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Camaradas!
O projeto de orçamento estatal submetido pelo Governo a exame da presente Sessão do Soviet Supremo da URSS assegura inteiramente o financiamento das obras de desenvolvimento da economia nacional em 1953, terceiro ano do quinto Plano Qüinqüenal, cujo cumprimento constituirá grande passo à frente na construção da sociedade comunista em nosso país.
O orçamento de Estado reflete a política do Governo Soviético e de nosso Partido, orientada no sentido do desenvolvimento e do progresso da economia nacional, socialista.
Do total da receita orçamentária, que se eleva a 543 bilhões e 357 milhões de rublos, a maior parte 86% — provém da indústria, da agricultura e de outros ramos da economia nacional. Por sua vez na despesa orçamentária a parte mais considerável destina-se ao financiamento da economia nacional.
No orçamento para 1953 destinam-se 192 bilhões e 500 milhões de rublos — ou seja: mais de 36% de todos os gastos orçamentários — à prossecução do desenvolvimento da economia nacional, contra os 178 bilhões e 800 milhões de rublos do ano passado. Além das verbas orçamentárias, e de acordo com o plano, a esses mesmos fins destinam-se quase 98 bilhões de rublos dos próprios recursos das empresas e organizações econômicas formados com numerário proveniente dos lucros e de outras fontes. Assim, pois, o total este ano destinado ao financiamento da economia nacional será de mais de 290 bilhões de rublos, contra 265 bilhões em 1952. É preciso levar em conta, além disso, que, em conseqüência da redução de preços efetuada, a capacidade aquisitiva do rublo se elevou e, portanto, o volume do financiamento da economia nacional será, na realidade, maior.
Os recursos destinados ao desenvolvimento da economia nacional asseguram o aumento incessante da produção social como base da posterior melhoria do bem-estar do povo e do fortalecimento ainda maior 'da capacidade de defesa de nosso país.
O orçamento nacional reflete a solicitude do Estado Soviético pela incessante elevação do nível de vida material e cultural dos trabalhadores.
As despesas com a instrução, a saúde pública, as medidas sociais e culturais e as pensões, bem como as quantias a serem pagas à população em virtude de empréstimos, ascendem este ano a 139 bilhões e 500 milhões de rublos, contra 129 bilhões e 600 milhões em 1952. Além disso, às custas do orçamento fizeram-se despesas com a redução dos preços estatais do varejo — o que assegura à população um ganho superior a 46 bilhões de rublos por ano — e se tomaram outras medidas que visam a elevar diretamente o bem-estar material do povo.
Ao todo, a população receberá por conta do orçamento deste ano 192 bilhões de rublos — o que representa mais de 36% de todos os gastos orçamentários —, contra 147 bilhões de rublos do ano passado. A par disso, os trabalhadores contribuirão para o orçamento, sob a forma de impostos e taxas, assim como mediante a subscrição do empréstimo, com 65 bilhões de rublos de suas rendas pessoais — ou seja: 21 bilhões de rublos menos que no ano passado. Por conseguinte, os operários, os kolkhozianos e os empregados receberão este ano do orçamento 127 bilhões de rublos mais que o total das contribuições provenientes de suas rendas pessoais. Em 1952 a população recebeu 61 bilhões de rublos mais do que contribuiu para o orçamento.
O orçamento do Estado prevê gastos de 110 bilhões e 200 milhões de rublos para a defesa — o que representa 20,8% do total da despesa, contra 23,6% em 1952.
Ao propor que se consigne tal soma para os gastos de defesa, o Governo parte da consideração de que nosso dever é aperfeiçoar e reforçar incansavelmente as forças armadas soviéticas a fim de garantirmos a segurança de nossa Pátria e estarmos prontos a vibrar um golpe esmagador contra qualquer agressor que pretenda perturbar a vida pacífica dos povos da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. (Tempestuosos e prolongados aplausos).
Camaradas! Em relação com o debate do orçamento gostaria de abordar algumas tarefas inadiáveis no setor da indústria e da agricultura e cuja solução nos permitirá realizar com maior êxito nossa tarefa principal: assegurar a continua melhoria de bem-estar material dos operários, dos kolkhozianos e dos intelectuais — de todos os cidadãos soviéticos.
Os resultados econômicos do primeiro semestre de 1953, da mesma forma que os resultados alcançados em 1951 e 1952, demonstram que as tarefas do quinto Plano Qüinqüenal estão sendo cumpridas com êxito por nossa indústria. O volume da produção industrial em 1953 será aproximadamente duas vezes e meia maior que em 1940, ano de pré-guerra.
O aumento da produção nos ramos fundamentais da indústria pesada caracteriza-se pelos seguintes dados:
Em 1953 se produzirão mais de 38 milhões de toneladas de aço — Isto é: mais do dobro da produção de 1940 —; serão extraídas mais de 320 milhões de toneladas de carvão — ou seja: 93% mais que em 1940 —; e mais de 52 milhões de toneladas de petróleo — o que representa quase 70% mais que em 1940 — serão fabricadas mais de 16 milhões de toneladas de cimento — quase três vezes mais que em 1940. A produção de energia elétrica será de 133 bilhões de kilowatts hora — ou seja: 2,8 vezes mais que em 1940. Em 1953 a produção da indústria química triplicará em relação a 1940, e a fabricação de máquinas e equipamentos aumentará de 3,8 vezes.
É o seguinte o quadro relativo à produção de artigos de consumo:
Em 1953 serão produzidos: 5 bilhões e 300 milhões de metros de tecidos de algodão — ou seja: 34% mais que em 1940 —; mais de 200 milhões de metros de tecidos de lã — ou seja: aproximadamente 70% mais que em 1940 —; mais de 400 milhões de metros de tecido de seda — isto é: mais do quíntuplo da produção de 1940 —; 3 milhões e 600 mil toneladas de açúcar — quase 70% mais que 1940 —; 400 mil toneladas de gordura animal — o que ultrapassa em quase 80% o nível da produção de antes da guerra.
Esses dados testemunham cabalmente os êxitos alcançados por nossa indústria.
Sabe-se que o Partido iniciou a industrialização do país com o desenvolvimento da indústria pesada — a metalúrgica, a de combustíveis e a energética — e da própria indústria mecânica.
Sem isso não nos seria possível falar em assegurar a independência de nossa Pátria. O Partido aplicou firme e invariavelmente sua linha na luta contra os trotskistas, os capitulacionistas de direita e os traidores, que se opunham à construção da indústria pesada e exigiam a transferência dos recursos da indústria pesada para a indústria leve. A aceitação dessas propostas teria significado a ruína de nossa revolução e o colapso de nosso país, pois nos encontraríamos desarmados diante do cerco capitalista.
Lembrai-vos, camaradas, do que era nossa indústria quando o Partido empreendeu o caminho da industrialização do país. Em vésperas do XIV Congresso do Partido — no ano econômico de 1924/25 —, fundiam-se apenas 1 milhão e 868 mil toneladas de aço na União Soviética; extraíam-se apenas 16 milhões e 520 mil toneladas de carvão, as centrais elétricas produziam menos de 3 bihões de kilowatts-hora de energia elétrica. Em comparação com os grandes Estados capitalistas, ocupávamos o último lugar na produção de metais ferrosos e não-ferrosos, na extração de carvão e de petróleo, e na obtenção de energia elétrica. Não possuíamos indústria de tratores, de automóveis, de aviões e de construção de tornos e máquinas-ferramentas; não existia uma importante indústria química, nem a produção de máquinas agrícolas.
Hoje nosso país possui poderosa indústria pesada — a mais moderna sob o ponto-de-vista técnico.
Nos 28 anos transcorridos desde o XIV Congresso do Partido, a produção industrial aumentou 29 vezes. Agora se produz, em relação a 1924/25, uma quantidade de aço 21 vezes maior, 19 vezes mais de carvão e 45 vezes mais de energia elétrica. Desenvolveram-se em ritmo mais rápido a indústria química e a de construções mecânicas, cuja maioria de ramos é de nova criação.
Durante esse período, criaram-se novos centros industriais na região do Volga, nos Urais, na Sibéria, no Extremo-Oriente, nas regiões do norte europeu, no Kazakstão, nas repúblicas da Ásia-Central e na Transcaucásia. Possuímos indústria pesada desenvolvida em todas as regiões econômicas de nosso país.
A realização das tarefas que visam a desenvolver em primeiro lugar a indústria pesada modificou radicalmente a correlação entre a indústria pesada e a leve no volume global da produção industrial. Atualmente trabalham na indústria pesada cerca de 70% de todos os operários industriais. Enquanto em 1924/1925 a parte correspondente aos meios de produção se elevava a 34% de toda a produção industrial da URSS, em fins do segundo plano qüinqüenal, em 1937, já representava 58%, e, em 1953, aproximadamente 70%. Portanto, o peso específico da indústria pesada, que em 1924/25 era apenas igual ao da Rússia pré-revolucionária e não alcançava senão um terço da produção industrial, representa agora mais de dois terços do volume total da produção industrial.
Ao mesmo tempo que se desenvolvia a indústria pesada, cresceu e se desenvolveu em nosso país o transporte ferroviário, fluvial e marítimo e se criou o transporte rodoviário e o aéreo. No período compreendido entre 1925 e 1953, a circulação de cargas em todos os meios de transporte aumentou de 13 vezes e meia, com a particularidade de que a circulação de cargas por via férrea aumentou mais de 15 vezes.
Continuaremos a desenvolver, por todos os meios, a indústria pesada — a metalúrgica, a de combustíveis, a energética, a química, a florestal, a de construções mecânicas e a de construção —; continuaremos a desenvolver e a aperfeiçoar nossos meios de transporte. Temos o dever de recordar sempre que a indústria pesada é a pedra-angular de nossa economia socialista, pois sem seu desenvolvimento não é possível assegurar o aumento continuado da indústria leve e o aumento das forças produtivas da agricultura, nem fortalecer a capacidade de defesa de nosso país.
