(1840-1913): Fundador e líder da social-democracia alemã. Combateu os reformistas e os revisionistas: Dühring, Bernstein e Vollmar. Preso à unidade formal do Partido, Bebel admitiu estabelecer muitas vezes compromissos com a direita e desligou-se da esquerda radical, que se cristalizava em volta de Rosa de Luxemburgo.
Foi o mais eminente chefe politico e tático da social-democracia alemã e de toda a Segunda Internacional. De origem proletária, torneiro qualificado, tornou-se mais ou menos em 1865, não sem ser influenciado por Wilhelm Liebknecht, de democrata, que era, em socialista revolucionário e membro da Associação Internacional dos Trabalhadores. Junto com W. Liebknecht, fundou, em 1869, o “Partido Operário Social- Democrático”, que se fundiu, em 1875, com os lassallianos num só “Partido Operário Socialista da Alemanha”, o qual, ulteriormente, adotou o nome de “Partido Social Democrático da Alemanha”.
Foi, varias vezes, enviado ao Reichstag pelo Partido Social Democrático. Em 1872, junto com Liebknecht, foi condenado a dois anos de prisão; exilado e preso diversas vezes. Tomou parte em todos os congressos. Desempenhou papel de relevo no movimento operário internacional.
Notabilizou-se sempre como discípulo de Marx e Engels. Esteve na esquerda do Partido, ergueu-se, diversas vezes, contra o bernsteinianismo e o oportunismo, no Partido e na Internacional. Foi, até sua morte, o chefe incontestado do partido, ao mesmo tempo que um dos oradores parlamentares dos mais brilhantes. “E, quando Bismarck foi obrigado a introduzir o sufrágio universal, como único meio para interessar as massas de povo em seus planos, nossos operários tomaram imediatamente as coisas a serio e enviaram Augusto Bebel ao primeiro Reichstag constituinte. E, desde aquele dia, utilizaram de tal modo o direito do sufrágio, que ele lhes trouxe inúmeros benefícios e serviu de modelo para os operários de todos os países”. (Introdução de Engels ao livro As lutas de classes na França, de Marx).
Lénin dizia dele, em 1908: “Bebel é uma autoridade tão preponderante no movimento internacional do proletariado, um líder socialista tão experimentado, um socialista sentindo tão profundamente as exigências da luta revolucionária, que, em 99 vezes em 100, achava por si mesmo o caminho para sair do charco, quando chegasse a cometer um erro, arrastando consigo os que o queriam seguir limpamente”.
Mas, nos últimos dez anos de sua vida, sua energia revolucionária pareceu anular-se. Acreditando ver o partido cindir-se em dois, mostrou-se inclinado a toda especie de concessões ao reformismo e defendeu a política centrista, que levou o partido até a traição de 4 de agosto de 1914. A principal obra literária de Bebel, A mulher e o socialismo, que, desde 1879, teve incontáveis edições, caracteriza o autodidata trabalhando sem descanso para aperfeiçoar sua formação marxista.
Bebel foi um socialista e um materialista absolutamente cientifico, um intransigente inimigo da Igreja e de qualquer crença sobrenatural. Escreveu, a respeito da religião, uma obra polemica, Christentum and Sozialismus, 1874, (Cristianismo e socialismo). Entre outras obras suas, citemos: Ch. Fourier, sein Leben und seine Theorie, 1888, (Ch. Fourier, sua vida e sua teoria), e Aus meinem Leben, 3 vols. 1910-1914, (Minha vida).