Sem Dúvida Alguma, a Vitória Será Nossa

Kim Il Sung

14 de agosto de 1952


Origem: Informe no ato comemorativo do sétimo aniversário da libertação de 15 de Agosto, realizado na cidade de Pyongyang.

Fonte: Para Lograr a Vitória na Guerra de Libertação da Pátria Rechaçando a Invasão Armada dos Imperialistas Estadunidenses, Associação de Amizade com a Coreia – Brasil (KFA-BR), julho de Juche 109 (2020), p. 97-113.

Tradução: Associação de Amizade com a Coreia – Brasil em julho de Juche 109(2020) com base na Edição em Línguas Estrangeiras da RPDC de Juche 104(2015).

Transcrição: João Victor Bastos Batalha.

HTML: Lucas Schweppenstette.


Queridos camaradas:

Celebramos hoje o sétimo aniversário de 15 de Agosto, data em que a nossa pátria se libertou do domínio colonial do imperialismo japonês.

Durante um ano, de 15 de agosto do ano passado até agora, não houve grandes mudanças na frente: prosseguem combates ferozes de posição com o inimigo. Neste período, o inimigo lançou vários ataques, entre outros, a chamada “ofensiva de Ridgway” e a “ofensiva de outono”. Mas, cada vez, sofreu derrotas.

O inimigo, tentando se ressarcir da derrota na frente, recorreu a métodos de guerra cada vez mais selvagens e cruéis: usando inclusive armas químicas e bacteriológicas. No entanto, não conseguiu nenhum lucro com isso. As diversas epidemias, como a peste e a cólera que queria espalhar, não lhe deram nenhuma ajuda.

Em um ano, o povo coreano alcançou grandes êxitos na frente e na retaguarda. As unidades do Exército Popular da Coreia e do Corpo de Voluntários do Povo Chinês não apenas defenderam tenazmente suas posições, mas também desferiram contundentes golpes ao inimigo.

Os êxitos que alcançamos no ano passado são provas claras da inesgotável vitalidade da nossa República e do sistema popular democrático.

1. NOSSO ÊXITO NA GUERRA

Camaradas:

Defendemos da agressão dos intervencionistas armados do imperialismo ianque o Norte da Coreia, base democrática que nosso povo construiu com suas próprias mãos nos cinco anos seguintes à libertação, e poderoso ponto de apoio político, econômico, militar e cultural da nossa revolução. Assim, salvaguardamos gloriosamente a independência, a liberdade e a honra da pátria. Conseguimos conter o inimigo no Paralelo 38, de onde empreendeu, em 25 de junho de 1950, uma agressão armada contra nossa República, obrigando-o a ficar na defensiva contra a sua vontade. Para nós, este é um êxito muito grande; para o inimigo, derrota militar e vergonha irreparáveis.

Ao defender na luta heroica o sistema popular democrático e a base democrática estabelecidos por nosso povo, estamos em condições de seguir fortalecendo nossa força revolucionária em todas os âmbitos: político, econômico, militar e cultural. Conseguimos unir firmemente o povo e fortalecer o Partido, o poder, o Exército Popular e as organizações sociais. Assim, contamos com poderosas forças capazes de vencer o inimigo e com as condições para alcançar a reunificação e a independência total da pátria, o máximo anseio do nosso povo.

Outro êxito obtido na Guerra de Libertação da Pátria foi que se consolidou a confiança na vitória, elevou-se o orgulho nacional e se tornou mais firme o sentimento de ódio ao inimigo e de vingança em nosso povo, oficiais e soldados do Exército Popular. Hoje, o povo coreano dedica todos os seus esforços à tarefa nacional de aniquilar e derrotar o quanto antes os agressores imperialistas ianques em nossa terra pátria.

Em toda a história de sua pátria, nosso povo jamais esteve tão firmemente unido no plano político e moral como está agora. O Exército Popular na frente e o povo na retaguarda, unidos em um todo único, defendem, com firme convicção na vitória, a independência, a liberdade e a honra da pátria.

