Aniquilemos os Agressores Armados Mediante a Contraofensiva Decisiva

Kim Il Sung

25 de junho de 1950


Origem: Discurso pronunciado na Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros da República Popular Democrática da Coreia.

Fonte: Para Lograr a Vitória na Guerra de Libertação da Pátria Rechaçando a Invasão Armada dos Imperialistas Estadunidenses, Associação de Amizade com a Coreia – Brasil (KFA-BR), julho de Juche 109 (2020), p. 14-20.

Tradução: Associação de Amizade com a Coreia – Brasil em julho de Juche 109(2020) com base na Edição em Línguas Estrangeiras da RPDC de Juche 104(2015).

Transcrição: João Victor Bastos Batalha.

HTML: Lucas Schweppenstette.


Camaradas:

O exército títere da camarilha traidora e vende-pátria de Syngman Rhee lançou na madrugada de hoje uma agressão armada surpresa contra a parte Norte da Coreia, ao longo do Paralelo 38.

Em seu desejo de impedir a expansão da guerra, o Governo da República exigiu que os inimigos cessassem imediatamente a insensata agressão armada e afirmou que, se continuassem esta ação aventureira, seria totalmente deles a responsabilidade pelas consequências. Apesar disto, os arrogantes inimigos expandem as chamas da guerra. Já avançaram um ou dois quilômetros em direção ao Norte do Paralelo 38 e estão tentando conquistar a parte Norte da Coreia em um 1 golpe, através da aventureira "guerra relâmpago".

Agora, na zona do Paralelo 38, a corajosa Guarnição da nossa República está travando uma intensa batalha para frustrar a agressão inimiga.

Manipulada diretamente pelos imperialistas ianques, a camarilha títere de Syngman Rhee há muito se preparava para agredir a parte Norte da Coreia.

Desde 1946, a camarilha títere de Syngman Rhee prepara as tropas agressoras destinadas a atacar a parte Norte da Coreia, recrutando coercivamente jovens e adultos da Coreia do Sul; no ano passado, criou a “lei de serviço militar”, a fim de aumentar em grande escala o número de efetivos do exército fantoche. A camarilha traidora de Syngman Rhee introduziu uma grande quantidade de armas e materiais técnicos de combate dos Estados Unidos, mas, sentindo que isso não era suficiente, fez, há pouco, um acordo comercial com os militaristas japoneses e importou muitos equipamentos militares do Japão, a fim de fortalecer o armamento do exército títere.

A camarilha de Syngman Rhee, por um lado, aumentou em grande escala as forças armadas fantoches e, por outro, construiu posições de ataque, concentrou numerosos efetivos nas zonas próximas ao Paralelo 38 e realizou frequentes provocações armadas contra a parte Norte da Coreia.

Tropas da camarilha de Syngman Rhee cruzaram a linha demarcatória nas regiões de Pyoksong e Yonbaek da península Ongjin em 1947, assassinaram crianças e idosos inocentes, queimaram casas da população, saquearam propriedades e cometeram outros atos delinquentes. Em 1948, ativaram as agressões militares contra a parte Norte da Coreia e realizaram sem pausa provocações armadas nas regiões do monte Chiak, na província de Hwanghae, e da colina Kosan, na província de Kangwon. Como consequência, nestas zonas houve, quase que diariamente, conflitos entre nossas forças e as do inimigo. Desde o início de 1949, os inimigos passaram à etapa de fazer mais descaradas as ações provocativas de guerra. Perpetraram a invasão armada em larga escala da colina Kuksa e do monte Kachi na península Ongjin, do monte Song-ak, ao sul de Kumchon, o monte Unpha, na província de Hwanghae, a região de Yangyang, na província de Kangwon e outras áreas próximas ao Paralelo 38. Particularmente, com o objetivo de causar confusão em nossas fileiras e massas e abrir caminho para a agressão das principais tropas do exército fantoche, em reiteradas ocasiões penetraram na parte Norte da Coreia a “unidade Horim” e outras brigadas de choque para a “marcha ao Norte”. De fato, a camarilha de Syngman Rhee fez esforços frenéticos para destruir as realizações de nossa revolução e conquistar a parte Norte da Coreia.

Antes de empreender a “expedição ao Norte”, para dar “segurança” à sua retaguarda, a camarilha de Syngman Rhee, seguindo as ordens dos imperialistas ianques para acabar com as forças patrióticas e democráticas e com as guerrilhas da Coreia do Sul, proibiu todos os partidos políticos e organizações sociais democráticas, assim como deteve, prendeu e assassinou aleatoriamente patriotas, progressistas e democratas, praticando várias operações “punitivas” de grande magnitude contra as guerrilhas na Coreia do Sul. Além disso, a camarilha fantoche de Syngman Rhee recorreu a viciosas maquinações para destruir nossas fábricas de equipamentos militares, ferrovias, pontes e comunicações, infiltrando em grande escala espiões, sabotadores e elementos subversivos na parte Norte da Coreia.