Agora, à base dos êxitos alcançados no desenvolvimento da indústria pesada, temos todas as condições para organizar um rápido aumento da produção de artigos de, consumo popular. Temos toda a possibilidade de fazê-lo e devemos fazê-lo. Durante os últimos 28 anos, a produção dos meios de produção em nosso país aumentou, em seu conjunto, 55 vezes, aproximadamente; por outro lado, a produção de artigos de consumo popular aumentou apenas de 12 vezes, aproximadamente. A comparação do nível da produção de 1953 com o da produção de 1940 — ano de pré-guerra — mostra que também nesse período a produção de meios de produção mais que triplicou, enquanto que a produção de artigos de consumo aumentou de 72%.
O volume alcançado na produção de artigos de consumo não pode satisfazer-nos.
Até agora não tínhamos possibilidades de desenvolver a indústria leve e a de alimentação no mesmo ritmo da indústria pesada. Atualmente podemos fazê-lo e, por conseguinte, devemos forçar, por todos os meios, o desenvolvimento da indústria leve, a fim de assegurar a elevação mais rápida do nível de vida material e cultural do povo.
Durante longo tempo orientamos as inversões de fundos principalmente para o desenvolvimento da indústria pesada e a dos transportes. Nos anos dos planos qüinqüenais — ou seja: de 1929 a 1952 —, invertemos em obras básicas e na aquisição de equipamentos os seguintes recursos do Estado (calculados a preços atuais): na indústria pesada, 638 bilhões de rublos; nos transportes, 193 bilhões; na indústria, 72 bilhões; na agricultura, 94 bilhões.
O Governo e o Comitê Central do Partido consideram indispensável aumentar consideravelmente a inversão de recursos no desenvolvimento das indústrias leve e de alimentação — particularmente a indústria da pesca — e no fomento da agricultura; modificar, no sentido de aumento considerável, as tarefas de produção de artigos de consumo popular, e incorporar do modo mais amplo à produção de artigos de consumo determinadas empresas da indústria de construções mecânicas e outras empresas industriais.
Constitui tarefa urgente aumentar consideravelmente, em dois ou três anos, o abastecimento da população em comestíveis e artigos industriais — carne e seus derivados, peixe e seus derivados, manteiga, açúcar, artigos de confeitaria, tecidos, vestuário, calçado, louças, móveis e outros artigos domésticos —, bem como em artigos culturais, e aumentar de modo considerável o abastecimento, à população, de todas as mercadorias de consumo popular. (Tempestuosos aplausos)
Como se sabe, o quinto plano qüinqüenal prevê para 1955 um aumento aproximado de 65% na produção de artigos de consumo, em comparação com 1950. Temos toda a possibilidade de desenvolver a produção de artigos de consumo popular em tal escala que poderemos cumprir essa tarefa do plano qüinqüenal muito antes do prazo.
Não devemos dar-nos, porém, por satisfeitos com o simples aumento quantitativo da produção de artigos de consumo. Não tem importância menor a qualidade dos artigos industriais de consumo popular.
É preciso reconhecer que nos temos atrasado no que diz respeito à qualidade dos artigos de amplo consumo, e que devemos melhorá-los seriamente. Muitas empresas continuam a produzir artigos de qualidade ainda insatisfatória, que não correspondem às exigências e aos gostos do consumidor soviético.
Embora, em regra geral, se distingam por sua solidez, os artigos de amplo consumo produzidos por nossa indústria muito deixam a desejar em seu acabamento e aspecto exterior. Para vergonha dos trabalhadores da indústria, o consumidor prefere freqüentemente adquirir artigos de fabricação estrangeira unicamente porque seu acabamento é mais belo. No entanto, temos em nosso país plena possibilidade de fabricar tecidos bons e bonitos, roupa boa e elegante, e calçado durável e fino; temos toda a possibilidade de dar bom acabamento a todos os artigos destinados à satisfação das necessidades populares.
O povo soviético tem direito a exigir de nós, e, em primeiro lugar, dos trabalhadores da indústria que produz artigos de amplo consumo, mercadorias resistentes, bem acabadas e de excelente qualidade. Essas exigências devem ser respondidas com fatos. Cada empresa tem o dever de produzir artigos de alta qualidade, preocupando-se constantemente com que seus artigos sejam de boa qualidade e superior acabamento.
A tarefa consiste em conseguir uma reviravolta completa na produção de artigos de consumo popular e assegurar o desenvolvimento mais rápido das indústrias leve e de alimentação.
Mas para assegurar um impetuoso aumento da produção de artigos de consumo popular, devemos preocupar-nos, em primeiro lugar, com desenvolver e fomentar, ainda mais, a agricultura, que abastece com seus produtos alimentícios a população e com matérias-primas a indústria leve.
Nossa agricultura socialista conseguiu grandes êxitos em seu desenvolvimento. De ano para ano aumenta e se fortalece a economia social dos kolkhozes e eleva-se a produção agrícola.
Nosso país é amplamente abastecido de cereais. Aumentaram consideravelmente, em relação ao pré-guerra, as entregas de algodão, de beterraba açucareira e de produtos animais ao Estado. Em 1952 tivemos 3 milhões e 770 mil toneladas de algodão bruto — isto é: 1,7 vezes mais que em 1940 —; 22 milhões de toneladas de beterraba açucareira ou quase 30% mais que em 1940. As entregas de carne ao Estado elevaram-se, no ano passado, a 3 milhões de toneladas — o que supera em 1 vez e meia a de 1940 — e as cotas de leite a 10 milhões de toneladas — isto é: quase 1,6 mais que em 1940. Além das entregas ao Estado, nossa agricultura vende grande quantidade de carne, de leite e de outros produtos alimentícios através do comércio cooperativo e kolkhoziano.
Este ano, as entregas de cereais e de outros produtos à agricultura realizam-se de maneira organizada e com êxito.
Grandes êxitos foram obtidos no equipamento da agricultura com nova e moderna maquinaria, o que permitiu mecanizar totalmente inúmeros trabalhos, facilitar o trabalho do campesinato kolkhoziano e tornar mais produtivo esse trabalho.
Os êxitos da agricultura são consideráveis — são uma indiscutível conquista de nossos kolkhozes, das estações de máquinas e tratores, dos sovkhozes e de nosso regime socialista.
Entretanto, constituiria grave erro não ver o atraso de vários ramos importantes da agricultura, não notar que o atual nível da produção agrícola não corresponde ao elevado nível atingido pelo equipamento técnico da agricultura e às possibilidades que possuem o regime kolkhoziano.
Em nosso país existem ainda muitos kolkhozes, e mesmo regiões inteiras, em que não se dá o necessário cuidado à agricultura. Em muitas regiões do país há kolkhozes e sovkhozes que, tendo parcas colheitas de cereais e outras culturas, efetuam com grandes perdas o armazenamento das safras. Em virtude do baixo desenvolvimento da economia social, uma parte dos kolkhozes ainda obtém renda insuficiente em dinheiro e em espécie, e entrega aos kolkhozianos — em pagamento dos dias de trabalho — dinheiro, e cereais e outros produtos.
É preciso reconhecer que as coisas não marcham bem em relação ao desenvolvimento da produção animal e que, por isso, estamos longe de satisfazer devidamente às crescentes necessidades da população no que se refere a carne, leite, ovos e outros produtos animais. É também sabido que no pré-guerra não estava suficientemente desenvolvida a produção animal. Depois da guerra, embora se haja realizado considerável esforço para a restaurarão e o aumento do número de cabeças de gado, não se superou até agora o atraso no desenvolvimento dos rebanhos. O ritmo de aumento do número de cabeças de gado é insuficiente e continua a ser baixa a produtividade do gado. Em muitos kolkhozes, a criação de gado ainda não é um setor econômico de grande produtividade e altamente lucrativo, como deveria ser. Tudo isso repercute de modo negativo na situação econômica dos kolkhozes e prejudica a economia nacional.
Existe também considerável atraso na produção de batatas e hortaliças, o que impede a melhoria do abastecimento desses produtos à população das cidades e centros industriais — isso sem falar em que escassa quantidade de batatas retarda o desenvolvimento da produção animal.
Temos o importantíssimo dever de acabar, o mais cedo possível, com a negligência do setor agrícola das regiões e kolkhozes; de assegurar o rápido desenvolvimento e o fortalecimento da economia dos kolkhozes, e de, com base nisso, aumentar sensivelmente a distribuição de dinheiro e de cereais e outros produtos aos kolkhozianos em pagamento dos dias de trabalho.
Precisamos liquidar o intolerável atraso no desenvolvimento da pecuária, criar uma sólida base forrageira, assegurar instalações para o gado e para as aves, conseguir rápido aumento da produtividade dos animais e um ritmo mais elevado no aumento do número de cabeças de gado, particularmente de vacas.
Precisamos superar o atraso na produção de batatas e hortaliças, a fim de melhorar consideravelmente o fornecimento desses produtos à população das cidades e centros industriais, e elevar, nos próximos anos, a produção de batatas e hortaliças de modo tal que satisfaça inteiramente não apenas às necessidades da população e da indústria de transformação, mas também às necessidades do gado no que se refere a batatas.
Devemos assegurar um aumento mais rápido da produção de cereais, tendo em vista que nosso país precisa disso não apenas para a satisfação das crescentes necessidades da população no tocante a cereais, como também para o rápido desenvolvimento da criação animal e do abastecimento dos cereais às zonas dedicadas ao cultivo de plantas industriais. A fim de intensificar a luta contra as perdas que se verificam na colheita e de aumentar a colheita real de cereais e de outros produtos agrícolas, é preciso acabar com o errôneo costume de avaliar os resultados dos trabalhos dos kolkhozes no tocante à produção de cereais e outros produtos tão somente pelo rendimento de cada espécie e não pela colheita real. Não deve ser esquecido que é a colheita realmente armazenada nos celeiros — e não a que se calcula poder efetuar — aquela que cria a riqueza de nosso país, a riqueza de nossos kolkhozes. (Aplausos)
Devemos continuar a desenvolver ao máximo o cultivo de plantas industriais e, principalmente, do algodão, do linho, da beterraba açucareira e das plantas oleaginosas.
