Três Importantes Lutas na Frente Filosófica da China
(1949-1964)

Escola do Partido Comunista da China


A teoria de “integrar dois em um” é uma filosofia reacionária para restaurar o capitalismo


O grande líder Presidente Mao destacou :

“toda coisa se divide em dois”. “A lei da contradição nas coisas, ou seja, a lei da unidade dos contrários, é a lei mais fundamental da dialética materialista” (Sobre a contradição).

Esta tese científica do Presidente Mao, que revela profundamente as leis objetivas das coisas e expõe de forma penetrante a essência da dialética materialista, é uma arma afiada para que o povo chinês leve a cabo os três grandes movimentos revolucionários – a luta de classes, a luta pela produção e a experimentação científica –, consolide a ditadura do proletariado e persevere na continuação da revolução sob esta ditadura.

A extensa e profunda divulgação do magistral conceito de que um se divide em dois entre as massas populares suscitou sumo ódio e temor no punhado de inimigos de classe no país e no mundo. Em 1964, Liu Shao-chi ordenou a Yang Sien-chen, seu agente nos círculos filosóficos, que desatasse uma aguda polêmica sobre a questão de se um se divide em dois ou “integrar dois em um”. O quartel general proletário encabeçado pelo Presidente Mao dirigiu de maneira direta esta importante luta de princípios na frente filosófica da China. Tomando o pensamento Mao Tsetung como arma, os operários, camponeses e soldados, assim como os quadros intelectuais revolucionários, criticaram a reacionária teoria de “integrar dois em um” e a fizeram fracassar ante a dialética revolucionária de que uma se divide em dois.

“Base teórica” da linha revisionista contrarrevolucionária de Liu Shao-chi, a teoria de “integrar dois em um” penetrou nas esferas política, econômica, ideológica, cultural e artística. A fim de liquidar a venenosa influência deixada pela mencionada linha nos diversos terrenos, devemos criticar em maior medida o idealismo e a metafísica burgueses de Liu Shao-chi, Yang Sien-chen e semelhantes falsificadores políticos e criticar a teoria reacionária de “integrar dois em um”.

Uma reação à continuação da revolução sob a ditadura do proletariado

Às ordens de Liu Shao-chi, o renegado Yang Sien-chen, que há tempos se ajoelhara aos pés dos reacionários do Kuomintang, saiu em cada momento crucial da revolução socialista a atacar o Partido na frente filosófica. Se opôs raivosamente à linha revolucionária proletária do Presidente Mao e tentou remodelar nosso Partido e Estado por meio da concepção reacionária de mundo de “integrar dois em um”.

Em 1958, Yang Sien-chen propugnou com motivos ocultos “utilizar a identidade da contradição” e, mediante insinuações, arremeteu contra nosso Partido dizendo que este “só fala da luta entre os contrários e não da unidade dos mesmos”. Seu objetivo foi o de assentar um fundamento filosófico para a teoria de Liu Shao-chi da “extinção da luta de classes” e opor-se à grande obra do Presidente Mao: Sobre o tratamento correto das contradições no seio do povo.

Em estreita coordenação com o coro antichinês no exterior, a camarilha renegada de Liu Shao-chi tramou, entre 1961 e 1962, uma restauração contrarrevolucionária de cima a baixo. Enquanto isso, Yang Sien-chen correu de um lado a outro, propalando sua reacionária filosofia e opondo-se com maior fúria ao pensamento filosófico do Presidente Mao. Lançou o disparate de que a unidade dos contrários significa “pontos comuns”. Clamou sem escrúpulos por “integrar em um” o proletariado e a burguesia, o socialismo e o imperialismo, o marxismo e o revisionismo.

O Presidente Mao foi o primeiro a se precaver do perigo dos complôs contrarrevolucionários de Liu Shao-chi e sua camarilha e advertiu uma e outra vez a todo o Partido e o povo que se guardassem do revisionismo. Na X Sessão Plenária do VIII Comitê Central do Partido, celebrada em 1962, planteou, de forma mais completa, a linha básica para nosso Partido durante toda a etapa histórica do socialismo e lançou o grande chamamento de que “não se deve esquecer jamais a luta de classes”. Sob a sábia direção do Presidente Mao, nosso Partido fortaleceu a propaganda e a educação sobre a dialética revolucionária de que um se divide em dois, desatou um amplo movimento de educação socialista, sustentou uma aberta polêmica contra o revisionismo contemporâneo e deu duros golpes nos inimigos de classe de dentro e de fora do país. Mesmo assim, estas advertências e lutas não mudaram nem podiam mudar a natureza contrarrevolucionária de Liu Shao-chi, Yang Sien-chen e cia, que ansiavam restaurar o capitalismo. Yang Sien-chen, antes de mais nada, apregoou abertamente a teoria de “integrar dois em um” na cátedra da antiga Escola Superior do Partido sob o Comitê Central. Ao final de um cuidadoso planejamento, esta filosofia reacionária foi exposta ao público em 1964.

