(1917-1983): foi um oficial da Marinha e político português. Foi primeiro-ministro de Portugal do VI Governo Provisório. Entrou na Escola Naval em 1 de Outubro de 1934, e foi promovido a oficial em 1937. Foi professor de Astronomia e Navegação na Escola Naval e leccionou no Curso de Capitães da Escola Náutica Infante D. Henrique. Colaborou em livros técnicos, sobre Trigonometria, Meteorologia e Navegação.
Integrou o Movimento de Unidade Democrática e foi apoiante das candidaturas de José Norton de Matos, Manuel Quintão Meireles e Humberto Delgado. Serviu na Guerra Colonial, tendo sido encarregado da defesa marítima de Angola. Liderou a defesa marítima de Santo António do Zaire, em Angola, e de 1968 a 1971, exerceu a função de adido naval à Embaixada de Portugal em Londres. A partir de 1970, foi promovido a capitão-de-mar-e-guerra, e, em 1972, tornou-se comandante dos Fuzileiros Navais. Depois da revolução de 25 de Abril de 1974, foi nomeado para a Junta de Salvação Nacional, tendo sido promovido a chefe do Estado-Maior três dias depois.
Empenhado na democratização do país durante o Processo Revolucionário em Curso (PREC), assumiu funções como primeiro-ministro do VI Governo Provisório desde 29 de Agosto de 1975. Contribui, igualmente, para a derrota do "gonçalvismo", e defendeu a normalização da vida nacional. No final do seu mandato, foi substituído interinamente, entre 23 de junho e 23 de julho de 1976, por Vasco Almeida e Costa, ministro da Administração Interna. Foi, posteriormente, candidato a presidente da República nas presidenciais de 1976, onde só conseguiu, no entanto, cerca de 14% dos votos. Um ano depois tornou-se presidente do Partido da Democracia Cristã, fundado por José Eduardo Sanches Osório, cargo em que permaneceu até à sua morte. Ficou conhecido como o Almirante sem Medo.