É tarefa inadiável conseguir em nosso país durante os próximos dois ou três anos — com base no progresso geral de toda a agricultura e no maior fortalecimento orgânico e econômico dos kolkhozes — abundância de produtos alimentícios para a população e de matérias-primas para a indústria leve. (Aplausos).
Para cumprir com êxito essa tarefa o Governo e o Comitê Central do Partido consideraram necessário aplicar várias medidas importantes destinadas a garantir novo e rápido desenvolvimento da agricultura e, antes de tudo, medidas tendentes a elevar o interesse econômico dos kolkhozes e dos kolkhozianos pelo fomento dos ramos atrasados da agricultura.
Não é possível considerar normal a situação existente, na qual, para o desenvolvimento de alguns ramos da agricultura e de certas culturas agrícolas — como, por exemplo, o algodão, a beterraba açucareira, o chá e as plantas cítricas — criaram-se em nosso país necessários estímulos econômicos aos kolkhozes e aos kolkhozianos enquanto que a produção de diversas outras culturas — como a da batata e a das hortaliças — e, especialmente, o desenvolvimento de ramo tão importante como a pecuária recebem insuficiente ajuda econômica por parte do Estado.
Claro que não se trata de diminuir a ajuda econômica aos kolkhozes e kolkhozianos para o aumento da produção de algodão, beterraba açucareira e outras culturas devidamente encorajadas pelo Estado. Pelo contrário: será necessário continuar a zelar, por todos os meios, pelo desenvolvimento ainda maior dessas valiosas culturas.
O importante é aplicar uma série de medidas para elevar o interesse material dos kolkhozes e kolkhozianos no aumento da produção de batatas e hortaliças e no desenvolvimento da pecuária. Sem aumentar os preços de varejo e aplicando firmemente a política de redução dos mesmos, o Governo e o Comitê Central do Partido decidiram elevar, já no correr deste ano, os preços que o Estado paga pela carne, o leite, a lã, as batatas e as hortaliças entregues por kolkhozes e kolkhozianos ao Estado, em cumprimento de suas cotas de fornecimento obrigatório; organizar a compra em grande escala por parte do Estado, à base de preços mais elevados, dos excedentes de cereais, hortaliças, batatas, carne, leite, ovos e outros produtos agrícolas, aos kolkhozes e kolkhozianos que hajam cumprido as cotas de venda obrigatória ao Estado; desenvolver amplamente o comércio kolkhoziano e ajudar os kolkhozes a organizarem a venda dos excedentes dos produtos agrícolas nos mercados kolkhozianos e através das cooperativas de consumo.
Simultaneamente com a elevação do interesse material dos kolkhozianos no desenvolvimento da economia social dos kolkhozes, o Governo e o Comitê Central do Partido decidiram também corrigir e modificar, fundamentalmente, a atitude incorreta criada entre nós para com a economia auxiliar do kolkhoziano.
Sabe-se que ao lado da economia social, que é a força principal do kolkhoz, cada kolkhoziano, de acordo com os estatutos do artel agrícola, possui sua economia auxiliar para satisfazer a algumas necessidades pessoais da família kolkhoziana, uma vez que essas necessidades ainda não podem ser satisfeitas pela economia do artel.
Em virtude das deficiências que sofre nossa política tributária, com relação à economia auxiliar pessoal dos kolkhozianos, vem-se verificando, nos últimos anos, uma redução nas rendas obtidas pelos kolkhozianos em sua economia auxiliar pessoal; tolerou-se uma redução do número de cabeças de gado — especialmente de vacas — na propriedade pessoal da família kolkhoziana, o que é contrário à política do nosso Partido no domínio da construção kolkhoziana.
Nesse sentido, o Governo e o Comitê Central do Partido consideraram necessário concordar com importante redução das entregas obrigatórias provenientes da economia auxiliar pessoal dos kolkhozianos; decidiram — como já expôs o Ministro das Finanças, camarada Zveriev — modificar o sistema tributário que incide sobre os kolkhozianos, reduzir aproximadamente à metade, em média, o imposto em dinheiro pago por família kolkhoziana e cancelar totalmente a dívida relativa ao imposto agrícola dos anos anteriores. (Aplausos).
No orçamento prevêem-se dotações destinadas ao aumento dos preços que o Estado paga por produtos animais, batatas e hortaliças, levam-se em conta as modificações nas receitas, em conseqüência da diminuição do imposto agrícola e da entrega obrigatória dos produtos pecuários pelos kolkhozianos. Graças à aplicação das medidas de ajuda econômica aos kolkhozes e kolkhozianos, bem como às medidas de política tributária, as rendas dos kolkhozes e dos kolkhozianos aumentarão, já em 1953, em mais de 13 bilhões de rublos, e em mais de 20 milhões de rublos anualmente. No orçamento do Estado destinam-se também verbas para a realização de novas medidas complementares a fim de melhorar consideravelmente a mecanização e a eletrificação da agricultura, aumentar a produção de adubos minerais e intensificar a ajuda agronômica e zootécnica aos kolkhozes
As referidas medidas destinam-se, acima de tudo:
Todas essas medidas contribuirão, em alto grau, para resolver com êxito o principal problema que se apresenta aos kolkhozes, às E. M. T. e aos sovkhozes: elevar ao máximo o rendimento de todas as culturas, aumentar o número de cabeças de gado — elevando ao mesmo tempo sua produtividade — e incrementar em todo seu conjunto a produção mercantil da agricultura e da produção animal, A contribuição do Estado ao desenvolvimento da agricultura — seja a contribuição orçamentária ou às custas de outros recursos nacionais — alcançará este ano quase 52 bilhões de rublos. Deve ser lembrado igualmente que este ano os kolkhozes receberão do Estado 3 bilhões e 500 milhões de rublos de créditos a longo prazo para o desenvolvimento da economia social. Os próprios kolkhozes efetuarão em 1953, com seus próprios recursos, inversões de capital não inferiores a 17 bilhões de rublos.
Camaradas!
Apresentam-se diante de nós grandes tarefas para o desenvolvimento da agricultura. Não resta dúvida que a tarefa de criar, nos próximos dois ou três anos, abundância de produtos alimentícios para a população e de matérias-primas para a indústria leve será resolvida com êxito por todos os nossos kolkhozianos e trabalhadores da agricultura, se todos nossos operários, engenheiros e técnicos da indústria produtora de máquinas agrícolas e de adubos, se todos nós, com decisão e perseverança, empreendermos nossa obra comum de desenvolver ainda mais nossa agricultura e não pouparmos, para isso força e recursos.
Com relação ao maior desenvolvimento da indústria de artigos de consumo e ao progresso da agricultura, ganha importância ainda mais acentuada a tarefa de desenvolver ao máximo a circulação de mercadorias, a tarefa de melhorar a organização do comércio estatal, do cooperativo e do kolkhoziano.
Nosso comércio soviético serve aos interesses e às necessidades do povo. Sua função é servir à sociedade socialista, contribuir para o desenvolvimento e o fortalecimento da produção socialista e a vincular ao consumo. Através da vasta rede de armazéns e lojas estatais e cooperativas, dos depósitos e empórios comerciais e dos mercados kolkhozianos é realizado o suprimento, à população, da múltipla massa de artigos de consumo produzidos por nossa indústria e nossa agricultura. O comércio soviético constitui também elo de importância vital no sistema geral de relações econômicas e de produção entre a indústria do Estado e a agricultura kolkhoziana.
No socialismo, o comércio é e será, por muito tempo, a forma fundamental de distribuição dos artigos de consumo entre os membros da sociedade socialista, a forma fundamental através da qual serão satisfeitas as crescentes necessidades pessoais dos trabalhadores.
Para que o comércio soviético possa cumprir com êxito suas funções, vitalmente necessárias à sociedade socialista, é essencial que cuidemos permanentemente de seu desenvolvimento multilateral. O Governo ocupa-se diariamente das questões relacionadas com o desenvolvimento do comércio soviético. Isto se manifesta no incessante aumento da quantidade de artigos enviados à rede comercial, na sistemática redução dos preços dos produtos alimentícios e dos artigos industriais, na ampliação da rede de empresas comerciais e na múltipla ajuda aos kolkhozianos para que vendam os excedentes da produção agrícola.
A fim de satisfazer à crescente capacidade aquisitiva da população, o Governo adotou, nos últimos meses, medidas complementares para o desenvolvimento da circulação de mercadorias através do aumento da produção de artigos de amplo consumo e do fornecimento de mercadorias ao mercado por conta de outras fontes; grande número de usinas da indústria mecânica foram destinadas a produzir artigos amplo consumo. Em conseqüência dessas medidas, o comércio receberá este ano uma quantidade a mais de mercadorias no valor de 32 bilhões de rublos, além dos 312 bilhões de rublos previamente destinados para venda à população durante os meses de abril a dezembro de 1953 (Aplausos) Aumentaram-se os estoques das mercadorias mais procuradas pela população, principalmente tecidos de algodão, de lã e de seda, vestuários, móveis, louça e utensílios domésticos, gordura animal e vegetal, açúcar, peixe, carne e conservas. Ampliou-se a venda da farinha de trigo das melhores qualidades. Aumentam também as vendas de madeiras e outros materiais de construção, e de artigos industriais como automóveis, motocicletas, bicicletas, geladeiras, relógios, aparelhos de televisão, rádios, etc..
As medidas adotadas começam a dar resultado. Como é notório o volume do comércio a varejo em 1952 aumentou de 10% em relação ao ano anterior. Durante o primeiro trimestre do ano corrente aumentou de 7% e, no segundo trimestre, o aumento foi de 23% em relação aos períodos correspondentes do ano passado.
Mas isto não basta. Não podemos sentir-nos satisfeitos com o atual volume da circulação de mercadorias. Além disso, existem sérios defeitos na própria organização do comércio; em diversos distritos não se organizou até agora o comércio de todas as mercadorias de que necessita a população. São freqüentes os casos em que o consumidor se vê obrigado a trasladar-se a outra cidade ou a outro distrito para adquirir esta ou aquela mercadoria.
