A História do Trotskismo Norte-Americano
J. P. Cannon

Conferência VII
O Giro ao Trabalho de Massas


Remarquei que o que há de mais importante entre todas as questões para um grupo político ou um partido, uma vez que tenha elaborado seu programa, é dar a resposta correta a pergunta: Que fazer agora? A resposta a esta questão não pode ser determinada simplesmente pelo desejo ou a vontade do partido ou da direção do partido. Está determinada pelas circunstâncias objetivas e pelas possibilidades inerentes a essas circunstâncias.

Temos discutido os primeiros cinco anos de nossa existência como uma organização trotskistas nos Estados Unidos. Durante aquele tempo nosso pequeno número, o estancamento geral do movimento operário, e a completa dominação de todos os movimentos de esquerda pelo PC, nos impuseram a posição de fração do PC.

Assim, essas circunstâncias fizeram com que obrigatoriamente nosso trabalho primário fosse a propaganda antes que a agitação de massas. Como já havia assinalado, na terminologia marxista há uma aguda distinção entre propaganda e agitação, uma distinção que não é tal na linguagem popular. As pessoas comumente descrevem como propaganda algum tipo de publicidade, agitação, ensinamentos, propagação de princípios, etc. Na terminologia do movimento marxista, como foi definida mais precisamente por Plekhanov, agitação e propaganda são duas formas distintas de atividade. Ele define a propaganda como a difusão de muitas idéias fundamentais a umas poucas pessoas, o que nós possivelmente nos Estado Unidos estamos acostumados a chamar de educação. Define agitação como a difusão de umas poucas idéias, ou de uma só idéia a muita gente. A propaganda se dirige a vanguarda; a agitação para as massas.

Perto do fim da nossa última conferência chegamos a uma quebra da situação objetiva em que o partido vinha trabalhando. A Comintern havia sido golpeada pela derrota da Alemanha; e na periferia do movimento comunista estava perdendo sua autoridade. Muita gente anteriormente surda a tudo o que podíamos dizer, começaram a interessar-se em nossas idéias e críticas. Por outro lado, as massas que haviam permanecido adormecidas e estáticas durante os primeiros quatro anos da catastrófica crise econômica, começaram a mover-se de novo. A administração Roosevelt estava no governo. Havia tido um leve reavivamento da indústria. Os trabalhadores afluíam novamente às fábricas, ganhando novamente a confiançam que haviam perdido em si mesmos por um longo tempo durante o terrível desemprego em massa. Houve um grande movimento em direção a organização sindical, e começaram a desenvolver-se as greves. Este caminho oscilante na situação objetiva impulsionou tarefas totalmente novas ao movimento trotskista, a Liga Comunista dos Estados Unidos, a Oposição de Esquerda, como nos chamávamos até então. A derrota da Alemanha havia confirmado a bancarrota da Comintern e começado um movimento de afastamento dela por parte dos trabalhadores mais avançados e críticos. Por outro lado, a moribunda social-democracia estava começando a mostrar nova vida dentro de suas alas esquerdas devido a tendência revolucionária nos setores juvenis e proletários. Estavam crescendo movimentos independentes com uma inclinação radical, compostos de operários e alguns intelectuais que haviam sido repelidos do PC por sua vida burocrática e ainda não atraídos pela social-democracia. O movimento operário norte-americano estava despertando de seu longo sono, a paralisia abria caminho à uma nova vida e a um novo movimento. A organização trotskista neste país estava confrontada com uma oportunidade e a uma demanda inerente a situação objetiva, de fazer um caminho radical em orientação e táticas. Esta oportunidade, como disse, nos encontrou completamente preparados e prontos.

Não perdemos tempo em adaptarmos a nova situação.

Transformamos totalmente a natureza de nosso trabalho e nossos pontos de vista. Elevamos a militancia com discussões sobre os propósitos da direção de caminhar nosso curso e romper com nossos cinco anos de isolamento. Com nossas limitadas forças e recursos aproveitamos toda oportunidade para trabalhar nessa tarefa. Toda nossa atividade de aí em diante estava governada por um conceito geral concretizado no slogan: "Girar de um círculo de propaganda a um trabalho de massas" — e fazer isto em ambos os campos, tanto no político como no econômico.

Esta foi uma das grande provas da viabilidade de nosso movimento e de seu firme princípio fundamental; levamos adiante uma transformação uniforme e simétrica de nosso trabalho em ambos os campos. Fomos ao movimento de massas em cada oportunidade sem cair no fetichismo sindical. Nos preocupamos de cada sinal e toda tendência de um desenvolvimento a esquerda em outros movimentos políticos sem negar nosso trabalho sindical.

No campo político nosso slogan principal era o chamado a um novo partido e a uma nova internacional.

Aproximamo-nos de outros grupos com os quais tínhamos anteriormente nos enfrentado como rivais e com os quais não havíamos tido no passado um contato estreito.

