O fator mais poderoso no movimento indiano é o espírito de revolta que afetou o campesinato do país. Ao mesmo tempo que a rebelião Moplah não está ainda completamente liquidada, apesar do livre uso de metralhadoras e bombardeiros, o movimento Akali, no Punjab, os Aikva Sabhas, nas Províncias Unidas, e a revolta Bheef, nos Estados Nativos da Índia Central, estão assumindo proporções alarmantes. O movimento Akali é muito bem alinhado com o movimento político, mesmo que seja decididamente uma questão agrária mirar na “reforma” dos grandes templos que possuem vastas posses, nos quais milhões de camponeses pobres trabalham e passam fome. A reforma pretendida não é nada menos do que a expropriação. O Akali Dal tem uma boa organização com aproximadamente 50.000 membros registrados. O governo virou sua atenção para esse movimento e em dois meses não menos do que 2.500 membros do Akali Dal foram presos. Mas o movimento ainda está mostrando sinais de crescimento. Bandos armados de camponeses estão se movimentando por toda a província, aterrorizando os donos de terra e agitando por uma revolta que derrubará o governo britânico e estabelecerá um governo dos Sikhs. Este movimento também afetou o exército. Os soldados Sikh são recrutados no campesinato, portanto também estão envolvidos num movimento fundamentalmente agrário. Recentemente, casos de revolta nos regimentos Sikhs são frequentes; e alguns desses são tão sérios que regimentos inteiros tiveram que ser desarmados e debandados.
O movimento Ajkya, que se originou entre o campesinato de Oudh, fortaleza dos piores tipos de senhores de terra, é um desenvolvimento muito significativo da agitação agrária. Seu objetivo, como o próprio nome significa, é criar um movimento unificado dos camponeses. Ele nasceu do Kishan Sabhas, que teve uma história muito tempestuosa entre 1920 e 1921, e teve sua energia revolucionária dissipada pela propaganda da não-cooperação por um Swaraj indefinido, e com as explosões agudas de Kai Berelli, Gorakhpur e Chauri Chaura que aterrorizaram a liderança pacifista do Congresso. A traição dos líderes nacionalistas e as atividades, oficialmente apoiadas, dos Moderados para organizar órgãos rivais chamados Aman Sabhas (associações pacíficas) levaram ao recrudescimento do movimento na forma do movimento Aikya, que expressou o crescimento da consciência de classe entre o campesinato. Este movimento de unidade transgrediu as fronteiras das Províncias Unidas. Sua influência é encontrada na revolta de Bheel, na Índia Central, a várias centenas de milhas de distância. E mesmo depois que eles foram derrotados por forças militares assoberbadoras, os camponeses de Bheel recusaram a aceitar os termos ditados a eles porque eles não quebrariam o voto de unidade.
Se algum slogan pode envolver um grande número da população indiana é indubitavelmente o de “Não Pagamento de Aluguéis”. A proclamação temporária da Desobediência Civil capturou a imaginação do campesinato pobre. Eles encontraram uma arma que eles não vão abandonar pela vontade de qualquer homem ou qualquer organização nacional. Portanto encontramos agitações agrárias se espalhando como fogo de palha por todo o país. Este fenômeno surpreendente até está tendo repercussão no Congresso. Ultimamente há sinais da cristalização de uma tendência advogando pela renovação da Desobediência Civil de massas. Resoluções para isso foram colocadas em vários encontro informais dos trabalhadores do Congresso. Mas a facção que está levando adiante este ponto de vista busca usar as massas para a revolução. Eles ainda precisam ir mais longe no caminho da compreensão revolucionária antes que advoquem pela revolução para as massas.