As organizações comerciais e de planificação devem estudar minuciosamente que tipo de artigo exige a população. Da própria essência do comércio soviético decorre a necessidade de calcular em detalhe as exigências da população e todas suas diversas necessidades. Unicamente nesta base é possível organizar, com mais acerto, a distribuição das mercadorias pelas regiões do país.
A tarefa consiste em haver no país, nos dois ou três próximos anos, quantidade suficiente de produtos alimentícios e de artigos industriais, para que em cada cidade e em cada distrito rural se possam adquirir todas as mercadorias necessárias.
O Plano Qüinqüenal prevê que em 1955 o comércio de varejo por intermédio dos armazéns do Estado e das cooperativas aumentará de 70%, aproximadamente, em comparação com 1950. Temos todas as possibilidades de cumprir esta tarefa já em 1954. (Aplausos)
Às organizações comerciais cabe também grande responsabilidade pela qualidade dos artigos de amplo consumo. O comércio deve utilizar amplamente todas as alavancas econômicas de que dispõe para influir ativamente sobre a produção, a fim de que se aumente o fabrico de artigos procurados pela população e se reduza a produção de mercadorias de menor aceitação.
Camaradas! Para a elevação do bem-estar do povo tem importante significação a melhoria das condições de habitação e de assistência médica, e a ampliação da rede de escolas e instituições infantis.
Apesar do fato de antes da guerra e sobretudo nos anos de após-guerra haver sido construído em nosso país um grande número de casas, estamos ainda longe de poder satisfazer às necessidades de moradia, cuja escassez se faz sentir com agudeza por toda parte. Isso se nota especialmente nas cidades, já que a população urbana de nosso país aumentou em grau considerável. Se, de acordo com o censo de 1926, a população urbana era de 26 milhões de habitantes, e em 1940 passou a 61 milhões, hoje a população urbana se eleva a cerca de 80 milhões de habitantes.
No presente ano foram consideravelmente aumentadas as inversões de capital feitas pelo Estado na construção de residências, sua soma global ultrapassa quase quatro vezes os gastos efetuados com esse fim em 1940, ano de ante-guerra. A construção de casas, no entanto, ainda se realiza mal: não se cumprem inteiramente os planos de construção e não se utilizam por completo os recursos que o Estado destina a esse fim. Muitos dirigentes dos ministérios, de soviets locais e de organizações do Partido não dão a devida atenção à construção de casas. Existem ainda, entre nós, não poucos dirigentes da economia que não se preocupam com o problema da habitação. Ao se construírem novas empresas, ocorre, com freqüência, que não se edifica o número necessário de casas de moradia para os operários e empregados das mesmas, motivo por que surgem amiúde nas fábricas recentemente construídas grandes dificuldades com relação à mão-de-obra. Entre muitos dirigentes da construção existe arraigado o costume pernicioso de entregar para utilização casas novas ainda não de todo acabadas, com uma infinidade de coisas por terminar e com trabalhos feitos com negligência, depreciando assim a qualidade da moradia e provocando justas reclamações por parte dos trabalhadores.
Temos por tarefa melhorar a construção de casas de moradia e assegurar que sejam cumpridas incondicionalmente as tarefas fixadas pelo Estado relativamente à construção e reparação das residências.
Necessitamos também, de mais escolas, hospitais e instituições infantis. No plano da economia nacional para 1953 prevê-se o seguinte aumento, em comparação com o ano passado: construção de escoas, 30%; construção de jardins-de-infância e creches, 40%; e construção de hospitais, 54%.
Apesar de todos os defeitos, a construção de escolas, hospitais e instituições infantis marcha este ano, em nosso país, em ritmo mais acelerado, e mais rapidamente do que o de outros tipos de obras. Registram-se, entretanto, muitos casos em que não se utilizam integralmente os recursos distribuídos e se atrasa com freqüência a construção de escolas e instituições infantis. Cumpre-se mal o plano de construção de instituições infantis nas empresas da indústria leve, onde, como se sabe, trabalham muitas mulheres, motivo por que adquire particular importância a questão dos jardins-de-infância e creches. Não marcha satisfatoriamente a construção de instituições infantis na Ucrânia, na Bielo-Rússia e em diversas regiões da R.S.F.S.R..
O Ministério da Saúde Pública, os Ministérios da Instrução Pública das Repúblicas da União e os órgãos locais dos Soviets e do Partido têm o dever de dispensar maior cuidado à construção das escolas, instituições infantis e hospitais, e de prestar maior atenção a esse problema. Sobre todos esses órgãos recai uma grande responsabilidade na ampliação da rede de escolas, hospitais, creches e jardins-de-infância e no melhoramento de seu trabalho.
Camaradas!
Para resolver as urgentes tarefas que assinalamos, na indústria, na agricultura e na melhoria do bem-estar do povo, é necessário elevar a novo nível, consideravelmente mais alto, todo nosso trabalho econômico e de organização.
Seria errôneo não ver os defeitos essenciais existentes no trabalho dos órgãos econômicos e do Estado, o que causa não poucos prejuízos à economia nacional. As decisões do XIX Congresso de nosso Partido referem-se a esses defeitos. Temos que reconhecer que os ministérios e os órgãos locais do Partido e dos Soviets ainda não cumprem satisfatoriamente as diretivas do Congresso e não adotam as medidas necessárias à melhoria do trabalho de direção das empresas. Temos por tarefa corrigir com energia os defeitos existentes.
Pode servir de exemplo de direção insatisfatória das empresas a despreocupação de nossos órgãos econômicos, financeiros e de planificação relativamente às questões ligadas à diminuição do preço de custo da produção.
Como se sabe, o preço de custo é o índice fundamental que caracteriza a atualidade de todo o trabalho da empresa. Contudo, muitos dirigentes da economia esquecem-se disso e dão pouca atenção às questões referentes à rentabilidade das empresas. Em diversos ramos da indústria não foram cumpridas no primeiro semestre deste ano as tarefas do plano de Estado para a redução do preço de custo da produção industrial e a elevação da produtividade do trabalho. Na indústria há ainda muitas empresas que dão prejuízo, nas quais o preço de custo de produção é superior aos preços fixados para a mesma; os prejuízos de tais empresas são cobertos às custas das empresas que dão lucro, que trabalham bem. A existência de fábricas, usinas e minas que dão prejuízo e vivem às custas das empresas mais desenvolvidas solapa as bases da contabilidade de custo em nossa indústria, não cria o estímulo necessário ao aumento contínuo das acumulações, e reflete-se de modo negativo sobre o aumento das receitas do orçamento nacional.
São inúmeras as empresas que dão prejuízo — e esse é muito grande — nas indústrias hulhífera e florestal. Há uma série de anos muitas empresas desses ramos industriais não cumprem os planos de redução do preço de custo e os de elevação da produtividade do trabalho. Por causa disso, o preço de custo da produção nas indústrias hulhífera e florestal continua a ser elevado. O alto preço de custo da hulha e dos materiais da indústria florestal impede a baixa dos preços não só desse tipo de produção, como também de muitos outros artigos industriais.
Os prejuízos das empresas industriais não lucrativas foram, em 1952, de 16 bilhões de rublos. Foram também consideráveis os prejuízos sofridos no primeiro semestre de 1953 pelas empresas não lucrativas.
Não apenas na indústria existe uma situação que deixa a desejar quanto ao cumprimento das tarefas do plano relativas à redução do preço de custo. Continuam a ser altos, ainda, o custo das obras e os prejuízos da maioria das organizações da indústria da construção; muitas estações de máquinas e tratores não cumprem as tarefas fixadas pelo plano no que se refere ao preço de custo; as coisas não marcham satisfatoriamente com relação à redução do preço de custo no transporte fluvial, e não são cumpridas as tarefas de redução dos gastos com a circulação de mercadorias no comércio; muitas estações de máquinas e tratores não cumprem as tarefas do plano relativas ao preço de custo de seus trabalhos.
A condição decisiva para reduzir o preço de custo da produção é o aumento da produtividade do trabalho em todas as empresas. Temos todas as possibilidades para resolver com o maior êxito essa tarefa. A técnica de vanguarda de nossas empresas permitirá, se for bem aproveitada, aliviar cada vez mais o trabalho dos operários e assegurar o aumento contínuo da produtividade do trabalho. Para elevar a produtividade do trabalho social e reduzir o preço de custo da produção têm enorme importância a organização acertada e racional da produção, e o aumento do peso específico dos trabalhadores ocupados diretamente nos processos básicos de produção, às custas da redução do pessoal auxiliar, de escritório e subalterno.
A redução do preço de custo e o aumento da produtividade do trabalho em todos os ramos da produção têm importância decisiva na melhoria do bem-estar material do povo soviético. Quanto mais elevada for a produtividade do trabalho em nossas empresas, quanto mais baixo for o preço de custo, tanto mais baixos serão os preços de todos os produtos e artigos como tanto mais alto será o nível de vida do povo.
Temos por tarefa acabar com a atitude desdenhosa para com os problemas do preço de custo da produção; assegurar a redução sistemática do preço de custo e conseguir que cada empresa seja lucrativa.
Para resolver com êxito as tarefas que temos diante de nós é preciso elevar grandemente a responsabilidade e o esmero no trabalho de todos os escalões da administração pública e da economia.
Nos últimos meses procedeu-se à consolidação dos Ministérios e se ampliaram consideravelmente os direitos atribuídos aos Ministros. Essas medidas estão dando resultados positivos na direção da economia e permitiram a economia, este ano, de cerca de 6 bilhões e meio de rublos. Mas devemos reconhecer que a manutenção do aparelho da administração continua ainda sendo cara. O governo continuará melhorando o trabalho do aparelho estatal e reduzirá, com mais energia, os gastos com sua manutenção. Devemos dizer, ao mesmo tempo, que teremos necessidade de introduzir algumas modificações na reorganização dos Ministérios, já realizada, pois assim o exigem as novas tarefas que visam a desenvolver ainda mais certos ramos da economia nacional. Nossa economia nacional marcha com segurança pelo caminho de um progresso constante. O manancial de nossas forças é formado pela poderosa atividade e iniciativa dos operários, kolkhozianos e intelectuais. Dispomos de enormes possibilidades para cumprir nossa tarefa principal: a máxima satisfação das necessidades materiais e culturais do povo, sempre crescentes. Estamos firmemente seguros de que em breve prazo conseguiremos grandes êxitos na realização dessa tarefa. (Tempestuosos e prolongados aplausos)
Camaradas Deputados!
