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Primeira Edição: Política Operária, nº 92, Nov-Dez 2003
Fonte: Francisco Martins Rodrigues Escritos de uma vida
Transcrição: Ana Barradas
HTML: Fernando Araújo.
Direitos de Reprodução: licenciado sob uma Licença Creative Commons.
“A partir de agora, todos, independentemente das suas convicções, devem ser solidários com os nossos soldados” - reclama Durão e com ele o cortejo dos ideólogos de serviço. A “libertação” do Iraque pode ter sido uma suja expedição de tipo hitleriano mas agora valores mais altos se levantam: todos ao lado dos “nossos rapazes”! E o caso é que Sampaio gagueja, os heróis pacifistas de Fevereiro metem a viola no saco e os partidos da oposição, receosos de perder votos, remetem-se a uma crítica mole e pró-forma.
Pois bem, não! Rejeitamos essa velha chantagem do “dever patriótico” de apoiarmos os crimes quando cometidos pelo “nosso governo legítimo”. Rejeitamos a classificação de “terroristas” aos que se levantam com os meios ao seu alcance contra o terror dos agressores.
Saudamos calorosamente os êxitos que estão a ser conseguidos pelos iraquianos na luta para expulsar do seu território os invasores e os seus cúmplices, entre os quais, para nossa vergonha, se contam agora mercenários portugueses. Regozijamo-nos por os imperialistas estarem a ser fustigados, do Iraque à Palestina e ao Afeganistão.
Sorrateiramente, com álibis “democráticos” esfarrapados, está a instalar-se na nossa vida política um chauvinismo grosseiro, que só tem paralelo com os tempos do “Angola é nossa!” Recordemos que ser de esquerda, hoje, é lutar pela derrota total dos agressores e dos seus cúmplices. Não há meios termos.
Inclusão | 18/08/2019 |