Queridos compatriotas;
Irmãos e irmãs;
Oficiais e soldados do heroico Exército Popular;
Valentes guerrilheiros e guerrilheiras:
Os bandidos estadunidenses continuam sua agressão armada contra a Coreia para transformá-la em sua colônia, e nosso povo — 30 milhões de habitantes —, em seu escravo.
Até hoje, os imperialistas ianques sofreram contundentes golpes e perderam um grande número de tropas, mas desencadearam uma ofensiva de grande magnitude mobilizando todas as suas forças armadas estacionadas na região do Pacífico.
Nosso Exército Popular se viu obrigado a empreender, enquanto segue combatendo, um recuo estratégico. A situação atual em nossas frentes se agravou. Nossa pátria está em grande perigo.
Os imperialistas ianques, ao ver que na Coreia seus lacaios, a camarilha de Syngman Rhee, estavam sofrendo derrotas absolutas e que o regime de dominação reacionário se desmoronava, lançaram a agressão armada aberta contra o povo coreano de acordo com seu sinistro plano premeditado.
O objetivo da agressão armada do imperialismo ianque contra a Coreia é transformá-la em sua colônia, e nosso povo, em seu escravo, e fazer dela sua base militar estratégica para suprimir a luta dos povos asiáticos por sua libertação nacional e atacar a China e a União Soviética.
Para encobrir seus atos agressivos contra a Coreia, os imperialistas ianques se aproveitam do rótulo da ONU. Falam que as tropas ianques estão fazendo atividades militares na Coreia de acordo com uma “resolução” do Conselho de Segurança da ONU.
No entanto, de fato empreenderam sua intervenção armada antes que tal “resolução” fosse aprovada, que por si só não tem validez, já que foi adotada sem a participação dos representantes da União Soviética e da República Popular da China, membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, sem mencionar os do povo coreano.
Escondendo-se atrás da ONU, o bandidesco imperialismo ianque afoga nosso território em sangue, cometendo todo tipo de cruéis delitos. Seus aviões e navios incendeiam nossas cidades e vilarejos pacíficos, não deixando nem um único de pé, e destroem indiscriminadamente nossas empresas industriais que custaram tanto suor e sangue do nosso povo. As tropas agressoras do imperialismo ianque assassinam em massa aos nossos habitantes pacíficos: homens e mulheres, idosos e crianças. Os bandidos imperialistas ianques, agarrados aos métodos mais cruéis, tentam freneticamente reprimir o indomável espírito de luta do povo coreano que aspira à liberdade e independência, em flagrante violação da Carta da ONU e ignorando o Direito Internacional e as normas da moralidade humana.
No entanto, por mais desesperados esforços que façam, não serão capazes de fazer se ajoelhar o povo coreano, levantado em uníssono para a sagrada luta de libertação de sua pátria contra o agressor, pela liberdade e pela independência do país; nem serão capazes de impedir a luta patriótica do nosso bravo Exército Popular, dos nossos bravos guerrilheiros e de toda a população na retaguarda. Diante dos fortes ataques do heroico Exército Popular, as tropas agressoras do imperialismo ianque sofrem fracasso após fracasso e se veem à beira da derrota final em nosso solo pátrio. Por isso, lançaram uma ofensiva desesperada, mobilizando forças terrestres, navais e aéreas de suas bases do Pacífico, parte de sua frota do Mediterrâneo e até seus navios de reserva, para restaurar seu prestígio arruinado e realizar a todo custo seus objetivos agressivos na Coreia.
Assim, concentraram na frente coreana enormes forças armadas cujos efetivos chegam a centenas de milhares e, em 16 de setembro, de surpresa, desembarcaram em Inchon mais de 50.000 soldados. Nesta operação, participaram várias centenas de navios e cerca de 1.000 aviões. O inimigo tentava tomar Seul com um só golpe, mas não pôde fazê-lo tão facilmente. O Exército Popular, apoiado pelos cidadãos de Seul e pelo Corpo Popular de Voluntários, durante 14 dias deteve o ataque inimigo, numericamente superior, revelando exemplar devoção patriótica e heroísmo incomparável.