O Governo da República fez tudo o que estava ao seu alcance para impedir o fratricídio e reunificar a pátria por via pacífica. Sua posição invariável é resolver o problema coreano não mediante guerra, mas pelas próprias forças da nação coreana e por via pacífica.

O Governo da República reiterou as orientações mais realistas e razoáveis para a reunificação pacífica da pátria. Em junho deste ano, através da Frente Democrática para a Reunificação da Pátria, propôs fundar um órgão legislativo supremo unido, realizando eleições gerais no Norte e no Sul de acordo com princípios democráticos, por ocasião do 5º aniversário da libertação de 15 de Agosto, e, posteriormente, o Presidium da Assembleia Popular Suprema da República Popular Democrática da Coreia propôs ao “parlamento” sul-coreano materializar a reunificação pacífica da pátria fundindo em um único órgão legislativo para toda a Coreia a Assembleia e este “parlamento”. Todas as propostas do Governo da República, destinadas a evitar uma guerra fratricida e uma catástrofe sangrenta, para reunificar a pátria pacificamente, têm unânime apoio de todo o povo coreano, assim como dos povos progressistas de todo o mundo.

No entanto, a camarilha títere de Syngman Rhee não aceitou nenhuma das propostas justas e razoáveis para a reunificação pacífica da pátria propostas pelo Governo da República, e, finalmente, provocou uma guerra fratricida criminosa preparada durante muito tempo.

Um grande perigo para a nossa pátria e povo foi criado graças à invasão armada da camarilha títere, traidora e vende-pátria de Syngman Rhee. Agora, o povo coreano tem diante de si uma séria alternativa: tornar-se escravo colonial dos imperialistas novamente ou permanecer livre como povo de um Estado soberano e independente. Agora que a camarilha títere de Syngman Rhee desencadeou uma guerra fratricida, não podemos ficar de braços cruzados. Neste momento tão crítico, se hesitarmos em lutar, nosso povo não poderá evitar novamente o destino de apátrida. Teremos que lutar resolutamente contra os inimigos, a fim de salvaguardar a independência da pátria, a liberdade e a honra da nação, assim como responder com a justa guerra libertadora à bárbara guerra agressiva do inimigo.

O Exército Popular deve frustrar a agressão inimiga e dar início de imediato ao contra-ataque decisivo para acabar com os agressores armados.

Deter a inesperada ofensiva inimiga e passar à contraofensiva não é, obviamente, uma tarefa fácil. Do ponto de vista da ciência militar, fazer fracassar o ataque inimigo e passar para o contra-ataque só é possível quando se possuem forças preparadas, várias vezes mais poderosas que as inimigas de ataque. As forças do Exército Popular e da Guarnição, deslocadas agora nas zonas da linha do Paralelo 38, não passam de pequenas forças defensivas. Em particular, nosso Exército Popular foi criado há dois anos, como força regular, e não tem experiência na guerra moderna. Nestas condições, frustrar a ofensiva surpresa do inimigo e passar à contraofensiva é um trabalho difícil. Mas podemos e devemos fazê-lo.

A guerra que travamos contra a agressão da camarilha vende-pátria de Syngman Rhee é uma guerra justa encaminhada a defender a liberdade, a independência e a democracia da pátria. A história demonstra que o povo alçado a uma guerra justa, com toda segurança, triunfa. Nosso povo não quer ser escravo colonial do imperialismo novamente ou render a ninguém as liberdades e os direitos democráticos alcançados. Todo o povo coreano se levantará com armas na mão como um só homem para a guerra justa, para defender a independência, a liberdade e a democracia da pátria.

O Exército Popular é numericamente menor que o do inimigo, mas é incomparavelmente mais poderoso em capacidade combativa. É uma autêntica força armada do povo coreano, composta pelos melhores filhos e filhas dos trabalhadores, camponeses e outros setores do povo trabalhador. O Exército Popular está firmemente preparado no campo técnico-militar e dotado de armamento moderno. Em seu seio predominam a camaradagem e a disciplina consciente e todos os militares possuem alta determinação política e ideológica para servir abnegadamente à pátria e ao povo. O Exército Popular, graças a esta superioridade, certamente é capaz de derrotar o exército fantoche de Syngman Rhee.

Estamos em condições e temos a possibilidade de ampliar em um breve período de tempo as fileiras do Exército Popular. Formamos segundo o princípio de exército de elite seus oficiais e soldados, graças ao qual, tomando-os como estrutura, podemos organizar muitas outras divisões em tempo reduzido.

Contamos com uma firme retaguarda, garantia de vitória na guerra. Todo o povo coreano está firmemente unido na Frente Democrática para a Reunificação da Pátria e o Governo da República, como o genuíno Estado democrático, guia as massas populares à vitória. Nosso povo unido deu provas claras de seu poder na construção da pátria democrática após a libertação, e nesta guerra ajudará intensamente a frente com todas as suas forças unidas. Também temos uma firme base econômica, capaz de produzir e fornecer satisfatoriamente os materiais demandados pela frente.

