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Camaradas:
Pode-se dizer que de há um ano a esta parte a situação que se criou no país e em torno do Partido é, de modo geral, uma situação favorável. Os fatos principais são o ascenso da economia do país, a elevação da atividade em geral, sobretudo da classe operária, e a animação na vida do Partido.
Trata-se de ver em que medida, no curso do ano, o Partido conseguiu aproveitar esta situação para reforçar a sua influência nas organizações de massas que o rodeiam, em que medida o Partido conseguiu melhorar a sua composição, melhorar o seu trabalho em geral, melhorar o controle dos quadros dirigentes, a maneira como se procede à distribuição destes e a sua promoção e, por fim, em que medida o Partido conseguiu melhorar a vida interna das suas organizações. Daí decorrem oito questões de que vou falar:
a) a situação nas organizações de massas, que rodeiam o Partido e que ligam o Partido à classe, o aumento da influência comunista nestas organizações;
b) a situação do aparelho do Estado — Comissariados do Povo e organizações economicamente auto-suficientes — e no aparelho soviético de base e o aumento da influência comunista nesta esfera;
c) a composição do Partido e a promoção leninista;(1)
d) a composição dos órgãos dirigentes, os quadros do Partido e os jovens militantes;
e) o trabalho do Partido, no campo da agitação e propaganda, e o trabalho do Partido no campo;
f) o trabalho do Partido no setor do registro, da distribuição e da promoção dos quadros dirigentes, comunistas e sem partido.
g) a vida interna do Partido;
h) conclusões.
Deverei citar, em seguida, uma série de cifras, pois, sem estas, o informe seria incompleto e insatisfatório. Devo, porém, fazer a ressalva de que não creio na exatidão absoluta dessas cifras, pois as nossas estatísticas claudicam, porquanto, infelizmente, nem todos os estatísticos soviéticos possuem o senso elementar da honestidade profissional.
Feita esta ressalva necessária, passo às cifras:
Segundo os dados estatísticos, havia no ano passado 4.800.000 pessoas organizadas nos sindicatos. Este ano, são 5.000.000. O aumento é indubitável. Se tomarmos os doze sindicatos industriais mais importantes, veremos que neles estão organizados 92% do total dos operários ocupados nestes ramos da produção. Nos ramos principais da indústria, o número de operários organizados alcança de 91 a 92% de toda a classe operária. Isto, no terreno da indústria.
Pior é a situação na agricultura, onde há cerca de oitocentos mil operários agrícolas. Se tomarmos os operários agrícolas ocupados nas empresas não estatais, a percentagem dos organizados sindicalmente é de 3%.
Quanto à influência comunista nos sindicatos, dispomos de dados relativos aos presidentes dos conselhos provinciais e distritais dos sindicatos. Quando do XII Congresso, entre os presidentes de sindicato, os comunistas inscritos no Partido em fins do período de clandestinidade representavam mais de 57%. Hoje, representam apenas 35%. Redução, portanto. Por outro lado, aumentou a percentagem daqueles que ingressaram no Partido depois de fevereiro de 1917. Isso se explica pelo fato de que o número dos sindicalizados aumentou e de que os camaradas do período de clandestinidade já não bastam, e em ajuda dos quadros surgem os jovens militantes do Partido. Desses presidentes, 55% eram operários, enquanto que agora os operários representam 61%. Melhorou a composição social dos organismos dirigentes.
Neste terreno, as cifras são mais contraditórias do que em qualquer outro, e não inspiram confiança. Nas cooperativas de consumo, havia no ano passado, cerca de 5 milhões de associados. Este ano, há 7 milhões. Queira Deus que cada dia seja um ano novo! Mas, não confio nestas cifras, porque nas cooperativas de consumo o princípio da livre adesão ainda não se aplica por completo e, sem dúvida, há, nelas, almas mortas. Nas cooperativas agrícolas, havia, ao que parece, dois milhões de associados (se bem que eu disponha de cifras recebidas no ano passado da União de Cooperativas Agrícolas, que falam de 4 milhões de membros) e este ano, 1.500.000. A diminuição do número dos organizados nas cooperativas agrícolas é indubitável. O número de membros do Partido nos organismos dirigentes centrais das cooperativas de consumo alcançava no ano passado 87% e hoje é de 86%. Diminuição, portanto. Nos organismos provinciais e distritais da Liga, os comunistas representavam 68%, enquanto agora representam 86%. Observamos um aumento da nossa influência. Mas, se, em lugar de nos determos nos "organismos dirigentes", tomarmos os funcionários que na verdade têm a responsabilidade de direção, encontraremos apenas 26% de comunistas entre todos os dirigentes que em geral ocupam cargos dessa natureza. Considero que esta cifra corresponde mais à realidade. Nas cooperativas agrícolas a composição dos organismos dirigentes revela os seguintes dados:
46% de comunistas no ano passado e 55% este ano. Mas se analisarmos bem e considerarmos os dirigentes responsáveis veremos que entre eles os comunistas não representam mais de 13%.
Eis como alguns dos nossos estatísticos sabem adornar a fachada, o aspecto externo, ocultando à vista o que há de podre.
O número de membros efetivos e de candidatos era no ano passado de 317.000 (embora eu disponha de dados do ano passado, subscritos por um membro do C.C. da União da Juventude, onde se apresenta a cifra de 400.000), enquanto este ano o número de membros efetivos e de candidatos chega a 570.000. Não obstante certa discordância dos dados, o aumento do número de jovens organizados é indubitável. No ano passado, os operários constituíam 34% da União e este ano são 41%; no ano passado, os camponeses representavam 42% e este ano são 40%. No ano passado, estudavam nas escolas de aprendizagem industrial 50.000 jovens, enquanto este ano são 47.000. Os membros do P. C. (b) da Rússia em toda a União da Juventude formavam, no ano passado, cerca de 10%, enquanto este ano representam 11%. Também aqui houve um aumento indubitável .
Nesta esfera as organizações principais se constituem das assembléias de delegadas. Há aqui o máximo de discordância nos dados, mas se atentarmos bem veremos que nas cidades havia no ano passado 37.000 delegadas, enquanto este ano há 46.000, isto é, pouco mais do que no ano passado. Nas aldeias, havia 58.000 delegadas, enquanto agora há 100.000. Quanto ao volume das amplas massas de camponesas e operárias que essas delegadas representam, não pude obter dados que mereçam crédito.
Dada a importância particular da tarefa de fazer com que participem do trabalho dos Soviets e do Partido as operárias e as camponesas, não será supérfluo ver em que percentagem as operárias e as camponesas participam dos organismos sindicais, dos Soviets, dos comitês provinciais e distritais do Partido. Nos Soviets rurais as mulheres representavam, no ano passado, apenas 1% (terrivelmente pouco). Este ano, são 2,9% (ainda pouquíssimo); apesar de tudo, trata-se de um aumento.
Nos comitês executivos dos volost as mulheres representavam no ano passado 0,3% e, este ano, 0,5%. Aumento mínimo, do qual não vale a pena falar. Nos comitês executivos distritais as mulheres constituíam, no ano passado, cerca de 2% e, este ano, são pouco mais de 2% (cito os dados para a R.S.F.S.R., pois não há dados relativos a todas as repúblicas). Nos comitês executivos provinciais da R.S.F.S.R. havia, no ano passado, pouco mais de 2%, enquanto hoje há pouco mais de 3%. As mulheres inscritas nos sindicatos, representam, este ano, 26%; não há dados relativos ao ano passado. Membros de comitês de fábrica: 14%. Membros de seções provinciais: 6%. Nos comitês centrais de sindicatos: um pouco mais de 4%. No Partido, havia no ano passado cerca de 8% de mulheres e, hoje, cerca de 9%. Entre os candidatos, as mulheres representavam 9%, enquanto a cifra se eleva hoje a 11%. Tudo isso, antes da promoção leninista. Antes do XIII Congresso, nos comitês provinciais as mulheres constituíam 3% e nos comitês distritais, cerca de 6%. Nas principais associações femininas — as assembléias de delegadas — as mulheres comunistas formavam 10%, enquanto hoje constituem 8%. A diminuição se explica pelo aumento do número das delegadas sem partido. É necessário reconhecer que a metade da população da nossa União Soviética — as mulheres — está ainda à margem, ou quase à margem, da grande estrada da edificação soviética e do Partido.
No exército, nas escolas militares e na marinha, o número total de comunistas passou de 61 mil a 52 mil. Trata-se de uma deficiência que é preciso eliminar. Ao mesmo tempo, aumentou o total de comandantes militares comunistas. Quando do XII Congresso, tínhamos 13% de comandantes comunistas e, hoje, temos 18%. É interessante examinar os efetivos do Partido no exército, do ponto-de-vista da antiguidade no Partido. Dentre os 52.000 comunistas que trabalham nas fileiras do exército, os camaradas que vêm do período da ilegalidade constituem 0,9% (não chegam a 1%); os que entraram no Partido no período de fevereiro a outubro de 1917 representam pouco mais de 3%; ingressaram, antes de 1919, 11%; em 1919, 22%; em 1920, 23%; de 1921 a 1923, 20%. Por esses dados vê-se que trabalham no exército principalmente, se não exclusivamente, jovens militantes do Partido.
