Todas as Forças para a Vitória na Guerra

Kim Il Sung

26 de junho de 1950


Origem: Discurso por rádio dirigido a todo o povo coreano.

Fonte: Para Lograr a Vitória na Guerra de Libertação da Pátria Rechaçando a Invasão Armada dos Imperialistas Estadunidenses, Associação de Amizade com a Coreia – Brasil (KFA-BR), julho de Juche 109 (2020), p. 21-28.

Tradução: Associação de Amizade com a Coreia – Brasil em julho de Juche 109(2020) com base na Edição em Línguas Estrangeiras da RPDC de Juche 104(2015).

Transcrição: João Victor Bastos Batalha.

HTML: Lucas Schweppenstette.


Queridos compatriotas;

Amados irmãos e irmãs;

Oficiais, classes e soldados de nosso Exército Popular;

Guerrilheiros que operam na parte Sul da Coreia:

Em nome do Governo da República Popular Democrática da Coreia, dirijo-me a vocês com o seguinte apelo:

O exército do governo títere do traidor Syngman Rhee iniciou, no dia 25 de junho, uma ofensiva total contra as áreas da parte Norte da Coreia, ao longo do Paralelo 38. A valente Guarnição da República, travando ferozes batalhas contra a invasão do inimigo, impediu seu avanço.

O Governo da República Popular Democrática da Coreia, tendo discutido a situação criada, ordenou que nosso Exército Popular iniciasse um decisivo contra-ataque e varresse as forças armadas do inimigo. Cumprindo as ordens do Governo da República, o Exército Popular repeliu o inimigo das áreas ao Norte do Paralelo 38, e avançou de 10 a 15 quilômetros ao Sul. Já libertou um número de cidades, como Ongjin, Yonan, Kaesong, Paechon e muitos vilarejos.

A camarilha traidora de Syngman Rhee desencadeou uma guerra fratricida e antipopular, apesar de todo o povo patriótico da nossa nação estar fazendo os máximos esforços para reunificar a pátria por via pacífica.

Como se sabe, a camarilha de Syngman Rhee, que se opõe à reunifica pacífica da pátria a todo custo, há muito se preparava para a guerra civil. Alucinadamente, aumentou seus armamentos às custas do suor e do sangue da população sul-coreana e fez frenéticos esforços para preparar sua retaguarda. Recorrendo a um despotismo terrorista sem igual, proibiu todos os partidos políticos e organizações sociais democráticos da Coreia do Sul; deteve, encarcerou e assassinou personalidades patriotas e progressistas, reprimiu impiedosamente até as menores manifestações de descontentamento com seu regime reacionário. Centenas de milhares dos melhores filhos e filhas do nosso povo, que lutaram pela independência, liberdade e democracia da pátria, foram encarcerados e massacrados pelo inimigo.

A fim de encobrir suas maquinações para iniciar a guerra civil, a camarilha de Syngman Rhee provocou incessantes conflitos no Paralelo 38, mantendo nosso povo permanentemente preocupado, e tentou colocar a responsabilidade por esses conflitos provocadores na República Popular Democrática da Coreia. Durante a preparação da chamada “expedição ao Norte”, seguindo instruções dos imperialistas dos EUA, não hesitou em agir em conluio com os militaristas japoneses, inimigos jurados do povo coreano.

A camarilha traidora de Syngman Rhee vendeu a parte Sul da nossa pátria aos imperialistas dos EUA, como colônia e base militar estratégica, e sujeitou sua economia ao domínio dos monopolistas ianques.

Os imperialistas estadunidenses se apoderaram das principais artérias econômicas da parte Sul e deslocaram completamente a economia nacional. Roubam arroz, tungstênio, grafite e muitos outros recursos naturais de vital necessidade para o nosso país. Os pequenos e médios empresários e comerciantes da Coreia do Sul, sob a pressão do capital dos EUA, não puderam evitar a falência. Na parte Sul de nossa pátria, a maioria das fábricas e oficinas estão fechadas; o número de desempregados sobe para vários milhões; os camponeses ainda não possuem terra e a agricultura decai de ano em ano. A população da Coreia do Sul está na pobreza e definhando de fome.

Queridos compatriotas:

O governo da República Popular Democrática da Coreia, juntamente com todos os partidos políticos e organizações sociais de caráter patriótico e democrático, e todo o povo do nosso país, fizeram o quanto foi possível para evitar uma guerra fratricida e o catastrófico derramamento de sangue, para reunificar nossa pátria por via pacífica. A primeira tentativa para alcançar tal reunificação foi feita já em abril de 1948, na Conferência Conjunta de Representantes de Partidos Políticos e Organizações Sociais da Coreia do Norte e do Sul.