Começamos a estudar mais atentamente esses e outros grupos, a ler sua imprensa, a orientar que nossos membros tivessem contatos estabelecidos de natureza pessoal com quadros e militantes para aprender o que estavam pensando. Tratamos de familiarizarmo-nos com todo matiz de pensamento e sentimentos nesses outros movimentos políticos.

Buscávamos um contato mais estreito e uma cooperação com eles em ações conjuntas de um tipo ou outro, e falávamos de amálgamas e fusões que levariam ainda a consolidação de um novo partido operário revolucionário.

No campo econômico, recolhemos os primeiros frutos de nossa política sindical correta, na qual havíamos insistido por cinco anos. Havíamos contraposto essa política a política sectária de sindicatos paralelos, exposta pelo PC durante sua doença infantil "Terceiro período", o período de seu giro à ultra-esquerda. Do mesmo modo, em contraposição a política oportunista da social democracia, a política de subordinar os princípios para buscar tratos e acordos fictícios, influência não real, havíamos dado uma clara linha a todos os elementos militantes no movimento sindical que seguiam nossa imprensa. Tínhamos uma considerável influência em dirigí-los para a principal corrente sindical que nesse momento estava representada pela American Federation of Labor (AFL).

Apesar do grande conservadorismo e da corrupção da direção da AFL, insistimos em todo momento que os militantes não deviam separar-se desta corrente importante do sindicalismo norte-americano e não deviam estabelecer sindicatos próprios, artificiais e ideais que estariam isolados das massas. A tarefa dos militantes revolucionários, como a definimos era penetrar no movimento operário tal qual era e tratar de influenciá-lo desde dentro. A AFL  realizou uma convenção em outubro de 1933. Esta convenção, pela primeira vez em muitos anos, registrou uma vaga de crescimento em número de membros como resultado do despertar dos operários, das greves, e da organização de campanhas, sendo que 9 de 10 vezes, eram iniciadas pela base. Os operários afluíam para os distintos sindicatos da AFL sem o estímulo da direção burocrática imobilizada.

Preparando as notas para esta conferência, dei uma olhada rápida em alguns artigos e editorias que escrevemos nesse momento. Não éramos meramente críticos.

Nós não permanecemos meramente denunciando, explicando quão fraudulentos e traidores eram os dirigentes da AFL, mesmo que eles o fossem sem nenhuma dúvida. Em um editorial escrito em conexão com a convenção de outubro de 1933 da AFL decidimos que o grande movimento de massas dentro dos sindicatos pode ser seriamente influenciado somente a partir de dentro. "Disto se segue: entrem nos sindicatos, permaneçam ali, trabalhem dentro". Este pensamento chave marcou todos os nossos comentários. Expandindo nossas atividades sobre o campo político.

The Militant desse período, outubro-novembro de 1933, cita um  tour do camarada Webster que estava nesse momento no Secretariado Nacional de nossa organização. Havia regressado da Europa onde havia visitado o camarada Trotsky e havia assistido a uma Conferência Internacional da Oposição de Esquerda depois do colapso alemão. Seu tour levou-o ao distante oeste, a Kansas City e a Minneapolis, contando sobre a Conferência Internacional, proclamando a mensagem de um novo partido e de uma nova internacional, falando à audiências maiores que as que havíamos conhecido, adquirindo novos contatos, dando conselhos mais  amplos para o revivificado movimento trotskista.

Em novembro, segundo The Militant, chamamos a um banquete em Stuyvesant Casino  para celebrar o quinto aniversário do trotskismo norte-americano.  A esse banquete veio como orador convidado um dos antigos líderes do PC que havia sido o instrumento de nossa expulsão do partido cinco anos antes. Este era o bem conhecido Ben Gitlow, quem havia sido o instrumento de nossa expulsão do partido 5 anos antes e havia feito da prática da expulsão algo popular. Tinha se convertido ele  mesmo em uma vítima desta. Havia sido expulso junto com os outros lovestonistas. Quatro anos e meio mais tarde rompeu com os lovestonistas e andou dando voltas como um comunista independente. Como tal foi a nosso banquete no Stuyvesant Casino, em 4 de novembro de 1933.

Em outubro do mesmo ano, enquanto estes acontecimentos começavam a repercutir na frente política, os trabalhadores de seda da Paterson iniciaram uma greve geral. Nossa pequena organização penetrou nessa greve, tratou de influenciá-la, fizemos novos contatos nesse processo. Dedicamos uma edição inteira do The Militant, uma edição especial sobre a greve de Paterson. Menciono isto como uma ilustração sintomática de nossa orientação naquele período. Buscávamos e aproveitamos cada oportunidade para pôr a doutrina do trotskismo fora do estreito círculo de propaganda da vanguarda e levá-la em forma agitativa para a massa de operários norte-americanos.