Chama a atenção o fato de que este ano nasceu um novo tipo de organização: as organizações voluntárias de iniciativa social, todo gênero de clubes e sociedades culturais e educativas, associações desportivas, sociedades de fomento, organizações de correspondentes operários e camponeses, etc.. O número dessas organizações aumenta continuamente e é necessário ressaltar que há, entre elas, não somente organizações que simpatizam com o Poder Soviético, mas também organizações hostis. Se tomarmos a R.S.F.S.R., veremos que no ano passado se podiam contar de 78 a 80 dessas organizações de iniciativa social, enquanto que este ano são mais de trezentas. Quanto às associações ginástico-desportivas da R.S.F.S.R., contavam no ano passado com 126.000 membros; este ano, somam 375.000. A composição social dessas organizações é a seguinte: no ano passado os operários representavam 35%, enquanto hoje totalizam 42%. Os centros principais dessas organizações são os comitês sindicais e os clubes de fábrica e os comitês camponeses de ajuda mútua[N95] nas aldeias. São particularmente dignas de atenção as organizações de correspondentes operários e camponeses, cujo fim é expressar a opinião pública proletária. Essas organizações abrangem 25.000 correspondentes operários e 5.000 correspondentes camponeses. Se passarmos à composição dos órgãos provinciais dessas entidades, verificaremos que no ano passado, na R.S.F.S.R., os comunistas representavam 19% e, este ano, um pouco mais de 29%. Por fim, não se pode deixar de mencionar a nova organização que ontem realizou uma manifestação diante do mausoléu de Lênin, a organização dos pioneiros[N96], que já em junho do ano passado contava 75.000 membros, segundo a nossa estatística (que, como já disse, claudica bastante) e que, em abril deste ano, reunia 161.000. Entre os pioneiros, nas províncias industriais, filhos de operários representam 71% e os filhos de camponês 7%.Nas regiões nacionais, os filhos de operários constituem, nessa organização, 38%. Nas províncias camponesas, 36%.
Tal é a situação das organizações de massas, que circundam o Partido e que o ligam à classe. No conjunto, o aumento da influência do Partido nessas organizações é incontestável.
Segundo os dados estatísticos, os funcionários dos Comissariados do Povo, isto, é, os empregados das instituições mantidas com fundos do orçamento do Estado, somavam, no ano passado, um pouco mais de 1.500.000; segundo parece, não passam, este ano, de 1.200.000. Uma redução de 300.000, por conseguinte. Mas, se passarmos às instituições economicamente auto-suficientes, verificaremos que este ano temos neste ramo cerca de 200.000 empregados (não há dados relativos ao ano passado); portanto, o que ganhamos reduzindo o pessoal nas instituições que gravam o orçamento do Estado, perdemos, em medida considerável, nas instituições que se mantêm pela sua própria atividade. E já não falo do fato de que uma parte dos empregados sobrecarrega, agora, os orçamentos locais, isto é, não figura nas cifras por mim citadas. No conjunto, por conseguinte, o número de empregados permaneceu o mesmo, se não cresceu. Restam os empregados das cooperativas, que no ano passado totalizavam 103.000, enquanto agora são 125.000, ou seja, um aumento. Os funcionários sindicais, que somavam 28.000, são agora em número de 27.000, e os funcionários do aparelho do Partido, que se elevavam a 26.000, somam agora 23.000. No conjunto, 1.575.000, sem levar em conta os empregados que sobrecarregam os orçamentos locais. Como vedes, ainda não se pode falar de êxito na redução do número dos empregados em geral e, em particular, dos empregados do aparelho do Estado.
Se considerarmos os membros dos órgãos superiores, os membros dos colégios dos Comissariados do Povo, chefes e subchefes das principais seções (exclusive indústria), verificaremos que, em 1923, os comunistas constituíam 83% e, este ano, 86%. Houve, sem dúvida, certo progresso, se fizermos um confronto com a situação existente há dois anos. No ano passado, os operários nesses organismos dirigentes representavam 19% e, este ano, 21%. É pouco mas é de qualquer modo um aumento.
No que se relaciona aos organismos industriais trustes, sindicatos e estabelecimentos importantes, temos o seguinte quadro: em todo o aparelho dos trustes da U.R.S.S., havia no ano passado um pouco mais de 6% de comunistas, enquanto este ano há pouco mais de 10%. Nos organismos dirigentes dos trustes, sindicatos e grandes empresas, havia no ano passado mais de 47% e, este ano, mais de 52%. Entre os diretores dos estabelecimentos mais importantes, os comunistas representavam no ano passado 31% e, este ano, 61%. No conjunto do aparelho dos trustes da R.S.F.S.R., os comunistas constituíam 9,5%, enquanto este ano constituem mais de 12% (cerca de 13%). Entre os dirigentes dos trustes da R.S.F.S.R. os comunistas alcançavam 37%, enquanto hoje são 49%. Em todo o aparelho dos sindicatos, os comunistas constituíam no passado 9%, ao passo que hoje são 10%. Entre os dirigentes dos sindicatos, os comunistas formavam 42%, ao passo que hoje representam 55%.
Em geral, devemos assinalar que, nos organismos econômicos, no que se relaciona aos dirigentes, os comunistas formam de 48 a 50%.
Um quadro inteiramente diverso apresentam as nossas instituições comerciais e de crédito, que assumiram neste momento importância excepcional para toda a nossa economia. Tomemos, por exemplo, o Comissariado do Povo do Comércio Interior, de tão grande importância para todo o nosso desenvolvimento. Até a última reforma, ali, na instituição central, só uns 4% dos dirigentes eram comunistas. Se tomarmos o Departamento de Exportação Importação, o organismo importantíssimo do Comissariado do povo do Comércio Exterior, verificaremos que ali, entre os dirigentes, só há 19% de comunistas, e desses comunistas podereis fazer uma idéia se eu vos disser que, na instituição central do Departamento de Exportação e Importação, foram expulsos, durante a depuração, 100% dos comunistas. (Risos.) O segundo órgão entre os mais importantes, o "Khlieboproduct",(2) de tão grande significação para a economia do país, oferece o seguinte panorama: nas 58 repartições dessa instituição, sem contar o aparelho central, os delegados e os seus suplentes, há no total 9.900 empregados, dos quais 5,9% são comunistas, 0,7% membros da União da Juventude e os restantes, sem partido. Nos organismos que mantêm maior contato com os camponeses, nos centros de armazenagem, em outros organismos semelhantes e entre os inspetores, os comunistas representam apenas 17%. No Birô Central do "Khlieboproduct", há 137 dirigentes, dos quais 13 são membros do P.C. (b) da Rússia, ou seja, 9%. É necessário salientar que os comunistas são utilizados nessa organização de modo extremamente irracional: somente 20% desempenham cargos de responsabilidade, enquanto que os restantes 80% são constituídos de funcionários subalternos. Não é melhor a situação nos institutos de crédito, como o Banco do Estado. Este é o mais importante estabelecimento de crédito, que desempenha imenso papel em toda a nossa vida econômica. Conheceis o poder do crédito: é uma força mediante a qual se pode levar à ruína ou levantar qualquer camada da população, bastando recorrer ao chamado crédito de favor. Pois bem, em todo. o aparelho do Banco do Estado não há mais de 7% de comunistas e, entre os dirigentes, apenas 12%; isso, quando o Banco do Estado decide da sorte de numerosas empresas e de muitas instituições econômicas.
Disponho de dados relativos à R. S. F. S. R. Nos Soviets rurais, os comunistas, no ano passado, representavam cerca de 6% e, hoje, são pouco mais de 7%. Nos comitês executivos dos volost, os comunistas eram pouco mais de 39%, enquanto agora são 48%. Nos comitês executivos distritais, eram pouco mais de 80%, enquanto agora são pouco mais de 87%. Nos Soviets das sedes de distrito, os comunistas representavam 61 %; ao passo que agora são menos de 58% . Havia nos comitês executivos provinciais 90% de comunistas, enquanto agora há 89%. Nos Soviets das sedes de província, havia 78%, enquanto hoje há 71%. Nos três últimos tipos de Soviet: nos Soviets das sedes distritais, nos comitês executivos provinciais e nos Soviets das sedes de província, a influência dos sem partido não é considerável, mas está em crescimento. Quanto aos comitês executivos provinciais, há dados para 69 províncias e relativos a 2.623 funcionários. Que resulta disso? Os membros sem partido dos comitês executivos provinciais representam cerca de 11%. A percentagem mais alta de sem partido é registrada na Sibéria e no Extremo Oriente, onde alcança 20%. Quanto às repúblicas nacionais, os sem partido representam 7%. Esta é a percentagem mais baixa de sem partido nos comitês executivos provinciais. E isso nas repúblicas nacionais, onde em geral é reduzido o número de membros do Partido!
Quando do XII Congresso, o Partido tinha pouco mais de 485.000 membros e candidatos. Atualmente, são 472.000, sem contar a promoção leninista. Com a promoção leninista, se tomarmos os dados correspondentes a 1º de maio (até esta data foram admitidos 128.000 membros), os inscritos no Partido somavam, no conjunto, 600.000. Levando em conta que dentro de uma quinzena a promoção leninista abrangerá umas 200.000 pessoas, o número de membros efetivos poderá elevar-se a 670-680 mil.
No ano passado, havia 44,9% de operários e, este ano, exclusive a promoção leninista, há 45,75%, isto é, verificamos um aumento de 0,8%. Os camponeses representavam 25,7%, atualmente são 24,6%, o que representa uma redução de 1,1%. Os empregados e outros representavam 29%, enquanto agora são pouco mais de 29%; o aumento é, por conseguinte, irrisório. Se examinarmos a composição social, incluindo a promoção leninista até 1º de maio, temos entre membros efetivos e candidatos do P.C. (b) da Rússia 55,4% de operários, 23% de camponeses e 21,6% de empregados e outros.