Nosso povo, após se libertar do domínio colonial do imperialismo japonês, experimentou em sua própria carne a superioridade do sistema popular democrático durante 7 anos de vida livre. Hoje, é dirigido pelo poderoso Partido do Trabalho da Coreia, dotado firmemente com a invencível teoria do marxismo-leninismo. É um povo tão poderoso que nenhuma força pode subjugá-lo.

No curso da feroz Guerra de Libertação da Pátria, que está em seu terceiro ano agora, nosso povo percebeu ainda mais claramente qual o caminho a seguir para assegurar o feliz futuro de sua pátria. Este é, precisamente, o caminho do desenvolvimento democrático. Nosso povo sabe bem que apenas o seguindo e expulsando os agressores imperialistas ianques e imperialistas do nosso território poderá construir um Estado totalmente democrático, soberano e independente e gozar de uma vida livre e feliz. Por isso, em todos os coreanos, sem distinção de religião, critério político e bens de fortuna, que realmente amam sua pátria, arde unanimemente o desejo de aniquilar e expulsar de seu solo pátrio os intervencionistas armados.

Operários, camponeses, funcionários de escritório e intelectuais do nosso país estão realizando façanhas laborais sem precedentes. Nossa classe trabalhadora logrou grandes êxitos na produção, mesmo sob as difíceis condições de incessantes bombardeios aéreos e navais do inimigo. Sobretudo, nossos honrosos ferroviários e trabalhadores dos corpos de transporte motorizado e de reparação rodoviária asseguram excelentemente o transporte durante o período de guerra, sem trégua. Nas difíceis circunstâncias da guerra, os camponeses e, especialmente, as camponesas, terminaram com êxito, mais cedo que o ano passado, o plantio, o transplante de arroz e a capina. Nossos intelectuais, desafiando as dificuldades da guerra, consagram todas as suas energias e conhecimentos à grande tarefa de derrotar o inimigo.

Na frente e na retaguarda, as mulheres coreanas exibem um heroísmo e espírito de abnegação sem par. Substituindo seus irmãos, maridos e pais que marcharam para a frente, trabalham heroicamente nas fábricas e no campo. O Governo obsequiou milhares de mulheres por suas façanhas combativas e seus méritos laborais.

Na retaguarda, nossos jovens substituem seus irmãos que foram para a frente com o objetivo de aniquilar o inimigo e estudam e trabalham com entusiasmo em escolas ou centros de trabalho.

Nossos heroicos guerrilheiros e guerrilheiras, que atuam na retaguarda do inimigo, esmagam audazmente os intervencionistas armados do exterior e a camarilha de Syngman Rhee, traidor do povo, golpeando-os contundentemente.

Nossas organizações do Partido, organismos de poder e organizações sociais sabem trabalhar melhor do que no início da guerra, dirigir com maior agilidade as massas populares e cumprir no devido tempo todas as tarefas do período de guerra, superando os contratempos.

Outro êxito na guerra é que nosso Exército Popular acumulou uma rica experiência de combate e cresceu tanto em quantidade quanto em qualidade, tornando-se verdadeiramente um poderoso exército capaz de defender firmemente nossa pátria. Nossos soldados, classes e oficiais sabem combater o inimigo e possuem características políticas e morais incomparavelmente superiores às das tropas agressoras. A capacidade de comando dos nossos oficiais e generais, que são treinados, também, em operações de manobra, elevou-se. Hoje, a moral dos soldados e comandantes do nosso Exército Popular é mais elevada do que nunca e todos estão plenos de firme confiança na vitória.

Por outro lado, o ânimo das tropas intervencionistas armadas dos imperialistas ianques e ingleses decai com o passar do tempo; descompõem-se mais cada vez tanto no aspecto político quanto no moral. Isto enfraquece sua capacidade militar. Os agressores recorrem a todos os meios e métodos para elevar a cada dia mais a decadente moral de seus soldados. Aplicam um sistema de recompensas para participar dos combates, ensinam vis e bestiais hábitos como a pilhagem e a brutalidade, vigiam cada um de seus movimentos através da polícia militar e tentam consolá-los com a “ajuda do santo Deus”, que pregam em missas e orações.