Na frente política, em novembro, The Militant publicou um editorial dirigido para a CPLA  (Conference for Progressive Labor Action). A organização de Muste estava por convocar uma convenção onde se projetava que a CPLA se transformaria de uma rede e comitês sindicais em uma organização política. Estávamos de acordo sobre esse novo desenvolvimento. Escrevemos um editorial em um tom muito amistoso, recomendando-lhes que em sua convenção tomassem em conta nosso convite a todos os grupos políticos independentes radicais para discutir a questão de formar um partido unificado, e sugerindo-lhes especialmente que se interessassem pela questão do internacionalismo. Nesse editorial remarcávamos que qualquer grupo que aspire a organizar um partido político independente deve interessar-se como um requerimento fundamental pelo internacionalismo e tomar posição sobre as questões internacionais decisivas.

Observo que em novembro tivemos um editorial intitulado "Frente Única Contra o Gangsterismo". Este foi escrito em conexão com ato que havia sido convocado em Chicago onde o camarada Webster falaria. O PC havia reiniciado suas táticas de arruaças dos primeiros anos; um bando de stalinistas tentaram interromper o ato. Afortunadamente nosso partido estava preparado e lhes deu duro. O maior êxito que lograram foi interromper a manifestação até que os camaradas da segurança os pegaram.

Em conexão com esse fato fizemos um editorial chamando a todas as organizações operárias a cooperarem conosco para, como dizíamos em um editorial "Defender a Livre Expressão no Movimento Operário e Dar-lhes uma Lição Àqueles que Interferirem". Esporadicamente, nos 13 quase 14 anos de nossa existência, os stalinistas tentaram recorrer as suas intenções gangsteristas para nos silenciar. Não só os enfrentamos, mas também buscamos a colaboração de outros grupos para cooperar na defesa. Embora nunca tenhamos triunfado em formar alguma frente única permanente de defesa, tivemos triunfos parciais em cada ocasião. Foi suficiente para assegurarmos nossos direitos e mais adiante para nos manter. Isto é muito importante recordar, em conexão com um novo intento dos stalinistas em uma parte do país, para silenciar-nos em tempos presentes, fora da California, The Militant fala de um intento similar e vocês vêem nosso partido atuando corretamente na situação, formando frentes únicas, buscando apoio e escandalizando-os por toda a cidade, forçando os stalinistas a retroceder. Nosso pessoal ainda está distribuindo a imprensa nos lugares proibidos da Califórnia.

Li na edição de 16 de dezembro de 1933 de The Militant uma declaração de um grupo de camaradas do Brooklyn, dirigida ao PC, anunciando sua ruptura com o PC, denunciando as táticas baderneira dos stalinistas e suas falsas políticas, e declarando sua adesão à Liga Comunista da América. Foi especialmente significativo, sobre este panfleto particular, o fato de que o líder do grupo havia sido o capitão de um bando do PC no Brooklyn. Havia sido enviado com outros para romper as manifestações de rua da Oposição de Esquerda. No curso da briga ele viu nossos camaradas não só defendendo seu terreno como devolvendo golpe por golpe, mas também fazendo-lhes propaganda política. O coptamos na linha de fogo. Isto ocorria continuamente.

Muitos dos que foram os mais ativos militantes nos primeiros dias tinham sido jovens ignorantes stalinistas no começo. Eles começaram brigando contra nós e depois, como Saul no caminho de Damasco, foram iluminados por uma luz brilhante e convertidos em bons comunistas, ou melhor dizendo, trotskistas. Essa é uma coisa importante para recordar agora que vocês são atacados por stalinistas.

Muitos desses jovens stalinistas ignorantes enviados para nos atacar não sabem o que estão fazendo. Mais cedo ou mais tarde coptamos alguns deles se combinarmos as duas formas de educação. Vocês sabem, em todo sindicato bem regulado tem comitês de educação e comitês de "educação", e ambos servem a seus propósitos.

Uns planejam as conferências para a educação dos membros e o outro provêm a educação dos "carneiros" que não querem escutar conferências.

Há uma lenda de um debate sobre a atividade educacional nos Barbers Union de Chicago faz uns anos atrás. Este sindicato tinha um comitê "educativo" e parte das obrigações de seus membros era encarregar-se das vitrines das lojas dos fura-greves. Eles o faziam de automóveis. Uma onda de economia e radicalismo combinado sacudia o sindicato, e um radical pouco prático fez uma moção de suprimir-se os automóveis dos comitês de "educação" para poupar dinheiro. Disse: "Devemos andar de bicicleta". Um velho respondeu indignado: "Onde merda vamos levar as pedras na bicicleta?". Então permitiram conservar seus automóveis, o comitê de educação planejou um bom programa de conferências nas atividades do sindicato, e tudo esteve bem.

