DARWINISMO — Doutrina evolucionista de Charles Darwin sobre a origem. dos vegetais e animais (inclusive o homem) Darwin demonstrou que os animais e os vegetais se modificam constantemente, adotando novas formas.
O aparecimento de fôrmas novas, do mesmo modo que o desaparecimento das velhas, realiza-se, não por um ato criador de um deus, conforme ensina a teologia, mas como resultado de uma evolução histórico-natural Já antes de Darwin, houvera partidários dos conceitos evolucionistas a respeito dos animais (Lamarck, por exemplo): Darwin, porém, foi o primeiro a fundamentar cientificamente a teoria da evolução. Depois dele, só se têm manifestado contra a evolução na natureza as pessoas ignorantes ou inimigas da ciência. As investigações realizadas em torno de animais e vegetais fosseis confirmam que os organismos mais antigos eram constituídos mais simplesmente que os posteriores, isto é, que a evolução do mundo orgânico se realiza no sentido das formas menos complexas para as mais complexas. O parentesco dos organismos é também confirmado pela sua estrutura. A mão do homem, a asa do morcego e as barbatanas da foca, são estruturadas segundo um tipo único, compondo-se de ossos dispostos de maneira idêntica. O parentesco entre os organismos é confirmado através da comparação de seus embriões. Os organismos adultos, que se diferenciam fortemente uns dos outros, assemelham-se muito entre si em certos estágios de seu estado embrionário. Darwin explicava a origem das diversas especies mediante a luta pela existência e pela seleção natural. Entre os vegetais bem como entre os animais, manifestam-se comumente transformações casuais, isto é, desvios. As transformações, que se tornam uteis ao animal e ao vegetal, na sua luta pela existência, consolidam-se. Acumulando-se e transmitindo-se por herança, essas transformações provocam o aparecimento de novas formas animais e vegetais. Assim é que se processa a seleção natural, porquanto só sobrevivem e se multiplicam os mais aptos. Darwin comparava essa seleção com a seleção artificial realizada pelo homem na economia rural. Aí, o homem seleciona os vegetais e os animais segundo os índices de sua utilidade. A mutabilidade, a herança e a seleção natural oferecem uma explicação naturalista da estrutura dos organismos, adaptados a seu fim. Darwin, em contraposição às teorias religiosas, apresentou provas cientificas irrefutáveis de que o homem provem dos monos antropomorfos. Mas, permanecendo no terreno puramente biológico, Darwin não pôde resolver, inteiramente, o problema da origem do homem. Engels, em seu artigo "O papel do trabalho no processo de humanização do mono", demonstrou que a aplicação dos instrumentos de trabalho desempenhou papel decisivo na evolução do homem. O trabalho produziu modificações na sua natureza física, desenvolvendo sua mão e seu cérebro, o que determinou se acentuasse uma forte diferença entre o homem e os outros animais. Esse fato leva-nos a considerar que, no desenvolvimento do homem como ser social, o principio determinante do mesmo não é representado pelo meio geográfico e pelas condições exteriores da existência, mas pela produção material. O próprio Darwin fazia tentativas errôneas para transportar sua teoria da seleção natural à sociedade humana. O caráter reacionário de tal concepção corporificou-se finalmente no chamado social-darwinismo.
DARWINISMO (Social) — Falsa aplicação do darwinismo (da lei descoberta por Darwin, da luta pela existência no mundo animal e vegetal) ao domínio das relações sociais, ao domínio da luta de classes. Os social-darwinistas sustentam que as classes exploradoras dominantes são constituídas pelos homens mais bem dotados, que triunfam na luta pela existência. A burguesia, especialmente os fascistas, empregam essa especie de teoria para justificar as guerras imperialistas de conquista, a exploração dos povos coloniais, o ódio racial e a desigualdade social entre os homens na sociedade capitalista. O social-darwinismo nada tem de comum com a ciência. O marxismo considera falsa “e impossível a simples aplicação das leis da sociedade animal à sociedade humana" (Engels); Na base do desenvolvimento da sociedade humana residem as próprias leis de desenvolvimento que lhe são inerentes; leis de desenvolvimento da produção material, profundamente diferentes das leis biológicas de desenvolvimento do mundo orgânico.