Por exemplo, quando enviam seus piratas aéreos para bombardear nossas cidades e vilarejos pacíficos, os ianques, segundo dizem, pregam: "O Deus todo-poderoso vos acompanha, protegendo vossas vidas". Porém, nossas unidades de artilharia antiaérea, nossos grupos de caçadores de aviões e nossa aviação derrubam todo dia esses piratas aéreos "protegidos" por "Deus". Esses métodos vis e infames que o inimigo aplica para levantar o ânimo de suas tropas agressoras não poderão impedir sua decomposição política e moral nem recuperar seu ânimo, que decai sem pausa.

Os oficiais e soldados das tropas agressoras dos imperialistas ianques e ingleses estão aumentando sua voz de protesto mais e mais, perguntando-se por que devem morrer tão desonrosamente na frente coreana. A força da razão e da verdade triunfará, por fim, sobre a ignorância e o engano.

No campo inimigo prevalece a discórdia e o desespero, enquanto a nossa situação é totalmente distinta.

Conferimos condecorações e medalhas da República a 350.000 soldados, classes, oficiais e generais que demonstraram bravura, heroísmo e abnegação sem paralelo pelo país e pelo povo na Guerra de Libertação da Pátria contra os agressores ianques e ingleses, e o Título de Herói da República, que é ostentado por 352 deles. Estas figuras são uma eloquente prova do heroísmo massivo e do patriotismo que soldados e comandantes do nosso Exército Popular exibem na luta pela honra e pela libertação da pátria.

Um êxito na Guerra de Libertação da Pátria é também que se elevou o prestígio internacional da nossa República e é maior a simpatia e o apoio ao nosso povo pelos países do campo democrático.

Os agressores imperialistas ianques calculavam que no decorrer da guerra poderiam isolar o povo coreano escondendo-se atrás da bandeira da ONU, mas o resultado foi oposto. Nesta guerra, longe de ser isolado, o povo coreano ganhou um elevado prestígio internacional. Nele se focam a simpatia, o apoio e a atenção da humanidade progressista. Hoje, todas as pessoas honestas do mundo ajudam desinteressadamente o povo coreano, que luta pela liberdade, honra e independência de sua pátria.

Desencadeada a agressão armada contra nossa pátria e nosso povo pelos imperialistas ianques e ingleses, os povos da União Soviética, República Popular da China, Polônia, Checoslováquia, Romênia, Bulgária, Hungria, Albânia, República Democrática Alemã, República Popular da Mongólia e República Democrática do Vietnã, assim como outros povos amantes da liberdade, colocaram-se do nosso lado e nos apoiam por todos os meios, e, no grave período em que nosso jovem Exército Popular se viu obrigado a se retirar temporariamente devido à superioridade das forças do inimigo, o povo chinês enviou o Corpo de Voluntários para nos ajudar.

Eis aqui uma amostra da dimensão do apoio e respaldo internacionais ao povo coreano: durante o plantio primaveral deste ano, quando era muito difícil a situação alimentar em nosso país, o povo soviético nos deu 50.000 toneladas de farinha; o chinês, dezenas de milhares de toneladas de suprimentos e outros materiais de ajuda; República Popular da Mongólia, milhares de toneladas de suprimentos e carne e mais de 100.000 cabeças de gado, e outros países populares democráticos, vários milhares de vagões de medicamentos e roupas.

Como vemos, na guerra da Coreia surgiu uma nova forma de solidariedade e apoio internacionais dos países do campo democrático e dos povos amantes da liberdade, o que ressalta brilhantemente seu inquebrantável poderio. Esta solidariedade e apoio internacionais reforçam mais a convicção do povo coreano na vitória sobre agressores armados, os imperialistas ianques e ingleses.