Era fins de 1933, um ano cheio de eventos, começou um movimento de organização entre os duramente pressionados trabalhadores de hotéis de Nova York, que estiveram sem proteção sindical por anos. Depois de uma série de greves derrotadas e do trabalho desorganizado dos stalinistas, a organização sindical enfraqueceu. Se reduziu primariamente a um pequeno sindicato independente, uma relíquia dos velhos tempos, com uns poucos negócios sob seu controle, e um sindicato "vermelho" especial dos stalinistas. Este movimento de reavivamento da organização nos ofereceu a primeira grande oportunidade no movimento de massas desde 1928. Tivemos a oportunidade de penetrar nesse movimento desde o início, de formar seu desenvolvimento e eventualmente de ter a direção de uma grande greve geral dos trabalhadores de hotéis em Nova York. O assunto terminou em uma desagradável derrota pela incompetência e a falta de confiança de alguns membros do nosso movimento que estavam postos em lugares chaves. Mas a experiência das lições daquele primeiro intento, que terminou tão desastrosamente pagou um rico reembolso e assegurou triunfos posteriores para nós no campo sindical. Estamos usando o capital daquela primeira experiência nas questões sindicais, ainda hoje.

Começou a campanha de organização de hotéis e, como tão freqüentemente sucede nos desenvolvimentos sindicais, a sorte jogou uma parte. Por casualidade, uns poucos membro de nosso partido pertenciam a esse sindicato independente que se dirigiu para o meio da organização da campanha. Como os trabalhadores de hotéis tinham uma grande rotatividade sindicalismo, este punhado de trotskistas se encontrou no meio de um oscilante movimento de massas. Tínhamos um camarada, um velho militante sindical, que depois de anos de isolamento repentinamente se encontrou como uma figura influente. Depois tínhamos no partido, naquele momento, um homem chamado B. J. Field, um intelectual. Nunca tinha estado ligado a nenhum trabalho sindical. Mas era um homem com muitos atributos intelectuais, e em nosso empuxão geral em direção ao trabalho de massas, em nossa direção pelo contato com o movimento de massas, Field foi indicado para ir acompanhar a situação hoteleira e ajudar nossa fração, e para dar ao sindicato o benefício de seus conhecimentos como estatístico, economista e lingüísta.

Ocorre que o setor estrategicamente mais importante na situação hoteleira era um grupo de chefes franceses. Por sua posição estratégica no sindicato e seu prestígio como os mais habilidosos, como é o caso com os melhores mecânicos em todos os lugares, jogaram um papel predominante. Muitos desses chefes franceses não podiam falar ou discutir coisas em inglês. Nosso intelectual podia falar francês com eles. Isto lhe deu uma extraordinária importância ante seus olhos. O velho secretário deixava seu posto, e antes que qualquer pessoa soubesse do que havia ocorrido, os chefes franceses insistiram que Field deveria ser o secretário desta promissora união. E ele foi eleito, naturalmente isso significava não só uma oportunidade para nós, mas também uma responsabilidade. A campanha de organização continuou com mais força. Nossa Liga deu a ajuda mais enérgica no começo. Eu participei pessoalmente bastante ativamente e falei em vários atos de massa da organização. Depois de cinco anos de isolamento na esquina da rua 10 e 16, fazendo discursos inumeráveis para pequenos fóruns e reuniões internas, não só fazendo discursos mas também escutando a outros oradores interminavelmente — eu estava feliz de ter a oportunidade de falar à centenas e centenas de trabalhadores sobre sindicalismo elementar.

Hugo Oeheler, que mais tarde transformou-se em um sectário bastante famoso, mas que era um excelente sindicalista, e mais que isso, um membro de seu ofício, foi enviado a essa célula para ajudar. Em suma, um número de outros camaradas foram designados para ajudar na campanha de organização. Publicamos a campanha no The Militant e demos toda a ajuda que podíamos, incluindo conselhos e orientação a nossos camaradas até que o movimento culminou em uma greve geral dos trabalhadores hoteleiros de Nova York em 24 de janeiro de 1934. A convite do comitê da união fiz o principal discurso do ato de massas dos trabalhadores hoteleiros, na noite em que foi proclamada a greve geral. Mais tarde o Comitê Nacional de nossa Liga me designou a dedicar todo meu tempo a assistir e colaborar com Field e a Fração no sindicato dos trabalhadores de hotéis. Alguns outros — uma dúzia ou mais — foram designados para ajudar-me de todas as formas, desde piquetes a levar mensagens, desde escrever propaganda a distribuir panfletos, varrer os quartéis principais, e em todo o tipo de tarefa que lhes fosse solicitado nessa situação.

