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As massas trabalhadoras brasileiras, inclusive, possivelmente, largos setores da pequena burguesia, quando mais sentirem o aguilhão da fome e da opressão, em breve tempo, ao contrário da fartura que lhes foi prometida, também chegarão a essa conclusão, por experiência própria, não haja a menor dúvida. Terminarão, por fim, obrigadas, tal a decomposição e traição dos partidos burgueses, iguais entre si por conteúdo e forma, embora seus títulos diferentes, a reconhecer que o PCB é o verdadeiro partido libertário, pois que a mistificação “populista” (Partido Trabalhista, partido operário burguês), máscara do social-imperialismo, não resistirá à prova da vida, que revela para logo todas as mentiras, e ruirá fragorosamente, levando de roldão o enorme prestígio e fascínio popular do seu grande inspirador: Vargas.
Seria muito útil, todavia, para o Brasil, se Vargas, sem dúvida alguma ilustre e grande homem da classe dominante, pudesse compreender que
“As personalidades ilustres são reduzidas a nada, se as suas ideias e os seus desejos se opõem ao desenvolvimento econômico da sociedade, se se opõem às necessidades da classe avançada. E, pelo contrário, as personalidades ilustres podem chegar a ser realmente ilustres, quando as suas ideias e os seus desejos traduzem acertadamente as necessidades do desenvolvimento econômico da sociedade, as necessidades da classe avançada”.
“Os heróis, os grandes homens, somente podem desempenhar um papel importante na vida da sociedade à medida em que saibam compreender acertadamente as condições do desenvolvimento da sociedade e o modo de modificá-las para melhorá-las. Os heróis, os grandes homens, porém, podem cair no ridículo e converter-se em pessoas inúteis e fracassadas se não sabem compreender acertadamente as condições de desenvolvimento da sociedade e pretendem rebelar-se contra as necessidades históricas dela, considerando-se fatuamente como os ‘criadores’ da história”.
(Hist. del Part. Com (b) de la URSS — Cap I. (2) — Pág. 16-17 _ ELE, 1946).
Infelizmente para o próprio Vargas, e sobretudo para o nosso país, Vargas tem uma ideia deturpada do desenvolvimento da sociedade e não pode ultrapassar as limitações de classe que o aprisionam, donde não compreender que a base atual do desenvolvimento do Brasil tem que ser criada com a libertação econômica do jugo do imperialismo ianque e corajosamente lançar-se a essa luta, luta que não deveria ser privilégio dos comunistas, mas bandeira de todos os brasileiros. Vargas, embora ilustre nos dias que correm, não poderá dessa forma elevar-se à situação de uma personalidade ilustre na História, na História que será escrita em futuro pelo proletariado brasileiro.
É natural, pois, que o “populismo” se apresente como versão semicolonial e grotesca do “trabalhismo” inglês, ou seja do “social-democratismo”, melhor dito: social-imperialismo, variedade do oportunismo em ação, num país imperialista, à época atual.