MIA > Biblioteca > Marta Harnecker > Novidades
As revoluções sociais não são feitas pelos indivíduos, pelos «grandes personagens», por muito brilhantes ou heróicos que sejam. As revoluções sociais são feitas pelas massas populares. Sem a participação das grandes massas não há revolução. É por isso que uma das tarefas mais urgentes neste momento é que os trabalhadores se eduquem, elevem o seu nível de consciência, se capacitem para responder às novas responsabilidades que surgem dentro do processo revolucionário que o nosso país vive.
Se queremos transformar a nossa sociedade numa nova sociedade temos de ser capazes, por um lado, de compreender quais são as suas características principais na actualidade, como é que se explica o seu carácter «capitalista dependente», que papel desempenhou o imperialismo na nossa situação actual de subdesenvolvimento e, por outro lado, saber com que forças sociais conta a classe operária para lutar contra esta situação.
Além disso devemos saber através de que processo histórico foi possível chegar a este triunfo das forças populares, dado que ele representa apenas o resultado final de um longo período de luta de classes durante o qual a nossa terra foi banhada pelo sangue de operários, camponeses e estudantes.
Mas para podermos responder a todas estas perguntas suscitadas pela nossa realidade e para estarmos aptos a resolver outras que surgirão à medida que este processo se desenvolve, necessitamos de um conhecimento prévio, um conhecimento que nos sirva de instrumento para analisar a realidade e para guiar a nossa acção. Este conhecimento é o Materialismo Histórico que podemos definir como o conjunto dos conhecimentos científicos acerca da sociedade. Por intermédio do Materialismo Histórico sabemos o que é que determina a organização e funcionamento da sociedade e porque é que se produz a mudança de um tipo de sociedade para outro; isto é, conhecemos as leis fundamentais da sociedade.
É o conhecimento científico de qualquer realidade que permite actuar sobre ela e transformá-la. Assim, por exemplo, o médico para poder curar os seus doentes necessita de ter um conhecimento prévio acerca das doenças, como nascem, como se manifestam e como se tratam, isto é, necessita de conhecer as leis gerais da medicina. Este conhecimento é o instrumento teórico que ele usa para observar um doente em particular, chegar a um diagnóstico e fazer um tratamento que transforme esse doente num homem são. O mesmo acontece com a realidade social: para podermos transformar uma determinada sociedade temos de fazer uma análise dessa realidade que nos permita actuar sobre ela. O instrumento teórico que usamos neste caso é o conhecimento científico da Sociedade, ou Materialismo Histórico.
Esta série de Cadernos de Educação Popular (CEP) propõe-se precisamente fornecer, sob uma forma acessível e ao mesmo tempo rigorosa, os instrumentos teóricos mais importantes para compreendermos o processo de modificação social e podermos delinear quais devem ser as características da nova sociedade que queremos construir.
Mas para podermos responder a todas estas perguntas suscitadas pela nossa realidade e para estarmos aptos a resolver outras que surgirão à medida que este processo se desenvolve, necessitamos de um conhecimento prévio, um conhecimento que nos sirva de instrumento para analisar a realidade e para guiar a nossa acção. Este conhecimento é o Materialismo Histórico que podemos definir como o conjunto dos conhecimentos científicos acerca da sociedade. Por intermédio do Materialismo Histórico sabemos o que é que determina a organização e funcionamento da sociedade e porque é que se produz a mudança de um tipo de sociedade para outro; isto é conhecemos as leis fundamentais da sociedade.
É o conhecimento científico de qualquer realidade que permite actuar sobre ela e transformá-la. Assim, por exemplo, o médico para poder curar os seus doentes necessita de ter um conhecimento prévio acerca das doenças, como nascem, como se manifestam e como se tratam, isto é, necessita de conhecer as leis gerais da medicina. Este conhecimento é o instrumento teórico que ele usa para observar um doente em particular, chegar a um diagnóstico e fazer um tratamento que transforme esse doente num homem são. O mesmo acontece com a realidade social: para podermos transformar uma determinada sociedade temos de fazer uma análise dessa realidade que nos permita actuar sobre ela. O instrumento teórico que usamos neste caso é o conhecimento científico da Sociedade, ou Materialismo Histórico.
Esta série de Cadernos de Educação Popular (CEP) propõe-se precisamente fornecer, sob uma forma acessível e ao mesmo tempo rigorosa, os instrumentos teóricos mais importantes para compreendermos o processo de modificação social e podermos delinear quais devem ser as características da nova sociedade que queremos construir.
Os sete primeiros títulos desta série são os seguintes:
Se bem que cada um destes textos contenha um tema que pode ser compreendido sem ser necessária a leitura dos outros, a melhor maneira de estudá-los é seguindo a ordem da série, visto que os primeiros temas vão ajudando a compreender os seguintes. O tema deste primeiro caderno, por exemplo, é o estudo dos diferentes aspectos da sociedade, e do modo como eles se relacionam e estão organizados. Aqui apenas se diz que esta organização se modifica de uma sociedade para outra, sem se entrar no estudo da maneira como se produz esta transformação. É mais à frente, no caderno n.° 6 – Capitalismo e Socialismo — que se dará amplo desenvolvimento a este tema, já que para o compreendermos, são necessários outros elementos que estudaremos nos Cadernos que o antecedem. Em todo o caso, sempre que num caderno um assunto é apenas mencionado, indicar-se-á, por meio de notas, em que número da série se pode estudá-lo mais a fundo.
Cada caderno contém, para além do desenvolvimento do tema, um pequeno resumo, um questionário para que o leitor possa controlar a sua própria leitura, e uma bibliografia para aqueles que queiram estudar mais a fundo cada um dos temas. Isto permite o estudo e leitura colectiva dos CEP, que recomendamos como a melhor forma de aproveitar esta publicação, já que assim os trabalhadores poderão ajudar-se mutuamente a compreender o texto, poderão trocar experiências, enriquecer o tema com exemplos tirados da sua própria realidade e discutir em conjunto como aplicar estes conhecimentos à luta diária.
Pedimos aos nossos leitores, e especialmente aos trabalhadores, que nos façam chegar as suas opiniões, as suas críticas, as suas perguntas, para irmos melhorando cada vez mais esta série, de modo que ela cumpra de maneira cada vez mais efectiva os objectivos que se fixou. Para isso devem dirigir-se a
M. H.
G. U.
Nas últimas semanas, a luta dos trabalhadores portugueses desenvolveu-se extraordinariamente; centenas de milhares de trabalhadores desencadearam greves, ocupação dos locais de trabalho, manifestações de rua, ocupação de casas, etc. É por isso que se sempre foi necessária a divulgação em termos acessíveis do conjunto dos instrumentos científicos que permitem às classes trabalhadoras realizar a análise e a transformação revolucionária da sociedade, o materialismo histórico, neste momento isso é uma tarefa urgente.
Este é o objectivo dos Cadernos de Educação Popular. Esta tradução realizada sobre o original chileno procurou adaptar o texto à realidade portuguesa. Para isso tivemos muitas vezes de recorrer à completa transformação do texto, vendo-nos no entanto obrigados a respeitar o pensamento político dos autores.