Lenin disse que a luta na filosofia

“expressa, em última instância, a tendências e a ideologia das classes inimigas dentro da sociedade moderna” (Materialismo e empiriocriticismo).

A aparição da teoria de “integrar dois em um” estava destinada, no plano internacional, a satisfazer as necessidades do imperialismo e do socialimperialismo de subverter a grande China socialista e, dentro do país, a satisfazer as necessidades da restauração contrarrevolucionária da burguesia. Essa teoria é uma filosofia a seviço dos esforços de Liu Shao-chi por restaurar o capitalismo e é uma reação à continuação da revolução sob a ditadura do proletariado.

Idealismo e metafísica burgueses dos pés à cabeça

Os oportunistas e revisionistas de todo tipo, com o propósito de lutar contra a filosofia marxista, sempre tentam desesperadamente apagar o limite entre o materialismo e o idealismo, entre a dialética e a metafísica. Ao apregoar a reacionária teoria de “integrar dois em um”, Yang Sien-chen adotou exatamente esta vil tática contrarrevolucionária. Disfarçou de dialética a referida teoria, dizendo o absurdo de que “integrar dois em um” e “um se divide em dois” têm o mesmo significado”. Tentou deliberadamente negar o antagonismo fundamental entre “um se divide em dois” e “integrar dois em um”.

Lenin destacou:

“A divisão de um todo e o conhecimento de suas partes contraditóirias é a essência da dialética” (Sobre a dialética).”Em uma palabra, a dialética pode ser definida como a doutrina da unidade dos contrários. Isto encarna a essência da dialética, mas exige explicações e desenvolvimento” (Resumo do livro de Hegel “Ciência da lógica”).

Em Sobre a contradição, Sobre o tratamento correto das contradições no seio do povo e suas demais importantes obras filosóficas, o Presidente Mao desenvolve ainda mais este magistral conceito de Lenin. O Presidente Mao disse.

“A lei da unidade dos contrários é a lei fundamental do universo. Esta lei tem validade universal, tanto na natureza e na sociedade humana, como no pensamento humano. Os contrários em uma contradição formam uma unidade enquanto lutam entre si, o que impulsiona o movimento e a mudança nas coisas” (Sobre o tratamento correto das contradições no seio do povo).

O conceito formulado pelo Presidente Mao de que um se divide em dois sintetiza de modo profundo e conciso a lei da unidade dos contrários e encarna a essência da dialética materialista.

De acordo com o conceito de que um se divide em dois, toda coisa encerra contradições. Os dois aspectos de uma contradição dependem um do outro e lutam entre si, e isto determina a vida de todas as coisas. A natureza, a sociedade e o pensamento humano estão cheios de contradições e lutas e não existe o “integrar dois em um”. Sem contradição não haveria a natureza, nem a sociedade, nem o pensamento humano, nem tampouco o mundo. As contradições se encontram em todos os processos, percorrendo desde o começo até o fim e impulsionam o desenvolvimento das coisas. A constante aparição e solução das contradições são a lei universal deste desenvolvimento.

Ao aplicar à sociedade socialista o conceito de que “um se divide em dois”, devemos saber que em toda a etapa histórica do socielismo existem classes, as contradições de classe e a luta de classes, existe a luta entre o caminho socialista e o capitalista, existe o perigo da restauração capitalista e existe a ameaça da subversão e agressão por parte do imperialismo e do socialimperialismo. Para resolver estas contradições é necessário fortalecer a ditadura do proletariado e perseverar na continuação da revolução sob dita ditadura. Inclusive uma sociedade comunista terá contradições e estará repleta de lutas entre o novo e o velho, entre o avançado e o atrasado, entre o correto e o errôneo. O Presidente Mao destacou:

"Onde quer que vivam grupos de pessoas – ou seja, exceto os desertos desabitados – se dividem invariavelmente em esquerda, centro e direita. Em dez mil anos seguirá existindo esta situação”.