O fato de termos infligido derrotas aos intervencionistas armados do imperialismo ianque, não apenas no aspecto militar, mas também, e enfaticamente, no político, constitui também um êxito na guerra.

As tropas agressoras de 16 países, encabeçados pelos imperialistas ianques, ansiosos por dominar o mundo, levam já dois anos atacando a jovem República Popular Democrática da Coreia mediante técnicas militares modernas, armas bacteriológicas, gases tóxicos e bombas de napalm. Hoje, todo o mundo sabe que as tropas agressoras imperialistas ianques são mais cruéis e bárbaras que os fascistas alemães. Apareceram no exército agressor imperialista ianque novos “generais”, como o “general da peste”, o “general da cólera” e o “general do tifo”, inéditos para o mundo. Estes atos inflamaram o ódio dos povos do mundo inteiro aos imperialistas ianques e expuseram evidentemente o verdadeiro “modo de vida norte-americano”.

Até a Cruz Vermelha Internacional, dirigida pelo imperialismo ianque, está descontente pelos EUA terem iniciado uma guerra bacteriológica e química na Coreia. Mas os ianques, os bárbaros do século XX, recusam-se a assinar o protocolo de Genebra sobre a proibição de armas bacteriológicas e químicas. Isto inflama a opinião mundial contra as ações do imperialismo ianque.

O Conselho Mundial da Paz revelou nitidamente a natureza da guerra que os imperialistas ianques perpetram na Coreia. Hoje, são completamente desprestigiados e todos os povos os odeiam.

A guerra da Coreia agrava as contradições entre os países imperialistas. Muitos deles, que participaram da agressão armada contra o nosso país, querem romper com o imperialismo ianque para evitar a responsabilidade por esta guerra criminosa. Isso se deve ao fato de que os imperialistas ianques não apenas sofrem derrotas miseráveis na guerra contra o povo coreano, mas também porque exercem pressão política e econômica sobre muitos países, circunstância que os leva a perceber que marchar unidos ao carro dos imperialistas ianques é cair em um atoleiro.

Os povos amantes da paz condenam o imperialismo estadunidense por sua guerra contra a Coreia. É porque o povo coreano empreende uma guerra justa pela liberdade e independência de sua pátria, enquanto os imperialistas ianques perpetram uma guerra agressiva, injusta.

Em nossa época, não se pode ameaçar com a guerra os povos de outros países. Os povos estão se levantando mais dinamicamente para a justa luta para defender sua liberdade e sua independência. Na Malásia, Filipinas e Indonésia, há já vários anos se desenvolvem guerras de libertação nacional anti-imperialistas; os povos destes países defendem sua liberdade e independência. Hoje em dia, no Oriente se estende a chama ardente da luta libertadora. Não há força capaz de extingui-la.

É impossível conter, seja com forças armadas terrestres, marítimas e aéreas, ou armas químicas e bacteriológicas, o progresso da sociedade humana. Porque hoje todos os povos oprimidos anseiam por uma vida verdadeiramente livre e feliz, sem imperialistas e mais ainda sem imperialistas ianques.

Por ocasião do VII aniversário da libertação de 15 de Agosto, em nome do Governo da República e de todo o povo coreano, estendo minha gratidão ao exército e ao povo da União Soviética, que ajudaram nosso povo na luta de libertação nacional.

Também expresso minha gratidão, em nome do Governo da República e de todo o povo coreano, aos oficiais e soldados do Corpo de Voluntários do Povo Chinês e a este último.

Por ocasião do VII aniversário de 15 de Agosto da libertação, permita-me agradecer aos povos da Polônia, Checoslováquia, Romênia, Bulgária, Hungria, Albânia, República Democrática Alemã, República Popular da Mongólia e República Democrática do Vietnã, por sua ajuda constante ao nosso povo, tanto material quanto moral, desde o início da Guerra de Libertação da Pátria até hoje.