A situação internacional também se desenvolve a nosso favor. Após a Segunda Guerra Mundial, as forças reacionárias internacionais ficaram consideravelmente debilitadas, enquanto que as democráticas cresceram e se fortaleceram rapidamente. Em particular, o triunfo da revolução chinesa no ano passado imprimiu uma grande mudança na correlação de forças políticas mundiais. Graças a este triunfo, as forças democráticas internacionais foram consolidadas ainda mais, enquanto as forças reacionárias foram, em grande medida, enfraquecidas. A vitória da revolução chinesa causou também um contundente golpe na camarilha fantoche de Syngman Rhee. Agora, a corja de Chiang Kai-shek não está em condições de ajudar a camarilha de Syngman Rhee. Nós, por outro lado, gozamos de apoio e ajuda ativos dos povos da União Soviética, China e de muitos outros países.

Enquanto existam o nosso Partido, o poder da República, o poderoso Exército Popular e a firme retaguarda, assim como contarmos com a ajuda e o apoio internacional, seguramente sairemos vitoriosos. Todo o povo, oficiais e soldados do Exército Popular se levantarão como um só homem para a grande guerra sagrada para aniquilar os inimigos com firme confiança na vitória.

O Ministério da Defesa Nacional deve enviar imediatamente à frente as unidades do Exército Popular para reforçar as forças contraofensivas e aumentar o impulso de seu avanço. Os oficiais e soldados do Exército Popular devem demonstrar sem reservas bravura incomparável e heroísmo massivo no combate, consagrando tudo de si à feroz batalha.

Os organismos do Partido, do Estado e da economia devem reorganizar toda a sua atividade adaptando-a às condições da guerra e mobilizar todas as forças para a vitória nela.

O Comitê de Planejamento do Estado deve coordenar o plano da economia nacional deste ano conforme as circunstâncias da guerra e reduzir ao mínimo a construção básica, para que todos os setores da economia nacional concentrem suas forças para atender às demandas materiais da frente.

Os ministérios devem tomar medidas para o suporte material ao Exército Popular. O Ministério da Indústria deve produzir e fornecer em grande escala os materiais de guerra; o Ministério da Agricultura e Silvicultura deve prover a frente de cereais e alimentos complementares na quantidade necessária; o Ministério do Transporte deve fornecer a tempo os materiais de guerra e de intendência; o Ministério das Comunicações deve assegurar rápida e precisamente a transmissão entre a frente e a retaguarda; e o da Saúde Pública, assegurar excelentemente o abastecimento de medicamentos e a assistência aos soldados feridos. Igualmente, todos os ministérios devem lutar intensamente para cumprir o Plano Bienal da Economia Nacional ao ritmo do avanço vitorioso do Exército Popular.

Toda a população deve se empenhar em cumprir excelentemente as tarefas assumidas, mantendo-se em estado de mobilização, mais alerta do que nunca. Operários, técnicos e funcionários devem travar uma vigorosa luta para aumentar a produção de guerra, com grande entusiasmo e iniciativa criativa; e os camponeses, por sua vez, esforçarem-se energeticamente para produzir arroz, ainda que seja um grão a mais.

É preciso manter rigorosamente a ordem pública. Todos os organismos devem estabelecer uma estrita ordem laboral e preservá-la firmemente; os órgãos do Poder popular e os organismos do Interior devem estar plenamente preparados para enfrentar os ataques aéreos do inimigo, de modo que, caso aconteça, a população possa ser encaminhada aos abrigos ordenadamente.

É possível que espiões do inimigo, elementos subversivos e sabotadores atuem freneticamente com o objetivo de perturbar nossa retaguarda e roubar nossos segredos. Todo o povo, mantendo forte vigilância revolucionária, deve travar uma intensa luta contra eles, contra os estranhos de má fé e descobri-los até o último. Todas as fábricas e empresas devem organizar seu próprio corpo de autodefesa para proteger suas instalações industriais em vez de se apoiar totalmente nas guardas industriais, enquanto os organismos do Interior devem redobrar a guarda em pontos-chave da ferrovia e nas pontes.

Todo o povo deve reforçar o suporte ao Exército Popular e à Guarnição e seguir engrossando as fileiras do Exército Popular constantemente. Para os jovens de sangue ardente, o motivo de maior honra é lutar, incorporados ao Exército Popular, contra os inimigos arriscando suas vidas neste tempo solene em que se decide o destino do país, da nação. Os jovens ingressarão entusiasticamente no Exército Popular pelo bem da Pátria e do povo.

Pode ser que, a partir de agora, no decorrer da guerra, tropecemos com muitas dificuldades. Teremos que superar bravamente todas as dificuldades que surgirem e, necessariamente, conquistar a vitória final na guerra.