O 08 de novembro próximo completará 30 anos de existência o Partido do Trabalho da Albânia (PTA), o Partido de Enver Hoxha. O fato auspicioso será comemorado condignamente pela classe operária e todo o povo albanês que ligaram estreitamente seus destinos com o destino do seu Partido. Nesse dia terá seu coroamento o 6º Congresso do Partido grande acontecimento na vida da Albânia e do movimento revolucionário e comunista internacional. Também festejarão a data memorável os marxista-leninistas e as forças progressistas de todos os países, que sempre se alegram com as vitórias de seus camaradas albaneses.
Desde 1941, quando foi fundado por Enver Hoxha e mais alguns comunistas albaneses, o PTA percorreu uma trajetória difícil, mas gloriosa, projetando-se hoje como um dos mais importantes destacamentos do proletariado, com um riquíssimo cabedal de lutas e de ensinamentos. Surgiu como imperativo da luta do povo albanês pela liberdade da Pátria e a expulsão dos agressores e ocupantes nazifascistas, bem como da necessidade de liquidar o atraso e o domínio dos velhos e corrompidos exploradores internos. Soube preparar e levantar o povo para a luta armada, uniu as amplas massas das cidades e do campo, os jovens e as mulheres, conseguiu isolar e desmascarar as forças reacionárias e traidoras internas, instaurando o governo das forças democráticas revolucionarias, criando o Poder popular. Logo após a libertação, conquistada em três anos de duríssima guerra patriótica, estabeleceu a ditadura do proletariado, formou um novo Estado de democracia popular, inaugurando uma viragem radical na história do povo albanês. Iniciava-se a etapa da construção da base econômica do socialismo, tarefa cumprida mais ou menos em dois decênios. Agora empreende a edificação completa da sociedade socialista e procura garantir as conquistas do socialismo através da consolidação da ditadura do proletariado, da revolucionarização de todos os aspectos da superestrutura, sobretudo no terreno da ideologia e da cultura.
Em poucas palavras: com o aparecimento do primeiro partido do proletariado albanês e sob sua direção, a antiga e secularmente oprimida nação balcânica, talada por invasores de toda espécie, converteu-se numa nação realmente independente e respeitada e apta a defender-se e a enfrentar vitoriosamente qualquer agressor eventual. Sob a direção do PTA, a mais atrasada e inculta nação da Europa deu um salto sem precedente no domínio da economia e da cultura e converteu-se numa nova nação, socialista, exemplo para os povos de todo o mundo.
Como foram possíveis tais façanhas em tão curto tempo? Que caminhos percorreu e que meios utilizou o povo albanês para vencer seus poderosos inimigos e supera r os obstáculos inumeráveis que se lhe antepunham?
Essas questões tem enorme interesse para as forças e povos revolucionários que perseguem os mesmos objetivos de libertação nacional e social. De todas as lições que devemos tirar do movimento revolucionário e comunista de outros países, consideramos de capital importância as que se referem ao partido operário. Com efeito, são, a nosso ver, decisivos e de extrema atualidade os problemas da organização de um autêntico partido revolucionário, marxista-leninista, capaz de dirigir a revolução e construir com êxito a nova sociedade sem classes. Por isso, a luta heroica do Partido do Trabalho da Albânia (PTA) deve ser estudado por nós com o máximo de seriedade a fim de aprendermos dela tudo que possa nos servir para o cumprimento da sagrada missão de emancipar a classe operaria e todo o povo brasileiro.
Nas conclusões gerais da História do Partido do Trabalho da Albânia (PTA), publicada há três anos e que já editamos, podemos ler:
“A história do PTA e um tesouro das grandes experiências na aplicação decidida e criadora do marxismo-leninismo às condições de uma nação oprimida em luta pela conquista da liberdade, da independência nacional e a instauração do Poder Popular, as condições de um pais atrasado, semifeudal, rodeado geograficamente por Estados inimigos, em luta pela construção do socialismo”.