Por ocasião do VII aniversário da gloriosa libertação de 15 de Agosto, estendo minhas calorosas felicitações e agradecimento, em nome do Partido do Trabalho da Coreia e do Governo da República aos heroicos oficiais e soldados do Exército Popular, aos guerrilheiros e guerrilheiras, à nossa heroica classe trabalhadora e aos camponeses, aos intelectuais e às mulheres, que defendem a liberdade e a independência da pátria em uma feroz guerra contra os agressores armados de 16 países, encabeçados pelo imperialismo ianque.

2. POR QUE OS AGRESSORES ARMADOS IMPERIALISTAS ESTADUNIDENSES ATRASAM AS NEGOCIAÇÕES DE ARMISTÍCIO?

Queridos camaradas:

Nosso povo alcançou relevantes êxitos na Guerra de Libertação da Pátria. Tais êxitos obrigaram os agressores armados, os imperialistas ianques, a se sentar à mesa de negociações de armistício. Como todos sabem, estas negociações duram um ano e um mês, desde o início de julho do ano passado até a presente data. Não houve nenhum avanço. Isto se deve inteiramente às maquinações dos agressores imperialistas ianques.

Os governantes dos Estados Unidos, que continuaram obstruindo a solução pacífica do problema coreano, estão exigindo de nós uma concessão absurda para recuperar seu prestígio perdido e alcançar seus objetivos de agressão, que não alcançaram na guerra, mediante as negociações de armistício.

Em vez de conduzir estas negociações sobre a base da compreensão mútua e da igualdade, os agressores imperialistas ianques tentam efetuá-las a partir da posição de “triunfadores”. Este é o “armistício honroso” que perseguem.

Hoje, os Estados Unidos, que se consideram o país mais forte do mundo, tentam dominá-lo pela força das armas e contam com muitas colônias e países satélites. O simples fato de esse país, após mobilizar suas próprias forças armadas e as de 15 países satélites, estar em guerra há mais de dois anos com a pequena República Popular Democrática da Coreia, constitui um ato vergonhoso sem precedentes em sua história. Maior será a sua vergonha se firmar o acordo de armistício com o nosso país a partir de uma posição de igualdade. Por isso, o imperialismo ianque, tentando recuperar seu decadente prestígio por meio das negociações de armistício, abriga inclusive a estúpida ideia de serem “vencedores”.

Nós não podemos considerar como “vencedores” quem não venceu, nem “derrotados” quem não foi derrotado. Exigimos firmar um justo acordo de armistício, em pé de igualdade.

O que significa a conclusão justa das negociações de armistício? Significa que ambas as partes beligerantes concluam o acordo de cessar-fogo sobre um princípio justo, de igualdade.

Mas os governantes dos EUA atrasam intencionalmente as negociações de armistício, buscando recuperar seu decadente prestígio. Na hora de discutir o problema da linha de demarcação militar, os agressores imperialistas ianques atrasaram por quatro meses as negociações de armistício, com o propósito de apoderar-se de uma zona de 13.000 quilômetros quadrados da parte Norte. Este problema foi resolvido graças aos nossos sinceros esforços. Nas negociações de armistício, os governantes dos EUA tentaram nos proibir de construir aeródromos, intrometendo-se em um assunto interno da nossa República. A questão da construção do aeródromo fez atrasar as negociações de armistício por mais cinco meses. Mas o lado estadunidense falhou em atingir seu objetivo.

Agora, os imperialistas ianques fazem obstinados esforços para reter à força nossos prisioneiros de guerra. Por culpa do imperialismo ianque, que persiste neste problema, as negociações de armistício se atrasam novamente. O lado estadunidense deverá compreender que não conseguirá nada a esse respeito.

Os agressores armados imperialistas ianques apresentaram a questão do “retorno voluntário” para reter à força nossos prisioneiros de guerra. Mas a heroica luta que travaram na ilha Koje contra a tortura, o assassinato e este “retorno voluntário” dos imperialistas estadunidenses expõe à opinião mundial a real natureza do “retorno voluntário” que preconizam.

