Discurso na Assembléia de Eleitores Realizada no Distrito Eleitoral «Mólotov», de Moscou

V. M. Molotov

11 de Março de 1954


Primeira Edição: ......
Fonte: Problemas - Revista Mensal de Cultura Política nº 58 - Junho de 1954.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo, Outubro 2008.
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CAMARADAS!

Permiti-me, antes de tudo, expressar-vos, e a todos os eleitores do distrito «Mólotov» que me apresentaram como candidato a deputado ao Soviét Supremo da URSS, o reconhecimento mais profundo por essa elevada honra e pela confiança que em mim foi depositada. (Aplausos)

Considerarei como meu primeiro dever — dever de comunista — justificar vossa confiança, camaradas eleitores! (Aplausos)

A base dos êxitos alcançados por nosso Partido é a inabalável confiança de que goza entre os trabalhadores. Todos nós devemos prezar essa confiança. É dever sagrado de cada comunista zelar por que seja reforçada ainda mais essa confiança; servir honestamente ao povo; reunir os trabalhadores em torno de nosso Partido, de seu Comitê Central e do governo soviético. (Prolongados aplausos)

É do conhecimento de todos vós a Proclamação do Comitê Central do Partido aos eleitores, na qual se faz um balanço do trabalho do povo soviético durante os últimos anos e se indicam as tarefas imediatas a serem realizadas no domínio da política interna e externa.

O desenvolvimento de nossa indústria comprova, antes de tudo, os resultados alcançados. Basta dizer que em 1953 os homens soviéticos conseguiram um volume de produção industrial que supera duas vezes e meia o nível alcançado em 1940.

Todos nós nos lembramos da indicação de Lênin no sentido de que a indústria pesada é simultaneamente a base da prosperidade da economia nacional e a base da defesa do país.

O povo soviético conseguiu importantes conquistas em tal sentido. Cifras simples comprovam isso. Em 1953 foram produzidos 38 milhões de toneladas de aço e extraídos 320 milhões de toneladas de carvão — duas vezes mais do que em 1940. Em 1953 produzimos quase três vezes mais energia elétrica e quase quatro vezes mais maquinas e equipamentos do que em 1940.

Esses fatos atestam o poderoso ascenso em que se encontra nossa indústria pesada. Tudo isso se tornou possível em consequência da crescente envergadura das novas obras; do desenvolvimento de nossos transportes, e da contínua elevação da base técnica de toda a economia nacional, e, evidentemente, graças ao incomparável desenvolvimento de nossos quadros.

Ao mesmo tempo, os êxitos alcançados no desenvolvimento da indústria pesada tornaram possível o considerável aumento da produção de mercadorias de amplo consumo e o desenvolvimento do trabalho para impetuoso ascenso da agricultura.

Várias resoluções do Partido e do governo estabeleceram as medidas destinadas a acelerar, por todos os meios, o desenvolvimento da indústria alimentícia e da indústria leve, e o amplo aumento da produção de mercadorias de grande consumo.

Os resultados dessas medidas manifestaram-se já na segunda metade do ano passado, quando aumentou consideravelmente a quantidade de mercadorias em nossa rede comercial. Desenvolveu-se também a luta pela melhoria de sua qualidade, pela ampliação do sortimento, por uma entrega melhor ao destino, por uma boa salvaguarda dos interesses do consumidor. Somente em 1953, começaram a funcionar cerca de 300 novas empresas para a produção de mercadorias de amplo consumo. Nas empresas das indústrias leve e alimentícia atualmente em atividade realiza-se uma considerável renovação do equipamento.

Um maior progresso de nossa indústria muito depende do melhor aproveitamento das possibilidades que ela possui, das reservas da produção.