À medida que conhecemos a experiencia do PTA e vivemos seus tenazes esforços, mais aprendemos e nos convencemos da justeza daquela conclusão fundamental. As relações de nossos Partidos começaram a se estreitar a se fortalecer a partir de 1962, quando rompemos com o grupo revisionista chefiado por Luís Carlos Prestes e no Movimento Comunista Internacional (MCI) se manifestavam os primeiros sinais da rutura aberta e definitiva entre os marxista-leninistas e os revisionistas contemporâneos, esse foi um momento dificílimo para o Partido do Trabalho da Albânia (PTA) que dirigia a menor nação socialista da Europa e era pouco conhecido. O revisionismo parecia fadado a impor-se por toda parte. Então, da tribuna do 22º Congresso do PCUS, o todo-poderoso Khrushchev, tido como um grande marxista-leninista criador, vinha de lançar o que muitos julgavam um arrasador ataque a Albânia e ao Partido do Trabalho. Formulou acusações infames contra Enver Hoxha e dos demais dirigentes do Partido. Em seguida, cortou as relações do PCUS com o PTA e as relações da União Soviética com a pequena nação albanesa. Pretendia derrubar a direção de Enver Hoxha e submeter a Albânia ao jugo dos revisionistas soviéticos. Em nosso país foram publicadas pela chamada grande imprensa as calunias do furibundo chefete revisionista e de sua pandilha contra os camaradas albaneses. O partido de Prestes também fez coro com a campanha antialbanesa, tendo um de seus dirigentes encampado no periódico revisionista as torpes acusações de Khrushchev, quando pouco antes estivera na Albânia fazendo juras de amizade um outro comparsa revisionista. De nossa parte, apenas sabíamos que de há muito os camaradas albaneses se opunham sem claudicações ao revisionismo iugoslavo e que continuavam firmes marxista-leninistas. Mas não conhecíamos quais eram realmente as opiniões do PTA sobre os problemas candentes do movimento operário e comunista internacional. Tínhamos apenas breves e superficiais informações de que eles ofereciam resistência a que, sob o pretexto de combate ao culto à personalidade, fossem passadas de contrabando as teorias antimarxistas contrarrevolucionarias de Khrushchev e injuriadas as tradições dos bolcheviques soviéticos e de Stálin.
Diante do tenebroso ataque e do terrível ameaça de destruição, do PTA a de escravização do povo albanês por parte do PCUS, houve enorme expectativa. Nessa prova o PTA revelou prodigioso valor revolucionário, manifestou todas as virtudes leninistas que o distinguiram: não teme o inimigo, qualquer que ele seja; tem ilimitada confiança no povo albanês, ao qual está indissoluvelmente ligado, como unha e carne; acha-se disposto a todos os sacrifícios para defender a causa da revolução e do socialismo. Demonstrou, principalmente, que a doutrina marxista-leninista e invencível, a arma mais eficiente nas mãos das classes e dos povos revolucionários, quando assimilada e compreendida de forma correta. Adotando uma política de princípios, e apoiando-se sem vacilações nas massas do povo albanês e na solidariedade dos povos revolucionários, em especial do povo chinês, dirigido pelo camarada Mao Zedong, os comunistas albaneses, dirigidos pelo grande marxista-leninista Enver Hoxha, não apenas resistiram a ofensiva traiçoeira e de surpresa dos revisionistas soviéticos, como alcançaram uma vitória de significação histórica na luta contra o revisionismo khrushchevista. Ainda não foi perfeita e completamente avaliada a contribuição do PTA para derrotar e determinar a crise em que se afoga hoje o revisionismo contemporâneo. Mas sempre cabe ressaltar seu mérito nessa fase das mais duras e ao mesmo tempo das mais honrosas da vida do PTA e do movimento comunista mundial. Como resultado mais geral e evidente dessa luta, todos podem ver que o PTA se tornou mais admirado e prestigiado, continuando em sua marcha ininterrupta e vitoriosa na construção completa do regime socialista na Albânia e luta intransigente contra os inimigos da classe operaria e dos povos. Todos puderam comprovar as qualidades do partido dos comunistas albaneses, os fundamentos sobre os quais foi forjado e o caráter e a sabedoria dos homens que o dirigem. Ao passo que o PCUS está cada dia mais afundado no charco da traição e envolto em contradições insolúveis. Quanto a Khrushchev, depois de ignominiosamente enxotado da própria direção do bando de renegados revisionistas, vem de ser enterrado como verdadeiro cão sarnento, apenas chorado pelo coro das madalenas da reação mais estúpida.
Assim tem sido a história gloriosa do PTA. Uma sequência de batalhas tensas, de esforços inauditos, de combates ingentes para levar adiante seu objetivo revolucionário. Num pequeno artigo, fica difícil destacar seus mais notáveis episódios, salientar seus grandes exemplos. Em 30 anos, sua pratica e muito variada e rica de ensinamentos. Elaborou uma justa linha política, marxista-leninista, de acordo com a realidade concreta do país, e soube ligar-se as massas, uni-las e dirigi-las. Quer dizer, provou de fato que domina a teoria marxista-leninista e a desenvolve criadoramente, que não é um partido dogmático e que também não faz concessões de princípios. Mas os camaradas albaneses nos ensinam sobre tudo que os comunistas devem ligar a teoria com a prática, as palavras com os atos. Um partido que não realiza ações políticas que não tem audácia para ir às massas, que não trabalha permanentemente entremeias que não está atento a voz e ao interesse das massas, nem confia na força das massas, e incapaz de fazer qualquer coisa de sério, e muito menos tornar vitoriosa uma linha política revolucionária. Hoje, nós devemos nos convencer ainda mais dessa verdade essencial.
