
(1754-1838): Eclesiástico, estadista e diplomata francês, ativo desde o reinado de Luís XVI até o de Luís Filipe, especialmente durante os períodos da Revolução, do Império e da Restauração. Ele ocupou em quatro ocasiões o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros, foi também Primeiro-Ministro da França entre julho e setembro de 1815 sob Luís XVIII. Talleyrand demonstrou admirável capacidade de sobrevivência política ao ocupar altos cargos no governo revolucionário francês, sob Napoleão Bonaparte, durante a restauração da monarquia da Casa de Bourbon e sob o rei Luís Filipe. Em 1775, foi expulso do seminário por não seguir a regra do celibato, mesmo assim recebeu as ordens menores e, em 1776, o rei o nomeou abade de Saint-Denis. Foi ordenado em 1779 e nomeado vigário-geral e um ano depois, tornou-se agente geral do clero junto ao governo da França. Em 1788 foi consagrado Bispo. Apoiou a nacionalização dos bens da igreja e conseguiu a adoção da constituição civil do clero que, sem o apoio papal, permitiu a reorganização completa da Igreja francesa ao serviço do Estado. Foi excomungado pelo papa e, em 1791, eleito administrador do departamento de Paris. Em 1794, com a execução de Luís XVI, fugiu para os Estados Unidos. Em 1796, após a queda de Robespierre, regressou à França e em 1797 tornou-se ministro das Relações Exteriores. Em 1799, foi demitido sob a acusalção de corrupção. Voltou ao cargo após o golpe de estado de Napoleão. Em 1807, demitiu-se do cargo por discordar do projeto de conquistas do imperador. Apoiado pelo czar Alexandre I da Rússia, organizou oposição a Napoleão e preparou a restauração dos Bourbons. Em 1814, persuadiu o senado a estabelecer um governo provisório e a declarar Napoleão deposto. O novo governo imediatamente convocou Luís XVIII, que o nomeou ministro das Relações Exteriores. Aliado aos liberais, participou de forma ativa na ascensão ao trono, em 1830, de Luís Filipe de Orleans.