Quem não sabe, por exemplo, que em muitas ocasiões nossas empresas trabalham sem ritmo? — isto é: de maneira mal organizada? Na metalurgia, na extração de carvão de pedra, na indústria química, nas empresas da indústria alimentícia e da indústria leve, e, de modo muito freqüente, nas empresas da indústria mecânica, o trabalho nos primeiros dez dias do mês se processa, em regra geral, a um nível muito mais baixo do que no fim do mês. Podemos concordar com tal situação? Podemos considerar normal que o nível da produção alcançado pela empresa nos últimos dez dias do mês baixe toda vez no começo do mês seguinte? Entretanto, se nossos administradores da economia, nossos engenheiros e técnicos, todas nossas organizações do Partido e outras desenvolverem a luta pela instauração de um rigoroso ritmo no trabalho das empresas e não permitirem a baixa do nível da produção no começo do mês, de muito melhorará o trabalho das empresas e conseguiremos um maior e considerável aumento da produção industrial. Também nesse sentido os moscovitas poderiam dar um bom exemplo de como se deve fazê-lo.

O Partido e o governo dedicam atualmente grande e particular atenção ao fomento da agricultura. O Pleno de Setembro do Comitê Central do Partido e o Pleno do C. C. que há dias encerrou seus trabalhos deram grande impulso a todo o trabalho.

Com todo o vigor o Partido fez com que progredissem os trabalhos de fomento da pecuária e da horticultura e também os de incremento das culturas técnicas. Ao mesmo tempo, o Partido e o governo afirmam que a base de toda a produção agrícola deve ser um maior e considerável ascenso da economia cerealífera, o aumento — por todos os meios — da produção de cereais.

Não podemos satisfazer-nos com os êxitos alcançados no domínio da agricultura. Não podemos fechar os olhos ao fato de que no desenvolvimento da agricultura há atraso em comparação com o desenvolvimento de nossa indústria e com as necessidades da população, necessidades essas que crescem rapidamente. Por isso é que nosso Partido estabeleceu como tarefa inadiável para todo o povo: à base do impetuoso progresso da indústria socialista, satisfazer plenamente, nos próximos 2 a 3 anos, as crescentes necessidades da população de nosso país em mercadorias de amplo consumo, e abastecer com matérias-primas as indústrias leve e alimentícia, que rapidamente se desenvolvem.

O Partido considera a elevação do rendimento das culturas cerealíferas como a segunda tarefa em ordem de importância.

A par disso foi estabelecida a tarefa do aumento da produção de cereais por meio do aproveitamento de novas terras.

Assim, durante os próximos dois anos devem ser aproveitadas as terras virgens e as terras de pousio nas regiões do Kazakstão, Sibéria, Urais, Povóljia e, em parte, nas regiões do Cáucaso do Norte, — ao todo nada menos de 13 milhões de hectares. Para o aproveitamento de novas terras já este ano serão enviados às E.M.T.[Estações de Máquinas e Tratores] e aos sovkhozes 120 mil tratores (de 15 HP) e muitas outras máquinas agrícolas e automóveis.

A realização, com êxito, da tarefa estabelecida deve assegurar a produção por essas terras, em 1955, de uma quantidade suplementar de mais de um bilhão de «puds» de cereais.

Para que consigamos êxitos na atividade do fomento da agricultura estão sendo tomadas importantes providências.

A produção de tratores e de máquinas agrícolas alcançou nível extremamente elevado. Estão sendo usados novos tipos de máquinas que muito facilitam o trabalho nos kolkhozes e sovkhozes e que aumentam consideravelmente a produtividade desse trabalho. Sabendo que são os quadros — os homens — que decidem do êxito de qualquer medida econômica, o Partido dedica especial atenção ao problema dos quadros. Muito se faz para o reforço dos quadros das E.M.T. e pelo fornecimento de especialistas ao kolkhozes.

Além disso, o Partido e o governo põem em prática grandes medidas para o estímulo material aos kolkhozes e aos kolkhozianos — o que é indispensável ao ascenso da agricultura.

