avanço das forças reaccionárias. Mais ainda: é ele próprio que hoje dá cobertura, e mesmo incentiva, as medidas repressivas de disciplina militarista necessárias ao avanço da direita. A recente iniciativa do 6º Governo Provisório de tentar impor uma censura aos comunicados vindos dos meios militares, a prisão de dois camaradas na EPI em Mafra, acusados de distribuírem panfletos, mostram-nos bem de que lado da barricada está o 6º Governo Provisório.

Mas, assim como este se viu obrigado a recuar e a anular a censura militar, também quaisquer futuras tentativas quer da parte dos oficiais reaccionários de imporem a sua «ordem», a sua «disciplina» esbarrarão com a nossa resistência firme e organizada unidos com os nossos irmãos de classe, os operários e camponeses.

É para marcar esta firme decisão de resistência e de luta, é para exigir a libertação dos nossos camaradas presos, é para proclamar bem alto que a união e organização dos soldados e marinheiros não quebrará, e bem pelo contrário avançará decididamente até ao derrube do poder da burguesia, que os S.U.V. (Soldados Unidos Vencerão) convocam uma manifestação unitária e popular a realizar na Quinta-feira, 25/9/75, na Praça do Comércio, às 19,30 h.. e apela a todos os camaradas soldados e marinheiros que nela se integrem.

S.U.V. apela a todos os camaradas para que, em resposta à «disciplina» que a burguesia e os oficiais reaccionários nos tentam impor, demonstremos a nossa coesão e a nossa disciplina revolucionária comparecendo fardados e organizados à manifestação, respeitando e fazendo respeitar as palavras de ordem aprovadas e o carácter apartidário e unitário da nossa grande manifestação.

REACCIONÁRIOS FORA DOS QUARTÉIS!
ABAIXO O PRÉ DE MISÉRIA!
TRANSPORTES GRATUITOS, JÁ!
SOLDADOS SEMPRE, SEMPRE AO LADO DO POVO!
MORTE AO ELP E A QUEM O APOIAR!
OPERÁRIOS, CAMPONESES, SOLDADOS E MARINHEIROS: AUTODEFESA POPULAR!
TRABALHADORES, SOLDADOS, MORADORES: ASSEMBLEIAS POPULARES!
OPERÁRIOS, CAMPONESES, SOLDADOS E MARINHEIROS: UNIDOS VENCEREMOS!
PORTUGAL NÃO SERÁ O CHILE DA EUROPA!

S.U.V. / R.M.L.
SOLDADOS UNIDOS VENCERÃO
24/9/1975

★★★

LIBERTAÇÃO IMEDIATA DE PINTO E FIGUEIREDO

REACCIONÁRIOS FORA DOS QUARTÉIS!

Os S.U.V. (Soldados Unidos Vencerão) repudiam vivamente a atitude fascista do Comandante da E.P.I. de Mafra em prender o 1.º Cabo Alfredo Manual e o Furriel Alberto Figueiredo do SUV, só por estes serem verdadeiramente revolucionários.

Será que Portugal e mais propriamente os Soldados estão a ser alvo, a partir da data do «documento dos nove», de repressões altamente reaccionárias e de atitudes pidescas como foi alvo um dos camaradas presos com busca a sua residência?

Será que o processo revolucionário Português já não tem lugar para os verdadeiros revolucionários?

Os SUV (Soldados Unidos Venceremos) dizem não a manobras que tendem a aniquilar os órgãos de Poder Popular e apelam a todas as estruturas de base que, apesar da tentativa da marginalização do Documento Guia constituem a opressão da vontade Popular, para que apoiem a luta dos camaradas dos SUV e exijam:

1º. Libertação imediata do 1º Cabo Alfredo Manuel e do Furriel Alberto Figueiredo, presos polo Comandante reaccionário da E.P.I.

2º. Saneamento em plenário de Unidade do Comandante fascista e de todos os cúmplices na prisão dos 2 camaradas.

Camaradas: a nossa luta é a luta de todos os Soldados e do todo o Povo trabalhador: UNIDOS VENCEREMOS!

REACCIONÁRIOS FORA DOS QUARTÉIS, JÁ!
PORTUGAL NÃO SERÁ O CHILE DA EUROPA!
SOLDADOS SEMPRE, SEMPRE AO LADO DO POVO!