Só quem persiste neste conceito e o aplica para guiar a prática revolucionária é consequente materialista dialético. Negar o conceito de que um se divide em dois significa negar a universalidade das contradições, significa abjurar da dialética materialista e conduz inevitavelmente à traição, no político, da revolução proletária e da ditadura do proletariado.

O elemento essencial da teoria de “integrar dois em um” consiste em fundir as contradições, liquidar a luta, combater a revolução e fazer com que o proletariado seja “integrado” à burguesia, o marxismo ao revisionismo e o socialismo ao imperilaismo e ao socialimperialismo. Esta concepção idealista e metafísica burguesa do mundo, reacionária até a medula, se opõe diametralmente à concepção do mundo de que um se divide em dois.

Refutação da teoria das “necessidades comuns”

Yang Sien-chen falava loquazmente que a identidade de uma contradição significa “pontos comuns” e “coisas comuns”. Deformando a tese de Lenin sobre a identidade da contradição, expressou que a “identidade na esfera da dialética” é “buscar as necessidades comuns”.

Vejamos o que o grande Lenin escreveu sobre essa materia:

“A dialética é a teoria de como os contrários podem e costumam ser (ou devêm) idênticos; em que condições são idênticos ao converter-se uns nos outros, e por que o entendimento humano não deve considerar estes contrários como mortos, petrificados, mas como vivos, condicionados, móveis e que se convertem uns nos outros” (Resumo do livro de Hegel "Ciência da lógica").

Lenin estava falando da identidade da contradição. Não se vê aquí nem rastro de “pontos comuns” ou de “necessidades comuns”. A afirmação absurda de Yang Sien-chen de que Lenin queria dizer “necessidades comuns” ao se referir à identidade da contradição é pura mentira e calúnia.

Em Sobre a contradição, o Presideente Mao explica profundamente o conceito de Lenin a respeito da identidade da contradição. Destaca com nitidez:

“todos os contrários estão interconectados; não só coexistem em um todo único sob determinadas condições, senão que, também sob determinadas condições, se transformam um no outro; este é o significado íntegro da identidade dos contrários”.

O ensinamento do Presidente Mao nos diz claramente que o primeiro sentido da identidade da contradição se estriba em que os dois aspectos contraditórios dependem um do outro em condições determinadas. No período da revolução de nova democracia da China, por exemplo, os dois aspectos contrários, as massas populares por um lado e o imperialismo, o feudalismo e o capitalismo burocrático por outro, assim como o proletariado e a burguesia, não existiram isolados um do outro; cada aspecto teve o outro como a condição de sua existência e os dois coexistiram em um todo único. Devemos interpretar só desta maneira o primeiro sentido da identidade da contradição e jamais devemos admitir que Yang Sien-chen o distorça, qualificando-o de “necessidades comuns”. Acaso havia algumas “necessidades comuns” na interdependência entre as massas populares oprimidas, por um lado, e o imperialismo, o feudalismo e o capitalismo burocrático, por outro? Claro que não. Mesmo quando a burguesia nacional, em dado período, participou na frente única da revolução nacional e democrática e teve com o proletariado certas necessidade comuns antiimperialistas e antifeudais, isto não foi em absoluto a identidade da contradição entre o proletariado e a burguesia. Quando falamos de tais necessidades comuns, tomamos o proletariado, o campesinato, a pequena burguesia e a burguesia nacional como um aspecto da contradição, em contraposição ao outro aspecto que são os três inimigos: o imperialismo, o feudalismo e o capitalismo burocrático. No que diz respeito ao proletariado e à burguesia como os dois aspectos contrários de uma contradição, sua relação é a do explorado com o explorador e as necessidades de um se opõem de maneira fundamental às do outro