Ao examinar nossos assuntos internos, não podemos, naturalmente, deixar de lado a situação internacional.
No momento presente a situação internacional caracteriza-se, sobretudo, pelos grandes êxitos conquistados pela União Soviética, pela República Popular da China e por todo o campo da paz e da democracia na luta pelo alivio da tensão internacional, pela paz e por impedir uma nova guerra mundial.
No Oriente, cessou o derramamento de sangue que arrebatou imensas quantidades de vidas humanas e ameaçou provocar as mais sérias complicações internacionais.
Os povos de todo o mundo saudaram com a maior alegria a assinatura do armistício na Coréia. Consideram legitimamente esse fato como uma vitória das forças da paz. (Tempestuosos aplausos). O campo da paz e da democracia trabalhou durante mais de três anos para pôr fim à guerra da Coréia. A assinatura do armistício coroou essa luta. O desejo de paz por parte de milhões de indivíduos tornou-se força tão poderosa e tão efetiva que os agressores foram forçados a tomá-la em consideração.
Com o desencadeamento da guerra da Coréia, os círculos agressores esperavam conseguir dobrar o povo coreano. Mas, lançando-se à guerra contra a República Democrática Popular da Coréia, os intervencionistas erraram em seus cálculos. Não foram capazes de vencer o heróico povo coreano. Lançando-se a uma aventura militar, os intervencionistas esperavam alcançar seus objetivos com um golpe relâmpago e sem esforços especiais. Aconteceu, porém, de maneira inteiramente diversa. Os intervencionistas viram-se envolvidos em uma guerra prolongada e sangrenta e, sofrendo grandes perdas em homens e equipamento bélico, com seu prestígio militar seriamente abalado, foram forçados a abandonar seus planos de usurpação. Como diz o ditado: Foram buscar lã e saíram tosquiados. (Hilaridade geral. Tempestuosos aplausos)
A luta do povo coreano contra os intervencionistas e seus mercenários da camarilha de Sing Man Ri mostrou que o devotamento à causa da liberdade e da independência do próprio país dá origem a uma grande firmeza, à audácia e ao heroísmo em massa. O povo coreano, contra o qual foi lançada a máquina militar mais poderosa do imperialismo moderno, mostrou-se invencível, porque lutava por uma causa justa. Ao mesmo tempo, jamais se apagará da memória dos homens a nobre proeza dos gloriosos Voluntários do Povo Chinês, que vieram em auxílio do povo coreano. (Tempestuosos e prolongados aplausos)
Desse feito orgulha-se não apenas o grande povo chinês, mas também toda a humanidade progressista. (Tempestuosos aplausos)
Os povos da União Soviética se congratulam, de todo o coração, com os povos coreanos e chinês pela conclusão do armistício. (Tempestuosos aplausos).
Temos agora a tarefa de assegurar o renascimento da vida pacifica para o sofredor povo coreano, que, ao preço de grande sacrifício, defendeu seu direito de dispor do próprio destino, do destino de seu país.
Nós, os homens soviéticos, desejamos ardentemente que a vida do glorioso povo coreano floresça nas condições de paz. A União Soviética ajudará o povo coreano a curar as profundas feridas causadas pela guerra. (Tempestuosos e prolongados aplausos). O Governo decidia desde já destinar um bilhão de rublos para a restauração da devastada economia da Coréia. (Tempestuosos e prolongados aplausos). Estamos certos de que o Soviet Supremo aprovará unanimemente essa decisão (Tempestuosos aplausos)
No Ocidente, o espírito conseqüente e a tenacidade da União Soviética na realização da política de paz fizeram fracassar a aventura provocadora de Berlim.
Os organizadores da aventura de Berlim perseguiam objetivos de longo alcance. Tinham em vista esmagar as forças democráticas da Alemanha, destruir a República Democrática Alemã, baluarte das forças pacíficas do povo alemão, transformar a Alemanha em Estado militarista e reacender o foco de guerra no centro da Europa. É fora de dúvida que se a União Soviética não houvesse demonstrado tenacidade e firmeza na defesa dos interesses da paz, a aventura de Berlim poderia levar a conseqüências internacionais extremamente sérias.
É por isso que se deve considerar que a liquidação da aventura de Berlim também significa importante vitória da causa da paz. (Tempestuosos aplausos)
Entre os êxitos da União Soviética na luta por diminuir a tensão internacional figura também a melhoria de suas relações com os países vizinhos.
Esforçando-se por desenvolver a colaboração pacífica entre todos os países, o Governo Soviético dá especial importância ao fortalecimento das relações da União Soviética com os Estados vizinhos. Elevar essas relações ao nível de uma autêntica boa-vizinhança, é o objetivo a que aspiramos e que pretendemos alcançar.
A União Soviética não tem pretensões territoriais em relação a nenhum país, inclusive a nenhum país vizinho. É princípio inviolável de nossa política exterior o respeito à liberdade e soberania nacionais de qualquer país, grande ou pequeno. (Aplausos). É evidente que a diferença existente entre o sistemas sociais e econômicos do nosso e de alguns países vizinhos não pode ser obstáculo à consolidação de relações amistosas entre os mesmos. Por sua parte, o Governo Soviético deu passos para fortalecer a amizade de boa-vizinhança com esses países e tudo agora depende da disposição de seus Governos, de se incorporarem ativamente ao estabelecimento de uma amizade, não em palavras mas, sim, de fato, uma amizade que pressupõe o zelo mútuo pelo fortalecimento da paz e da segurança de nossos países.
Nosso vizinho no Sul é o Irã. A experiência de três decênios e meio demonstra que a União Soviética e o Irã estão interessados na amizade e colaboração mútuas. As relações soviético-iranianas têm, portanto, uma base sólida, o que torna possível solucionar de modo reciprocamente satisfatório as questões que surgem nas relações entre as duas partes. No presente, estão em curso negociações entabuladas por iniciativa da União Soviética, para a regularização de certas questões fronteiriças e também em torno das pretensões financeiras mútuas. Esperamos que as negociações sejam coroadas de êxito. Há pouco chegou-se a um acordo, em bases mutuamente vantajosas, com o fim de aumentar o intercâmbio comercial entre os dois países.
Depende do Governo iraniano que as relações soviético-iranianas se desenvolvam como relações de boa-vizinhança, pelo caminho da ampliação dos vínculos econômicos e culturais.
As relações da União Soviética com o Afeganistão são invariavelmente sólidas e se caracterizam pelo respeito aos interesses mútuos. Isto cria condições favoráveis para um maior fortalecimento das relações entre nossos países.
Está presente na memória de todos a declaração feita pelo Governo soviético ao governo da Turquia. Essa declaração cria premissas essenciais para o desenvolvimento de relações de boa-vizinhança, se, evidentemente, o lado turco fizer por sua vez os esforços necessários nesse sentido. A melhoria das relações entre a Turquia e a União Soviética beneficiaria, sem dúvida alguma, ambas as partes, seria uma contribuição importante para o reforçamento da segurança na região do Mar Negro.
Em suas relações com a Finlândia, a União Soviética toma por ponto de partida os interesses de ambos os países. A assinatura, em 1950, de um acordo econômico por cinco anos — que foi completado mais tarde por um acordo de intercâmbio comercial para 1952-1955 — fez com que se ampliassem consideravelmente as relações econômicas entre a União Soviética e a Finlândia. O tratado de amizade, colaboração e ajuda mútua entre a União Soviética e a Finlândia corresponde aos interesses de ambos os países e contribui para o fortalecimento da paz e da segurança na parte setentrional da Europa. Esse tratado é uma boa base para o estabelecimento de relações de boa-vizinhança. É necessário que ele se cumpra ao pé da letra, não só por nosso governo como também pelo da Finlândia.
Esforçando-se por diminuir a tensão geral, o Governo Soviético concordou em restabelecer as relações diplomáticas com o Estado de Israel. Assim procedendo, teve em conta o compromisso, do governo de Israel, de que «Israel não participará de nenhuma aliança ou acordo que vise a objetivos agressivos contra a União Soviética». Supomos que o restabelecimento das relações diplomáticas contribuirá para a colaboração entre os dois Estados.
As afirmações de certos jornais estrangeiros no sentido de que o restabelecimento de relações diplomáticas com Israel fará com que se enfraqueçam as relações da União Soviética com os Estados árabes carece de fundamento. A atividade do Governo Soviético continuará a orientar-se no sentido de fortalecer a colaboração amistosa com os Estados árabes.
Nosso governo tomou a iniciativa na troca de embaixadores com a Iugoslávia e a Grécia, após uma prolongada interrupção. Calculamos que esse fato levará a uma correspondente normalização as relações entre ambos os países e dará resultados úteis.
Não existe qualquer causa objetiva que possa impedir a melhoria das relações entre a União Soviética e a Itália. As relações entre os Estados podem fortalecer-se, é claro, se são cumpridos os compromissos assumidos mutuamente. Existindo um desenvolvimento favorável das relações soviético-italianas, a indústria da Itália, que atravessa grandes dificuldades, poderia receber considerável apoio da melhoria das relações econômicas entre nossos países. À base de um acordo mutuamente vantajoso, a Itália seria abastecida de carvão e cereais, e seriam satisfeitas igualmente as encomendas para a sua indústria. É fora de dúvida que isso ajudaria a melhorar as condições de vida do glorioso povo italiano. (Aplausos)
Os povos de todo o mundo confiam em que a assinatura do armistício na Coréia seja contribuição importante para o reforçamento da paz e da segurança, sobretudo, no Extremo-Oriente. Nesse sentido, adquire real importância a tarefa de normalização das relações com os países do Extremo-Oriente, e, em particular, a normalização das relações com o Japão. Nesse caminho tropeça-se com sérios obstáculos pois que os Estados Unidos da América violaram os acordos concluídos entre os aliados durante a guerra e no período do após-guerra e seguem uma política de esmagamento da independência nacional do Japão, de sua transformação em praça de armas militar. As forças sadias da nação japonesa dão-se conta, cada vez mais, de que é necessário vencer os obstáculos existentes e salvaguardar a independência nacional do pais. Compreendem que só por esse caminho é possível assegurar o desenvolvimento pacífico de sua Pátria, assegurar as necessárias relações políticas externas e as relações econômicas — perfeitamente realizáveis — com os países vizinhos. Os passos que o Japão der nesse sentido encontrarão a simpatia e o apoio da União Soviética e de todos os povos pacíficos. (Aplausos).