No entanto, a camarilha traiçoeira de Syngman Rhee frustrou esta tentativa e, seguindo instruções dos imperialistas ianques e da chamada “Comissão Provisória da ONU para a Coreia”, instrumento de agressão a seu serviço, efetuou eleições separadas na Coreia do Sul em 10 de Maio de 1948 e intensificou os preparativos para o ataque armado contra a parte Norte da nossa pátria.

Com o objetivo de alcançar a reunificação pacífica da pátria e sua completa independência, os 72 partidos políticos e organizações sociais de caráter patriótico da Coreia do Norte e do Sul, afiliados à Frente Democrática pela Reunificação da Pátria, fizeram uma proposta em junho do ano passado para reunificar por via pacifica o nosso país, mediante a efetuação de eleições gerais. Todo o povo coreano apoiou entusiasticamente esta proposição, mas a traiçoeira camarilha de Syngman Rhee se opôs também a ela. Em 7 de junho de 1950, a Frente Democrática para a Reunificação da Pátria, expressando o desejo de todo o povo, reiterou mais uma vez sua proposta de acelerar a reunificação pacífica da pátria.

Mas novamente, a gangue traidora de Syngman Rhee frustrou sua realização declarando, em tom de ameaça, que qualquer um que a apoiasse seria considerado renegado.

Em 19 de junho de 1950, o Presidium da Assembleia Popular Suprema da República Popular Democrática da Coreia, manifestando a firme vontade de reunificação, independência e desenvolvimento democrático da pátria, e de acordo com o desejo dos partidos políticos e organizações sociais democráticos, propôs realizar a reunificação pacífica da pátria através da união desta Assembleia com o “parlamento” sul-coreano em um único órgão legislativo para toda a Coreia.

A este unânime desejo de todo o povo coreano de reunificar pacificamente a pátria, e à nossa justa e sincera proposta, a camarilha traidora de Syngman Rhee respondeu provocando a guerra civil.

Qual é o objetivo desta camarilha com essa guerra fratricida?

Busca estender, por meio dela, o regime reacionário e antipopular da parte Sul à parte Norte da Coreia, para tirar do nosso povo as conquistas das reformas democráticas.

A gangue reacionária de Syngman Rhee quer tirar a terra dos camponeses da parte Norte da Coreia — que se tornaram seus mestres, como resultado da reforma agrária realizada sobre o princípio do confisco sem indenização e a distribuição gratuita da terra — e devolvê-la aos senhores e privar a população da parte Norte de todas as liberdades e direitos democráticos que obteve. A camarilha traidora de Syngman Rhee quer fazer da nossa pátria uma colônia do imperialismo ianque, e de todo o povo coreano, seu escravo.

Queridos irmãos e irmãs:

Um grande perigo ameaça nossa pátria e nosso povo.

Nesta guerra contra a camarilha de Syngman Rhee, o povo coreano deve defender com sua vida a República Popular Democrática da Coreia e sua Constituição, libertar a parte Sul da nossa pátria do domínio reacionário da referida camarilha, derrubando o poder vende-pátria e fantoche estabelecido ali, restaurar os comitês populares, genuíno poder do povo, e lograr a causa da reunificação da pátria sob a bandeira da República Popular Democrática da Coreia.

A guerra que estamos travando contra o fratricídio desencadeado pela camarilha de Syngman Rhee é uma guerra justa pela reunificação e a independência da pátria e pela liberdade e democracia.

Todo o povo coreano, se não quiser ser escravo dos imperialistas estrangeiros de novo, deve se alçar a uma luta de salvação nacional para derrubar o “poder” vende-pátria de Syngman Rhee e suas forças armadas. Devemos alcançar sem falta a vitória final fazendo todos os sacrifícios.

Todo o povo coreano deve sempre observar com a maior atenção e aumentar a vigilância diante de cada um dos movimentos dos imperialistas estadunidenses, que se escondem atrás da camarilha traidora de Syngman Rhee.

Nosso Exército Popular deve exibir valentia e abnegação na justa luta para defender as conquistas das reformas democráticas na parte Norte da Coreia, libertar os compatriotas da parte Sul do domínio reacionário, e reunificar a pátria sob a bandeira da República Popular.

Os oficiais, classes e soldados do Exército Popular emergiram do povo. O Exército Popular é a genuína força armada do povo coreano, formada por seus melhores filhos e filhas. Foi educado e formado no espírito de amor à pátria e ao povo; está equipado com armas modernas de grande eficiência e armado com o elevado espírito patriótico de combater até a morte pelos interesses da pátria e do povo. Todos os oficiais e soldados do Exército Popular devem lutar até a última gota de sangue pela pátria e o povo.

A população da parte Norte da Coreia deve reorganizar todo o seu trabalho adaptando-o ao período de guerra e colocar em ação todas as forças para a vitória na guerra, a fim de exterminar o inimigo o mais rápido possível. Há que organizar a ajuda de todo o povo ao Exército Popular, reforçá-lo continuamente, transportar com rapidez todos os artigos de primeira necessidade e os materiais bélicos para a frente, e organizar o trabalho de auxílio afetuoso e generoso aos soldados feridos.