S.U.V. / R.M.L.
SOLDADOS UNIDOS VENCERÃO

★★★

BALANÇO DA MANIFESTAÇÃO

O S.U.V. VENCEU. O S.U.V. VENCERÁ!

Na grandiosa manifestação do 25 de Setembro, nós, soldados e marinheiros, estivemos na rua lado a lado com os nossos camaradas trabalhadores para demonstrar a nossa solidariedade com a luta de todos os trabalhadores nas fábricas, nos bairros e nos campos, para demonstrar que os SOLDADOS ESTARÃO SEMPRE AO LADO DO POVO.

A vitoriosa acção das massas sob a direcção dos SUV, ao libertar os camaradas Pinto e Figueiredo do presídio da Trafaria, veio mostrar a todos que é da UNIÃO entre soldados, marinheiros e trabalhadores que nasce a verdadeira força revolucionária capaz de derrotar de uma vez para sempre a oficialagem reaccionária e todos aqueles que a apoiam.

A vitória dos SUV no dia 25 de Setembro foi também uma vitória de todos os trabalhadores de Portugal. Mas também a reacção capitalista compreendeu o significado dessa vitória, pois a burguesia e os oficiais reaccionários fazem tudo para impedir a nossa organização dentro dos quartéis.

Chamam eles a isso indisciplina e anarquia.

Nós somos contra essa disciplina da obediência cega às ordens estúpidas, já não somos contra a disciplina revolucionária que nos chama para nos reunir, nos organizarmos, para nos manifestarmos e nos batermos pelos nossos justos direitos e contra o poder da burguesia.

Por isso a disciplina revolucionária lhes mete medo. Mete-lhe medo quando nos mandam reprimir os trabalhadores da Rádio e da Televisão e nós apoiamos esses trabalhadores na sua justa luta contra a censura que só visa impedir a divulgação das justas lutas de todos os trabalhadores. Mete-lhes medo porque nós lhes mostramos que viremos a virar as armas, dentro da maior disciplina revolucionária, contra todos os exploradores e opressores. Mete-lhes medo porque, se formos capazes de nos organizar e ligar às nossas as lutas dos trabalhadores, então venceremos!

É por isso que tentam criar, para a repressão, corpos especiais como o AMI e a nova Polícia de choque formada por mercenários recrutados entre certos retornados aventureiros e outra canalha reaccionária.

Ao mesmo tempo, muitos fascistas são libertados para continuarem a organizar-se, para prepararem o regresso do fascismo. A oficialagem reaccionária faz tudo para afastar dos quartéis, camaradas nossos que se têm distinguido na luta dos soldados e marinheiros.

Por isso camaradas, a cada prisão ou saneamento de camaradas nossos, temos de responder com a expulsão dos reaccionários dos quartéis, que sempre nos têm tentado enganar e manobrar contra os trabalhadores e camaradas de outros quartéis, como ia acontecendo no passado dia 1.

NEM UM SÓ GOLPE DOS REACCIONÁRIOS PODE FICAR SEM RESPOSTA.

Mas para isso temos que estar organizados.

BEM ORGANIZADOS E UNIDOS VENCEREMOS!

Em cada quartel ou navio temos de nos bater pela eleição democrática de COMISSÕES DE SOLDADOS que são os órgãos que representam os nossos interesses.

É através delas e não através do Comando que coordenamos as nossas lutas com as lutas do todos os trabalhadores.

EM FRENTE PELAS COMISSÕES DE SOLDADOS!
REACCIONÁRIOS FORA DOS QUARTÉIS, JÁ!
MORTE AO AMI!
OPERÁRIOS, CAMPONESES, SOLDADOS E MARINHEIROS, UNIDOS VENCERÃO!

S.U.V. / R.M.L.
SOLDADOS UNIDOS VENCERÃO
3/10/1975

★★★

O SUV CRESCE

TODOS A COIMBRA DIA 9

Camaradas:

O alargamento e o fortalecimento dos S.U.V. é irresistível! Primeiro no Porto, em resposta à investida reaccionária dos comandantes das unidades e outros oficiais do O. P. que, depois de terem saneado muitos camaradas nossos, culminou com a dissolução do C.I.C.A.P. em virtude do elevado espírito de luta mostrado pelos nossos camaradas.