No ano passado, os camaradas que ingressaram no Partido, antes de 1905, totalizavam 0,7% e, hoje, são 0,6%. Os inscritos no período de 1905-1916 somavam 2%, percentagem que se conserva até agora. Os que ingressaram em 1917 representavam, no ano passado, um pouco mais de 9%, enquanto hoje são pouco menos de 9%. Os que entraram em 1918 representavam 16,5% e, hoje, representam 15,7%. Dos que ingressaram em 1920 havia 31,5% e, hoje, há 30,4%. Os inscritos em 1921 eram 10,5% e agora são 10,1%. Para os que ingressaram em 1922 não há dados relativos ao ano passado, mas atualmente somam 3,2%. Os inscritos em 1923 são da ordem de 2,3%. Tudo isso sem calcular a promoção leninista.
Ao reunir-se o XIII Congresso tínhamos no Partido 72% de grão-russos; depois da promoção leninista essa percentagem certamente aumentará. O segundo grupo é constituído dos ucranianos, com 5,88%. O terceiro grupo, constituído pelos judeus, representa 5,2%. Seguem-se as nacionalidades turcas, mais de 4%, e outras nacionalidades, como os letões, os georgianos, os armênios, etc.. Ao reunir-se o XII Congresso, as mulheres constituíam 7,8% do Partido e hoje são 8,8%. Havia 9% de candidatas e, agora, 10,5%. Na promoção leninista há 13% de mulheres, o que aumentará um pouco a percentagem acima indicada.
Finalmente, os comunistas que trabalham na produção totalizavam a 1º de dezembro (entre membros e candidatos) 17% e, agora, com a promoção leninista, se tomarmos a cifra de 128.000, alcançam 35,3%.
Se tomarmos toda a parte operária do nosso Partido isto é, o número que tínhamos a 1° de maio e o que teremos dentro de uma quinzena, quando a promoção leninista alcançará (e talvez supere mesmo) a cifra dos 200.000, verificaremos que toda a parte operária do nosso Partido representará 410.000 membros, sobre o conjunto de 672.000. Em relação com todo o proletariado industrial e agrícola da União, que conta 4.100.000 pessoas, esse número representa dez por cento.
Conseguimos que, em cada grupo de cem operários, dez sejam membros do Partido.
Tomo os comitês provinciais e os comitês regionais de 45 organizações. Nos comitês provinciais e regionais, os camaradas do período clandestino representam mais de 32%, enquanto os restantes 67% são formados por aqueles que entraram no Partido mais tarde: em 1917, 23%; em 1918-1919, 33%; em 1920, 9%. Nos organismos dirigentes locais, tanto nos comitês provinciais como nos regionais, não predominam os camaradas do período da clandestinidade, mas os que ingressaram depois de Outubro. Se tomarmos os presidiuns dos comitês provinciais e dos comitês regionais das 52 organizações, das quais temos dados sobre a antiguidade no Partido, teremos que os camaradas que ingressaram no período anterior à Revolução constituem 49%; depois de fevereiro de 1917, 19%; em 1918-1919, 26%, e os 6% restantes, posteriormente. Aqui vemos, também, que predominam os militantes que ingressaram no nosso Partido depois de fevereiro. Quando do XII Congresso, nos comitês provinciais e regionais, os chefes das seções de organização que militam desde o período da clandestinidade formavam 27,4% e, nas vésperas do XIII Congresso, 30%; nas seções de agitação e propaganda, a proporção é de 31% e de 23%, respectivamente. Quanto aos secretários dos comitês provinciais e regionais, observamos tendência oposta. Nas vésperas do XII Congresso, 62,5% dos secretários dos comitês provinciais e regionais eram camaradas do período da clandestinidade e, no Congresso atual, são 71%.
A tarefa está clara: torna-se necessário reduzir a antiguidade no Partido exigida para os secretários dos comitês provinciais.
Composição dos comitês distritais, em 67 distritos: camaradas do período da clandestinidade, 12%; inscritos em 1917, 22%; inscritos em 1918-1919, 43%. Secretários dos comitês distritais, segundo dados de 248 distritos: camaradas do período da clandestinidade, ao se reunir o nosso XIII Congresso, 25%; inscritos em 1917, antes de outubro, 27%; inscritos antes de 1919, 37%. Secretários de célula, de 28 províncias (há dados referentes a 6.541 secretários): camaradas do período da clandestinidade, pouco mais de 3%; a parcela fundamental — 55% — corresponde ao grupo dos camaradas que ingressaram depois de outubro, em 1917-1918.
Quanto à composição social, nos comitês provinciais e regionais de 45 organizações, havia este ano 48% de operários. Nos presidiuns dos comitês provinciais e regionais de 52 organizações, os operários constituíam 41%. Entre os secretários dos comitês provinciais e regionais havia antes de se reunir o XII Congresso 44,6% de operários e, quando do XIII Congresso, 48,6%. Nos comitês distritais (de 67 distritos), os operários formavam 63,4%. Entre os secretários dos comitês distritais (de 248 distritos), 50%.
Todos esses dados se referem ao período que precedeu as recentes conferências provinciais e distritais do Partido.
Mas disponho de alguns dados sobre os resultados das últimas conferências, recebidos às vésperas do Congresso do Partido. Esses dados, que se referem a 11 províncias e 16 regiões, demonstram que o número de camaradas do período da clandestinidade, nos comitês provinciais e regionais, baixou para 27% e o número de operários aumentou, alcançando 53%.
Daí se depreende que existem duas tendências: a incorporação de jovens militantes às fileiras dos quadros e a ampliação dos quadros, de um lado, e o melhoramento da composição social das organizações do Partido, de outro.
Se tomarmos os suplentes e os membros efetivos do C.C. 56 pessoas ao todo, veremos que 44,6% são operários e 55,3%, camponeses e intelectuais. Portanto, é necessário ampliar o C.C. aumentando a sua percentagem de operários. Na Comissão Central de Controle, entre os membros efetivos e os suplentes há 48% de operários e 52% de camponeses e intelectuais. A conclusão a tirar daí é a mesma. Quanto à antiguidade no Partido, 96% dos membros e dos suplentes do C.C. são camaradas do período da clandestinidade, todos inscritos no Partido antes de fevereiro. Dos 56 membros e suplentes do C.C. somente dois entraram para o Partido mais tarde, o que representa 4%. O mesmo ocorreu na Comissão Central de Controle. Dos seus 60 membros, 57 são camaradas do período da clandestinidade e 3 (isto é, 5%), do período seguinte. É necessário, por isso, promover gente moça.
Há 742 delegados. Destes, 63,2% são operários, 48,4% camaradas do período da clandestinidade. Os demais têm, mais ou menos, certa antiguidade no Partido.
Salta à vista a alta percentagem de pessoas sem preparação política no seio do Partido: em algumas províncias chega a 70%. Em várias províncias da Rússia Central (foram examinadas 60.000 pessoas), a falta de preparação política alcança a média de 57%; no ano passado, era de 60%. É um dos defeitos principais do nosso trabalho. Vê-se que o nosso trabalho se desenvolve mais em extensão do que em profundidade. O número de escolas dos Soviets e do Partido, ou melhor, o número de alunos dessas escolas, diminuiu um pouco, porque parte das escolas passou a ser mantida com fundos dos orçamentos locais. Aumentou o número de estudantes das escolas superiores comunistas em comparação com o do ano passado. Contudo, é necessário reduzir um pouco o número de escolas superiores comunistas para melhorar a sua situação material, de acordo com os meios de que dispõem, e tornar mais profunda a instrução comunista. É preciso dar relevo particular à propaganda do leninismo, que tem importância decisiva na educação comunista.
No ano passado, tínhamos 560 jornais;
este ano, o número baixou a 495, mas a tiragem aumentou,
passando de um milhão e meio a dois milhões e meio de exemplares. É significativo o aumento do número de jornais em
línguas não russas. Temos mesmo repúblicas, onde não se chega
a publicar um só jornal russo, como, por exemplo, a Armênia,
onde 100% dos jornais são editados em armênio. Na Geórgia,
91% dos jornais são publicados em língua georgiana. Na
Bielo-Rússia, 88% em língua não russa. O aumento do numero
de jornais nacionais é observado em todas, literalmente todas,
as regiões e repúblicas nacionais. é necessário dedicar atenção
particular à composição das redações dos nossos periódicos.
Foram inspecionados 287 órgãos da imprensa, verificando-se
que, neles, os redatores inscritos no Partido no período da
clandestinidade representam apenas 10%. A percentagem mais
alta é a dos inscritos em 1918-1919. Isso representa defeito
que seria necessário eliminar enviando como ajuda aos jovens
jornalistas colegas mais velhos e experimentados.
Neste campo há toda uma série de deficiências. Nas aldeias e nos sub-distritos, os Soviets continuam sendo, até hoje, organismos do aparelho fiscal. Sobretudo, os camponeses os consideram como tais. Segundo a opinião geral dos ativistas que conhecem bem o campo, o trabalho dos organismos locais nas aldeias pode ser definido do seguinte modo: a nossa política é justa, mas erra-se na sua aplicação local. A composição dos organismos soviéticos nas aldeias e nos volost deixa ainda muito a desejar. O fato de que, nas aldeias, as células se compõem de pessoas que participam da administração exerce influência negativa sobre o trabalho, influência ainda mais nociva exercem o desconhecimento das leis soviéticas, por funcionários que estão muito ligados ao campo, e a sua inaptidão para explicar essas leis aos camponeses pobres, para defender os camponeses pobres e médios contra a prepotência dos kulaks, baseando-se nas leis soviéticas, baseando-se nas vantagens que as leis soviéticas concedem aos camponeses pobres. Depois, um erro geral: quer-se fazer entre os camponeses uma agitação verbal, sem se compreender que o camponês precisa de agitação com fatos e não com palavras, de agitação que lhe dê vantagem imediata. O recrutamento pelas cooperativas, a habilidade em saber utilizar as vantagens concedidas aos camponeses pobres, o crédito agrícola, a assistência mútua organizada pelos comitês camponeses: eis os problemas que sobretudo podem interessar ao camponês.