O presidente Mao destaca ainda que a questão não se limita à interdependência dos dois aspectos contraditórios, e que, o que é mais importante, cada um deles se transforma em seu contrário sob certas condições determinadas, mudando sua posição com o outro. Eis aquí o segundo sentido da identidade da contradição. Nosso Partido dirigiu o povo chinês em vários decênios de heroica luta. Isto tinha precisamente por objetivo criar condições para promover a transformação das coisas e alcançar a meta da revolução. Por exemplo, depois da revolução de nova democracia, as massas populares, longamente exploradas e oprimidas, se transformaram em donas do país e o imperialismo, o feudalismo e o capitalismo burocrático, ou seja, os três inimigos que as oprimiam e exploravam, foram derrotados definitivamente. Logo da revolução socialista na propriedade dos meios de produção, as massas trabalhadoras transformaram a propriedade individual na agricultura e manufatura na propriedade coletiva socialista, e a propriedade capitalista na indústria e comércio em propriedade socialista de todo o povo. Yang Sien-chen recurreu a todos os meios concebíveis para se opor a estas transformações revolucionárias. Para dizer claramente, sua teoria reacionária das “necessidades comuns” tenta fazer com que o proletariado e o resto do povo trabalhador permaneçam para sempre na miserável situação de explorados e escravizados, deixando que o imperialismo, os latifundiários e a burguesia cavalguem eternamente sobre suas costas.

Partindo da reacionária teoria das “necessidades comuns” Yang Sien-chen fez hora extra para negar o antagonismo básico entre as duas linhas no Partido Comunista da China. Argumentou que ambas linhas no Partido estavam “a favor do socialismo” e que por isso não havia nenhuma luta entre os dois caminhos.

O Presidente Mao destacou de forma profunda:

“Os revisionistas apagam o que distingue o socialismo do capitalismo, a ditadura do proletariado da ditadura burguesa. De fato, não preconizam a linha socialista, mas a capitalista” (Discurso ante a Conferência Nacional do Partido Comunista da China sobre o Trabalho de Propaganda).

Esta tese científica do Presidente Mao desnudou os traços contrarrevolucionários de Liu Shao-chi, Yang Sien-chen e seus comparsas e golpeou a essência de sua chamada teoria das “necessidades comuns”.

Refutação da teoria da “inseparabilidade”

Yang Sien-chen predicava sem cessar que os aspectos contrários são “vínculos inseparáveis”. Disse o absurdo de que estudar dialética significa “aprender como vincular as duas ideologias contrárias”. Esta é uma porca tentativa de desnaturalizar a dialética materialista.

A dialética materialista sustenta que a natureza de uma coisa é a qualidade de contraditório em seu interior e sua separabilidade. Engels destacou:

“A dialética provou, dos resultados de nossa experiência da natureza no passado, que todos os contrários polares são determinados, em geral, pela ação mútua dos dois polos contrários entre si, que a separação e oposição destes polos só existem em sua mútua conexão e união, e que, ao contrário, sua união só existe em sua separação, e sua mútua conexão, só em sua oposição” (Dialética da natureza).

Isto quer dizer que não se pode falar dos vínculos entre os dois aspectos contrários prescindindo de sua luta e separabilidade. A luta dos aspectos contrários conduz inevitavelmente ao rompimento de sua interconexão, à desintegração de um todo e à mudança da natureza de uma coisa. Portanto, a interconexão entre os aspectos contrários é condicional e relativa, enquanto que sua separabilidade é incondicional e absoluta.

Como destaca o Presidente Mao:

“Na sociedade humana, assim como na natureza, cada entidade invariavelmente se divide em suas diferentes partes; só há diferenças no conteúdo e na forma sob condições concretas diversas” (Discurso ante a Conferência Nacional do Partido Comunista da China sobre o Trabalho de Propaganda).

Não há nada indivisível no mundo. O desenvolvimento das coisas objetivas desmentiu uma e outra vez a podre ideia metafisica de que uma coisa não pode ser dividida. Não surgiram diversas velhas e novas frações revisionistas antimarxistas no curso do desenvolvimento do movimento comunista internacional? No curso do desenvolvimento de nosso Partido apareceram, da mesma forma, as linhas oportunistas de “esquerda” e de direita dos renegados Chen Tu-siu e Wang Ming e a linha revisionista contrarrevolucionária de Liu Shao-chi. A linha revolucionária proletária do Presidente Mao logrou grandes vitórias precisamente na luta contra essas linhas errôneas. Por conseguinte, a “divisão” revolucionária não é uma coisa má, mas boa. Acelera a elevação da consciência ideológica das pessoas e a unidade do povo revolucionário, e fomenta o desenvolvimento da causa revolucionária proletária e o avanço da sociedade. Yang Sien-chen não disse nem uma só palabra sobre a luta entre os contrários nem da transformação de um no outro, negou por inteiro a divisibilidade de uma coisa e descreveu como “vínculos inseparáveis” a interdependência dos aspectos contrários. De fato, não existem em absoluto vínculos mortos e livres de contradição e transformação.