Também em outros setores da frente, o inimigo conseguiu ocupar uma posição vantajosa.
Diante desta situação, nosso Exército Popular não teve mais opção senão realizar um recuo estratégico. Na frente foi criada uma grave situação. O inimigo cruzou o Paralelo 38 e avança em direção ao Norte.
Os imperialistas ianques, que invadem as regiões ao Norte do Paralelo 38 da Coreia ameaçando ao extremo a paz e a segurança na Ásia, rejeitaram outra proposta para resolver a questão coreana por meios pacíficos apresentada pelo governo da URSS. Esta proposta, feita pelo representante da União Soviética na Assembleia Geral da ONU, prevê a cessação de ações militares, a retirada das tropas estrangeiras do território da Coreia e a reunificação pacífica da Coreia mediante eleições gerais livres no Norte e no Sul. Esta proposta concorda totalmente com os interesses do povo coreano. No entanto, os imperialistas ianques a rejeitaram usando sua maquinaria de votação, que os obedece, e continuam sua guerra de rapina.
Ao estender sua agressão armada contra a Coreia, cometem ainda mais abertamente perversos atos de saques do povo e revelam com maior nitidez sua verdadeira face como os piores inimigos do povo coreano e de todos os povos asiáticos.
Esta guerra que nosso povo empreende contra os agressores imperialistas ianques pela liberdade e independência da pátria, pela felicidade das gerações vindouras e para não se tornar escravo colonial novamente, é a mais justa e sagrada guerra.
Como a história mostra, o caminho da grande luta dos povos pela liberdade e independência de seu país não é suave. No curso desta luta, tanto pode haver êxitos quanto fracassos temporários. Citemos por exemplo a luta do povo soviético. Após a grande Revolução Socialista de Outubro, os intervencionistas armados, os imperialistas dos EUA, Inglaterra, França etc. invadiram a jovem República Soviética para estrangulá-la. Então, os intervencionistas armados apertaram o estreito cerco ao centro, crendo que poderiam triunfar em pouco tempo. Mas, nesta árdua luta contra as forças aliadas imperialistas, os povos soviéticos saíram vitoriosos, após repelir os intervencionistas armados, e salvaguardaram a liberdade e a independência da pátria soviética. O mesmo vemos na luta do povo chinês. Os imperialistas e reacionários chineses acreditavam que poderiam esmagar a resistência do povo chinês, que lutava pela liberdade e independência de sua pátria. Entretanto, o povo chinês finalmente derrotou a reação interna e as agressivas forças imperialistas e venceu na revolução.
O imperialismo, condenado ao fracasso, faz desesperados esforços para girar para trás a roda da história. Tentou na Rússia, mas falhou. Tentou novamente na China, mas não teve sucesso. Hoje, os imperialistas tentam escravizar o povo coreano. Não há dúvida de que os bandidos imperialistas ianques sofrerão um contundente fracasso em seus desígnios agressivos.
Em sua feroz luta contra os agressores imperialistas ianques, o povo coreano fez milagres de coragem e heroísmo sem par. O fato de nosso povo ter se levantado como um só homem para a sagrada luta de libertação nacional, pela liberdade e independência da pátria, dando provas de incomparável bravura e indomável espírito combativo, não é de modo algum derivado de um fator temporário ou aleatório. É porque nosso povo, que suportou a penosa vida de escravidão durante muito tempo sob o domínio do imperialismo japonês, tem uma firme determinação nacional de não permitir que seu país seja arrebatado de novo pelos imperialistas nem de se tornar mais uma vez escravo; além disso, compreendeu claramente que só através da luta de libertação nacional contra a agressão dos imperialistas estrangeiros poderá alcançar a liberdade e a independência de sua pátria, a felicidade e a prosperidade para si e para as gerações vindouras.
O povo coreano — disposto a consagrar tudo o que estiver ao seu alcance pela libertação da pátria e de si mesmo e convencido da justeza de sua causa — superará com audácia qualquer dificuldade e dura prova, e alcançará uma brilhante vitória. Atualmente, temos todas as condições para triunfar. A vitória será, inevitavelmente, nossa.