Para o fortalecimento da paz no Oriente tem acentuada importância a posição de um Estado tão grande como a Índia. A Índia prestou contribuição considerável no esforço dos países amantes da paz e no sentido de por termo à guerra da Coréia. Nossas relações com a Índia fortalecem-se, e ampliam-se os vínculos culturais e econômicos. Confiamos em que as relações entre a Índia e a União Soviética continuarão a fortalecer-se e a ampliar-se sob o signo da colaboração amistosa. (Aplausos).
A União Soviética dá grande importância ao fato de nossas relações com o Paquistão se haverem desenvolvido com êxito e assegurado o fortalecimento de múltiplos laços entre os dois Estados. Isso desempenhará, sem dúvida alguma, papel positivo para a consolidação da paz na Ásia. O Governo Soviético segue, consequentemente, uma política de ampliação das relações econômicas com os países estrangeiros.
Aumenta o número de Estados com os quais a União Soviética mantém relações comerciais, ao mesmo tempo que aumenta também o volume da troca de mercadorias com os países do Ocidente e do Oriente. Foram concluídos acordos comerciais com a França, a Finlândia, o Irã, a Grécia, a Dinamarca, a Noruega, a Suécia, a Argentina e a Islândia, bem como um acordo de pagamento com o Egito. Realizam-se com êxito negociações com vários outros Estados. Propomo-nos a seguir, ainda com maior tenacidade, a linha do desenvolvimento do comércio entre a União Soviética e os países estrangeiros.
São compreensíveis e oportunos os anseios dos círculos comerciais de uma série de países por eliminar do caminho do intercâmbio comercial internacional todo o gênero de medidas discriminatórias que constrangem o comércio mundial. Há muito amadureceu a necessidade do restabelecimento das relações comerciais normais entre países para os quais o intercâmbio comercial recíproco é uma firme tradição. Todos aqueles que consideram, com razão, que o desenvolvimento das relações econômicas favorecerá o fortalecimento da paz não podem deixar de contribuir para o saneamento do comércio internacional.
O Governo da União Soviética dá primordial importância ao reforçamento das relações com os países do campo democrático. Essas relações se caracterizam pela colaboração estreita e pela amizade verdadeiramente fraternal. (Aplausos tempestuosos).
Grande e inquebrantável amizade une a União Soviética à República popular da China. (Tempestuosos aplausos). Aumentam em ritmo acelerado, em proporções consideráveis, os vínculos econômicos e culturais entre ambos os países. Amplia-se e se fortalece, em todos os sentidos, a colaboração da União Soviética com a Polônia, a Tchecoslováquia, a Rumânia, a Hungria, a Bulgária, a Albânia, a República Popular da Mongólia e a Replica Democrática Popular da Coréia. (Aplausos).
Fortalecem-se invariavelmente nossas relações amistosas com a República Democrática da Alemanha; a União Soviética presta e continuará a prestar ajuda e apoio à República Democrática Alemã, baluarte da luta por uma Alemanha unida, pacífica e democrática (Aplausos).
Uma das vantagens decisivas do campo democrático e de sua diferença de princípios relativamente ao campo imperialista consiste em não ser ele dilacerado pelas contradições internas e pela luta, mas em constituir uma importante fonte de sua força e de seu progresso, o zelo recíproco pelos interesses de todos os países democráticos e de sua estreita cooperação econômica. Por isso, aumentarão e se fortalecerão continuamente os laços de amizade que unem os países do campo democrático, e sua colaboração fraternal. (Aplausos).
A luta ativa e consequente que a União Soviética e todo o campo democrático travam em prol da paz teve determinados resultados. Observa-se no momento certa modificação na situação internacional. Depois de longo período de aumento da tensão, pela primeira vez nos anos de após-guerra se começou a sentir certo alívio da tensão da atmosfera internacional. Centenas de milhões de seres abrigam, cada vez mais, a esperança de que se possa encontrar o caminho para a solução das questões litigiosas e ainda sem solução. Isso reflete o profundo anseio dos povos por uma paz duradoura e sólida.
Entretanto, não se pode deixar de ver que existem forças que se opõem à política de alívio da tensão internacional, que tentam a todo custo fazer malograr essa política. Precisamente por esse motivo foi que se verificou um retardamento nas negociações de armistício na Coréia; que se criam praças de armas militares na Alemanha Ocidental e no Japão; que se organizam provocações contra os países do campo democrático, e que se segue a política da chantagem atômica. Os círculos agressores opõem-se obstinadamente ao alívio da tensão internacional, pois temem que, continuando os acontecimentos a desenvolver-se dessa forma, terão eles que frear a corrida armamentista, a qual proporciona imensos lucros aos fabricantes de armamentos e cria uma sobrecarga artificial para a indústria. Temem por seus fabulosos lucros. Esses círculos temem igualmente que, com a diminuição da tensão na atmosfera internacional, novos milhões e milhões de pessoas venham a compreender que o Bloco do Atlântico Norte — criado com supostos fins defensivos — representa na realidade a principal ameaça à causa da paz. Os círculos agressores têm em mente também que, se hoje, nas condições de uma situação internacional tensa, o Bloco do Atlântico Norte se vê desagregado pela luta intestina e pelas contradições, então com o enfraquecimento dessa tensão esse bloco poderá desfazer-se.
É de todo evidente, que, além das forças da paz, atuam no mundo forças que se ligaram demasiado à política do agravamento da situação internacional. Essas forças apostam na guerra — a paz não lhes convém. Consideram a diminuição da tensão como uma calamidade. Seguem o caminho das aventuras e aplicam a política de agressão.
A chamada «estratégia da guerra fria» e as provocações internacionais de todos os tipos servem a essa política.
A história das relações internacionais ainda não havia conhecido atividade de sapa de proporções tão amplas, uma ingerência tão grosseira nos assuntos internos dos Estados, e provocações internacionais tão sistemáticas como as que as forças agressoras realizam na atualidade.
Chegou-se ao extremo de ver certos círculos norte-americanos elevarem à categoria de política de governo o trabalho de sapa contra os governos legítimos de países soberanos. Com esse objetivo, o orçamento nacional dos Estados Unidos prevê enormes recursos para recrutar na escória da sociedade bandos de diversionistas, os quais são enviados aos países democráticos a fim de realizar trabalhos de sabotagem. Com esse objetivo, criou-se uma rede de organizações governamentais que fazem, uma após outra, provocações internacionais e que propagam o culto da força e do ódio aos países amantes da paz.
É característico que precisamente na ocasião em que surgiu a possibilidade de um sério alívio da situação internacional, o «Comitê para as questões da guerra psicológica ligado ao Presidente dos Estados Unidos» haja publicado seu relatório oficial. Uma idéia única, uma conclusão única domina todo esse documento — isto é: doravante toda a atividade dos Estados Unidos em matéria de política exterior deve servir em grau ainda maior aos interesses da guerra «fria» ou «psicológica».
A que se deve dedicar a diplomacia americana, segundo esse relatório? A resposta é: à «guerra fria».
A que fim devem servir o comércio e a atividade econômica dos Estados Unidos? À «guerra fria».
As relações culturais dos Estados Unidos com os demais países visam a que objetivos? As tarefas da «guerra fria».
Os fatos comprovam que a política de «guerra fria» leva cada vez mais à substituição das relações diplomáticas normais pela política de imposições, desorganiza as relações econômicas internacionais e agrava artificialmente as relações entre os países.
O zelo desmesurado na aplicação da política de «guerra fria» leva com freqüência os realizadores dessa política a pisotear as leis elementares do intercâmbio cultural entre os países, pondo-se com isso, freqüentemente, em situação ridícula. Não faz muito, o mundo inteiro foi testemunha da aplicação da famigerada estratégia da «guerra fria» até mesmo na questão da realização de um torneio de xadrez entre as equipes da América do Norte e da União Soviética. (Animação na sala). O Ministério da Justiça e o Departamento de Estado privaram os enxadristas soviéticos, convidados pelos enxadristas americanos, do direito de ir descansar na casa-de-campo de propriedade da representação soviética na ONU, situada na cidade de Glencoe, a 12 milhas de New York. Como é geralmente sabido, os milhares de estrangeiros que visitam a União Soviética — inclusive os norte-americanos — viajam pelo país e podem transladar-se,, por exemplo, a Tachkent, Tbilissi, Kiev ou outras regiões. Vê-se assim que nos Estados Unidos se proíbe aos que ali vão a convite locomover-se a uma distância de 12 milhas, enquanto na União Soviética os convidados estrangeiros podem transportar-se livremente a milhares de milhas. Como se atrevem, diante disso, a tagarelar a propósito da «cortina de ferro» na União Soviética? (Tempestuosos e prolongados aplausos).
O desenvolvimento dos acontecimentos internacionais demonstra que a política da «guerra fria» — política de provocações internacionais — envenena a atmosfera internacional.
Ao orientar-se no sentido do agravamento da situação internacional alguns estadistas de além-mar, eminentes mas — permitam-me dizê-lo — míopes (animação na sala, aplausos), consideram como manifestação da nossa fraqueza a aspiração da União Soviética de assegurar a paz entre os povos, e o zelo que tem pelo alívio da tensão internacional. É precisamente essa absurda suposição que explica a forma absolutamente disparatada pela qual certos círculos dos Estados Unidos da América abordam a solução das questões internacionais litigiosas, e igualmente explica sua política de pressão e de aventuras de todo gênero.