Ao defender a teoria da “inseparabilidade”, Yang Sien-chen perseguia objetivos políticos sumamente sinistros. Em 1956, quando a transformação socialista da propriedade dos meios de produção chegou ao apogeu na China, ele saiu a sermonear como um padre dizendo que para o proletariado e a burguesia “será proveitoso se unirem e prejudicial se separarem”. Isto provém do mesmo molde que as falácias propugnadas por Liu Shao-chi, tais como “a exploração (burguesa) tem méritos”. Revela cabalmente que todos esses tipos são fieis lacaios da burguesia.

A contradição entre o proletariado e a burguesia é, na essência, antagônica e inconciliável. Só pode ser resolvida por meio da revolução socialista. Como pontualizou o Presidente Mao em 1959, a luta de vida ou morte entre as duas grandes classes antagônicas – o proletariado e a burguesia – no período da revolução socialista

“continuará... pelo menos durante 20 anos mais e possivelmente até meio século. Em resumo, a luta cessará só quando desaparecerem completamente as classes”.

Por isso, neste período, a relação entre o proletariado e a burguesia é

“a ditadura do proletariado sobre a burguesia. Não pode haver nenhum outro tipo de relação”.

Nos terrenos político, econômico e cultural, o proletariado deve varrer a sujeira e o veneno da burguesia e demais classes exploradoras. O proletariado deve exercer a ditadura onímoda sobre a burguesia na superestrutura, incluidos os diversos terrenos da cultura. Em certo sentido, perseverar na continuação da revolução sob a ditadura do proletariado significa que o proletariado se separa radicalmente da burguesia e demais classes exploradoras. Na batalha de vida ou morte entre o proletariado e a burguesia, como é possível “integrar dois em um”? Se “integrássemos dois em um” em relação com a burguesia, esqueceríamos as classes e a luta de classes e jogaríamos ao esquecimento a ditadura do proletariado,

“então não faltaria muito tempo, talvez uns quantos anos, ou uma década, ou várias décadas no máximo, para que se produzisse fatalmente uma restauração contrarrevolucionária em escala nacional, o partido marxista-leninista se transformasse em partido revisionista ou em partido fascista, e toda China mudaria de cor. Pensem, camaradas. Que situação perigosa seria essa!”.

O fato de Yang Sien-chen dedicar todas suas energias para propugnar que o proletariado e a burguesia devem “se integrar” e não “se separar” se destinava precisamente a tornar realidade o complô contrarrevolucionário de restaurar o capitalismo.

Refutação da teoria de que “a síntese significa 'integrar dois em um'”

Yang Sien-chen e seus congêneres afirmaram que “a análise significa que 'um se divide em dois', enuanto a síntese significa 'integrar dois em um'”. Isto não é só uma questão de sua ignorância da filosofia marxista; seu propósito real foi cortar a relação dialética entre a análise e a síntese e substituir a dialética materialista pela metafísica reacionária.

A filosofia marxista nos diz que a análise e a síntese são tanto uma lei objetiva das coisas como métodos com os quais os seres humanos as conhecem. A análise mostra a divisão de um todo em duas partes diferentes e a luta entre elas; a síntese indica como, mediante a luta entre si, um dos aspectos contrários supera, derrota e elimina o outro, como se resolve uma velha contradição e se produz uma nova, e como se liquida um coisa velha e triunfa outra nova. Em termos simples, síntese significa que um “devora” o outro. O curso do desenvolvimento da história é sempre assim: o revolucionário “devora” o reacionário e o correto “devora” o errôneo. Mas isto requer passar por uma série de lutas complicadas e tortuosas. Tal como o Presidente Mao destacou:

“As classes lutam, umas saem vitoriosas, outras ficam derrotadas. Assim é a história da civilização dos últimos milênios. Interpretar a história desde este ponto de vista é materialismo histórico; sustentar o ponto de vista oposto é idealismo histórico” (Abandonar as ilusões, preparar-se para a luta).