No ano passado foram recenseados cerca de 5.000 dirigentes. Este ano, fizemos o registro de cerca de 15.000 dirigentes de todas as categorias. O nosso controle melhora indubitavelmente. Os dados dizem que no ano passado foram distribuídos 10.000 funcionários, dos quais, cerca de quatro mil dirigentes. Este ano, foram distribuídos 6.000, dos quais 4.000 dirigentes. O trabalho fundamental do Partido na distribuição desses funcionários se concentrou, sobretudo, em fornecer militantes ao Partido, em seguida aos organismos do conselho Superior da Economia Nacional e por fim aos organismos do Comissariado das Finanças e, em primeiro lugar, ao seu aparelho fiscal. Em todos os outros ramos de atividade se designou um número muito menor de comunistas. Foi este um grande erro no nosso trabalho. Enquanto o centro da vida econômica se deslocou para o comércio, não demos prova de iniciativa e decisão suficientes para colocar o maior número possível de militantes mais ativos nas organizações comerciais e de crédito, assim como nas representações no país e no exterior. Refiro-me, em particular, ao Departamento Estatal de Comércio e à autarquia incumbida dos cereais.
Não direi aqui quantas nem de que gênero são as questões que foram examinadas pelo C.C. e os seus órgãos; isso não tem importância decisiva e, ademais, já foi dito no informe que recebestes. Quero apenas chamar a vossa atenção para as seguintes circunstancias.
Em primeiro lugar, a vida interna das nossas organizações melhorou, indubitavelmente. Tem-se a impressão de que as organizações se depuraram, de que têm poucas querelas e se dedicam a sério ao trabalho. Há exceções, nas regiões periféricas, onde, ao lado de velhos funcionários, não muito afeitos ao comunismo, crescem quadros de jovens militantes marxistas, que passaram pela Universidade Sverdlov e por outros centros de ensino, camaradas fortes no trabalho do Partido e extremamente débeis no trabalho dos Soviets. Esses contrastes nas regiões periféricas, entre jovens e velhos funcionários, não poderão ser eliminados rapidamente. Neste sentido, as regiões constituem uma exceção. Quanto à maioria das províncias da Rússia Central, é necessário considerar que ali as organizações se depuraram e que o trabalho prático avança. Na república onde havia mais intrigas, a Geórgia, de que tanto falamos no último Congresso, a calma retornou ao seio do Partido. Os melhores homens entre os antigos desviacionistas, como Filipp Makharadze e Okudzhava, romperam em definitivo com os desviacionistas extremistas e se declararam dispostos a participar do trabalho comum.
Em segundo lugar, nos comitês provinciais e, em particular, no C.C. do Partido, este ano o centro de gravidade se transferiu do trabalho nos Birôs e nos Presidiums para o trabalho nos Plenos. Antes, os Plenos do C.C. confiavam inteiramente ao Birô Político a solução dos problemas fundamentais. Hoje, não se procede mais assim. Hoje, os problemas fundamentais da nossa política e da nossa economia são resolvidos nos Plenos. Examinai as ordens do dia dos nossos Plenos e as atas taquigráficas que se enviam a todos os comitês provinciais e vereis que o centro de gravidade passou do Birô Político e do Birô de Organização ao Pleno. Isto é muito importante, porque os Plenos reúnem cento e vinte pessoas (os membros efetivos e suplentes do C.C. e da Comissão Central de Controle) . Em virtude do deslocamento do centro de gravidade para o Pleno, este se transformou na maior escola para a formação de chefes da classe operária, de dirigentes políticos da classe operaria. Sob os nossos olhos, crescem e amadurecem homens novos, os futuros dirigentes da classe operária: nisso reside a enorme importância dos nossos Plenos ampliados.
É significativo que se observe a mesma tendência nas organizações locais. As questões mais importantes passam dos Birôs dos comitês provinciais aos Plenos; as reuniões plenárias se ampliam, as suas sessões se prolongam e delas participam todos os melhores elementos da província e, desse modo, as reuniões plenárias dos comitês provinciais se transformam numa importante escola de chefes locais e regionais. É necessário fazer com que essa tendência se torne uma norma nas organizações locais, nas províncias e distritos.
Em terceiro lugar, a vida interna do nosso Partido foi este ano, extraordinariamente intensa, poder-se-ia dizer, efervescente. Nós, bolcheviques, estamos habituados a fazer grandes coisas e, com freqüência, levamos a termo empreendimentos da mais alta importância, sem que nos apercebamos. Acontecimentos como a discussão e a promoção leninista, é supérfluo demonstrá-lo, são para o país e para o Partido acontecimentos de imensa importância, que não podiam deixar, naturalmente, de animar a vida interna do Partido.
Que evidenciam esses dois fatos? Que o nosso Partido, depois da discussão, se mantém forte como uma rocha; que o nosso Partido, que acolheu duzentos mil novos membros por vontade da classe operária e com a sua aprovação, é, em essência, um Partido eleito, um organismo eleito da classe operária.
1. Entre as organizações de massas que rodeiam o nosso Partido, é necessário dispensar atenção particular às cooperativas e às associações de operárias e camponesas. Assinalo, especialmente, estas organizações, porque são, no momento atual, as mais ameaçadas.
a) É indubitável que o aparelho das cooperativas de consumo, ao qual cumpre ligar a indústria estatal com a economia camponesa, não se revelou à altura da sua missão. Assim o evidencia o fato incontestável de que nas cooperativas de consumo os camponeses não constituem senão um terço do número total de associados. É necessário fazer com que os camponeses ocupem nelas o lugar que lhes cabe. É preciso que os comunistas transfiram o centro do trabalho, das províncias para os distritos, com vistas a estabelecer laços com as massas camponesas e transformar desse modo as cooperativas de consumo num elo que ligue a indústria à economia camponesa.
b) Não é melhor a situação nas cooperativas agrícolas. Confusão nas cifras e declínio no número de associados, no transcurso do ano, são fatos que induzem à reflexão. Também aqui, como nas cooperativas de consumo, os comunistas devem transferir o centro de gravidade para os distritos e aproximar-se mais das massas camponesas, propondo-se o objetivo de conseguir que os organismos locais da União de Cooperativas Agrícolas não sirvam de cobertura à prepotência dos kulaks. Mas, isso não basta. É necessário reforçar com elementos comunistas os organismos dirigentes da Liga, que nos últimos tempos começaram a claudicar seriamente.
e) Pior estão as coisas quanto ao trabalho entre as mulheres. É verdade que as assembléias das delegadas operárias e camponesas aumentam de número e se estendem, mas o que conseguiram fazer no campo da agitação os que se ocupam do movimento feminino ainda não está consolidado, do ponto-de-vista da organização, e nem sequer se fez uma centésima parte do mínimo indispensável. A percentagem da participação das operárias e camponesas no trabalho dos Soviets, dos sindicatos, do Partido, o demonstra de modo inequívoco. O Partido deve tomar as providências necessárias para preencher esta lacuna em futuro próximo. Não se pode admitir uma situação em que a metade da população da União Soviética continua à margem da grande via do desenvolvimento dos Soviets e do Partido.
d) Merecem atenção particular as organizações voluntárias de iniciativa social, sobretudo as organizações de correspondentes operários e camponeses. As organizações de correspondentes operários e camponeses têm um grande futuro.
Em certas condições de desenvolvimento, essas organizações podem agir como poderosos porta-vozes e veículos da opinião pública proletária. Conheceis a força da opinião pública proletária no denunciar e no corrigir as deficiências da nossa vida pública soviética; essa força é muito maior do que a força da pressão administrativa. Por isso, o Partido deve prestar o maior apoio a essas organizações.
2. O aparelho do Estado merece particular atenção Dificilmente se pode duvidar de que neste terreno a situação não é satisfatória.
a) Os preceitos de Lênin quanto à redução e à simplificação do aparelho do Estado só em parte foram cumpridos, em parte mínima. Falando com propriedade, não se pode chamar de redução nem de simplificação do aparelho à redução do pessoal dos Comissariados do Povo em 200.000 ou 300.000 empregados, quando, ao mesmo tempo, surgiram novos aparelhos: trustes, sindicatos, etc.. O Partido deve tomar todas as medidas a fim de que os preceitos de Lênin, neste campo, sejam aplicados com mão de ferro.
b) Mencionei cifras que denunciam a percentagem mínima dos sem partido nos nossos Soviets. Camaradas, não se pode continuar a viver assim, nem se pode continuar a construir assim o novo Estado. Sem dispensar atenção particular à necessidade de incorporar os sem partido ao trabalho dos Soviets, nas províncias e nos distritos, não se pode desenvolver seriamente a obra de edificação. Poderíamos indicar aqui várias vias. Uma das vias a seguir poderia ser a seguinte: organizar, junto aos Soviets provinciais e distritais, seções, ou, melhor ainda, conferências regulares sobre questões do trabalho para os sem partido — operários nas cidades, camponeses nos distritos — com o objetivo de incorporar os sem partido a uma atividade concreta nos vários ramos da administração e, em seguida, selecionar, entre os operários e os camponeses sem partido que participam de uma atividade concreta, os melhores, os mais capazes, para confiar-lhes postos no aparelho estatal. Sem semelhante ampliação da base dos Soviets urbanos e rurais, sem essa ampliação do trabalho dos Soviets, estes podem perder muito da sua importância e influência.
