Dicionário político

Harpal Brar

Retrato Harpal Brar -

(1939-2025): comunista e escritor indiano, radicado no Reino Unido. Nascido em Muktsar, Punjab, na Índia Britânica, Brar viveu e trabalhou na Grã-Bretanha a partir de 1962, primeiro como estudante, depois como professor de direito na Harrow College of Higher Education (mais tarde incorporada à renomeada University of Westminster) e, posteriormente, no setor têxtil. Inicalmente foi membro da Revolutionary Marxist–Leninist League [pequeno partido político maoista na Grã-Bretanha, fundado em 1968]. Em 1969, foi um dos fundadores da Association of Communist Workers (ACW) uma dissidência maoista da Revolutionary Marxist-Leninist League (Liga Revolucionária Marxista-Leninista), que, por sua vez, foi uma dissidência maoista do Communist Party of Great Britain (CPGB) em 1965. Em 1997 a ACW foi dissolvida e os seus membros filiaram ao Socialist Labour Party (SLP). Brar e seus companheiros trabalharam para o SLP adotar um programa marxista-leninista antirrevisionista. Não tiveram sucesso e, em 2004, acabaram sendo expulsos. No mesmo ano, o grupo fundou o Communist Party of Great Britain (Marxist–Leninist) [Partido Comunista da Grã-Bretanha (Marxista-Leninista)]. Ele foi editor do jornal Lalkar, inicialmente jornal da Indian Workers' Association [organização política na Grã-Bretanha composta por imigrantes indianos e seus descendentes] e, a partir de 1992, jornal independente. Ele presidiu e foi membro ativo da Stalin Society, formada em 1991 para defender Stalin e seu trabalho com base em fatos e para refutar a propaganda capitalista, revisionista, oportunista e trotskista dirigida contra ele. Brar discordava veementemente da crença popular de que o movimento de independência da Índia era pacífico e pacifista, e foi liderado inteiramente por Mahatma Gandhi e pelo Congresso Nacional Indiano. Em seu livro Inquilab Zindabad: India's Liberation Struggle (Inquilab Zindabad: A luta pela libertação da Índia), ele argumenta que houve uma luta de classes violenta e sangrenta envolvendo as massas. Ele acusa Gandhi e o Congresso de apoiarem o imperialismo britânico, descrevendo-os como "os representantes mais comprometedores, covardes e obscurantistas da burguesia indiana". Brar defendeu os governos e líderes da URSS até o surgimento do revisionismo khrushchevista durante o 20º Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 1956. O Lalkar, jornal editado por Brar, critica o The British Road to Socialism (o programa do Partido Comunista da Grã-Bretanha original) desde sua primeira versão, em 1951, como "não marxista" e considera a alegação de que Joseph Stalin o aprovou como uma "ficção". Em 2008, foi um dos fundadores da campanha Hands off China, dedicada a defender a República Popular da China e a defender "a soberania e a integridade territorial da China" e "a posição justa do país em questões de seu interesse nacional vital, como Taiwan e Tibete". Harpal Brar exerceu o cargo de Presidente do Partido no período 2004-2018. No oitavo congresso do CPGB-ML em setembro de 2018, Brar anunciou que deixaria o cargo de presidente do partido, sendo substituído por Ella Rule.

Publicou os seguintes trabalhos: