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Fonte: Le Socialiste, 5-12 de maio de 1901.
HTML: Fernando Araújo.
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Queridos Camaradas:
O Primeiro de Maio é, acima de tudo, uma revisão das forças internacionais do socialismo, do seu progresso, de suas formas. Como a situação dos batalhões de trabalhadores hoje está diferente do que era há doze anos atrás, no momento da celebração deste dia!
Mas e quanto à crise interna que nós estamos passando em quase todos os lugares? E quanto às dúvidas, o ceticismo, as divergências em nossas classes sociais? Bem, isso tudo nada mais é do que um sintoma do nosso crescimento.
Nos últimos dez anos, logo após o colapso definitivo da democracia burguesa, novas camadas da sociedade tem pouco a pouco passado à nós em sua totalidade, principalmente entre a pequena burguesia e seus ideólogos, os intelectuais.
Mas estes elementos, que foram empurrados à nós pela pobreza social, política e intelectual das atuais condições, trazem com eles uma maneira de pensar que é totalmente estranha à nós, uma concepção diferente do objetivo e dos métodos de luta do socialismo. Em primeiro lugar, eles devem ser erigidos pela educação através o ponto de vista de classe do proletariado. Eles devem ser subordinados, assimilados ao socialismo proletário.
Na verdade, isso não acontecerá sem sérios atritos, sem uma perda de forças, sem crises violentas. Mas estas crises são apenas os falsos custos do desenvolvimento de nossa força; são fenômenos secundários do nosso crescimento, inevitáveis do ponto de vista da evolução histórica.
A França já foi a terra clássica, o campo experimental dos velhos métodos revolucionários, das invasões, das barricadas.
A França hoje é o campo experimental dos assim chamados "métodos práticos" do socialismo, que propõem, não destruir a sociedade capitalista, mas infiltrá-la, fundir-se com ela em uma mistura composta.
Mas a França, o país para o qual nós devemos a manifestação internacional pela jornada de trabalho de oito horas diárias, – aquela idéia ao mesmo tempo a mais prática e a mais revolucioária – a França socialista ainda emergirá novamente vitoriosa desta crise.
Camaradas, vocês estão lutando hoje um combate difícil; vocês estão nos postos mais expostos na defesa das várias bases da emancipação proletária: a luta de classes. É em nome, no interesse de todos – da democracia socialista internacional – que vocês defendem o futuro do socialismo na França. E quem conhece o passado do Partido dos Trabalhadores Francês, quem conhece sua história, a devoção de suas tropas de primeira ordem, sabe que vocês farão seu dever – como vocês tem feito até agora – até o fim, até a vitória!
Salut et fraternité
Rosa Luxemburgo
Inclusão | 06/05/2009 |