Como se sabe, já foram tomadas medidas como a modificação dos preços de armazenamento de vários produtos agrícolas, e regularizada a questão do imposto agrícola e de alguns outros tipos de impostos. Isso exige do Estado consideráveis gastos em dinheiro e em materiais, inclusive de recursos destinados à construção de E.M.T., à ampliação das obras destinadas à pecuária, etc..

Ao tomar todas essas providências — inclusive as novas medidas de estímulo econômico aos kolkhozes e aos kolkhozianos —, o Partido e o governo orientam-se pela necessidade do reforço, ainda maior, da aliança entre a classe operária e o campesinato, reservado o papel dirigente à classe operária.

Afirmou o grande Lênin:

«O princípio supremo da ditadura é a manutenção da aliança entre o proletariado e o campesinato, para que o proletariado possa manter o papel dirigente e o poder estatal.».

J. V. Stálin — o grande continuador da obra de Lênin — assim explica a doutrina de Lênin a respeito da aliança entre a classe operária e o campesinato:

«Lênin nos ensina que a aliança entre a classe operária e o campesinato é a base do princípio da ditadura do proletariado. Não devemos esquecer-nos disso. (...) A ditadura do proletariado se apóia na aliança entre a classe operária e o campesinato. Por isso todas nossas tarefas podem ficar no ar se solaparmos ou enfraquecermos a aliança entre a classe operária e o campesinato.».

Ninguém deve esquecer-se de que também nas condições atuais esse princípio leninista não perdeu sua importante significação política. Devemos lembrar-nos disso e zelar pela consolidação da aliança leninista entre a classe operária e o campesinato kolkhoziano, porque essa aliança é a base da indestrutível unidade moral e política de toda a sociedade soviética e, por conseguinte, a base de seu poderio e de sua invencibilidade. (Tempestuosos aplausos)

Fazendo uma sindicância sobre o estado da agricultura, o Partido — com maior vigor — chama nossa atenção para as deficiências do trabalho no aparelho estatal. A ligação viva com os homens, o estudo de importantes detalhes do trabalho, o conhecimento profundo e concreto das questões práticas são freqüentemente substituídos por métodos burocráticos, por disposições escritas e por fórmulas de gabinete. Não podemos concordar com tal situação. O Partido exige de todos nós que a crítica das deficiências, em particular a crítica de baixo — proveniente das pessoas que têm experiência prática —, não seja sufocada, e que os dirigentes das instituições e das organizações mantenham atitude atenta para com essa crítica e tirem dela, a tempo, as conclusões necessárias.

A base do progresso geral da economia de nosso país aumenta o bem-estar dos trabalhadores, eleva-se continuamente o salário real dos operários e dos empregados e aumentam as rendas dos camponeses. Depois de terminada a guerra já se realizaram seis rebaixas nos preços de varejo das mercadorias industriais e dos víveres. Agora todos vêem que a política de baixa dos preços das mercadorias não é medida provisória e transitória — é uma das principais bases de toda a atividade econômica do Poder Soviético. (Aplausos)

Já temos a possibilidade de ampliar consideravelmente a circulação de mercadorias. Somente durante o ano passado foram vendidos à população 21% de mercadorias a mais do que no ano anterior. O Partido Comunista e o governo soviético estabelecem como sua tarefa a melhoria — por todos os meios — da organização do comércio soviético e dos serviços ao consumidor da cidade e do campo.

A construção de residências para os trabalhadores é preocupação constante de nosso Partido e do governo. Tivemos que despender imensas energias e recursos com a restauração de cidades e de aldeias destruídas durante a ocupação inimiga.

Durante os anos de após-guerra construíram-se nas cidades e vilas operárias mais de 183 milhões de metros-quadrados de área residencial destinada a operários e empregados. Durante esse tempo construíram-se no campo mais de 4 milhões de casas destinadas aos kolkhozianos e aos intelectuais do campo.

Entretanto, há falta de habitações e não podemos contentar-nos com o que já fizemos. Devemos ampliar, ainda mais, a construção de casas, para termos a possibilidade de ainda melhorar, e consideravelmente, as condições de habitação dos trabalhadores.