A história da civilização humana é a história da luta de classes, a história em que as classes revolucionárias derrotam e “devoram” as reacionárias. O imperialismo, o socialimperialismo e todos os demais sistemas de exploração terminarão por ser “devorados” pelo socialismo e o comunismo. Esta é uma lei objetiva independente da vontade da humanidade. Uma vez refletidos na mente das pessoas, tal análise e síntese objetivas requerem que analisemos concretamente o movimento dos contrários nas diversas coisas e, sobre a base desta análise, façamos uma síntese, indiquemos a natureza do problema e determinemos os métodos para resolvê-lo. Diferentes tipos de contradições são resolvidos por métodos distintos. Fica claríssimo que a análise e a síntese objetivos só residem em que “um se divide em dois” e não em “integrar dois em um”.

A análise e a síntese estão estreitamente relacionados. Há síntese na análise e análise na síntese. Como expressou Engels ao se referir à ciência química:

“A química, na qual a análise constitui a forma predominante de investigação, não é nada sem seu polo oposto: a síntese” (Dialética da natureza).

Negando a interrelação entre a análise e a síntese, Yang Sien-chen e seus semelhantes disseram que “a análise significa que “um se divide em dois”, enquanto a síntese significa “integrar dois em um”. Esta mercadoria é do mesmo tipo que o dualismo burguês apregoado por Trotsky: “Política, marxista: arte, burguesa”.

O Presidente Mao aponta em Sobre a contradição:

“Só quando Marx e Engels, os grandes protagonistas do movimento proletário, criaram a grande teoria do materialismo dialético e do materialismo histórico sintetizando todo o positivo na história do conhecimento humano e, em particular, assimilando criticamente os elementos racionais da dialética hegeliana, se produziu na história do conhecimento humano uma grande revolução sem precedentes”.

De forma extremamente profunda, o Presidente Mao expõe como os fundadores do marxismo analisaram e sintetizaram os logros na história do conhecimento humano. Marx e Engels não afirmaram nem negaram a dialética hegeliana em seu conjunto, senão que, dividindo um em dois, criticaram sua casca idealista e assimilaram seu núcleo racional. Tal análise e síntese encarnam plenamente o consequente espírito revolucionário proletário e a atitude científica que eles propugnavam sempre, e nos deram um brilhante exemplo a seguir.

O processo de resumir nossas experiências é também o processo de análise e síntese. Entregando-se a diversas lutas na prática social, a humanidade acumula ricas experiências, umas exitosas e outras não. Ao resumir as experiências, devemos distinguir o correto do errôneo, afirmar o primeiro e negar o segundo. Isto quer dizer que, sob o guia do marxismo-leninismo-pensamento Mao Tsetung, é preciso elaborar os ricos materiais do conhecimento sensorial adquiridos na prática,

“desprezando a casca para ficar com o grão, descartando o falso para conservar o verdadeiro, passando de um aspecto a outro e do externo ao interno” (Sobre a prática),

e elevar o conhecimento sensorial ao nível do conhecimento racional e dominar as leis internas das coisas. O movimento dos contrários - “um se divide em dois” - atravessa este processo desde o princípio até o fim. Com tal síntese de experiências somos capazes de persistir na verdade e corrigir nossos erros, “para extender a experiência proveitosa e extrair ensinamentos das falhas”.

Reacionária tendência do revisionismo internacional

A reacionária filosofia de “integrar dois em um” foi criada pelos renegados Liu Shao-chi, Yang Sien-chen e semelhantes? Não! Não é mais que uma variante, sob novas condições históricas, da teoria da “conciliação das contradições” dos velhos oportunistas e revisionistas.

Desde o nascimento do marxismo, os inimigos jurados do socialismo científico tem preconizado abertamente a reacionária teoria da “conciliação das contradições”. Proudhon declarou que queria “encontrar um princípio de conciliação” para acomodar as contradições da sociedade capitalista. Dühring disse absurdos tais como o mundo é “indivisível” e “não há contradições nas coisas”. Os cabecilhas reacionários da II Internacional tentaram em vão substituir a dialética revolucionária pelo evolucionismo vulgar e as doutrinas marxistas da luta de classes e a ditadura do proletariado pela teoria da “colaboração de classes”. Kautsky predicou que

“em uma sociedade não existem duas classes que não tenham interesses comuns, inclusive há interesses comuns entre os escravistas e os escravos”, e que “ existem realmente interesses comuns entre os capitalistas e os operários”.

Esses tipos, sem exceção alguma, não são mais que passageiros intrusos na história. Implacavelmente criticados e postos a descoberto por Marx, Engels e Lenin, revelaram sua repugnante catadura.

