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Primeira Edição: Política Operária nº 44, Mar-Abr 1994
Fonte: Francisco Martins Rodrigues Escritos de uma vida
Transcrição: Ana Barradas
HTML: Fernando Araújo.
Direitos de Reprodução: licenciado sob uma Licença Creative Commons.
Vinte anos após o 25 de Abril, é preciso dizer: foi justo o que fizemos naquelas jornadas. Os políticos e comunicadores “de sucesso” que não se cansam de atirar lama sobre a “bagunça anarco-populista” sabem o que fazem - precisam de varrer da memória de todo um povo essa experiência preciosa de democracia, em que cada um tinha voz activa, influía na marcha dos acontecimentos e, se necessário, fazia cair governos na rua: em que operários, moradores e soldados se descobriam camaradas, enquanto a gente de bem fugia para a Suíça ou para o Brasil, amaldiçoando a populaça.
Houve muitos erros nesses meses, sem dúvida, e teremos que os discutir ainda por muitos anos. Não só as revoluções derrotadas custam um preço pesado: também as meias revoluções se pagam caro. Mas são contas a acertar entre nós, entre revolucionários. À actual gente do regime, àqueles que em 75 eram os fachos, não temos contas a prestar nem erros a reconhecer.
| Inclusão | 18/08/2019 |