Nossa Liga saiu com tudo para greve, como havíamos feito na crise alemã na primeira parte de 1933. Quando a situação alemã chegou ao ponto de quebra, produzimos The Militant três vezes na semana para dramatizar os eventos e aumentar nosso poder para golpear. Fizemos o mesmo na greve hoteleira de Nova York. The Militant era levado por nossos camaradas a todos as manifestações e linhas de piquetes. Para que todo trabalhador da empresa em greve visse The Militant,  popularizando a greve, dando o ponto de vista dos grevistas, expondo as mentiras dos patrões, e oferecendo algumas idéias no caminho de fazer triunfar a greve. Nossa organização inteira, em todo o país, foi mobilizada para ajudar a greve dos hoteleiros em Nova York como tarefa número um; ajudar o sindicato a ganhar a greve e permitir a nossos camaradas estabelecer a influencia e o prestígio do trotskismo na luta. Essa é uma das características do trotskismo. O trotskismo nunca faz algo pela metade. Atua de acordo com a velha máxima: O que merece ser feito, merece ser bem feito. Esse foi o modo com que atuamos na greve hoteleira. Colocamos tudo na tarefa de fazê-la triunfar. A organização inteira de Nova York foi mobilizada; procuravam em suas bolsas buscando o último centavo para pagar o tremendo gasto das três vezes na semana do The Militant. Os camaradas em todo o país faziam o mesmo. Levamos a organização quase a ponto de quebra para ajudar aquela greve.

Mas não nos fizemos fetichistas dos sindicatos. Simultaneamente com nossa concentração na greve hoteleira, fizemos movimentos decisivos na frente política. The Militant de 27 de janeiro, a edição da imprensa que levava a primeira reportagem da greve geral, publicou também uma carta aberta dirigida ao Provisional Organization Comites del American Workers Party, que havia estabelecido a CPLA em sua conferência de Pittsburg no mês precedente. Nessa carta aberta tomamos nota da decisão de sua convenção de emancipar-se fazendo a construção de um partido político; propusemos abrir discussões com o objetivo de chegar a um acordo sobre o programa de modo que poderíamos formar um partido político unificado, pondo suas forças e as nossas juntas em uma organização. É sintomático, é significativo, que a iniciativa viera de nós. Em toda relação sempre estabelecida entre os trotskystas e algum outro grupo político, a iniciativa sempre vem dos trotskystas. Isto não foi por nossa superioridade pessoal ou porque fossemos menos tímidos que outras pessoas — sempre temos sido o suficientemente modestos — somente porque todo o tempo sabíamos o que queríamos. Tínhamos um programa claramente definido e sempre estivemos seguros do que estávamos fazendo, ou ao menos pensávamos isso. Isso nos deu confiança, iniciativa.

A greve dos hoteleiros teve um começo muito promissor. Uma série de grandes atos de massas foram convocados, culminando em uma manifestção de massas no seio do Madison Square Garden com não menos de 10 mil participantes. Ali tive o privilégio de falar como um dos destacados oradores do comitê de greve, com Field e outros. Nossos camaradas no sindicato estavam desde o começo em uma posição de influenciar politicamente a greve mais decisivamente, embora nunca tivemos a política de monopolizar a direção da greve. Nossa política sempre foi de proceder em cooperação com os líderes, e compartilhar responsabilidade com eles para que a direção da greve pudesse ser realmente representativa da base e respondesse sensivelmente a ela.

Naturalmente a greve começou a encontrar muitas das dificuldades que quebraram muitas greves naquele período, particularmente as maquinações da Federal Labor Board. Requeria-se reflexões políticas para evitar a ostensiva "ajuda" dessas agências governamentais para não ser transformados nos verdugos da greve.

Nós tínhamos suficiente experiência política, sabíamos o suficiente sobre o papel dos mediadores governamentais, tínhamos algumas idéias sobre como tratar com eles — não dar-lhes as costas em uma atitude sectária, mas utilizar cada possibilidade que eles pudessem promover para atrair os patrões para as negociações; e fazer isto sem pôr a mínima confiança nessa gente ou dar a eles a iniciativa.

Tudo isto tentamos imprimir sobre nosso brilhante jovem intelectual prodígio, B. J. Field. Mas entretanto havia sofrido algumas transformações; de nada, subitamente se converteu em tudo. Sua foto estava em toda a imprensa de Nova York. Era o líder de um grande movimento de massas. E tão estranho como parece, algumas vezes estas coisas que são puramente externas, que não tem nada que ver com o que é um homem por dentro, exercem um profundo efeito sobre sua auto-estima. Esse, desafortunadamente, foi o caso de Field. Por natureza era bastante conservador, e de nenhuma maneira livre de um sentimento pequeno-burguês, de ser impressionado por representantes do governo, políticos, etc., para cuja companhia foi repentinamente empurrado. Começou  a levar adiante suas negociações com essa gente, e a conduzir-se geralmente como se acretidasse ser um Napoleão, mas que na realidade não era mais do que um escolar.

Ignorava a Fração de seu próprio partido no sindicato, — que é sempre o sinal de um homem que perdeu sua cabeça. Mas a mediocridade ocorre com membros partidários que são rapidamente projetados a importantes posições estratégicas em sindicatos. São capturados pela idéia irracional de que são mais que o partido, de que não necessitam mais do partido. Field começou a ignorar os militantes de sua própria Fração partidária que estiveram corretamente a seu lado e haviam sido a máquina através da qual levou-se adiante tudo. Não só isso. Começou a desconhecer o Comitê Nacional da Liga. Nós poderíamos o ter ajudado um montão uma vez que nosso comitê personificava não só a experiência de uma greve mas de muitas, para não falar da experiência política que havia sido muito útil em negociar com o fraudulento conselho do trabalho. Queríamos ajudá-lo porque estávamos tão metidos na situação como ele. Toda a cidade, todo o país, de fato toda as pessoas, estavam falando sobre a greve trotskista. Nosso movimento estava colocado à prova perante o movimento operário do país. Todos nossos inimigos estavam esperando os desastres, ninguém queria ajudar-nos. Sabíamos muito bem que se a greve tivesse um mal resultado a organização trotskista obteria um olho roxo. Não importava quanto podia afastar-se Field da política do partido, não seria Field o recordado e culpado pelo fracasso, mas o movimento trotskistas, a organização.