c) No nosso Partido existe a opinião de que o trabalho autêntico de Partido é o trabalho nos comitês provinciais, regionais, distritais e nas células. Quanto a todos os outros tipos trabalho, não se consideraria mais trabalho de Partido, verdadeiro e autêntico. Com freqüência, faz-se mofa dos que trabalham nos trustes e nos sindicatos: "Estais longe do Partido", diz-se (Uma voz:: "são expulsos"). É necessário depurar os organismos econômicos, do mesmo modo que as organizações do Partido, de certos camaradas. Mas não falo de casos excepcionais, e sim de casos que têm um caráter de massas. Entre nós é comum dividir-se o trabalho do Partido em duas categorias: categoria superior, ou seja, o trabalho exclusivamente de Partido nos comitês provinciais, regionais, nas células, no C. C.; e a categoria inferior, chamada trabalho de Partido entre aspas, ou seja, o trabalho em todos os organismos soviéticos e em particular nos comerciais. Camaradas: Semelhante atitude em face dos que trabalham nos organismos econômicos é profundamente contrária ao leninismo. Todo elemento das organizações econômicas, mesmo que trabalhe na tendinha mais insignificante, ou na menos importante das empresas comerciais éum verdadeiro militante do Partido e merece o pleno apoio do Partido, se constrói e faz progredir a nossa obra. Não podemos progredir na nossa edificação com semelhante atitude senhorial, intelectualóide, em face do comércio. Recentemente, realizei uma conferência na Universidade Sverdlov, onde declarei que talvez tenhamos que transferir uma dezena de milhares de comunistas do trabalho do Partido ou da indústria para o campo comercial. Houve riso geral. Não se dignam trabalhar no comércio! Contudo, é claro que tudo o que dizemos sobre a edificação socialista corre o perigo de se tornar tagarelice vã se não extirparmos do Partido os preconceitos senhoriais e intelectualóides, em face do comércio e sé nós, comunistas, não tomarmos nas nossas mãos todos os ramos do comércio.
d) Camaradas, nenhum trabalho de edificação, nenhum trabalho estatal, nenhum trabalho de planificação é possível sem um bom registro dos quadros. O registro não é possível sem estatística. Sem estatística o registro não dará um passo à frente. Há pouco, numa conferência, Rikov disse que, no período do comunismo de guerra, havia no Conselho Superior da Economia Nacional um estatístico que sobre certa questão dava umas cifras, hoje, e no dia seguinte, outras inteiramente diversas. Infelizmente, há ainda entre nós estatísticos desse tipo. O trabalho da estatística é tal que os diferentes setores do conjunto se apresentam como elos de uma cadeia ininterrupta e, se se estraga um elo, todo o trabalho corre o perigo de desarranjar-se. No Estado burguês, o estatístico possui um mínimo de honestidade profissional. Não pode mentir. Pode ser de qualquer tendência ou convicção política, mas quanto aos fatos, às cifras, deixará que lhe partam a cabeça, mas não mentirá. Desejaríamos ter muitos desses estatísticos burgueses, homens que se respeitam a si mesmos e possuem um mínimo de honestidade profissional! Se não soubermos organizar desse modo o trabalho da estatística, a nossa edificação não dará um passo à frente.
O mesmo se pode dizer da contabilidade. Nenhum trabalho econômico pode ir para a frente sem contabilidade. Mas, infelizmente, os nossos contabilistas nem sempre possuem as qualidades elementares do tipo comum de contabilista burguês honesto. Inclino-me diante de alguns deles; entre eles há trabalhadores honestos e dedicados, mas é verdade que também há gente desonesta, capaz de enxertar qualquer balanço e que é mais perigosa do que os contra-revolucionários. Se não superarmos essas deficiências, se não as extirparmos, não poderemos fazer progredir nem a economia do país, nem o seu comércio.
e) A percentagem de operários e de comunistas nos organismos dirigentes de certas instituições, estatais é ainda mínima e insuficiente. Esta deficiência salta particularmente à vista no que diz respeito aos organismos dirigentes e às representações no estrangeiro dos estabelecimentos comerciais (comércio exterior, comércio interno, trustes) e aos institutos de crédito que, atualmente, têm importância decisiva na vida e no desenvolvimento da economia nacional e, sobretudo, da indústria estatal. O Partido deve tomar todas as providências para preencher esta lacuna. Sem isso não se pode pensar sequer em aplicar as diretivas políticas e econômicas do Partido.
f) Até hoje a formação e a organização dos trustes era a questão mais importante da edificação econômica. Agora, quando o centro de gravidade se transferiu para o campo do comércio, estão na ordem do dia os problemas da constituição de sociedades mistas. e por ações[N97] para o comércio interno e externo. A prática demonstrou que, se soubemos resolver a questão dos trustes, as nossas instituições coxeiam com as duas pernas quando se trata de decidir as questões das sociedades mistas e por ações. Há a tendência para organizar um tipo de instituição comercial que reduziria ao mínimo a importância do controle estatal neste importante ramo de atividade. Não testa dúvida que o Partido lutará com todos os meios ao seu alcance contra semelhante tendência.
3. E necessário continuar melhorando a composição do Partido em geral e dos seus organismos dirigentes, em particular. Em caso algum se podem considerar os quadros do Partido como alguma coisa de fechado. O efetivo dos quadros deve ampliar-se, passe a passo, mediante a admissão de jovens militantes. Os jovens devem completar os quadros do Partido. De outro modo, a existência dos quadros não tem sentido.
4. No terreno da agitação.
a) Quanto à educação política dos membros do Partido, as coisas vão mal (60% sem preparação política). A promoção leninista aumenta esta percentagem. É necessário um trabalho sistemático para eliminar esta deficiência. Trata-se aqui de dar um impulso para a frente.
b) Também no campo da cinematografia as coisas vão mal. O cinema é um grande instrumento de agitação de massas. Trata-se, aqui, de tomar a coisa nas nossas mãos.
c) No campo da imprensa assinalamos algum progresso, mas insuficiente. Trata-se, aqui, de elevar a tiragem da "Krestianskaia Gazieta"[N98] a um milhão de exemplares e a da "Pravda", a 600.000, e de publicar um jornal popular para a promoção leninista com uma tiragem mínima de meio milhão de exemplares.
d) Os jornais murais fazem progresso, mas insuficiente. Trata-se, aqui, de ajudar os correspondentes e dar impulso a essa atividade.
e) As coisas vão mal quanto ao trabalho no campo. Aqui, a agitação deve basear-se sobretudo nos fatos, ajudando por todos os meios os elementos pobres e médios, concedendo crédito em condições favoráveis, desenvolvendo as primeiras fazendas coletivas (e não as comuns) do tipo dos comitês de camponeses pobres da Ucrânia,[N99] onde existem cerca de cinco mil kolkoses, e recrutando camponeses para as cooperativas e sobretudo para as cooperativas agrícolas. É necessário considerar como tarefa de particular importância a de tomar nas nossas mãos os comitês camponeses de ajuda mútua. Não se podem esquecer as unidades militares territoriais[N100] que têm uma grande importância para a agitação no campo.
5. No que diz respeito ao levantamento, à distribuição e à promoção dos quadros dirigentes inscritos ou não inscritos no Partido:
a) O levantamento está mais ou menos preparado.
b) A distribuição anda um pouco pior, porque as tarefas principais do reagrupamento de forças na nova situação do desenvolvimento interno, apresentadas por Lênin ao XI Congresso, ainda não estão cumpridas. O problema de saturar ao máximo, com os melhores elementos, todas as organizações comerciais ainda espera solução.
No ano passado, a Secção de Quadros trabalhou principalmente para os organismos do Conselho Superior da Economia Nacional e para o Comissariado do Povo das Finanças, particularmente para o seu aparelho fiscal, fornecendo pessoal qualificado de preferência a esses organismos. Agora, a tarefa é voltar o barco na direção das instituições comerciais e dos institutos de crédito, fornecendo-lhes pessoal dirigente, dando-lhes a preferência sobre as demais instituições. Para isso talvez se tornem necessários uns cinco mil comunistas.
Ao mesmo tempo, temos a tarefa de aperfeiçoar o método já em vigor de distribuição de forças, adotando novos procedimentos: o que se baseia no livre consentimento, ou seja, o apelo a voluntários para organizar o trabalho em pontos de particular importância da edificação soviética. Esse método ligas-se diretamente ao problema de organizar de maneira exemplar o trabalho em determinadas regiões, sem o que (sem esta organização exemplar do trabalho) não poderemos prosseguir na atual etapa. A idéia do trabalho exemplar, dada por Lênin em "O Imposto em Espécie",[N101] deve ser posta em prática. Atenção particular deve ser dispensada à promoção de elementos inscritos ou não inscritos no Partido. O método de promoção de novos homens, feito apenas de cima, não basta. É necessário completá-lo com métodos de promoção de baixo, no curso do trabalho prático, no curso da atividade destinada a atrair novas forças para o trabalho prático. Neste sentido, na promoção de operários a postos de responsabilidade nas fábricas e nos trustes, devem desempenhar um grande papel as conferências de produção das fábricas e dos trustes. É necessário desenvolver as seções dos departamentos dos Soviets de sede de província e distrito, transformando-as em conferências periódicas de caráter prático e fazendo com que participem dessas conferências tanto membros dos Soviets, como, particularmente, aqueles que não são membros, operários e operárias, camponeses e camponesas. Somente no curso desse vasto trabalho prático se poderão destacar novos elementos operários e camponeses sem partido. A onda da promoção leninista nas cidades e a crescente atividade política dos camponeses demonstram de modo inequívoco que esse método de promoção deve produzir grandes resultados.
6. Duas conclusões sobre a vida interna do Partido:
a) O chamado "princípio" da ampliação do C.C. do Partido se revelou justo. A experiência demonstrou que a ampliação do C.C. foi extremamente útil e que os camaradas que defendiam o "princípio" da redução do C.C. trilhavam caminho errado.
b) Agora, está claro para todos que, quando a oposição, no curso da discussão, falava em desagregação do Partido, errava profundamente. Dificilmente se poderá encontrar no nosso Partido uma só organização séria que, observando a marcha da vida interna do Partido, o seu poderoso desenvolvimento não diga que aqueles que até recentemente representavam o papel de ave agourenta, profetizando a ruína do nosso Partido, na realidade desconheciam o Partido, estavam dele afastados e lembravam muito certos indivíduos que se poderiam considerar estrangeiros no Partido.
