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A política dos Estados Unidos com relação à China, política encarnada pelo embaixador Patrick J. Hurley, está a criar no nosso país uma crise de guerra civil cada vez mais evidente. Obstinando-se numa política reacionária, o governo kuomintanista, tem vivido da guerra civil desde a sua formação, há dezoito anos; apenas por ocasião do Incidente de Si-an, em 1936, e da invasão japonesa a sul da Grande Muralha, em 1937, se viu forçado a pôr temporariamente de lado a guerra civil de escala nacional. Mas a partir de 1939 a guerra recomeçou, em escala local, e nunca mais parou. “Combater em primeiro lugar os comunistas”, eis a palavra de ordem de mobilização utilizada pelo governo kuomintanista nas suas fileiras, ao mesmo tempo que relega para segundo plano a Resistência ao Japão. Atualmente, todas as suas disposições militares têm por eixo não a luta contra o invasor japonês mas sim o ataque às regiões libertadas da China, para “recuperar os territórios perdidos”, bem como a liquidação do Partido Comunista da China. Há que levar seriamente em conta essa situação, tanto na nossa luta pela vitória da Guerra de Resistência como na construção pacífica após a guerra. O falecido Presidente Roosevelt teve isso em consideração e, no próprio interesse dos Estados Unidos, absteve-se de adoptar uma política de ajuda ao Kuomintang nos ataques armados que este lançava ao Partido Comunista da China. Em Novembro de 1944, quando veio a Ien-an, em qualidade de representante pessoal de Roosevelt, Hurley aprovou o plano do Partido Comunista da China que visava a abolir a ditadura kuomintanista de um só partido e formar um governo democrático de coalizão. Posteriormente, porém, mudou de ideias e renegou o que havia declarado em Ien-an. Essa reviravolta revelou-se com todo o cinismo na declaração que fez a 2 de Abril, em Washington; então, pela boca do próprio Hurley, o governo do Kuomintang, representado por Tchiang Kai-chek, converteu-se na bela e o Partido Comunista no monstro; além disso, Hurley declarou sem rodeios que os Estados Unidos colaborariam unicamente com Tchiang Kai-chek e não com o Partido Comunista da China. E evidente que esse não era o ponto de vista exclusivo de Hurley mas sim o de todo um grupo no interior do governo dos Estados Unidos. Trata-se dum ponto de vista errado e perigoso. Nesse meio tempo, porém, faleceu Roosevelt, e Hurley abalou louco de alegria para a embaixada dos Estados Unidos, em Tchuntchim. O perigo da política chinesa dos Estados Unidos, tal como a representa Hurley, consiste em encorajar o governo kuomintanista a tornar-se ainda mais reacionário e em agravar a crise de guerra civil. Se essa política continua, o governo dos Estados Unidos há de escorregar irremediavelmente para a fossa funda e fétida da reação chinesa, colocar-se-á em posição hostil às centenas de milhões de chineses que já ganharam ou estão ganhando consciência e passará a constituir um obstáculo para a presente Guerra de Resistência e para a paz mundial do futuro. Acaso não é claro que esse há de ser o resultado inevitável de tudo isso? Um setor da opinião pública norte-americana está inquieta com o perigo que comporta a política tipo Hurley com relação à China, e exige uma mudança, pois, considerando o futuro desta, compreende que as forças do povo chinês que reivindicam independência, liberdade e unidade são irresistíveis e, num arranco impetuoso, hão de substituir-se inelutavelmente a todas as forças opressoras estrangeiras e feudais. Hoje ainda não é possível dizer se mudará, nem quando mudará, essa política dos Estados Unidos. Mas uma coisa é certa: se a política tipo Hurley, de apoio às forças chinesas anti-povo e hostilidade para com um povo tão numeroso como o nosso, não muda, converter-se-á num fardo esmagador para o governo e para o povo dos Estados Unidos e causar-lhes-á males sem fim. Isso constitui um ponto que importa levar claramente ao conhecimento do povo dos Estados Unidos.
Inclusão | 27/08/2015 |