(1828-1875): Neokantista, autor da Geschichte des Materialismus und Kritik seiner Bedeutung in der Gegenwart (História do materialismo e critica de sua importância nos tempos atuais): Lange pertence ao grupo de epígonos da filosofia clássica alemã que, cada vez mais assustados com o fracasso da ideia absoluta e temeroso dos progressos do materialismo nas ciências naturais, lançaram, com um grito de alarma, a “volta a Kant". O caráter incompleto e eclético as concepções de Lange exprime-se, de modo particularmente acentuado, em sua maneira de interpretar o apriorismo de Kant como um fato biológico e fisiológico de nossa “organização”, enquanto reconhece a "coisa em si", mas transformando-a do mundo exterior em “concepção-limite” do mundo sensível. Lange admite o materialismo como método de pesquisa cientifica, mas o repele como sistema filosófico. Seu sistema particular o conduz a um ficcionalismo não declarado, que não admite, na teoria do conhecimento, senão hipóteses de trabalho e “símbolos” (ficções) e, em ética, coloca-se no “terreno do ideal”, ponto de vista religioso, estético e poético, sem lhe atribuir, aliás, importância verdadeiramente real. Suas concepções político-sociais, — formuladas, entre outras, em sua obra Arbeiterfrage (A questão operaria), — estão sob a influência preponderante de John Stuart Mill e exprimem o ponto de vista social-reformista que caracteriza a democracia radical. Obras principais: Geschichte desMaterialismus, 1866 (História do Materialismo), e Die Arbeiterfrage, 1865 (A Questão operária).