(1909-1987): intelectual, filósofo e tradutor brasileiro. Se destacou por sua posição materialista e dialética a respeito da realidade nacional subdesenvolvida e sua atividade político-intelectual em defesa do desenvolvimento autônomo do Brasil durante o século XX. Possuía formação superior plural, sendo filósofo, tradutor, professor, pesquisador e tendo também atuado em educação, medicina, matemática, demografia e física.
Elaborou sua filosofia em torno do conceito de “trabalho”, entendido pelo autor como aspecto essencial do ser humano e também o próprio ser humano em atividade de trabalho. Ganhou projeção a partir de 1956, quando se juntou ao grupo de fundadores do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), cujo Departamento de Filosofia passou a chefiar. Ali, instalado no centro dos debates do ciclo desenvolvimentista, dedicou-se a compreender os vários modos de pensar o Ser Nacional a partir da periferia do sistema-mundo. Incursionou pela sociologia, a pedagogia, a história, a linguística e a demografia. Foi o mestre de uma geração que teve em Paulo Freire e em Darcy Ribeiro dois expoentes. Nação, povo, trabalho, cultura, ciência, técnica, dependência, desenvolvimento, construção de identidades foram temas que permearam a fecunda reflexão de Vieira Pinto, que sempre pensou a partir da condição de filósofo". Foi perseguido e exilado durante o golpe de 1964, como muitos outros intelectuais.