Naturalmente, nessa «filosofia» não há nada de novo. O mundo ainda não se esqueceu de que não foi outro senão Hitler quem, partindo exatamente dos estúpidos cálculos de que a União Soviética é um «colosso de pés de barro», se lançou a uma criminosa aventura contra nosso país. Sabe-se que isso levou ao colapso total o fascismo alemão.
Permitam-me perguntar: em que base repetem hoje certos políticos norte-americanos o falatório acerca da debilidade da União Soviética?
Nenhum homem sensato negará que a situação internacional da União Soviética é atualmente firme como nunca; que junto conosco — em fraternal unidade — marcha o poderoso campo democrático e que a luta conseqüente do Estado Soviético contra a ameaça de uma nova guerra lhe granjeou grande autoridade e a confiança de milhões de pessoas, em todos os países. (Aplausos prolongados).
Até os inimigos mais rancorosos de nosso país reconhecem que desde que terminou a segunda guerra mundial se registra na União Soviética, de ano para ano, considerável elevação da economia, da cultura e do bem-estar do povo. A unidade da sociedade soviética nunca foi tão monolítica; a amizade fraternal dos povos soviéticos nunca foi tão sólida e indestrutível como atualmente. (Aplausos) é verdade que no estrangeiro não faltaram também políticos que consideraram como enfraquecimento de nosso país o fato de haver sido desmascarado e reduzido à impotência o inimigo do povo Béria. São porém políticos míopes. Para todos está perfeitamente claro que, uma vez que se conseguiu desmascarar e, oportunamente, reduzir à impotência esse agente jurado do imperialismo, isso não pode, de forma alguma, testemunhar o enfraquecimento do Estado Soviético. (Tempestuosos aplausos).
É geralmente sabido que, no estrangeiro, os partidários da guerra se consolaram durante muito tempo, com a ilusão de que os Estados Unidos da América tinham o monopólio da produção da bomba atômica. A vida demonstrou, contudo, que havia nisso um grave erro.
Há muito tempo já que os Estados Unidos não monopolizam a produção de bombas atômicas. Nos últimos tempos, os inimigos da paz que vivem do outro lado do oceano encontraram um novo consolo. Diziam que os Estados Unidos possuíam uma arma bem mais poderosa que a bomba atômica — tinham o monopólio da bomba de hidrogênio, isso ao que parece, seria, de certo modo, um consolo para eles, se correspondesse à realidade. A realidade é outra, porém. O Governo considera necessário informar o Soviet Supremo de que os Estados Unidos também não monopolizam a produção da bomba de hidrogênio. (Tempestuosos aplausos, que se prolongam por muito tempo).
Como vedes, os fatos convincentes desfazem a tagarelice acerca da «fraqueza» da URSS. Mas os que se dedicam a tais falatórios preferem tratar não com fatos, mas com invencionices e conjecturas.
Assim procedem, inclusive, algumas personalidades oficiais que expressam a ideologia e a política dos grupos mais agressivos dos Estados Unidos. Valendo-se de toda espécie de invencionices e conjecturas, impõem a aplicação da chamada «política de dureza» com relação à União Soviética e aos países de democracia popular, exercem pressão sobre os sócios insubmissos do Bloco do Atlântico Norte, e agravam sistematicamente as relações internacionais.
Os partidários da «política de dureza» não deixam de fazer ameaças à União Soviética. Clamam abertamente — como o faz, por exemplo, o senador Willey, Presidente da Comissão Senatorial dos Assuntos Estrangeiros — para que os Estados Unidos apresentem à União Soviética uma série de exigências em caráter de ultimatum e as «apóiem com a força». Destacados representantes do Departamento de Estado insistem em que os Estados Unidos falem com a União Soviética com uma única linguagem: a «linguagem da força».
Nós respondemos ao Sr. Willey e a quantos preguem a política da força para com a União Soviética dizendo-lhes, sem entrar em pormenores: «Você quer bancar a espertalhona, comadre, mas começou mal». (Hilaridade geral na sala. Aplausos tempestuosos e prolongados).
Camaradas!
A etapa atual do desenvolvimento das relações internacionais é de suma importância e responsabilidade. Seria crime de lesa-humanidade que um certo desanuviamento da atmosfera internacional — desanuviamento que se começa a observar — fosse substituído por novo agravamento da tensão.
A política exterior da União Soviética é clara.
A União Soviética continuará a realizar, de maneira conseqüente e firme, a política de manutenção e consolidação da paz; continuará a desenvolver a colaboração e as relações comerciais com os países que, por sua vez, aspirem a esses mesmos objetivos; continuará a reforçar os laços de amizade e solidariedade fraternal com o grande povo chinês e com todos os países de democracia popular.
Mantemos firmemente o ponto-de-vista de que na atualidade não existe questão litigiosa, ou pendente de solução, que não possa ser resolvida por via pacífica, à base do acordo mútuo entre as partes interessadas.
Isso se refere também aos problemas litigiosos existentes entre os Estados Unidos da América e a União Soviética. Fomos e continuaremos a ser pela coexistência pacífica dos dois sistemas. Consideramos que não existe base objetiva para choques entre os Estados Unidos da América e a União Soviética. Os interesses da segurança dos dois Estados e da segurança internacional, os interesses do desenvolvimento do comércio dos Estados Unidos e do comércio da União Soviética podem ser assegurados à base de relações normais entre ambos os países.
Em nossos dias, o governo de qualquer país, se se preocupa seriamente com o destino do seu povo, tem o dever de tomar medidas que contribuam realmente para a solução das questões internacionais em litígio. As negociações entre as grandes potências poderiam desempenhar, é evidente, um papel de não pouca importância. Mas é lógico que para isso devem ser estabelecidas as correspondentes premissas.
Nos últimos tempos — na Inglaterra e em uma série de países — aumentam as exigências de ampla opinião pública no sentido de que se adotem medidas eficazes para atenuar a tensão internacional. Nos círculos políticos desses países ganha intensidade o reconhecimento de que é possível solucionar os problemas litigiosos. Hoje, porem, já não basta reconhecer apenas em palavras essa possibilidade.
O Presidente dos Estados Unidos declarou a 16 de abril, em seu discurso perante a Associação Norte-Americana de Diretores de Jornais, que nenhuma das questões litigiosas,
«seja grande ou pequena, é insolúvel, uma vez que exista o desejo de respeitar os direitos de todos os demais países».
Trata-se de importante declaração, que só pode ser aplaudida. Lamentavelmente, no entanto, a verdadeira política dos círculos governamentais dos Estados Unidos da America está em flagrante contradição com essa declaração do Presidente Eisenhower.
Se se trata, seriamente, de respeitar os direitos de todos os países, é preciso renunciar à política de agressão, é preciso tomar o caminho da solução das questões internacionais à base do acordo mutuo entre as partes interessadas.
Se se trata, seriamente, de respeitar os direitos de todos os países, é preciso pôr termo à política de fazer caso omisso da China, e restabelecer os direitos violados da Republica Popular da China na Organização das Nações Unidas (Tempestuosos aplausos). A grande potência chinesa deve ocupar o posto que legitimamente lhe corresponde na Organização das Nações Unidas, bem como em todo o sistema de relações internacionais. (Prolongados aplausos).
Toda a situação atual põe em relevo a particular responsabilidade das grandes potências pela maior diminuição da tensão internacional, mediante negociações, e pela solução das questões em litígio. É precisamente sobre elas que a carta da ONU faz recair a principal responsabilidade na manutenção da paz e da segurança internacional.
Os interesses vitais do fortalecimento da paz e da segurança internacional exigem que as grandes potências dediquem todas suas energias a assegurar o verdadeiro progresso na redução dos armamentos, na proibição da arma atômica e das armas de extermínio em massa.
A bem do interesse da humanidade, certas grandes potências deveriam renunciar à atitude preconcebida com relação ao problema da conclusão de um Pacto de Paz entre as cinco grandes potências.
Por sua parte, a União Soviética está disposta a fazer tudo o que for necessário para resolver favoravelmente essas questões.
É preciso resolver também questões tão inadiáveis como o problema alemão, que tem importância primordial.
A questão alemã deve e pode ser resolvida. Para isso é necessário tomar como ponto-de-partida os interesses do fortalecimento da segurança de todos os Estados europeus — em primeiro lugar da segurança dos vizinhos ocidentais e orientais da Alemanha — e ao mesmo tempo, os interesses nacionais do povo alemão. Para isso é preciso renunciar à política de incorporação da Alemanha em uni bloco militar agressor, e à política de ressurgimento de uma Alemanha agressiva e militarista.
Querem que concordemos com o ressurgimento de uma Alemanha agressiva e militarista e ainda se permitem falar da garantia da paz na Europa. Nosso povo não derramou, porém, o sangue de milhões de seus filhos e filhas, na guerra contra a Alemanha militarista, para ressuscitar de novo esse perigoso foco de guerra na Europa. (Tempestuosos aplausos).
As grandes potências assumiram o compromisso de conservar e não o de destruir a unidade nacional da Alemanha, de assegurar a tranformação da Alemanha em Estado democrático e pacífico e não o de contribuir para o ressurgimento do militarismo alemão. A União Soviética não poupará esforços para cooperar, por sua parte, no cumprimento dessas obrigações.
O povo alemão tirou profundas conclusões de sua própria história. Não quer derramar de novo seu sangue em benefício dos interesses da camarilha militarista que levou a Alemanha mais de uma vez a catástrofe.
A Alemanha militarista, independentemente da roupagem sob a qual se apresente — seja a antiga, seja a da «Comunidade Européia de Defesa» — é um inimigo mortal da França e dos demais Estados vizinhos. Por isso, qualquer tentativa de ligar a França à «Comunidade Européia de Defesa» significaria a entrega desse país aos revanchistas alemães.
A nação francesa busca a saída do atoleiro em que, em conseqüência do «diktat» estrangeiro, foi a França parar. Essa saída existe indubitavelmente. É a volta a uma política exterior soberana e independente, que fortalecerá a segurança do país e corresponderá aos interesses do ressurgimento da França.