Com o objetivo de assegurar a vitória na frente, a retaguarda do Exército Popular deve ser consolidada como uma fortaleza inexpugnável.

Há que travar na retaguarda uma luta implacável contra os desertores e os espalhadores de boatos e organizar habilmente o trabalho de descobrir e liquidar espiões e elementos subversivos. O inimigo é astuto e sinistro; portanto, fará todo o possível para difundir falsos rumores. O povo não pode se deixar enganar por tal demagogia do inimigo, e os órgãos de poder da República devem punir impiedosamente os traidores que os ajudem.

Os operários, técnicos e trabalhadores de escritório na parte Norte da Coreia devem defender as fábricas, as oficinas, os serviços de transporte e comunicações frente aos ataques do inimigo, executar fielmente os planos de produção e todas as demais tarefas que lhes foram atribuídas e atender com prontidão às necessidades da frente.

Os camponeses na parte Norte da Coreia devem aumentar a produção agrícola a fim de abastecer suficientemente o Exército Popular com os alimentos que precisa e ajudar-lhe por todos os meios para assegurar a vitória na guerra.

Os guerrilheiros e guerrilheiras na parte Sul da Coreia devem travar sua luta mais energética e audazmente, criar e expandir zonas libertadas incorporando as grandes massas do povo à guerrilha. Devem atacar e destruir o inimigo em sua linha de trás; assaltar seus quartéis, cortar e destruir ferrovias, rodovias, pontes, linhas telegráficas e telefônicas, etc; interromper por todos os meios possíveis as comunicações entre a frente e a retaguarda do inimigo, e em todas as partes, liquidar os traidores, restaurar os comitês populares, órgãos do poder do povo, e cooperar ativamente com o Exército Popular em suas operações.

Os compatriotas na parte Sul da Coreia devem desobedecer às ordens e instruções do governo títere de Syngman Rhee, boicotar sua execução e semear a confusão na organização da retaguarda inimiga.

Os trabalhadores da parte Sul devem organizar greve em todas as partes, protestar, defender as fábricas, oficinas, minas, ferrovias e outros locais de trabalho, para que não sejam destruídas pelo inimigo em fuga, e prestar ativa ajuda ao Exército Popular a fim de assegurar o triunfo na guerra.

Os camponeses na parte Sul não devem dar alimentos ao inimigo; devem recolher bem as colheitas do ano, participar ativamente do movimento guerrilheiro e não poupar esforços em fornecer todo tipo de cooperação e ajuda ao Exército Popular.

Os empresários e os comerciantes de médio e pequeno porte na parte Sul devem cooperar na luta para salvar a economia nacional do nosso país da subordinação ao capital monopolista dos EUA, opondo-se ao “poder” de Syngman Rhee, e ajudando o Exército Popular.

Os expoentes da cultura e intelectuais na parte Sul devem colaborar ativamente na guerra contra a camarilha traidora de Syngman Rhee pela reunificação e liberdade da pátria, para criar as condições para o desenvolvimento da cultura nacional. Devem expôr plenamente entre as massas populares os crimes da camarilha de Syngman Rhee e cumprir seu papel de agitadores na organização dos levantes de massas.

Oficiais e soldados do “exército de defesa nacional” do governo títere da Coreia do Sul:

Seu inimigo não é outro senão a camarilha traidora de Syngman Rhee. Pelos interesses da pátria e do povo, devem voltar suas armas contra ela, aproveitando todas as oportunidades para fazê-lo.

Devem ir para o lado do Exército Popular e dos guerrilheiros e colaborar na luta de todo o povo pela reunificação e liberdade da pátria. Devem ocupar um lugar honroso nas fileiras dos combatentes pela liberdade e independência da pátria, rebelando-se contra o inimigo do nosso povo.

Queridos compatriotas, irmãos e irmãs:

Chamo a todo o povo coreano para se unir mais estreitamente em torno do Governo da República Popular Democrática da Coreia para derrotar e varrer o mais rápido possível as forças armadas e o regime policial da corja traidora de Syngman Rhee.

A história da humanidade ensina que um povo que se levanta resolutamente para lutar por sua liberdade e independência sai sempre vitorioso. Nossa luta é justa. Com toda certeza, a vitória será do nosso povo. Estou seguro de que nossa justa luta pela pátria e pelo povo será certamente coroada com o triunfo.

É chegada a hora de reunificar nossa pátria. Avancemos com valentia confiando firmemente na vitória.

Todas as forças para ajudar nosso Exército Popular e a frente!

Concentrai todos os esforços em derrotar e varrer o inimigo!

Viva o povo coreano, que se levantou inteiro em uma justa guerra!

Viva a República Popular Democrática da Coreia!

Avancemos à vitória!