Cada dia que passava nosso imprudente intelectual se afastava mais de  nós. Insistimos firmemente, com camaradagem, na forma mais humilde, de convencer esta figura agigantada, que estava dirigindo não só a greve mas a si mesmo à destruição, que estava ameaçando levar ao descrétido nosso movimento. Rogamos-lhe que consultasse, que viesse e conversasse com o Comitê Nacional sobre a política da greve que estava começando a debilitar-se porque estava mal dirigida. Em vez de organizar a militância, e ir assim para as negociações com um poder atrás de si — a única coisa que realmente conta nas negociações é quando se conta as forças — estava moderando a militância das massas e passando todo o seu tempo correndo de uma reunião à outra com esses corruptos do governo, políticos e escrivãos trabalhistas que não tinham outro propósito exceto quebrar a greve.

Field se torna mais e mais orgulhoso. Como ele poderia, que não tinha tempo, descer do seu topo e encontrar-se conosco? De acordo, lhe dissemos, nós temos tempo; o encontraremos na hora do almoço no restaurante da sede do sindicato. Ele não tinha tempo sequer para isso. Começava a fazer observações disparatadas. Havia um pequeno grupo político na rua 16 e tudo o que tinham era um programa e um punhado de gente; e ele estava aqui com 10 mil grevistas sob sua influência. Por que molestar-se em nos ter em conta? Dizia, "Eu não podia fazer contato com vocês mesmo que quisesse, nem sequer têm um telefone em seu escritório". Isto era verdade, e realmente nos estremecemos sob essa acusação — não tínhamos telefone. Aquela deficiência era uma relíquia do nosso isolamento, uma sombra do passado quando não tínhamos necessidade de um telefone porque ninguém iria telefonar-nos, e não tínhamos a quem telefonar. Além disso, naquele momento não podíamos pagar um telefone.
Naquele instante a greve hoteleira começava a aquietar-se por falta de uma política militante, devido a uma confiança perigosa no Conselho do Trabalho, que estava apontando para quebrar a greve. Os dias eram perdidos em negociações inúteis com o representante da Guarda, enquanto a greve estava morrendo por falta de uma direção apropriada. Enquanto os nossos inimigos estavam esperando para dizer: "nós lhes dissemos isto, os trotskistas não são mais que sectários divisionistas. Não podem fazer trabalho de massas. Não podem dirigir uma greve". Foi um golpe muito duro para nós. Tínhamos a direção da greve, mas não a influência para delinear sua política, graças a traição de Field.

Corríamos o perigo de comprometer nosso movimento. Se houvéssemos deixado prá lá as atitudes de Field e seu grupo, só teríamos levado desmoralização à nossas fileiras. Podíamos converter o nosso jovem grupo revolucionário em uma caricatura do Partido Socialista, que tinha gente em todo o movimento sindical mas não tinha séria influência partidária porque os sindicalistas do PS nunca se sentiram obrigados frente ao partido.

Tínhamos diante de nós um problema fundamental que é decisivo para todo partido político revolucionário: deviam os dirigentes sindicais determinar a linha do partido e firmar a lei ao partido, ou deve o partido determinar a linha e assentar as leis para os dirigentes sindicais?  Este problema se delineou ou branco ou preto no meio dessa greve. Não o evitamos. A ação decisiva que tomamos nesse momento coloriu todos os desenvolvimentos futuros de nosso partido no campo sindical e foi uma grande prova para formar o caráter de nosso partido.

Colocamos o Sr. Field em  julgamento no meio da greve. Tão grande como era,  contra ele descarregamos as responsabilidades por ter violado a política do partido e a disciplina partidária, diante da organização de Nova York. Tivemos uma forte discussão — creio que duas tardes de domingo para dar a todas as pessoas da Liga Comunista a oportunidade de falar. O grande homem Field  não apareceu. Não tinha tempo. Por isso foi julgado em ausência. Por essa época ele havia organizado uma pequena fração de membros da Liga ao qual ele influenciava e os quais haviam deslumbrado-se pela magnitude do movimento de massas comparado com o tamanho do nosso pequeno grupo da rua 16. Apareciam nas reuniões da Liga como os oradores de Field, cheios de arrogância e imprudência e diziam: "Vocês não podem nos expulsar. Vocês somente estão expulsando o movimento sindical de massas".