Conclusão: o nosso partido se desenvolve, vai para a frente, aprende a governar, tornar-se o órgão mais autorizado da classe operária. A promoção leninista o comprova diretamente. (Aplausos prolongados) .
Camaradas:
Nos discursos aqui pronunciados, não encontrei objeções ao informe de organização do C.C. Por isso, creio que o Congresso está de acordo com as conclusões desse informe. (Aplausos).
No meu informe não toquei, intencionalmente, nas nossas divergências no seio do Partido, evitei mencioná-las para não reabrir feridas que pareciam cicatrizadas. Mas, depois que Trotski e Preobrazhenski trouxeram a lume essas questões, permitindo-se várias inexatidões e lançando um repto, não se deve calar. Em semelhante situação, o silêncio seria inconcebível.
A camarada Krupskaia disse que não se deve voltar aos debates em torno das divergências. Sou decididamente contrário a que se renove a discussão e, justamente por isso, no meu informe, não toquei nas divergências. Mas já que os camaradas da oposição tocaram no problema e lançaram um repto, não temos o direito de calar.
Tanto Trotski quanto Preobrazhenski, falando das divergências, chamam a atenção do Congresso para uma resolução, a de 5 de dezembro, esquecendo que, além daquela, há outra, a resolução sobre o balanço da discussão,[N102] esquecendo que houve uma Conferência e que, depois da resolução adotada pelo C.C., a 5 de dezembro, levantou-se uma nova onda de debates, que foram analisados na resolução especial da XIII Conferência sobre o balanço da discussão. Eles se esquecem de que passar em silêncio sobre a XIII Conferência não poderá deixar de ter conseqüências para a oposição.
Chamo a atenção do Congresso para o fato de que na Conferência se aprovou uma resolução sobre a política econômica e duas sobre a edificação do Partido. Por quê? Havia uma resolução ratificada por todo o Partido e aprovada pelo C.C., a 5 de dezembro, mas em seguida se considerou necessário adotar outra resolução sobre o mesmo problema, sobre o desvio pequeno-burguês. Que calamidade é essa? A que se deve? Deve-se ao fato de que toda a discussão teve dois períodos: o primeiro período, que terminou com a resolução de 5 de dezembro, aprovada por unanimidade, e o segundo, que terminou com a resolução sobre o desvio pequeno-burguês. Supúnhamos então, isto é, no primeiro período, que a resolução de 5 de dezembro provavelmente poria termo à discussão no Partido e, justamente por isso, no informe que então apresentei à XIII Conferência, declarei, referindo-me àquele período, que, se a oposição tivesse desejado, a resolução de 5 de dezembro teria posto fim à luta no Partido. Eu o disse e todos nós pensávamos assim. Mas o fato é que a discussão não se encerrou naquele período. Depois da resolução de 5 de dezembro, apareceram as cartas de Trotski — uma nova plataforma com novos problemas — e começou nova onda de discussão, mais áspera do que a primeira. Foi precisamente isso que destruiu a possibilidade de paz no Partido. Esse foi o segundo período, sobre o qual, agora, os oposicionistas procuram silenciar, para não tomá-lo em consideração.
O fato é que entre a discussão do segundo período e a do primeiro período, refletida na resolução de 5 de dezembro, a diferença é enorme. A resolução de 5 de dezembro não colocava o problema da degeneração dos quadros. Trotski, com quem redigimos então a resolução, não disse uma palavra sobre isso. Compreende-se que guardava esse suplemento para as suas intervenções posteriores. Além disso, na resolução de 5 de dezembro não se colocava a questão da juventude estudantil como o barômetro mais seguro. Como se vê, Trotski também guardava esta questão como reserva para suas intervenções posteriores. Na resolução de 5 de dezembro não há aquela tendência para atacar o aparelho, não se exige que se adotem medidas punitivas contra o aparelho do Partido, coisa de que Trotski falou depois extensamente nas suas cartas. E finalmente, na resolução de 5 de dezembro não há alusão sequer à necessidade de grupos, mas, no entanto, Trotski, nas suas cartas, se alongou sobre este ponto, isto é, sobre os grupos.
Vede a enorme diferença que existe entre a atitude da oposição antes de 5 de dezembro e a atitude dos seus líderes depois de 5 de dezembro.
Agora, Trotski e Preobrazhenski procuram esconder, fazer caso omisso da segunda plataforma no segundo período da discussão, acreditando, evidentemente, que são mais perspicazes do que o Partido. Não, não o conseguireis! Não enganareis o Congresso com uma astúcia pouco inteligente, nem com diplomacia. Não duvido de que o Congresso se pronunciará tanto sobre o primeiro período da discussão, do qual a resolução de 5 de dezembro foi a expressão, como sobre o segundo período, que encontrou a sua expressão na resolução da conferência sobre o desvio pequeno-burguês.
Ambas as resoluções são partes de um todo único, que se chama a discussão. Comete erro quem pensar que, confundindo as duas partes, poderá enganar o Congresso. O Partido cresceu, tornou-se mais consciente e não se pode enganá-lo com diplomacia. Todo o erro da oposição consiste em não compreender isso.
Vejamos: quem tinha razão nas questões relativas à plataforma da oposição depois de 5 de dezembro? Quem tinha razão nas quatro novas questões levantadas nas cartas de Trotski?
Primeira questão: os quadros se degeneram. Todos nós exigíamos e exigimos fatos que comprovem a degeneração dos quadros. No entanto, tais fatos não foram apresentados,, e não podem ser apresentados, porque esses fatos não existem. Tendo examinado de perto o problema, todos verificamos que entre nós não havia degeneração, mas, sim, indubitavelmente, um desvio de alguns chefes da oposição para a política pequeno-burguesa. Quem, pois, tem razão? Não é a oposição, ao que parece.
Segunda questão: a juventude estudantil, que seria o barômetro mais seguro. Quem está certo nesta questão?
Também aqui, não é a oposição, segundo parece. Se analisarmos o crescimento do nosso Partido neste período, a admissão de duzentos mil novos membros, verificaremos que é necessário procurar o barômetro, não nas fileiras da juventude estudantil, mas nas fileiras do proletariado; que o Partido deve basear-se, não na juventude estudantil, mas no núcleo proletário do Partido. Duzentos mil novos membros do Partido, eis o barômetro. Também aqui a oposição não está certa.
Terceira questão: sanções contra o aparelho, ataque ao aparelho do Partido. Quem tinha razão? Mais uma vez, não era a oposição. Esta arriou a sua bandeira de ataque contra o aparelho e passou à defensiva. Fostes testemunhas aqui de como a oposição se contorcia, retirando-se em debandada das posições de luta contra o aparelho do Partido.
Quarta questão: sobre frações, sobre grupos. Trotski declarou que é decididamente contra os grupos. Está muito bem. Mas já que é preciso fazer história, permiti-me que recorde alguns fatos. Em dezembro, tínhamos uma subcomissão do C.C. do Partido incumbida da tarefa de elaborar a resolução publicada a 5 de dezembro. Esta subcomissão se compunha de três pessoas: Trotski, Kamenev e Stálin. Notastes que na resolução de 5 de dezembro não há menção à frase sobre grupos? Fala-se ali da proibição das frações, mas nada se diz da proibição dos grupos. Há somente uma referência à conhecida decisão do X Congresso sobre a unidade do Partido. Como se explica isso? É casual? Não, não é casual. Eu e Kamenev levantamos decididamente a questão: proibir os grupos. Trotski protestava em tom de ultimato contra esta proibição, declarando não poder, em tais circunstâncias, votar pela resolução. Limitamo-nos, então, a invocar a resolução do X Congresso, que Trotski, segundo parece, não havia lido ainda e na qual se fala, não somente da proibição das frações, mas também da proibição dos grupos. (Risos, aplausos.) Trotski era então pela liberdade de grupos. Aqui, elogiou a resolução de 5 de dezembro. Mas na sua carta ao C.C. do P.C. (b) da Rússia, quatro dias depois de aprovada, a resolução sobre a construção do Partido, isto é, a 9 de dezembro, Trotski escrevia:
"Suscita em mim. particular preocupação aposição puramente formal dos membros do Birô Político sobrea questão dos grupos e das agrupações fracionais."
Que vos parece? Verifica-se que o homem que defende com fervor aquela resolução, traz por outro lado no espírito uma inquietação particular, que lhe é provocada pela atitude do Birô Político em face dos grupos e das frações. Isso não me parece demonstrar que Trotski era então pela proibição dos grupos. Não Trotski era então pela formação de grupos, pela liberdade de grupos.
Ademais, quem não recorda a conhecida resolução de Preobrazhenski, apresentada em Moscou, exigindo que se reabrisse a questão das frações, já resolvida pelo X Congresso do Partido, a fim de que fossem suprimidas algumas restrições? Em Moscou todo mundo se lembra disso. E quem dentre vós não recorda que Preobrazhenski exigia, nos seus artigos, que se restabelecesse no Partido a ordem de coisas que existia à época da paz de Brest-Litovsk ? E nós sabemos que àquela época o Partido foi obrigado a tolerar a existência de frações; isto é notório. E quem não recorda que na XIII Conferência, no momento em que eu propunha a coisa mais simples: refrescar a memória dos membros do Partido para o sétimo ponto da resolução sobre a unidade, sobre a proibição dos grupos — todos os oposicionistas se puseram furiosos, exigindo a exclusão deste ponto? Portanto, a oposição era, nessa questão, inteiramente favorável à liberdade de grupos, porque acreditava na possibilidade de iludir a vigilância do Partido, ao dizer que reivindicava, não a liberdade de frações, mas a liberdade de grupos. Se, hoje, os oposicionistas se declaram contrários aos grupos, está muito bem. Mas de modo algum posso definir esta declaração como uma ofensiva da sua parte: trata-se de uma retirada em desordem, é indício de que também aqui o C.C. tem razão.
