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Publicado: Publicado pela primeira vez em 1922 no nº10 da Proletárskaia Revoliútsia
Fonte: Obras Escolhidas em três tomos, Edições "Avante!", 1977, t2, pp 410.
Tradução: Edições "Avante!" com base nas Obras Completas de V. I. Lénine, 5.ª ed. em russo, t.35, pp. 43.
Transcrição e HTML: Manuel Gouveia
Direitos de Reprodução: © Direitos de tradução em língua portuguesa reservados por Edições "Avante!" — Edições Progresso Lisboa — Moscovo.
O camarada Lénine considera que deve cessar imediatamente a política de Kámenev. Agora já não é possível negociar com o Vikjel(N234). Têm de se enviar tropas para Moscovo. Propõe uma resolução sobre o Vikjel. O Vikjel não faz parte do Soviete e é impossível admiti-lo nele; os Sovietes são órgãos voluntários, e o Vikjel não tem apoio nas massas.
O camarada Lénine considera que as negociações deveriam ser uma cobertura diplomática das operações militares. A única decisão justa seria acabar com as hesitações dos hesitantes e tornarmo-nos nós próprios decididos. Temos de ir em socorro dos moscovitas e a nossa vitória está garantida.
O camarada Lénine. A questão colocada é fundamental, e já é tempo de acabar com as vacilações. É evidente que o Vikjel está ao lado dos Kalédine e dos Kornílov. Não se pode vacilar. Temos por nós a maioria dos operários e dos camponeses e do exército. Ninguém aqui demonstrou que as bases estão contra nós; ou com os agentes de Kalédine ou com as bases. Devemos apoiar-nos nas massas, devemos enviar agitadores para o campo. Propôs-se ao Vikjel que transportasse tropas para Moscovo, ele recusou, devemos apelar para as massas, e elas o derrubarão.
Notas de rodapé:
(N234) Trata-se da participação dos bolcheviques numa reunião convocada pelo Vikjel (Comité Executivo da União dos Ferroviários de Toda a Rússia) para discutir a composição do governo. O Vikjel, chefiado pelos mencheviques e pelos socialistas-revolucionários depois da vitória da insurreição armada de Outubro em Petrogrado, transformou-se num dos esteios da actividade contra-revolucionária. No dia 29 de Outubro (11 de Novembro) de 1917, o Vikjel aprovou uma resolução na qual apelava para a criação daquilo a que chamava «governo socialista homogéneo» com participação de representantes de todos os partidos, «dos bolcheviques até aos socialistas populares». Nesse mesmo dia realizou-se a reunião convocada pelo Vikjel sobre a composição do governo. O CC do Partido Bolchevique considerou possível a participação nessas conversações, tendo advertido que quaisquer negociações referentes ao alargamento da composição do governo e da CECR só eram possiveis na condição de ser aceite o programa de actividade do poder soviético aprovado pelo II Congresso dos Sovietes. Na reunião, por encargo do CC do Partido participaram L. B. Kámenev e G. I. Sokólnikov. O CECR enviou também à reunião como seus representantes D. B. Riazánov e outros. Os mencheviques e os socialistas-revolucionários esperavam conquistar um papel dirigente no governo de coligação e utilizá-lo para lutar contra a ditadura do proletariado. Os representantes bolcheviques que participavam na reunião adoptaram uma atitude conciliadora e não se manifestaram contra a discussão das propostas apresentadas pelos mencheviques e pelos socialistas-revolucionários. A questão das conversações com o Vikjel e do comportamento dos delegados bolcheviques foi discutida na reunião do CC do Partido de 1 (14) de Novembro. Na resolução aprovada nessa reunião do CC foi frisado que os partidos conciliadores mantinham negociações com o fim de minar o poder soviético e, portanto, o CC autorizava os representantes bolcheviques a participarem na reunião seguinte sobre a questão do poder, exclusivamente com o propósito de demonstrar a inconsistência das tentativas destinadas a criar um governo de coligação e a pôr fim às conversações. Na noite de 1 (14) de Novembro o decorrer das negociações foi analisado numa reunião do CECR na qual foi aprovada a resolução proposta pela fracção bolchevique, redigida no espírito da decisão do CC. Não obstante, o grupo de oposição – Kámenev, Zinóviev, Ríkov, Miliútine, Lárine, Riazánov, etc. — que manifestou uma atitude oportunista de direita, contrapôs a sua linha à linha do Comité Central do Partido e sabotou a sua resolução. No dia 2 (15) de Novembro, o CC aprovou uma resolução sobre a questão da oposição dentro do Comité Central (Ver Obras Escolhidas em Três Tomos, t.2, pp. 411-412). Na reunião do CECR que se realizou na noite de 2 (15) de Novembro para 3 (16) de Novembro, após a intervenção dos socialistas-revolucionários de esquerda que exigiam que fosse revista a resolução do CECR sobre as condições do acordo, Kámenev e Zinóviev conseguiram aprovar uma resolução que contrariava a resolução do CC e previa uma alteração na composição do governo, admitindo que os bolcheviques tivessem apenas metade dos postos. Os oposicionistas votaram no CECR por essa resolução. Depois do ultimato apresentado no dia 3 (16) de Novembro pela maioria do CC à minoria oposicionista (ver Obras Escolhidas em Três Tomos, t.2, pp. 413-414), Kámenev, Zinóviev, Ríkov, Miliútine e Noguíne saíram do CC, e os três últimos e Teodoróvitch renunciaram às suas funções de comissários do povo. A estes juntaram-se também Riazánov, Lárine e alguns outros funcionários soviéticos. Em 5 ou 6 (18 ou 19) de Novembro, o CC do Partido apresentou mais uma vez a Kámenev, Zinóviev, Riazánov e Lárine, que se manifestaram contra as resoluções do CC em organizações não partidárias, um ultimato exigindo que pusessem fim à sua actividade desorganizadora. Em 7 (20) de Novembro, o CC publicou no Pravda um apelo a todos os membros do Partido e a todas as classes trabalhadoras da Rússia no qual se qualificava os oposicionistas como desertores da revolução (ver Obras Escolhidas em Três Tomos, t.2, pp. 418-421) (retornar ao texto)
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Inclusão | 16/07/2018 |