(1817-1895): Ilustre naturalista alemão, vulgarizador do materialismo e politico burguês de meados do século XIX. A princípio, professor de anatomia e fisiologia em Giessen, foi destituído em virtude de sua participação no movimento revolucionário burguês de 1848. Ainda em 1848, foi eleito por Giessen para o Pré-parlamento e para a Assembleia Nacional alemã, onde foi um dos líderes da esquerda. Depois que o Parlamento transferiu sua sede para Stuttgart, Vogt foi eleito para a Regência do Reich. Fracassado o movimento,emigrou para a Suíça, onde se tornou professor de geologia e zoologia em Genebra, em 1852, e foi membro do Conselho Federal e, posteriormente, do Conselho Nacional. Vogt forma com Moleschott e Búchner o trio de apóstolos materialistas que encarnam a corrente do materialismo vulgar e limitado. Vogt fez-se conhecer em amplos meios mormente por sua obra de polêmica Köhlerglaube und Wissenschaft, em que investe violentamente contra a “contabilidade em partidas dobradas” do naturalista Rudolf Wagner em Göttingen, que se esforçava por conciliar a ciência e a Bíblia. Referindo-se à alma e sua imortalidade, Vogt lança à face de seu adversário a celebre frase materialista: “O pensamento está para o cérebro assim como a bile está para o figado e a urina para os rins”. Essa luta era, então, também uma luta política do radicalismo pequeno-burguês, muito violento em palavras mas incapaz na ação, contra a reação empedernida dos Junkers e contra o conservantismo cristão do absolutismo prussiano da época. Vogt não tinha a menor ideia da filosofia, e menos ainda de Kant e Hegel. O leitor encontrará na obra de Mehring, Geschichte der deutschen Sozialdemokratie, (História da social-democracia alemã), brilhante critica dessa especie de materialismo. Consultar ainda: de F. Engels: Dialética e natureza, (Arquivos Marx-Engels, vol. II, Moscou, 1925), e Ludwig Feuerbach. Vogt escreveu, em 1859, uma obra cheia de injurias contra Karl Marx, qualificando-o de chefe de um bando de mestres-cantores. Vogt era, nesse tempo, um escritor a soldo de Luis Bonaparte, a quem elogiava como o libertador dos povos oprimidos. Às calúnias de Vogt respondeu Marx com sua replica magistral Herr Vogt, 1860, em que destruiu as acusações formuladas e, ao mesmo tempo, desmascarou o autor como um agente de Luis Bonaparte e intrigante politico. Esse fato foi confirmado oficialmente com a descoberta, durante a insurreição da Comuna, de um documento procedente da policia parisiense. Obras principais: Zoologische Briefe, (Cartas zoológicas), 1851; Kóhlerglaube und Wissenschaft, 1855, e Vorlesungen über den Menschen, (Lições sobre o homem): Vogt escreveu uma série de manuais zoológicos e geológicos.