Os três meses de guerra provaram claramente o grande poder do nosso povo. O mundo inteiro pôde constatar o grande poder da unidade e o indomável espírito combativo do nosso povo, de pé na luta contra os agressores imperialistas ianques e a gangue vende-pátria de Syngman Rhee, para defender a liberdade, a independência da pátria e os êxitos das reformas democráticas, por sua felicidade e um esplêndido futuro, para não voltar a sofrer a amargura de ser um escravo apátrida.
Queridos compatriotas;
Bravos oficiais e soldados do Exército Popular e guerrilheiros:
Atualmente, para superar a crise que nosso país atravessa, repelir os agressores e salvar o destino da pátria e do povo, devemos lutar mais resolutamente, com um intransigente espírito combativo.
Os oficiais e soldados do Exército Popular devem combater corajosamente, até a última gota de sangue, para proteger cada palmo da terra pátria, para defender nossas cidades e vilarejos. Devemos nos vingar mil vezes dos agressores imperialistas ianques e da camarilha de Syngman Rhee, assassinos de nossos pais e irmãos, e defender os êxitos alcançados nas reformas democráticas.
Os trabalhadores dos setores de transporte e de comunicações devem modificar seu trabalho conforme a situação atual, reconstruir com rapidez as estradas e linhas férreas e de comunicação destruídas pelos bombardeios inimigos, proteger os meios de transporte e de comunicação e assegurar a tempo o abastecimento à frente de todos os tipos de materiais. Os trabalhadores devem aproveitar cada minuto e produzir o máximo de armas, projéteis e munições para atender as necessidades da frente. Os camponeses devem aumentar o rendimento da colheita para abastecer com suficiente quantidade de alimentos a frente e a retaguarda, conservar cuidadosamente os grãos produzidos e entregar a tempo o imposto em espécie.
Os camponeses sul-coreanos devem seguir lutando bravamente contra os agressores ianques imperialistas para salvaguardar os êxitos da reforma agrária e pela emancipação da pátria.
Todo o povo molestará a retaguarda inimiga e, em caso de inevitável retirada, mudará para outro local todos os materiais e meios de transporte ferroviário, para não deixar nem uma locomotiva, nem vagão, nem um grão nas mãos do inimigo.
Nas regiões ocupadas pelo inimigo, há que empreender amplamente a luta guerrilheira, para atacar de surpresa os quartéis-generais do inimigo, destruí-los e, em todo lugar, cortar suas linhas de suprimento, como estradas, pontes etc., cortar as de comunicação e incendiar armazéns e materiais de guerra.
Com máxima vigilância, todos os habitantes deverão descobrir e aniquilar a tempo espiões e elementos subversivos e sabotadores infiltrados em nossa retaguarda e lutar implacavelmente contra os propagadores de boatos, contra os covardes e os desertores.
Para vencer na Guerra de Libertação da Pátria, todo o povo coreano deve fazer tudo ao seu alcance e ajudar ativamente o Exército Popular em todos os aspectos.
Nosso povo não está sozinho na luta pela liberdade e independência da pátria. É preciso que todos oficiais e soldados do Exército Popular, os guerrilheiros na retaguarda inimiga e todo o povo coreano tenham em mente que nossa grande luta desfruta do apoio e ajuda ativos dos povos da União Soviética, da República Popular da China e de outros países de democracia popular, bem como a simpatia unânime de toda a humanidade progressista.
Hoje, a tarefa mais importante que temos adiante é defender com nosso sangue cada palmo do solo pátrio e preparar todas as forças para desferir novos golpes decisivos ao inimigo. Devemos aniquilar definitivamente os intervencionistas armados estrangeiros e a gangue de Syngman Rhee.
Que todo o povo coreano levante alto a bandeira da República Popular Democrática da Coreia, a bandeira da vitória!
Glória ao heroico Exército Popular da Coreia!
Glória aos guerrilheiros que lutam na retaguarda inimiga!
Viva o heroico povo coreano, de pé para a luta pela liberdade, independência e honra da pátria contra os agressores imperialistas ianques!