Não podemos deixar nas mãos do inimigo os filhos e filhas de nossa pátria e nossos irmãos do Corpo de Voluntários do Povo Chinês aprisionados pelo inimigo. Isto viola a moralidade humana e o Direito Internacional. Nós, sem dúvida alguma, conseguiremos que eles retornem à sua pátria, às suas famílias.

Uma das principais causas do atraso das negociações de armistício se deve ao fato de os imperialistas ianques se prepararem, por trás das negociações, para uma guerra prolongada. Os monopolistas dos EUA não querem o fim da guerra na Coreia nem a distensão internacional, porque para eles a guerra é uma enorme linha de lucros e um excelente motivo para promover a corrida armamentista.

Os bilionários dos EUA temem que a solução pacífica do problema coreano afunde o mundo capitalista em uma crise política e econômica mais profunda. Os governantes dos EUA pensam que atrasar as negociações de armistício na Coreia e manter tensa a situação internacional ajudaria o rearmamento da Alemanha Ocidental e do Japão, que faz parte do plano para provocar a terceira guerra mundial contra os países do campo democrático.

Essas são as principais causas que levam os agressores imperialistas ianques a atrasar as negociações de armistício.

Nossa posição a respeito é clara. Temos nos esforçado e continuaremos nos esforçando para dar uma solução pacífica ao problema coreano. Queremos o armistício, mas não tememos a continuação da guerra.

Se as negociações de armistício são ou não efetuadas com êxito, depende da parte inimiga. Só resta pendente a questão dos prisioneiros de guerra. Se os governantes dos EUA desejam com sinceridade a cessação das hostilidades, obrigatoriamente devem abandonar sua injusta insistência de manter à força nossos prisioneiros de guerra. Nos últimos dias, os imperialistas ianques bombardearam selvagemente cidades, vilarejos e instalações pacíficas, enquanto seguem obstinadamente com a absurda proposta a respeito dos prisioneiros de guerra. Por meio deste método virulento, sonham em vão em alcançar seu maléfico objetivo.

Porém, com nenhum método poderão fazer com que nosso povo se renda, nem alcançar seus propósitos. Se os agressores armados ianques e ingleses seguirem estendendo a guerra contra nossa pátria e nosso povo, sem abandonar suas ambições agressivas, o valente povo coreano acabará por derrotá-los com o apoio e respaldo das forças democráticas do mundo inteiro.

3. NOSSAS TAREFAS

Queridos camaradas;

Levamos mais de dois anos de Guerra de Libertação da Pátria contra os intervencionistas armados ianques e ingleses e seu lacaio, a camarilha de Syngman Rhee, pela defesa da liberdade e da independência da pátria e da República, e hoje enfrentamos tarefas mais árduas e volumosas.

Antes de tudo, no plano político, devemos fortalecer a unidade política e ideológica do povo e consolidar a Frente Democrática para a Reunificação da Pátria e sua força reitora, o Partido do Trabalho da Coreia. Da mesma forma, temos que elevar o nível de trabalho das instituições estatais e dos organismos do Partido, aproximar a direção das unidades superiores às inferiores e fortalecer as atividades das organizações inferiores do Partido e dos comitês populares de distrito e de comuna, para estabelecer laços estreitos com as massas populares.

Há que intensificar a formação política e ideológica das amplas massas populares, especialmente a dos camponeses, para que tenham confiança no triunfo e sintam ódio e indignação implacáveis do inimigo. Do mesmo modo, há que educar o povo para que se mantenha vigilante, no máximo grau, contra espiões, sabotadores e elementos subversivos enviados pelo inimigo.

Uma garantia da nossa vitória está na consolidação da solidariedade internacional com os povos de diversos países.

Devemos estreitar a amizade e a solidariedade internacionalista com os povos da União Soviética, da República Popular da China e de outros países de democracia popular.

Na esfera econômica, devemos elevar ainda mais o entusiasmo político e as faculdades criadoras das massas populares, a fim de seguir normalizando suas vidas, implantar um amplo movimento de economia e emulação para o aumento da produção no período de guerra e superar obstáculos e dificuldades de todo tipos.