As necessidades culturais de nosso povo aumentam rapidamente. É necessário que ampliemos — por todos os meios — a construção de escolas, de hospitais e de instituições infantis e culturais.

Nosso Partido zela constantemente pelo progresso da cultura socialista de todos os povos do Estado soviético. Em nosso país há hoje mais de 57 milhões de pessoas que frequentam cursos dos mais variados tipos. Será que esse fato não é por si mesmo eloqüente? No ano passado o número dos que terminaram o curso nas escolas superiores foi de 220 mil.

Este ano essa quantidade será ainda maior.

Não podemos deixar de nos alegrar pelo rápido desenvolvimento de nossas forças culturais e pelo contínuo ascenso da cultura socialista dos povos de nosso país.

Orgulhamo-nos com os êxitos alcançados pela ciência e a técnica soviéticas. Nossos cientistas cada vez mais ocupam posições avançadas no desenvolvimento da ciência mundial.

A exemplo dos êxitos alcançados no domínio da energia atômica, nossos cientistas e técnicos demonstraram, de maneira evidente, quanto dependem de seus esforços e de seus êxitos práticos o reforço do poderio do Estado soviético e um maior aumento de sua autoridade internacional. (Aplausos)

Pelo exemplo da história de nosso país, vemos a grande significação que tem para os destinos dos povos a vitória do socialismo.

Antigamente — durante a vigência do regime burguês e latifundiário — o Estado não podia passar sem instigar a inimizade entre os povos; sem um regime de opressão colonial para povos inteiros; sem aumentar a inimizade entre os armênios e os turcos; sem o anti-semitismo, etc. A Revolução Socialista de Outubro pôs fim a essa vergonhosa situação, limpando o caminho para o livre desenvolvimento dos povos e de suas culturas nacionais. A fraternal amizade entre os povos de nosso país fortalece-se cada vez mais.

Consideremos, por exemplo, as relações recíprocas entre a Rússia e a Ucrânia.

Como sabemos, outrora ninguém levantou o problema da comemoração ampla, com a participação das massas populares, do 100º aniversário, do 200º aniversário ou de outra qualquer data relativa à reunificação da Ucrânia com a Rússia. Então, na situação de russificação da Ucrânia pela violência, essa questão não era levantada. Hoje, em situação de livre desenvolvimento dos povos do país soviético, criou-se outra situação.

Na vigência do Estado socialista soviético comemoramos neste ano o 300º aniversário da reunificação da Ucrânia com a Rússia não apenas como festa nacional dos povos russo e ucraniano, mas também como grande data de todos os povos da União Soviética. (Aplausos)

Quanto à situação internacional, comprovamos que nela se verificaram, ultimamente, visíveis modificações.

Não é possível ignorar, evidentemente, a circunstância de que as forças da agressão continuam a agir no mesmo sentido que antes. Continua a corrida aos armamentos. Os orçamentos militares dos países do campo da agressão continuam, como antes, extremamente aumentados. Processa-se a acumulação de armas atômicas. Nos territórios de vários países europeus e não europeus constroem-se bases militares americanas, dirigidas contra a União Soviética e os países de democracia popular.

No domínio do comércio internacional é mantida a maioria das restrições anteriores e de discriminações sem sentido, dirigidas contra a URSS, a República Popular da China e os países de democracia popular. É verdade que, em consequência dos crescentes sintomas de crise econômica e do aumento do desemprego nos países do capitalismo, no campo imperialista surgem, cada vez mais, atritos e dificuldades para a realização dessa política de agressão, incompatível com os interesses vitais de muitos países.

Comparando a situação atual com a situação existente — digamos — há um ano, não podemos deixar de assinalar certos êxitos no sentido do alívio da tensão nas relações internacionais.