Depois da vitória da Revolução de Outubro, quando o povo soviético, sob a direção de Stalin, empreendeu a industrialização socialista e a coletivização agrícola, Deborin e cia se opuseram freneticamente à teoria de Lenin sobre a unidade dos contrários. Sustentaram que as contradições não aparecem no começo de um processo, senão quando este chega em seus desenvolvimento a uma etapa determinada, e que a solução das contradições significa “conciliação dos contrários”. Esta teoria da “conciliação das contradições” de Deborin foi uma manifestação, na filosofia, da teoria de Bukharin da “extinção da luta de classes”, que alegava que “o capitalismo crescerá de maneira pacífica até se converter em socialismo”. Tal reacionária filosofia para a restauração do capitalismo foi criticada severamente por Stalin. Mas o revisionismo contemporâneo ressuscitou e desenvolveu descaradamente a reacionária filosofia de Deborin. Tratando-a de salvadora, Kruschov clamou:

“O mundo é um todo e indivisível frente à ameaça de um desastre nuclear. Aquí todos somos seres humanos”.

Seus lacaios acadêmicos responderam dizendo que a lei da unidade dos contrários estava “passada de moda” e que a unidade havia se “convertido na fonte e força motriz que desempenhava um papel permanente no avanço da sociedade”. Descreveram sem vergonha esta renegada filosofia revisionista como “desenvolvimento criador do marxismo-leninismo”.

Ante à correrte adversa revisionista contra a filosofía marxista, o Presidente Mao, com o grande espírito proletario, sublinhou repetidas vezes o importante significado da difusão da dialética materialista. Assinalou:

“Queremos divulgar passo a passo a dialética e solicitar a todos que apreendam gradualmente o uso do método dialético científico” (Discursso ante à Conferencia Nacional do Partido Comunista da China sobre o Trabalho de Propaganda).

Em 1957, em seu discurso pronunciado ante à Conferencia dos Partidos Comunistas e Operários em Moscou, o Presidente Mao expôs profundamente uma vez mais a dialética revolucionária de que um se divide em dois, assestando um duro golpe frontal à corrente adversa revisionista.

As experiências históricas do movimento comunista internacional provaram reiteradamente que, se um partido marxista-leninista não observa, analisa nem trata os problemas desde o ponto de vista do materialismo dialético e materialismo histórico, cometerá erros e degenerará politicamente. Posto que o revisionismo contemporâneo traiu por inteiro o materialismo dialético e o materialismo histórico, assim como a revolução proletária e a ditadura do proletariado, foi, como é natural, cada dia mais longe pelo caminho revisionista e degenerou em socialimperialismo.

Hoje, a teoria reacionária da “conciliação das contradições” se converteu em um instrumento de que se vale o socialimperialismo para reforçar sua ditadura fascista, impulsionar sua política de agressão e conspirar e lutar com o imperialismo ianque pela hegemonia do mundo. O socialimperialismo clama a altos brados por estabelecer uma “comunidade socialista” e “por os interesses comuns em primeiro lugar”. Isto é uma estéril tentativa de apagar a distinção que existe entre o agressor e a vítima da agressão, entre o explorador e o explorado, entre o que controla e o que é controlado. Querem que os povos trabalhadores dos países da comunidade” sacrifiquem seus interesses, abandonem sua independência e soberania e “se fundam” de todo na “entidade” da dominação colonial do socialimperialismo. Mas a teoria reacionária da “conciliação das contradições não pode salvá-lo em absoluto. As leis inerentes à dialética são independentes da vontade dos revisionistas. Na atualidade, os povos de todo o mundo e muitos países médios e pequenos se unem, lutam contra o hegemonismo das duas superpotências – o imperialismo ianque e o socialimperialismo soviético – e traçam uma clara linha de demarcação entre eles e estas últimas. Isto se converteu em uma irresistível corrente histórica. A dialética revolucionária lança raízes cada vez mais profundas no coração das pessoas e é assimilada por um número crescente de partidos marxista-leninistas e de revolucionários que a utilizam como arma afiada para fazer a revolução. Enquanto integrarem a verdade universal do marxismo-leninismo com a prática do movimento revolucionário em seus respectivos países, os povos revolucionários de todos os países derrotarão o velho mundo e lograrão a vitória final da revolução proletária mundial.


Inclusão 05/11/2011