Usando todos os métodos e meios, devemos aumentar a produção de acordo com a guerra e assegurar no devido tempo a colheita e a debulha deste ano. Dada a escassez de fertilizantes químicos, a partir de agora teremos que produzir em grandes quantidades fertilizantes orgânicos, para garantir exitosamente as tarefas agrícolas do próximo ano.

No plano militar, devemos fortalecer incessantemente o poderio do Exército Popular, elevar mais a capacidade de comando dos comandantes e fazer com que todos os soldados e classes manejem perfeitamente as armas e lutem com um alto espírito patriótico e heroísmo em prol da pátria e do povo.

Devemos nos esforçar para aumentar a capacidade combativa do Exército Popular, intensificar sua disciplina e aniquilar os efetivos humanos do inimigo e destruir seus meios de guerra.

Devemos cumprir todas as tarefas que temos adiante nas esferas política, econômica e militar para lograr a vitória definitiva na Guerra de Libertação da Pátria, desejo tanto do povo coreano quanto de outros povos progressistas.

No momento atual, o povo coreano defende dos intervencionistas armados ianques e ingleses não apenas a liberdade e a independência da pátria, o sistema popular democrático e a República, conquistados com seus próprios esforços, mas também a paz e a segurança no mundo inteiro. Com sua luta heroica, põe fim às maquinações dos imperialistas ianques e ingleses dirigidas a provocar a terceira guerra mundial. A missão que assume o povo coreano é sublime e sagrada. Executando lealmente esta missão e defendendo o sistema popular democrático e a República — conquistas do nosso povo — contra intervencionistas armados, os imperialistas ianques, devemos corresponder à sincera ajuda e apoio que os países socialistas e democráticos nos dão.

4. VENCEREMOS

Camaradas:

Estamos firmemente convencidos da vitória. Em que se fundamenta esta convicção? Em dois importantes fatores:

O primeiro fator é interno.

O povo coreano demonstrou que tem suficientes forças para salvaguardar o Poder Popular frente ao ataque dos imperialistas ianques e seus lacaios. No futuro também defenderá, sem dúvidas, a República Popular Democrática da Coreia e sua própria existência, frustrando todas as tentativas dos imperialistas ianques e seus lacaios dirigidas a suprimi-la.

Temos forças e possibilidades para vencer.

Contamos com o Poder Popular, eleito democraticamente e que representa a vontade de todo o povo coreano e desfruta de seu amor e confiança.

À frente do nosso povo na luta está o Partido do Trabalho da Coreia. Seus militantes demonstraram na prática que são os defensores mais consistentes dos interesses e da felicidade do povo.

O povo coreano possui poderosas forças armadas e sólida organização militar. O Exército Popular da Coreia deu provas de sua capacidade para defender firmemente a liberdade e a independência da pátria.

Contamos com uma sólida retaguarda e uma firme base econômica, capaz de abastecer o Exército Popular e o país com todo o necessário.

Além disso, a coesão de todo o povo e a unidade de todas as forças progressistas e democráticas que se levantaram contra a agressão dos imperialistas ianques ganham mais solidez. O fortalecimento da coesão e a unidade de todo o povo, guiado pela classe operária, na luta contra o imperialismo e pela defesa do Poder popular e de seus direitos é um dos fatores mais importantes para a vitória definitiva do povo coreano.

O segundo fator é o externo.

O povo coreano, que luta por uma justa causa, goza da simpatia e do apoio dos povos de todos os países, do apoio e da ajuda dos países socialistas e democráticos. Contamos com o corajoso Corpo de Voluntários do Povo Chinês que luta lado a lado com o povo coreano.

À medida que passam os dias, são mais estreitas a coesão e a unidade indestrutível entre os povos dos países socialistas e democráticos. Nosso povo, apoiado e respaldado por estes povos, tem suficientes forças e possibilidades para fazer frente a uma guerra prolongada, enquanto defende o Poder popular, seus direitos e sua existência.