A seguir em Lisboa com a aprovação do nosso Manifesto S.U.V., onde os nossos princípios de organização autónoma e democrática (Comissões de Soldados) e de luta ficam bem expressos. Nos dois sítios efectuaram-se grandiosas manifestações de rua com um apoio e um fervor combativo das massas populares nunca igualado, terminando a manifestação de Lisboa numa enorme vitória com a libertação dos nossos camaradas Pinto e Figueiredo da E. P. I. de Mafra.

E agora, camaradas, é a vez dos nossos camaradas das duas outras Regiões militares: Coimbra e Évora!

Camaradas!

O S. U. V. é hoje uma organização com implantação à escala nacional. É por isso que os «embuçados» metem tanto medo à burguesia!

A rapidez do seu aparecimento e alargamento, as rápidas e retumbantes vitórias alcançadas com o apoio das massas populares, mostraram à burguesia e a todos os reaccionários a nossa força de soldados organizados e em ligação com as organizações dos trabalhadores. Por isso os jornais burgueses não param de falar de nós, cada um inventando o que lhe dá na cabeça sobre a nossa organização. E outros jornais e jornalistas tentam destruír-nos, à partida, insinuando ligações (que nós repudiamos) a qualquer organização partidária de soldados ou ao MFA. Mas, camaradas, os S.U.V. resistem a tudo, crescem e desenvolvem-se sempre, como se diz no nosso Manifesto: «S.U.V. propõe-se levar a cabo uma ofensiva autónoma com carácter de classe, visando a constituição de comissões de soldados».

As nossas posições de defesa dos interesses das classes trabalhadores levam-nos assim a repudiar e a denunciar a nova PIDE em formação na Região Militar do Centro com o major Espírito Santo à cabeça e os seus brasileiros da CIA. Leva-nos a denunciar o A.M-1. do brigadeiro Egídio que só servirá para reprimir as lutas dos trabalhadores, nossos irmãos de classe. Leva-nos a denunciar a polícia de choque de Melo Antunes. Leva-nos a denunciar todas as mini-PIDES dentro dos quartéis e a corte de bufos vendidos aos comandos reaccionários. Leva-nos a denunciar o coronel Jaime Neves do Regimento de Comandos da Amadora que manobra os nossos camaradas comandos contra os Deficientes das F. A. e as tentativas de libertar o criminoso coronel Durão ex-comandante do R. C. Pára-quedistas e preso desde o 11 de Março e o chamar o tenente-coronel Carrillo que pilotou um dos aviões que atacou o RALIS em 11 de Março. Tudo isto camaradas, na noite do golpe inventado pelo PS. Para quê, camaradas? Os reaccionários desmascaram-se claramente com essas medidas. O que eles querem é dar o poder ao Spínola e aos seus lacaios. Mas os S.U.V. não dormem! Os S.U.V. estão atentos! Um soldado S.U.V. é um trabalhador fardado ao serviço da Revolução Socialista.

Para mostrar a nossa determinação e mostrar à nova PIDE/CIA do major Espírito Santo e do brigadeiro Charais que não temos medo deles, iremos todos à manifestação de Coimbra no próximo dia 9! Nem um só soldado S.U.V. da Região Militar do Centro deixará de estar em Coimbra no dia 9.

Muitos outros S.U.V. de todo o país lá estarão connosco. Porque a vitória é certa!

MORTE A NOVA PIDE/CIA DO MAJOR ESPÍRITO SANTO!
MORTE AO A.M.I.!
REACCIONÁRIOS FORA DOS QUARTÉIS, JÁ!
EM FRENTE, PELAS COMISSÕES DE SOLDADOS!
S.U.V. VENCEU. S.U.V. VENCERÁ!

S.U.V. / R.M.L.
SOLDADOS UNIDOS VENCERÃO
7/10/1975

★★★

NEM UM SÓ SUV DEIXARÁ DE IR A ÉVORA

Depois da última grandiosa manifestação em Coimbra, nas barbas do reaccionário Charais, haverá ainda quem possa duvidar da força do SUV?