Como muitos sindicalistas antes deles, se sentiam maiores que o partido. Pensavam que podiam violar a política do partido e quebrar a disciplina do partido com impunidade porque o partido não tinha coragem suficiente para discipliná-los. Isto é o que realmente acontecia no Partido Socialista, e esta é uma das razões importantes pela qual o Partido Socialista tem caído nesta patética ruína no campo sindical. Todos seus grandes líderes sindicais, levados ao poder com a ajuda do partido, estão ainda no partido, mas uma vez no poder nunca prestaram nenhuma atenção ao partido e a sua política. Os líderes operários estavam sobre a disciplina do Partido Socialista. O partido nunca teve a coragem suficiente para expulsar a nenhum deles, porque pensavam que assim perderiam seu "contato" com o movimento de massas. Nós não tínhamos esse tipo de pensamento. Procedemos resolutamente para expulsar a Field e a todos aqueles que se solidarizaram com ele nessa situação. Os lançamos fora de nossa organização no meio da greve. Aqueles membros da fração de Field que não queriam romper com o partido, que concordaram em aceitar a disciplina do partido, deu-se a eles a oportunidade para fazê-lo, e ainda são membros do partido. Alguns daqueles a quem expulsamos permaneceram no isolamento político por anos. Outros, naquele mesmo momento aprenderam as lições da experiência e retornaram a nós.

Essa foi uma ação muito drástica, considerando as circunstâncias da greve em desenvolvimento; e com essa ação sacudimos o movimento operário de esquerda. Nenhuma pessoa fora da nossa organização nunca sonhou que um pequeno grupo político como nós, confrontados com um membro à cabeça de um movimento de 10 mil trabalhadores, se atreveria a expulsá-lo a essa altura de sua glória, quando sua foto estava em todos os jornais e parecia ser mil vezes maior que nosso partido.  Houve duas reações a princípio: uma era sustentada por pessoas que diziam: "Isto significa o fim dos trotskistas: estão perdendo seus contatos e forças sindicais"; estavam equivocado. A outra reação, a importante, era sustentado por aqueles que diziam: "os trotskistas são uma coisa séria". Os que predicavam consequências fatais pela desgraça e pela derrota da greve dos hoteleiros de imediato foram refutados pelos acontecimentos posteriores. Muitos dos que viram este pequeno grupo político pôr  um freio num líder sindical "intocável", começaram a respeitar os trotskistas.

Gente séria foi atraída para a Liga, e nossos militantes, de conjunto, reafirmaram um novo sentido de disciplina e responsabilidade dentro da organização. Depois, sobre os calcanhares do desastre dos hotéis, veio a greve da mina de carvão de Minneapolis. Antes que a greve hoteleira se esfriasse houve um florecimento em Minneapolis e uma greve dos operários do carvão. Foi dirigida por esse grupo de trotskistas de Minneapolis que já são conhecidos de todos vocês, e conduzidos como um modelo de organização e militância. A disciplina partidária de nossos camaradas nessa empresa — 100 por cento efetiva — não foi afetada nem em um pequeno grau, e sim reforçada pela desafortunada experiência que tivemos em Nova York. Enquanto que a tendência dos líderes sindicais em Nova York tinha sido trabalhar por fora do partido, em Minneapolis os líderes soldaram-se mais estreitamente ao partido e conduziram a greve no mais íntimo contato com o partido, local e nacionalmente.

A greve da mina de carvão foi uma ruidosa vitória. A política trotskista, levada adiante por homens capazes e leais, foi brilhantemente reivindicada, e fez muito para contrabalançar as más impressões da greve dos hoteleiros de Nova York.

Seguindo esses acontecimentos, enviamos outra carta ao American Workers Party propondo-lhes que nós enviássemos um comitê para discutir a fusão com eles. Havia elementos entre seus membros que não queriam falar conosco. Éramos os últimos com quem eles queriam unir-se, mas haviam outros no AWP que estavam seriamente interessados em unir-se conosco para formar um partido maior. E, como nós nunca guardamos nossas aproximações em segredo, mas sempre as imprimimos em nossa imprensa para que os membros do AWP pudéssem ler, os dirigentes consideraram conveniente concordar em reunirmos. As negociações formais para a fusão do AWP e da Liga Comunista começaram na primavera de 1934.

Como vocês sabem, e como será relatado nas conferências posteriores, esta aproximação e estas negociações culminaram em uma fusão do AWP e da Liga Comunista, e o lançamento de um partido político único. Foi feito não sem esforços políticos nem dificuldades e obstruções. Quando alguns de vocês pára para pensar que na direção do AWP naquele momento havia gente como Ludwig Lore, que é um dos principais representantes da frente democrática hoje, e que um outro era J. B. Salutsky Hardman, alguns podem rapidamente compreender que nossa tarefa não era fácil. Salutsky literalmente era lacaio de Sidney Hillman e editor do órgão oficial do Amalgamated Clothing Workers (Sindicato têxtil). Eles sabiam bem quem eram os trotskistas e não queriam trato com eles. Seus papéis na AWP era o de assegurar seu desenvolvimento no sentido de ser somente um joguete; prevenir seu desenvolvimento em uma direção revolucionária; sobretudo, mantê-lo livre do contato com os trotskistas, que são sérios quando falam sobre um programa  revolucionário. Apesar deles, as negociações começaram.