A transição do sistema capitalista para o sistema socialista, forma social mais alta, isto é, a passagem para o sistema em que desapareceram a exploração e a miséria e a opressão dos exploradores contra as massas populares é uma lei do desenvolvimento da sociedade humana. Podemos comprovar este desenvolvimento da sociedade em todas as partes. Como exemplo eloquente, temos o surgimento de vários países populares e democráticos na Europa e a República Popular da China na Ásia, após a Segunda Guerra Mundial.

Todos os fatos comprovam que é impossível frear o desenvolvimento da sociedade humana ou detê-lo na etapa capitalista. Os imperialistas não podem parar o desenvolvimento da sociedade humana nem com a guerra nem com as forças armadas, nem com a difusão de epidemias como a peste e a cólera, nem com bombas atômicas, nem com qualquer coisa. Comprovam isso a história e a realidade objetiva.

O mundo está dividido em dois campos: o democrático e o imperialista. O mercado mundial capitalista se estreitou notavelmente. Os imperialistas ianques aspiram subjugar todos os países e torná-los seus mercados. Mas esta ambição agressiva suscita resistência mesmo nos círculos governantes de outros países capitalistas. A emulação dos capitalistas por obter máximas ganâncias é uma lei da sociedade capitalista e agudiza suas contradições.

A incessante exploração e opressão dos imperialistas contra os povos dos países coloniais e dependentes exacerba a luta dos povos dos países fracos e pequenos contra a guerra imperialista. Esses povos exigem igualdade de direitos e condições justas para o desenvolvimento normal do comércio, que assegurem o desenvolvimento econômico de seus países. Esta exigência agrava as contradições entre esses países e os imperialistas.

Também se agravam cada vez mais as contradições no interior dos países capitalistas. No seio destes países, agudizam-se, com o passar dos dias, não apenas as contradições entre a classe trabalhadora e a burguesia, mas também entre todas as forças progressistas e as quadrilhas fascistas.

Estes fatos são uma prova clara do quão corrupto é o imperialismo, fase superior do capitalismo. À medida que se aproxima a hora de sua derrota, os imperialistas fazem esforços desesperados para provocar a terceira guerra mundial, recorrendo aos métodos extremos de genocídio, para prolongar, mesmo que seja um pouco mais, a sua existência.

Pelo contrário, o poder dos países do campo democrático aumenta e se fortalece todos os dias e sua coesão é cada vez mais sólida. Mesmo nos países capitalistas, crescem e se fortalecem as forças da paz. Assim, vai chegando a hora da derrota final do imperialismo e do triunfo geral do campo socialista e democrático. Não está longe o dia em que o imperialismo será sepultado para sempre. Temos, portanto, todas as condições para alcançar a vitória.

Sem dúvida alguma, a vitória será nossa.

Marchemos energeticamente adiante à vitória!

Viva o VII aniversário de 15 de Agosto, dia em que nossa pátria se libertou da dominação colonial do imperialismo japonês!

Glória ao heroico povo coreano e suas forças armadas, o heroico Exército Popular da Coreia, que está lutando para defender a liberdade e independência da pátria e o sistema popular democrático contra os agressores imperialistas ianques e ingleses!

Glória aos oficiais e soldados do Corpo de Voluntários do Povo Chinês, que lutam heroicamente contra os agressores armados estadunidenses e ingleses na frente coreana!

Glória eterna aos heroicos oficiais e soldados do Exército Popular, aos guerrilheiros e guerrilheiras e aos combatentes do Corpo de Voluntários do Povo Chinês caídos na luta pela liberdade e a independência da pátria!

Vivam a solidariedade e a amizade internacionalista do campo socialista e democrático!

Viva o Partido do Trabalho da Coreia, inspirador e organizador da vitória do povo coreano na luta contra os agressores imperialistas ianques e ingleses!

Viva a gloriosa República Popular Democrática da Coreia!