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1. Não se trata de um livro de proféticas esperanças, tecidas em redor de quem quer que seja. Nem constitui, evidentemente, um panegírico.
2. Não é também um muro de lamentações incuráveis. Muito menos ainda um de profundis clamado por conta alheia.
3. Este é o perfil (vivo) de um revolucionário.
4. Procurei traçá-lo através daquilo que Vasco Gonçalves disse-fazendo.
5. E é muito simplesmente o resultado de uma «desmontagem» analítica dos seus textos, seguida de uma «remontagem» integrante e comentada.
6. Não ficou ainda, porém, suficientemente identificado o objecto de tais operações de análise e integração. Importa precisar, explicitamente, aquilo que eu não fiz ao desenhar este perfil.
7. Não escrevi, decerto — como se verá ao longo destas páginas — uma biografia daquele a que repetidamente chamo o Companheiro General.
8. E em momento algum ensaio a descoberta dos seus traços acidentais, individualizadores.
9. Nem lhe desenho a crónica do seu quotidiano político.
10. Muito menos a da vida íntima do engenheiro, do militar, do cidadão privado.
11. Quer isto dizer que não procuro surpreender o indivíduo pessoal, por muito considerável que ele seja, mas o indivíduo contingente.
12. A distinção entre estas duas categorias — assim é, pelo menos, o que leio em A Ideologia Alemã — não vale uma simples diferença de conceitos. Representa um facto histórico.
13. Julgo, em suma, que este livro respeita vivamente a História: o seu protagonista fala e age no seio da realidade em movimento.
Inclusão | 25/04/2015 |