Basta lembrar a terminação da guerra na Coréia. A conclusão do armistício na Coréia assinalou o fracasso da política dos círculos agressivos que desencadearam a guerra na Coréia.

Três anos de guerra e sacrifícios inauditos não quebrantaram o heróico povo coreano e os voluntários do povo chinês, cujos gloriosos feitos entrarão na história da luta de libertação nacional dos povos. (Prolongados aplausos)

A assinatura do armistício na Coréia é uma vitória de todo o campo democrático amante da paz.

Não é possível, também, deixar de lado o fato de que a recente Conferência de Berlim rompeu, finalmente, com a prolongada interrupção nas conferências entre as grandes potências, interrupção essa que perdurou durante os últimos anos. Por outro lado, a própria Conferência de Berlin deu um passo importante ao reconhecer como necessária a convocação da Conferência de Genebra com a participação de representantes dos Estados Unidos, da Inglaterra, da França, da União Soviética e da República Popular da China, os quais — em conjunto com representantes de outros países — deverão analisar tanto o problema coreano em suspenso, como a restauração da paz na Indochina, cujo povo trava prolongada luta por sua liberdade e seus direitos de nação.

É com satisfação que os cidadãos soviéticos notam a circunstância de que hoje a República Popular da China ocupará na Conferência o lugar que lhe cabe ao lado das outras grandes potências. (Prolongados aplausos)

Assim, o desenvolvimento dos acontecimentos internacionais torna cada vez mais necessária, e inadiável, a restauração dos direitos do povo chinês na solução dos problemas internacionais já maduros e, também, a restauração dos direitos da República Popular da China na Organização das Nações Unidas.

A política externa da União Soviética contribuiu, em grande parte, para os resultados já alcançados no alívio da tensão internacional. Essa política da URSS se orienta no sentido do alívio, ainda maior, da tensão nas relações internacionais, e do fortalecimento da paz em todo o mundo. (Prolongados aplausos)

Ao mesmo tempo, a União Soviética contribui para o desenvolvimento da cooperação e das relações comerciais com todos os países que a isso visem à base de vantagens recíprocas.

Na recém-terminada Conferência de Berlim entre os Ministros das Relações Exteriores da França, da Inglaterra, dos Estados Unidos e da URSS foi dedicada ao problema alemão a maior atenção.

Foi ali comprovado que os governos da França, da Inglaterra e dos Estados Unidos não consideram, atualmente, as tarefas de restauração da unidade da Alemanha em princípios democráticos e pacíficos. Em vista disso, não revelam interesse na conclusão de um Tratado de Paz com a Alemanha. Os planos das três potências ocidentais com relação à Europa acham-se atualmente ligados à tentativa da criação do chamado «exército europeu», constituído por seis países da Europa Ocidental e no qual o papel principal será, de fato, exercido pelas forças armadas, restauradas, da Alemanha Ocidental. Assim, esses planos visam à remilitarização da Alemanha Ocidental e levam ao renascimento do militarismo alemão.

É natural que a União Soviética não possa concordar com essa orientação para a solução do problema alemão.

A União Soviética — da mesma forma que outros países pacíficos da Europa — rejeita os planos de restauração do militarismo alemão e quaisquer tentativas de restauração das forças armadas alemãs, sob a chefia de generais hitleristas.

Por outro lado, é perfeitamente evidente que a remilitarização da Alemanha Ocidental corresponde aos interesses dos revanchistas e dos militaristas alemães, que aspiram a preparar uma nova guerra na Europa.

Aos planos de criação de novos agrupamentos militares de países europeus, a União Soviética opôs suas propostas, que significam a realização da segurança coletiva para todos os povos da Europa.

O governo soviético apresentou à Conferência de Berlim o projeto do «Tratado Geral Europeu de Segurança Coletiva na Europa», cujo objetivo é garantir a paz e a segurança a todos os países europeus, independentemente de seu regime social. Um acordo sobre essa questão muito contribuiria para o fortalecimento da paz na Europa e, ao mesmo tempo, para o alívio da tensão em toda a situação internacional.

