(1722-1794): pensador democrata ucraniano, filósofo ambulante, mestre e poeta. Provindo das fileiras dos cossacas da classe média e educado no espírito da doutrina filosófico-religiosa, Skovoroda rebelou-se contra a escolástica morta e contra a opressão espiritual exercida pela ortodoxia oficial, impugnando as formas tradicionais da religião. Nem por isso sua filosofia deixava de apoiar-se na Bíblia. Outra fonte de suas concepções foram vários filósofos idealistas, particularmente Platão. Ao mesmo tempo, Skovoroda estava influenciado por Spinoza ao qual, contudo, interpretava com espírito panteísta: distinguindo-se de Spinoza, que não tem outro deus senão a natureza, Skovoroda afirmava que a natureza era a manifestação de deus. Skovoroda reconhecia duas vidas: a vida evidente e a vida oculta, a realidade visível e o espírito invisível, o mal e o bem. Procurou conciliar essas duas vidas numa unidade metafísica, sob o princípio da divindade. Skovoroda ensinava que "o reino de deus está em nós" é que "nossa felicidade é o mundo espiritual". Daí derivava a exigência fundamental de sua filosofia prática: "conhece-te a ti mesmo", posto que no alto conhecimento o homem conhece a verdade. Resultava daí que, sem ser revolucionária, a filosofia de Skovoroda defendia o autovalor e o direito da personalidade humana e, nesse sentido, era humanista. Traduzindo isto em linguagem política concreta daquela época, revelava uma forte tendência democrática e respirava simpatia para com as massas camponesas subjugadas e ódio às classes governantes.