Depois dessa explicação, permiti-me, camaradas, que vos diga algumas palavras sobre certos erros de princípios cometidos por Trotski e Preobrazhenski nas suas intervenções sobre problemas de organização do Partido.
Disse Trotski que, no fundo, a democracia se reduz a um problema de gerações. Isto é falso. Falso do ponto-de-vista dos princípios. De modo algum a essência da democracia reduz a isso. O problema das gerações é secundário. Os dados sobre a vida do nosso Partido e a própria vida do nosso Partido demonstram que a geração moça do Partido vai-se incorporando, pouco a pouco, aos efetivos dos quadros: os efetivos dos quadros se vão ampliando com a incorporação dos jovens. O Partido sempre seguiu e continuará seguindo este caminho. Somente os que consideram os quadros, no seu conjunto, como um todo fechado, como uma casta privilegiada, que não admitem no seu próprio meio novos elementos, somente os que consideram os quadros como o corpo de oficiais dos velhos tempos, somente os que consideram todos os demais membros do Partido "inferiores em dignidade", somente os que querem introduzir uma cunha entre os quadros e os jovens militantes, somente estes podem reduzir a questão da democracia no Partido a uma questão de gerações. Em essência, a democracia não se reduz ao problema das gerações, mas é um problema de espírito de iniciativa, de participação ativa dos membros do Partido na direção do Partido. Somente assim deve ser colocada a questão da democracia, naturalmente se se trata, não de um partido baseado na democracia formal, mas de um partido verdadeiramente proletário, indissolüvelmente ligado às massas da classe operária.
Segunda questão. O maior perigo, diz Trotski, consiste na burocratização do aparelho do Partido. Também isso é falso. O perigo não consiste nisso, mas na possibilidade de que o Partido se distancie realmente das massas sem partido. Podeis ter um partido com um aparelho democraticamente estruturado, mas, se este partido não estiver ligado à classe operária, a democracia será vã e o seu valor, nulo. O Partido existe para a classe. Enquanto estiver ligado à classe, mantiver contato com a classe, tiver autoridade junto às massas sem partido, merecer o seu respeito, poderá existir e desenvolver-se mesmo tendo defeitos burocráticos. Mas se faltar tudo isso, podereis ter a organização de partido que quiserdes — burocrática ou democrática — o Partido perecerá inevitavelmente. O Partido é a parte da classe, que existe para a classe e não para si mesmo.
Terceira questão, também errônea do ponto-de-vista dos princípios: O Partido, diz Trotski, não erra. Isto é falso O Partido erra com freqüência. Ilitch insistia em que devíamos ensinar o Partido a orientar-se de modo justo, aprendendo com os seus próprios erros. Se o Partido não cometesse erros, nada teríamos a ensinar ao Partido. A nossa tarefa consiste em descobrir os erros, pôr a nu as suas raízes e demonstrar ao Partido e à classe operária como erramos e como devemos evitar a repetição de semelhantes erros. De outro modo seria impossível o desenvolvimento do Partido. De outro modo, seria impossível a formação de chefes e de quadros do Partido, porque estes se formam e se educam na luta contra os próprios erros, para superar estes erros. Creio que a declaração de Trotski é, em certo sentido, uma lisonja, ligada a certa tentativa de escárnio, tentativa infeliz, para dizer a verdade.
E agora, passemos a Preobrazhenski. Ele falou da depuração. Preobrazhenski acha que a depuração é o instrumento da maioria do Partido contra a oposição e, segundo parece, não aprova os métodos da depuração. Esta é uma questão de princípio. Um profundo erro de Preobrazhenski consiste em não compreender que, sem uma depuração periódica dos elementos vacilantes, o Partido não se pode fortalecer. O camarada Lênin ensinava que o Partido só se pode fortalecer livrando-se, pouco a pouco, dos elementos vacilantes que se infiltram e continuarão a infiltrar-se ainda no Partido. Agiríamos contra o leninismo se assumíssemos uma atitude negativa em face da depuração em geral. Quanto à depuração de que se trata, que mal tem? Diz-se que foram cometidos alguns erros. É natural. Onde já se viu que numa grande obra não se cometam erros? Isto nunca se viu: Pode haver e é natural que haja alguns equívocos; mas, no fundamental, a depuração é justa. Contaram-me que alguns elementos não proletários, intelectuais e empregados, esperavam a depuração com temor e alarma. Contaram-me a seguinte cena: havia várias pessoas num escritório que deviam ser submetidas à depuração. Era a célula de um organismo soviético. Em sala vizinha estava reunida a comissão de depuração. Um membro da célula, depois de passar diante da comissão, saiu da sala em disparada, lavado em suor. Pediram-lhe que dissesse o que havia ocorrido. Respondeu: "Esperai, deixai-me respirar, deixai-me respirar, não consigo falar." (Risos.) Talvez a depuração não seja boa para pessoas que sofrem e suam em bicas, mas para o Partido é muito boa. (Aplausos.) Infelizmente, há ainda entre nós certo número de membros do Partido que, embora percebam mil ou dois mil rublos mensais, são membros do Partido e esquecem que o Partido existe. Conheço fatos relativos à célula de um Comissariado, onde trabalham membros do Partido desse tipo e onde há, entre outros, choferes. Esta célula encarregou um chofer da depuração, o que suscitou protestos deste gênero: um chofer não deveria depurar dignitários soviéticos. Tais coisas ocorreram aqui, em Moscou. Membros do Partido, evidentemente afastados do Partido, mostram-se indignados e não podem admitir que "um chofer qualquer" os depure. É necessário educar e reeducar semelhantes membros do Partido, às vezes também mediante a expulsão. O essencial na depuração é que tais pessoas sintam que existe um chefe, que existe o Partido, que pode pedir contas pelos pecados cometidos contra o Partido. Creio que às vezes, de quando em quando, o chefe deveria sem falta passar a vassoura nas fileiras do Partido. (Aplausos.)
Disse Preobrazhenski: a vossa política é justa, mas a linha de organização não o é, e aí está a base da possível ruína do Partido. Trata-se de uma tolice, camaradas. Jamais sucede que a política de um partido seja justa e que, não obstante isso, o Partido vá à garra por deficiências na linha de organização. Jamais ocorre tal coisa. A base da vida e do trabalho do Partido não consiste nas formas de organização que o Partido adote ou pode adotar em dado momento, mas na sua política, na sua política interna e externa. Se a política do Partido é justa, se levanta de modo justo, os problemas políticos e econômicos que têm importância decisiva para a classe operária, os defeitos de organização não podem ter importância decisiva: a política salvará a situação. Sempre foi assim, e assim será no futuro. Os que não o compreendem são maus marxistas; esquecem o ABC do marxismo.
Tinha ou não tinha razão o Partido nas questões em torno das quais se desenvolveu a discussão, nas questões de caráter econômico e de edificação do Partido? Se alguém deseja comprová-lo, de um golpe, sem palavras supérfluas, deve recorrer ao Partido e à massa operária e formular a pergunta: que atitude mantêm em face do Partido as massas operárias sem partido, de simpatia ou de antipatia? Se os membros da oposição tivessem formulado a questão desse modo, se tivessem perguntado a si mesmos: qual a atitude da classe operária diante do Partido, é de simpatia ou de antipatia? — teriam compreendido que o Partido está na rota certa. A promoção leninista é a chave para compreender tudo o que se refere ao balanço da discussão. Se a classe operária manda para o Partido duzentos mil dos seus componentes, escolhendo os mais honestos e os mais provados, isto significa que este Partido é invencível, porque o Partido se tornou, no fundo, um organismo eleito pela classe operária, o único que goza de sua confiança. Um partido desse tipo continuará a existir para terror dos seus inimigos, tal partido não pode desagregar-se. A desgraça é que a nossa oposição enfrentou os problemas do Partido, os problemas do balanço da discussão, não do ponto-de-vista de um marxista, que avalia o peso específico do Partido na base da influência que exerce sobre as massas — porque o Partido existe para as massas, e não o contrário —mas do ponto-de-vista formal, do ponto-de-vista do aparelho "em si". Para encontrar, de modo simples e direto, a chave, para compreender o balanço da discussão, é necessário, não recorrer à tagarelice sobre o aparelho, mas considerar os duzentos mil que entraram para o Partido e que revelaram a profunda democracia deste. As referências à democracia nos discursos dos membros da oposição não passam de vã tagarelice: por outro lado, quando a classe operária introduz no Partido 200 mil novos membros, esta é a verdadeira democracia. O nosso Partido se tornou um órgão eleito da classe operária. Indicai-me outro partido semelhante. Não podereis indicá-lo, porque ainda não existe no mundo. Mas, coisa estranha, nem mesmo um partido tão poderoso, agrada aos nossos oposicionistas. Onde, sobre a face da terra, poderiam encontrar um partido melhor?
Temo que, em busca de um partido melhor, sejam obrigados a mudar-se para Marte._ (Aplausos.)