Hoje em Portugal, não há um só soldado revolucionário que ache que também ele não é SUV! SUV é a força dos soldados, dos graus mais baixos das Forças Armadas! SUV somos todos nós, trabalhadores fardados, que entendemos estar na luta pelo Socialismo ao lado dos nossos irmãos, trabalhadores das fábricas, dos campos, dos barcos. SUV é essa força irresistível que nos há de conduzir à vitória sobre os exploradores e opressores e que já os põe em pânico! A nossa organização cresce e, com ela, cresce o movimento de massas, não só nos quartéis como também nas fábricas e nos campos. Foi isso que nos quiseram dizer os nossos camaradas trabalhadores civis nas grandes manifestações por nós organizadas. Nós e eles, organizados e unidos, venceremos! Mas o caminho a percorrer é longo, mas tem que ser rápido. Nesse longo caminho, já contam os soldados e a classe operária algumas vitórias, como sejam a libertação dos militares presos, as grandes manifestações do Porto, de Lisboa e de Coimbra. E agora estamos empenhados numa luta que não podemos perder: a luta do CICAP-RASP, onde a nossa determinação revolucionária e de todos os que nos têm apoiado está bem clara. Contra nós se viram todas as forças da burguesia contra-revolucionária e reaccionária, que vai ao ponto de atacar fisicamente os soldados desarmados do RASP, desencadeando uma onda de violência e de ódio e tentando a todo o custo conseguir um dos seus objectivos principais: pôr soldados a atirar contra soldados! E aqui apelamos aos camaradas do COPCON, PM, RCP e BAAF do Norte, para que, serenamente, pensem pelas vossas cabeços e não se deixem manobrar por aqueles que só se querem servir de vós.

Camaradas do Norte. Pires Veloso com que apoio é que conta? Não é só com o apoio das forças da direita contra-revolucionárias? Os camaradas das unidades do Norte saberão, na devida altura, dar-lhe a resposta que merece, como verdadeiro criminoso que é. A ele e a todos os reaccionários, resposta essa que nós, trabalhadores fardados, ao lado dos outros trabalhadores, estamos a preparar!

O turbilhão da Revolução Proletária é um carro de combate que uma vez em marcha só para quando o inimigo reaccionário está derrotado, submetido aos nossos objectivos e à nossa força.

Aquilo que se passa neste momento no RASP, a organização que os nossos camaradas praças, sargentos e oficiais criaram, abolindo as diferenças dos galões e das divisas, todos, fazendo o mesmo por turnos, dentro da máxima disciplina proletária, é a forma de organização mais avançada que surgiu em qualquer parte da EUROPA de há 20 ou 30 anos para cá?

Camaradas, a essa disciplina que obriga todos, sem qualquer diferença entre soldados e oficiais, e livremente aceite por todos, chama-se disciplina revolucionária!

E os reaccionários e contra-revolucionários, chamam-lhe anarquia, camaradas!

Nós lhes ensinaremos, proximamente se o exemplo dos camaradas do CICAP é anarquia ou revolução!

Reacção não é de certeza!

A força que move os camaradas do RASP-CICAP é a mesma que faz mover os nossos camaradas trabalhadores em luta! É a força que faz com que o Alentejo seja quase uma terra onde os explorados e oprimidos, com o nosso apoio, impõem a lei.

É a força revolucionária que os trabalhadores alentejanos ao ocuparem terras, aos soldados do CICAP ao ocuparem o RASP e aos operários de Lisboa a ocuparem as fábricas. Em força é a certeza da vitória final, que está próxima!

É isso, camarada, que nós vamos mostrar a Évora, lá onde reina o Pezarat. A homens como este reaccionário só podemos dar-lhe um destino: expulsá-lo quanto antes!

Vamos a Évora mostrar que estamos com os trabalhadores do campo, com a Reforma Agrária, em luta pelo Socialismo. Vamos a Évora mostrar ao Pezarat, que está feito com os latifundiários, que dentro em pouco, chegará a vez dele ser corrido! Os nossos camaradas trabalhadores rurais vêm mostrar-nos que estão connosco.

O nosso encontro está marcado para as 19 horas de 4.ª feira, dia 15.

Nem um só SUV deixará de ir a Évora!

Portanto, camaradas, 4ª feira, Évora é dos SUV!

FORA COM O PEZARAT!
EM FRENTE, PELA REFORMA AGRÁRIA!
REACCIONÁRIOS FORA DOS QUARTÉIS, JÁ!
SOLDADOS SEMPRE, SEMPRE AO LADO DO POVO!
OPERÁRIOS, CAMPONESES, SOLDADOS E MARINHEIROS, UNIDOS VENCEREMOS!

S.U.V. / R.M.L.
SOLDADOS UNIDOS VENCERÃO
14/10/1975

continua>>>
Inclusão 21/04/2019