Contribuição à Questão do Método Proletário de Resolver o Problema
Do artigo O Caráter Internacional da Revolução de Outubro

J. V. Stálin

7 de Novembro de 1927


Primeira Edição: Pravda, n. 255, 5-7 de novembro de 1927.
Fonte: Editorial Vitória Ltda., Rio, 1946. Tradução de Brasil Gerson. Pág: 327-329.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
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A Revolução de Outubro não fez tremer o imperialismo apenas nos centros de sua dominação, nas “metrópoles”. Foi também um golpe contra a retaguarda do imperialismo, contra sua periferia, minando o seu domínio nos países coloniais e dependentes.

Ao derrubar os latifundiários e os capitalistas, a Revolução de Outubro rompeu as cadeias da opressão nacional-colonial e libertou das mesmas todos os povos oprimidos do vasto império, sem exceção. O proletariado não pode libertar-se sem libertar os povos oprimidos. Traço característico da Revolução de Outubro é o fato de haver levado a cabo, na URSS, essas revoluções nacionais-coloniais, não sob a bandeira da hostilidade nacional e dos choques entre as nações, mas sob a bandeira da confiança mútua e da união fraternal entre os operários e os camponeses das nacionalidades da URSS, não em nome do nacionalismo, mas em nome do internacionalismo.

Exatamente por isso, porque em nosso país as revoluções nacionais-coloniais se efetuaram sob a direção do proletariado e sob a bandeira do internacionalismo, exatamente por isso. os povos párias, os povos escravos, se elevaram, pela primeira vez na história da humanidade, à condição de povos verdadeiramente livres e verdadeiramente iguais, contagiando com seu exemplo os povos oprimidos do mundo inteiro.

Isso significa que a Revolução de Outubro abriu uma nova época, uma época de revoluções coloniais, que se efetivam nos países oprimidos do mundo, em aliança com o proletariado, sob a direção do proletariado.

Antes “costumava-se” acreditar que o mundo estava dividido, desde tempos imemoriais, em raças inferiores e superiores, em negros e brancos, não sendo os primeiros aptos para a civilização e estando condenados a ser objeto de exploração, enquanto os segundos são os únicos expoentes da civilização, chamados a explorar os primeiros. Hoje essa lenda deve ser considerada como destruída e posta à margem. Um dos resultados mais importantes da Revolução de Outubro é o fato de haver desfechado o golpe de misericórdia nessa lenda, demonstrando na prática que os povos não europeus, libertados e atraídos às vertentes do desenvolvimento soviético, são capazes de impulsionar uma cultura realmente avançada e uma civilização realmente avançada, não inferior, de modo algum, às dos povos europeus.

Antes “costumava-se” acreditar que o único método para libertar os povos oprimidos era o método do nacionalismo burguês, o método de separar as nações umas das outras, o método de desuni-las, o método de acentuar a hostilidade nacional entre as massas trabalhadoras de nações diferentes. Hoje essa lenda deve considerar-se refutada. Um dos resultados mais importantes da Revolução de Outubro é o fato de haver desfechado o golpe de misericórdia nessa lenda, demonstrando, na prática, a possibilidade e a conveniência do método proletário internacional de libertação dos povos oprimidos, como o único método acertado, demonstrando na prática a possibilidade e a conveniência de uma aliança fraternal entre os operários e os camponeses dos mais diversos povos, sobre os princípios da livre adesão e do internacionalismo. A existência da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, protótipo da futura unificação dos trabalhadores de todos os países numa única economia mundial, não pode deixar de servir de prova direta disto.

Não é demais acrescentar que esses resultados e outros semelhantes da Revolução de Outubro não podiam nem podem deixar de exercer grande influência sobre o movimento revolucionário nos países coloniais e dependentes. Fatos como o incremento do movimento revolucionário nos povos oprimidos, na China, na Indonésia, na Índia, etc. e o aumento da simpatia desses povos para com a URSS o indicam de modo indiscutível.

Já se foram os tempos em que se podia explorar e oprimir tranquilamente as colônias e os países dependentes.

Começou a era das revoluções libertadoras nas colônias e nos países dependentes, a era do despertar do proletariado desses países, a era da sua hegemonia na revolução.

[Leia o artigo completo publicado em Problemas nº 31]


Inclusão 06/11/2012