Outra qualidade que sobressai na experiência do PTA e para a qual devemos dar a maior atenção, diz respeito ao caráter de classe, proletária do partido. Além disso, e uma questão original e sumamente interessante essa que nos apresenta a experiência dos camaradas albaneses. Eles acentuam a extrema importância do caráter do destacamento de vanguarda da revolução. Dizem que tanto por sua composição, por seu programa, por seus métodos, enfim, por todos os seus fundamentos ideológicos, políticos e organizativos, o partido comunista deve ser proletário. E que, apesar de a Albânia ter sido uma nação agrícola atrasada e a classe operaria industrial bastante incipiente, desde o princípio o partido comunista foi proletário e marxista-leninista. Isto ocorreu por que os primeiros grupos comunistas que se fundiram e o constituíram, embora integrados em sua maioria por jovens estudantes marxista-leninistas, foram a classe operária e conseguiram o sou apoio, fundindo seu movimento inicial com o Partido. Graças a esse apoio do proletariado, os comunistas adquiriram novas qualidades e se tornaram invencíveis. E foi graças ainda ao Partido do Trabalho e a sua direção que o proletariado as segurou a hegemonia em todas as etapas da revolução albanesa e consolidou seu papel de força dirigente e organizadora da nova sociedade socialista. Nesses 30 anos o proletariado albanês cresceu numericamente, amadureceu do ponto de vista político e ideológico, tornou-se ainda mais combativo e temperado. O PTA e seu único partido. Tal a razão principal que faz o PTA preservar o seu caráter proletário como um de seus bens mais preciosos.
O PTA, empunhando a bandeira do marxismo-leninismo e do internacionalismo proletário, cumpre de maneira exemplar seu dever de apoiar o proletariado mundial e os povos oprimidos. Constitui-se um dos mais sólidos picares do movimento revolucionário e progressista. Defende como a menina dos próprios olhos a unidade dos partidos comunistas e do campo socialista. Está solidamente identificado com o Partido Comunista da China (PCCh) e com os demais partidos e organizações marxista-leninistas na luta pela vitória da causa da revolução, da democracia e do socialismo em todo o mundo. Deu e continua dando claras e inequívocas demonstrações de solidariedade à luta dos trabalhadores e do povo brasileiro e de nosso Partido. Isto quando o PTA atravessava uma situação difícil. Mas era um momento em que buscávamos ansiosos o firme apoio de verdadeiros irmãos, de amigos desinteressados. Jamais os comunistas brasileiros esquecerão que seus camaradas albaneses e, pessoalmente o camarada Enver Hoxha, lhe estenderam a mão fraternal e lhe ajudaram sem reservas.
Ao comemorar seus 30 anos de existência, o PTA está mais forte e unido do que nunca. Goza da plena confiança do povo albanês e de seu total e irrestrito apoio. Possui merecida e elevada autoridade entre os comunistas e os revolucionários de todos os países. O camarada Enver Hoxha, principal dirigente do PTA e do povo albanês, e um dos mais destacados líderes do movimento revolucionário e comunista mundial. Marchando para a realização final do 6º Congresso, o PTA dispõe-se a executar, a frente das massas do povo albanês, tarefas grandiosas, tais como o aprofundamento da revolucionarização de toda a vida da sociedade albanesa, a formação do novo homem liberto do egoísmo e de preconceitos, o afincamento da ditadura do proletariado bem como a consolidação e aprimoramento de suas próprias fileiras. Tem em vista essencialmente evitar a degenerescência revisionista e assegurar as históricas conquistas do socialismo através da participação e do controle da classe operária e das amplas massas do povo em todas as questões da vida do Estado e do Partido. Apesar das dificuldades e mesmo de algumas deficiências que terão de superar, os comunistas albaneses alcançarão novas vitorias que conduzirão a Albânia socialista a alturas insuspeitadas em seu desenvolvimento econômico e social.
Alegramo-nos pela passagem do 30º aniversário do Partido do Trabalho da Albânia (PTA). Saudamos do todo coração suas lutas e seus êxitos. A ele estamos unidos por uma amizade entranhável, baseada em princípios e pelo objetivo de realizar o mais nobre ideal a emancipação da humanidade trabalhadora. Festejaremos o 08 de novembro como uma das datas mais queridas, testemunhando aos nossos camaradas albaneses o calor de nossa solidariedade combativa e fazendo votos para que nossa amizade perdure para sempre.