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«Trabalhadores portugueses:
É com a maior alegria que verifico como compreendestes importância para a nossa Revolução e para a nossa Pátria unidade entre o Povo e o Movimento das Forças Armadas. Essa unidade está agora mais clara do que nunca.
Ao propor, através dos seus órgãos mais representativos, Assembleia das Forças Armadas e o Conselho da Revolução, uma estrutura de participação directa dos trabalhadores na vida nacional, demonstrou o Movimento das Forças Armadas a sua preocupação de unidade com os trabalhadores bem como a sua própria unidade.
A opção das Forças Armadas pelas classes trabalhadoras tantas vezes afirmada, teve mais uma confirmação prática, mas se o Movimento das Forças Armadas foi ao encontro dos trabalhadores, foi também ao encontro da História, a qual prova a necessidade de organização dos trabalhadores como garantia de avanço para o socialismo.
É necessário que todo o País saiba que o M. F. A. não pretende qualquer ditadura. A organização popular não se destina a oprimir mas a libertar. A organização popular não caracteriza qualquer Estado policial. As polícias nasceram sempre das organizações destinadas a oprimir e não das destinadas a libertar, a opressão nasceu sempre do domínio sobre a sociedade de interesses contrários aos do Povo e nunca dos interesses do Povo; Nenhum povo se oprime a si próprio.
Quem daqueles cujos interesses se não oponham aos da classes trabalhadoras poderá recear que elas se organizem?
Trabalhadores: o que o M. F. A. quer construir é o socialismo, e o socialismo só se constrói na unidade das massas populares e na unidade de objectivos. A organização popular permitirá obter essa unidade, permitirá dinamizar o aparelho de Estado que o M. F. A. não quer pura e simplesmente destruir, mas sim transformar profundamente, colocando-o ao serviço de toda a colectividade. A organização popular não se faz para marginalizar os partidos cujo objectivo é o socialismo. Esses partidos têm um papel fundamental na transformação e democratização do aparelho do Estado, para o que o povo tem o direito de exigir a esses partidos uma actuação unitária, a colocação dos objectivos nacionais acima dos objectivos partidários. Numa palavra, têm o direito de exigir o patriotismo!
No dia 25 de Abril de 1974 o M. F. A. assumiu um compromisso com as classes mais desfavorecidas. Ao longo do tempo e através dos golpes da reacção foi cimentando a sua aliança e clarificando a sua opção. Ao consagrar a organização popular, o M. F. A., para além de reconhecer o «controle» progressivo dos trabalhadores sobre as suas próprias condições de existência, pratica um acto simples de justiça para com o povo que demonstrou sem tibiezas nos momentos difíceis a sua consciência política e a sua vontade de libertação.
Pela unidade inquebrantável entre o povo e as Forças Armadas!
Viva os trabalhadores portugueses!
Viva Portugal!»
continua>>>Inclusão | 14/05/2019 |