Ao apresentar o projeto de Tratado Geral Europeu, a delegação soviética indicou imediatamente a possibilidade de nele serem introduzidas umas ou outras modificações, sob a condição do reconhecimento do princípio da segurança coletiva para todos os povos da Europa. As observações críticas manifestadas até agora a respeito desse projeto ,não diminuíram, de forma alguma, a significação, para a paz, dessa proposta soviética.

Foi referida, por exemplo, a indesejabilidade de uma situação em que os Estados Unidos da América ficassem fora do Tratado de Segurança Coletiva na Europa. Entretanto, durante a Conferência de Berlim ninguém negou a possibilidade da consideração de emendas correspondentes ao projeto apresentado.

Foi afirmado, também, que o Tratado de Segurança Coletiva na Europa pode criar vantagens não desejadas para países como a União Soviética, em vista de seu conhecido poderio estatal em confronto com outros países europeus.- Entretanto, a União Soviética não pretende qualquer situação particular no sistema da segurança coletiva dos países europeus.

Essas e outras possíveis observações e emendas devem, evidentemente, ser estudadas e consideradas, com a devida atenção, quando de uma futura análise do referido projeto.

O projeto soviético de «Tratado Geral Europeu», ao mostrar o caminho real para a garantia da segurança, é incompatível com as tentativas de criação de agrupamentos militares de países europeus, que levam a uma nova guerra na Europa.

Esse projeto é um meio de unir os povos da Europa no interesse da consolidação da paz e da segurança internacional. (Tempestuosos aplausos)

A União Soviética luta tenazmente pelo fortalecimento da paz em todo o mundo. Sabemos, porém, que não cessam as tentativas de organização de complôs contra a pacífica União Soviética. Não podemos deixar de considerar o fato de que as forças reacionárias realizam uma política de preparação de uma nova guerra — o que é para todos evidente. Por isso, o Partido e o governo, ao mesmo tempo que se esforçam por aliviar a tensão nas relações internacionais, não podem deixar de cuidar do fortalecimento — por todos os meios — do poderio do Estado soviético, e de reforçar e aperfeiçoar continuamente as forças armadas da União Soviética, que defendem o trabalho pacífico do povo soviético e a segurança de nossa Pátria. (Tempestuosos e prolongados aplausos)

Atualmente, junto com a União Soviética, o poderoso campo da democracia e do socialismo monta guarda à paz. A grande aliança e a fraternal amizade entre os povos soviético e chinês consolidam as forças da paz no Extremo-Oriente e em todo o mundo. (Aplausos)

Desenvolvem-se cada vez mais a amizade e a cooperação fraternais entre à União Soviética, a Polônia, a Tcheco - Eslováquia, a Hungria, a Rumânia, a Bulgária, a Albânia, a República Popular Democrática da Coréia, a República Popular da Mongólia e a República Democrática da Alemanha. O campo da paz, da democracia e do socialismo goza do poderoso apoio de muitos milhões de ativos partidários da paz nos outros países, e se firma no crescente apoio dos povos.

As eleições para o Soviét Supremo da URSS são uma verificação geral da política interna e externa do Partido Comunista e do governo soviético. Essas eleições servem, ao mesmo tempo, para reunir ainda mais o povo soviético em tomo do Partido e do governo.

Desenvolve-se e se fortalece o bloco popular dos comunistas e dos sem-partido, no qual encontram expressão as ligações crescentes entre nosso Partido e as amplas massas dos trabalhadores, e a coesão de nosso povo em torno do Partido! (Tempestuosos e prolongados aplausos) .

Viva o Partido Comunista — força dirigente e orientadora da sociedade soviética! (Tempestuosos e prolongados aplausos)

Viva o grande povo soviético, construtor do comunismo! (Tempestuosa ovação, que se prolonga por muito tempo — Todos se levantam)


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Inclusão 17/10/2008