A última questão diz respeito ao desvio pequeno-burguês; é esta uma acusação que, segundo a oposição, seria infundada. Será verdade? Não, não é verdade. De onde vem essa acusação, que lhe serve de fundamento? A acusação se baseia no fato de que, na sua agitação desenfreada pela democracia no partido, os oposicionistas, involuntariamente, sem que o quisessem serviram de certo modo de porta-vozes da nova burguesia, que não faz caso da democracia no nosso Partido, mas que desejaria, e o desejaria muitíssimo, a democracia no país. O setor do Partido, que fez grande alvoroço em torno dos problemas da democracia, serviu, involuntariamente, de porta-voz e de veículo à agitação levada a efeito no país pela nova burguesia, agitação que tem em vista enfraquecer a ditadura, "ampliar" a Constituição soviética, restabelecer os direitos políticos dos exploradores. Eis onde está a mola, eis o segredo que explica como os membros da oposição, que sem dúvida amam o Partido, etc., etc., se tornaram, sem que o percebessem, porta-vozes daqueles que estão fora do Partido e que desejam enfraquecer, desagregar a ditadura.
Por alguma coisa os mencheviques e os socialistas revolucionários simpatizam com a oposição. Será por acaso? Não, não é por acaso. Tal é a distribuição das forças em escala internacional, que toda tentativa para enfraquecer a autoridade do nosso Partido e a solidez da ditadura no nosso país será infalivelmente explorada a seu favor pelos inimigos da revolução, seja essa tentativa uma tarefa da nossa oposição ou dos socialistas revolucionários aliados aos mencheviques. Quem não compreendeu isto, não compreendeu a lógica da luta fracionista no seio do nosso Partido, não compreendeu que o êxito desta luta não depende de pessoas ou de desejos, mas dos resultados obtidos no balanço geral da luta entre os elementos soviéticos e os anti-soviéticos. Por isso, temos na oposição um desvio pequeno-burguês.
Disse Lênin, certa vez, a propósito da disciplina do Partido e da coesão das nossas fileiras:
"Quem enfraquece, por pouco que seja, a disciplina férrea do Partido do proletariado (sobretudo no período da ditadura do proletariado) ajuda de fato a burguesia contra o proletariado." (Vide vol. XXV, pág. 190).[N103]
Será ainda necessário demonstrar que os camaradas da oposição, com os seus ataques contra a organização de Moscou e o Comitê Central do Partido, procuravam enfraquecer a disciplina do Partido e minar as bases da ditadura, pois o Partido é o núcleo fundamental da ditadura?
Por isso, creio que a XIII Conferência teve razão ao dizer que nós nos encontramos diante de um desvio para uma política pequeno-burguesa. Não se trata ainda de uma política pequeno-burguesa. De modo algum! Lênin explicou ao X Congresso que um desvio é coisa ainda não bem definida, ainda não formada. Se vós, camaradas da oposição, não insistirdes neste desvio pequeno-burguês, nestes pequenos erros, tudo se ajustará e o trabalho do Partido irá para a frente. Se, ao contrário, insistirdes, então o desvio pequeno-burguês poderá transformar-se em política pequeno-burguesa. Isso quer dizer que tudo depende de vós, camaradas da oposição.
Quais são as conclusões? São as seguintes: devemos continuar trabalhando no seio do Partido sobre a base da sua plena unidade. Atentai para o Congresso, que apoiou como um só homem a linha do C.C.: eis aí a unidade do Partido. A oposição representa uma minoria insignificante no nosso Partido. Que o Partido está unido e que continuará unido, demonstra-o o atual Congresso, evidenciam-no a unidade e a coesão do Congresso. Se aqui pode ou não haver unidade com o grupo insignificante do Partido que se chama oposição, isto depende dos oposicionistas. Somos partidários do trabalho em harmonia com a oposição. No momento culminante da discussão, no ano passado, afirmamos a necessidade de um trabalho comum com a oposição. Confirmamo-lo novamente aqui. Mas se se conseguirá ou não realizar esta unidade, não sei, porque, no futuro, isto dependerá inteiramente da oposição. Neste caso, a unidade será o resultado da ação recíproca de dois fatores: a maioria do Partido e a minoria. A maioria deseja a unidade no trabalho. Se a minoria o deseja sinceramente, não sei. Isso depende inteiramente dos camaradas da oposição.
Conclusão. A conclusão consiste em confirmar as resoluções da XIII Conferência e em aprovar a atividade do C.C. Não duvido de que o Congresso ratificará estas resoluções e aprovará a atividade política e de organização do C.C. (Aplausos prolongados.)
Notas:
(1) (*) Stálin refere-se aqui ao recrutamento em massa dos melhores operários, pelo Partido bolchevique, logo após a morte de Lênin. (Nota da tradução brasileira). (retornar ao texto)
(2) Organização para a venda de cereais e outros produtos agrícolas. (retornar ao texto)
[N93] O XIII Congresso do P. C. (b) da Rússia — o primeiro Congresso do Partido bolchevique depois da morte de Lênin — realizou-se de 23 a 31 de maio de 1924, sob a direção de Stálin. Participaram do Congresso 748 delegados com voz e voto, representando os 735.881 membros do Partido, dos quais 241.591 da promoção leninista e 127.741 já candidatos antes da promoção leninista. Os delegados com voz totalisavam 416. O Congresso discutiu o Informe Político e de Organização do C.C., os Informes da Comissão Central ds Revisão e da Comissão Central de Controle, o Informe da representação do P.C. (b) da Rússia no Comitê Executivo da Internacional Comunista, os problemas relativos a questões de partido e de organização, os problemas concernentes ao comércio interno, às cooperativas, ao trabalho no campo, ao trabalho entre os jovens, etc. O Congresso condenou por unanimidade a plataforma da oposição trotskista como desvio pequeno-burguês do marxismo e revisão do leninismo e aprovou as resoluções da XIII Conferência do Partido, «A edificação do Partido» e «O balanço da discussão e o desvio pequeno-burguês no Partido». O Congresso salientou a enorme importância da promoção leninista e chamou a atenção do Partido para a necessidade de intensificar o ensino dos princípios do leninismo aos jovens membros do Partido. O Congresso confiou ao Instituto Lênin o encargo de preparar uma edição acuradíssima das obras completas de Lênin e uma edição de obras escolhidas para as grandes massas trabalhadoras, em todas as línguas das nacionalidades da U.R.S.S. (retornar ao texto)
[N95] Os comitês camponeses de ajuda mútua (Krestkom) foram criados na base de um decreto do Conselho dos Comissários do Povo, de 14 de maio de 1921, assinado por Lênin. Anexos aos Soviets rurais e aos Comitês Executivos dos volost, esses comitês tinham um duplo objetivo: melhorar a assistência aos camponeses e às famílias dos soldados vermelhos e desenvolver a atividade e o espírito de iniciativa das grandes massas camponesas. Em seguida, na base do regulamento aprovado pelo Comitê Executivo Central da União e do Conselho de Comissários do Povo da R.S.F.S.R., de setembro de 1924, foi também confiada aos comitês camponeses a tarefa de desenvolver e reforçar entre as populações do campo várias formas de cooperação e de fazer entrar nas cooperativas massas de camponeses pobres e médios. Os comitês existiram até 1933. (retornar ao texto)
[N96] Em homenagem ao XIII Congresso do P.C. (b) da Rússia, realizou-ise, a 23 de maio de 1924, na Praça Vermelha, um desfile de jovens pioneiros, do qual participaram cerca de dez mil jovens. (retornar ao texto)
[N97] As sociedades por ações (estatais, mistas e cooperativas) eram organizadas na U.R.S.S. pelo Comissariado do Povo do Comércio Exterior, pelo Comissariado do Povo do Comércio Interior e pelo Comissariado do Povo das Finanças, com a aprovação do Conselho do Trabalho e da Defesa. Com isso se perseguia o objetivo de atrair recursos, inclusive de industriais privados, para a mais rápida restauração da economia nacional e para o desenvolvimento do intercâmbio de mercadorias. As sociedades mistas, uma das formas das sociedades por ações, atraíram capitais estrangeiros com o objetivo de intensificar as trocas com o estrangeiro e importar os produtos industriais necessários à reconstrução da economia nacional. As sociedades mistas estavam sob o controle direto do Comissariado do Povo do Comércio Exterior. As sociedades por ações existiram no primeiro período da N.E.P. (retornar ao texto)
[N98] «A Krestianskaia Gazieta» («A Gazeta Camponesa»), órgão do Comitê Central do P.C. (b) da U.R.S.S. para as grandes massas camponesas. Publicou-se de novembro de 1923 a fevereiro de 1939. (retornar ao texto)
[N99] Os comitês de camponeses pobres (Komnesam), formados na Ucrânia para defender os interesses dos camponeses pobres e médios, agrupavam ora camponeses com pouca terra ou sem terra. Fundados em 1920 foram dissolvidos após a realização da coletivização integral, em 1933. No primeiro período (1920-21) eram organizações de forte caráter político, que contribuíam para consolidar o Poder Soviético no campo. No período da N.E.P. tornaram-se organismos de produção cuja finalidade era induzir os componeses a entrar nas várias coletividades agrícolas. (retornar ao texto)
[N100] Por decreto do Comitê Executivo Central e do Conselho de Comissários do Povo, de 8 de agosto de 1923, foram criadas as formações territoriais, isto é, núcleos de trabalhadores armados que acompanhavam as unidades do Exercito Vermelho. Os trabalhadores recebiam instrução militar mediante breve permanência em acampamentos militares. (retornar ao texto)
[N101] Vide «Sobre o imposto em espécie», in «Obras Escolhidas», ed. cit., vol. II, págs. 678-707. (retornar ao texto)
[N102] A resolução «O balanço da discussão e o desvio pequeno-burguês no Partido» foi aprovada na XIII Conferência do P.C. (b) da Rússia, a 18 de janeiro de 1924, após o Informe de Stálin «Sobre as tarefas imediatas da edificação do Partido». (retornar ao texto)
[N103] Vide «A doença infantil...», ed. cit, pág. 39. (retornar ao texto)
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Inclusão | 19/06/2008 |