Ao povo francês, ao qual nosso povo está unido por amizade de muitos anos e pelo sangue vertido conjuntamente na luta contra o inimigo comum — os militaristas alemães —, desejamos êxitos nesse caminho. (Aplausos). Não esquecemos que a União Soviética e a França têm um tratado de aliança e ajuda mútua, que pode servir de base para desenvolver e fortalecer as relações entre nossos países, que pode servir à causa da garantia da segurança européia.
É necessário igualmente resolver a questão austríaca, o que pressupõe, em primeiro lugar, eliminar os obstáculos artificiais, como o «tratado abreviado», que está em contradição com os acordos existentes entre as quatro potências. Ninguém pode discutir, tampouco, que uma solução justa da questão alemã ajudaria a resolver também a questão austríaca.
Condição importante para consolidar a paz é elevar o papel e a autoridade da Organização das Nações Unidas. Na atualidade, essa organização internacional se encontra, de fato, em estado de profunda crise, pois a rebaixaram ao papel de uma das alavancas do Bloco do Atlântico Norte.
A Organização das Nações Unidas deve voltar ao caminho prescrito pela Carta da ONU. A Organização das Nações Unidas tem a obrigação direta de contribuir para a resolução dos problemas internacionais e de excluir a possibilidade de agressão, por qualquer de seus membros, contra outros Estados. O Governo soviético prestará enérgico apoio a esse trabalho. (Aplausos).
A União Soviética segue e seguirá invariavelmente uma política de paz. A União Soviética não tem o propósito de atacar quem quer que seja, e lhe são alheios os desígnios agressivos. Disso podem estar seguros os povos de todos os países. (Tempestuosos aplausos).
No entanto, ao mesmo tempo que lutamos perseverantemente pela paz, devemos recordar, com firmeza, nosso sagrado dever de fortalecer e aperfeiçoar sem descanso a defesa da grande União Soviética. Devemos fazê-lo, para o caso de que ocorra a alguém cometer uma loucura e tentar violar a segurança de nossa Pátria. Os cidadãos soviéticos devem estar preparados, em qualquer momento, para refrescar as cabeças febricitantes dos aventureiros e provocadores de guerra de toda laia e obrigá-los a respeitar as conquistas socialistas e o poderio da União Soviética. (Tempestuosos e prolongados aplausos). Para o Governo Soviético, para todos nós — cidadãos soviéticos —, a causa do fortalecimento da paz e da garantia da segurança dos povos não é questão de tática, nem manobra diplomática. É nossa linha geral no domínio da política externa. (Tempestuosos aplausos).
Centenas de milhões de seres confiam em que o futuro imediato traga um maior alívio da tensão internacional. É preciso cuidar que os povos não sejam burlados em seus anseios e esperanças.
A política interna e externa do Governo Soviético corresponde aos interesses vitais de todos os povos da URSS. Conta, por isso, com seu apoio ilimitado. A unidade moral e política do povo soviético e, sua coesão em torno do Partido Comunista e do Governo Soviético constitui o grande manancial da força e do poderio de nosso Estado socialista e de seus êxitos na construção do comunismo. A União Soviética, a grande potência socialista, cheia de forças criadoras, avança com êxito no caminho da criação da sociedade comunista.
O regime socialista existente em nosso país tem imensas possibilidades no sentido do novo desenvolvimento, ainda mais poderoso, de nossa economia, do florescimento cultural, da elevação continua do bem-estar do povo. Aproveitamos todas essas possibilidades para assegurar o continuado progresso multilateral da sociedade soviética e sua transição gradual para o comunismo. Não se pode duvidar de que assim acontecerá. (Tempestuosos aplausos).
Tudo o que fazemos, descobrindo e criticando abertamente os defeitos de que tratamos na atual sessão do Soviet Supremo, em todo nosso trabalho cotidiano, fazemo-lo não para escapar da crise econômica ou da depressão econômica, em que se debatem constantemente os Estados capitalistas. Fazemo-lo para elevar ainda mais nossa agricultura e nossa indústria, nossa economia, em seu todo, para utilizar de modo ainda a melhorar todas as possibilidades da economia socialista e elevar o bem-estar do povo, para tornar ainda mais fortes nossa poderosa Pátria socialista. (Tempestuosos aplausos).
Ao contrário de todos os partidos e Estados burgueses — que encobrem os seus verdadeiros fins e sua política —, os objetivos e a política do Partido Comunista e do Estado Soviético são claros e estão patentes para todo o povo.
V. I. Lênin — fundador de nosso Partido e do Estado Soviético — ensina que «a força do Estado baseia-se na consciência das massas», que ele é forte quando as massas tudo sabem, tudo podem julgar e tudo fazem conscientemente».
Por isso o Partido trabalha de maneira incansável para elevar o nível político e cultural das massas. O Estado Soviético e o Partido Comunista educam sistematicamente as massas no espírito do patriotismo soviético, no espírito da atitude comunista para com o trabalho, da atitude cuidadosa para com a propriedade socialista, da profunda compreensão dos interesses nacionais no espírito da vigilância revolucionária e do fortalecimento da amizade entre os povos.
O Partido Comunista e o Governo Soviético sabem para onde e como conduzir o povo, porque se guiam pela teoria científica do desenvolvimento social — o marxismo-leninismo —, cuja bandeira ergueram bem alto nosso grande pai e mestre, o genial Lênin, e o continuador de sua obra — o grande Stálin. (Tempestuosos aplausos).
O Estado Soviético e o Partido Comunista armam o povo, na base da doutrina de Marx—Engels—Lênin—Stálin, com o profundo conhecimento das leis objetivas do desenvolvimento da sociedade, das leis da constituição do comunismo, abrindo assim uma clara perspectiva à atividade criadora do povo soviético.
Nosso poderoso Partido Comunista, querido de todos os cidadãos soviéticos, revela incansável preocupação pelo fortalecimento do Estado Soviético, pela garantia da segurança de nossa Pátria em face dos atentados dos inimigos externos, pela prosperidade dos povos da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. (Tempestuosos aplausos).
A unidade férrea do Partido, o papel dirigente do Partido no Estado, a solidez e a força do Estado Soviético e os interesses do povo são inseparáveis.
O povo soviético pode estar seguro de que o Partido Comunista e o Governo não pouparão suas energias e seu trabalho, em prol de uma vida feliz, confortável e alegre para todos os cidadãos soviéticos, em prol da realização do grande objetivo da construção da sociedade comunista em nosso país. (Tempestuosos e prolongados aplausos).
Juntamente com a União Soviética, amplia-se e se fortalece todo o campo democrático e amante da paz. Os países de democracia popular caminham com segurança para a frente. Todo o campo democrático está entregue ao trabalho criador e pacífico, ao trabalho tenaz de elevar o bem-estar do povo.
Nos países de democracia popular considera-se com justeza que o fortalecimento da sólida aliança entre a classe operária e o campesinato é condirão indispensável e garantia para seu rápido desenvolvimento. É claro que só aplicando invariavelmente essa provada política leninista podem ser resolvidas todas as tarefas que se apresentam aos países de democracia popular.
Na esfera das relações internacionais, os países de democracia popular defendem resolutamente — ombro a ombro com a União Soviética — a causa da paz e da segurança dos povos.
A República Popular da China e todos os países de democracia popular seguem sua política exterior independente, a qual corresponde aos interesses vitais de seus povos. As forças imperialistas não podem brincar hoje com o destino dos povos que se libertaram para sempre da dependência em relação aos imperialistas. Isso provoca a fúria dos que gostam de tirar castanhas do fogo com mãos alheias, e de explorar os povos. Quanto, porém, aos países de democracia popular, marcham eles por um novo caminho e dele jamais se apartarão (Tempestuosos aplausos).
Coloca-se simplesmente em posição ridícula quem não compreende que é impossível obrigar os 800 milhões de pessoas que formam a grande família dos povos dos países do campo democrático a renunciar às conquistas históricas por eles conseguidas às custas de sangue e suor, a renunciar a seu próprio poder popular, quem não compreende que é impossível restaurar o poder dos exploradores. Está claro para todo o mundo que as forças agressivas não conseguirão fazer voltar atrás o curso da história. Quem quiser seguir uma política sensata nas questões internacionais deve pisar no terreno da realidade, no terreno dos fatos — sejam agradáveis, ou não.
É preciso compreender que, dada a atual correlação de forças e dada a firme decisão da União Soviética e dos países do campo democrático em defender seus interesses vitais na arena internacional, a realização da política de coexistência pacífica entre os dois sistemas é um dever não só dos países do campo democrático, mas um dever também de todos os países, pois o outro caminho é caminho de aventuras desesperadas e de fracassos inevitáveis.
O campo democrático fortemente coeso e que agrupa a terça parte da humanidade, é poderoso fator de manutenção e consolidação da paz em todo o mundo. Toda a humanidade deve aos povos do campo democrático o fato de esse constituir poderosa barreira no caminho dos que tratam de desencadear uma nova guerra mundial. Se os povos forem vigilantes e orientarem seus esforços no sentido de não permitir a realização dos planos dos agressores, a paz será garantida. (Tempestuoso» e prolongados aplausos).
Camaradas!
O País Soviético tem diante de si tarefas grandiosas. A realização dessas tarefas elevará nossa Pátria a nova altura, levará ao aumento do bem-estar do povo, ao amplo florescimento da sociedade socialista em todos os domínios.
A unidade monolítica do povo soviético e sua grande coesão em torno de seu amado Partido Comunista e do Governo Soviético dão a cada um de nós ânimo e confiança. (Tempestuosos e prolongados aplausos).
O Partido Comunista, o Governo Soviético e todo o povo soviético empregarão suas energias na solução das tarefas históricas que temos diante de nós.
Nossa causa é invencível!
Continuaremos a marchar com segurança pelo caminho da construção da sociedade comunista em nosso país. (Tempestuosos aplausos, que se transformam em ovação. Todos se põem de pé).
Inclusão | 06/04/2011 |
Última alteração | 03/11/2011 |