“O militante” nasceu para apoiar o trabalho de construção do PCP na clandestinidade, com conteúdo essencialmente dirigido a quadros e militantes do Partido e visando a elevação da sua preparação política e ideológica. O primeiro exemplar data muito provavelmente de 1933, então com a designação de Boletim do Secretariado, mas foi na sequência da reorganização de 1940/41 que se tornou num instrumento imprescindível à acção revolucionária do Partido.
Ao longo dos seus 79 anos de existência, as páginas de “O militante”, durante o fascismo como após a Revolução de Abril, acompanharam sempre estreitamente a luta da classe operária, dos trabalhadores e do povo português, divulgando acontecimentos e análises, trocando experiências de organização e de luta, publicando resoluções dos órgãos dirigentes do PCP e documentos relevantes do movimento comunista internacional, esclarecendo com artigos a posição do Partido acerca de questões de actualidade política e ideológica, tornando mais conhecida a história do próprio Partido.
Apesar dos golpes da repressão fascista que atingiu em várias ocasiões tipografias e o aparelho de distribuição da imprensa partidária, “O militante” publicou-se regularmente com pequenos períodos de interrupção.
Das folhas copiografadas que constituíram as suas primeiras edições até às sessenta e oito páginas impressas na actualidade, passando pela impressão em papel bíblia e formato A5 que predominou antes do 25 de Abril, vai um longo e exaltante caminho de luta, de dedicação corajosa e de modéstia revolucionária, sempre com o objectivo de contribuir para um colectivo mais esclarecido, mais forte, mais unido, mais militante. Entre muitos outros, os nomes de Alfredo Caldeira, José Moreira, ambos assassinados pelo fascismo, e Joaquim Rafael, exemplos de abnegação e firmeza comunista, figurarão para sempre entre os grandes obreiros de “O militante”.
De “boletim de organização”, “O militante”, mantendo sempre as questões de organização e intervenção partidária como núcleo, alargou e diversificou o seu conteúdo tornando-se revista de “reflexão e prática”, principalmente dirigida aos quadros e activistas do PCP mas também a quantos queiram conhecer melhor o Partido da classe operária e de todos os trabalhadores, a sua rica e heróica história, a sua ideologia, a sua linha política, o seu projecto revolucionário.
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