Fomos ativos em outros setores da frente política. A 5 de março de 1934 foi convocado o debate histórico entre Lovestone e eu no Irving Plaza. Depois de cinco anos os representantes das duas tendências inimigas no movimento Comunista se encontraram e cruzaram suas espadas outra vez. A balança estava parelha. Havia começado expulsando-nos do PC como trotskistas, como "contra-revolucionários". Depois, após sua própria expulsão, eles nos depreciaram como uma pequena seita sem membros nem influência, entretanto eles comparativamente começaram com um movimento maior. Mas, nesses cinco anos, os cortamos ao nosso tamanho. Estávamos crescendo, tornando-nos fortes; eles estavam declinando. Havia um amplo interesse em nossa proposta para um novo partido, e a organização lovestonista não estava  livre disto.

Como resultado os lovestonistas acharam necessário aceitar nosso convite para um debate sobre o tema. "Chamar por um novo partido e uma nova Internacional" — esse era o meu programa no debate. O programa de Lovestone era: "Reformar e unir a Internacional Comunista". Isto foi quase um ano depois da derrota da Alemanha. Lovestone ainda queria reformar a Internacional Comunista, e não somente reformá-la mas uní-la. Como? Primeiro os lovestonista se comprometeriam com ela. Depois nós, os trotskistas, que havíamos sido tão sem cerimônia postos para fora, seríamos readmitidos. O mesmo a escala internacional. Nesta hora nós já havíamos dado as costas para a Comintern falida. Muita água havia passado por baixo da ponte, muitos erros se haviam cometido, demasiados crimes e traições, demasiado sangue havia sido derramado pela Internacional Stalinista. Chamamos a uma nova Internacional com uma bandeira sem mácula. Eu debati por este ponto de vista. Este debate foi um tremendo triunfo para nós.

Havia um amplo interesse e tivemos uma grande audiência. The Militant reporta que havia 1.500 pessoas e eu penso que deve ter havido algo muito próximo disso. Era a maior audiência a que nós havíamos falado sobre um fato político desde nossa expulsão. Era algo como nos velhos tempos, estar brigando uma vez mais diante de uma audiência real com um velho antagonista, embora agora a luta tinha lugar sobre um plano muito diferente, superior. Na audiência, além dos membros e aderentes das duas organizações representadas pelos polemistas, havia muitos socialistas de esquerda e alguns stalinistas e uns tantos independentes radicais, e membros do AWP. Foi uma ocasião crítica. Muita gente, rompendo com o stalinismo oscilava entre os lovestonistas e os trotskistas ao mesmo tempo. Nosso slogan de um novo partido e uma nova internacional estava mais de acordo com a realidade e as necessidades, e ganhou a simpatia da grande maioria daqueles que estavam se afastando do stalinismo. Nosso programa tinha muito mais força, era muito mais realista tanto que atraímos praticamente a todos os elementos oscilantes para nosso lado. Os lovestonistas não puderam fazer muitos progressos com seu programa fora de moda de "unificar" a Comintern falida, depois da traição na Alemanha.

O êxito deste debate assentou os passos para um série de conferências sobre o programa e a IVª Internacional. O fato de que tivemos que conseguir um local maior para nossas conferências do que o que usávamos antes é ilustrativo do despertar do nosso movimento. Tivemos que nos mudar do Irving Plaza. A audiência era três ou quatro vezes maior que o que estávamos acostumados nos cinco anos de nosso pior isolamento.

O trotskismo se pôs no mapa político naqueles dias e estava golpeando duro, cheio de confiança. The Miitant de março e abril de 1934 reporta uma viagem nacional de Shachtman, estendendo pela primeira vez o caminho à costa oeste. Seu tema foi: "O novo partido e a nova Internacional". Em 31 de março de 1934 a capa inteira do The Milintat foi dedicada a um manifesto da Liga Internacional Comunista (a organização trotskista mundial) dirigida aos partidos socialistas revolucionários e grupos de ambos os hemisférios, chamando-os a responderem a conclamação por uma nova Internacional contra a falência da Segunda e da Terceira Internacional.

O trotskismo em escala mundial estava em marcha. Nós nos Estados Unidos estávamos em movimento. Na verdade, estávamos à cabeça do processo de nossa organização internacional, aproveitando toda oportunidade e avançando confiantemente em todas as frentes. E quando veio nossa real grande oportunidade com o movimento sindical, na grande greve de Minneapolis de maio e julho de 1934, estávamos completamente prontos para mostrar o que podíamos fazer, e o fizemos.


Inclusão 10/10/2006