Há muitos anos que os verdadeiros comunistas vêm sendo chamados de stalinistas. A reação, a polícia, os trotskistas e os renegados de todos os matizes nos gritam como se fosse uma gravíssima acusação: “Você é um stalinista! Você é um adepto de Stálin!”. Isto através da imprensa burguesa, isto nas revistas pagas pelas verbas secretas dos governos e das embaixadas anglo-americanas, isto nos interrogatórios policiais, isto nos tribunais da reação. Por que tanta tinta, tanto barulho, tantas torturas e tantos anos de condenação contra homens e mulheres apontados como stalinistas? Há uma razão muito forte para isto. Não será que isto expressa o medo e o pavor de uma sociedade em decomposição, que já tem os seus dias contados? Não será que isto revela o medo e a impotência de nossos inimigos diante da firmeza e da tempera dos stalinistas? O que é certo é que quando nos chamam de stalinistas, como se fosse uma ofensa ou uma acusação terrível, essa ofensa e essa acusação não fazem senão nos honrar.
Sim, nós, comunistas, nos orgulhamos deste título: ser stalinistas, ser adeptos de Stálin, seguir disciplinadamente o grande guia e chefe da Revolução mundial. Para um revolucionário proletário não há maior honra, porque não há nada superior, do que ser um verdadeiro stalinista, ser até o fim, em quaisquer circunstâncias, partidário fiel de Stálin. E não existe maior felicidade para os comunistas do Brasil e do mundo inteiro do que termos a ventura de sermos dirigidos, no momento atual, pelo gênio de Stálin, quando sabemos que todos os caminhos nos levam ao socialismo. Poucos dias depois da morte de Lênin, Stálin disse em seu célebre juramento bolchevique:
“Nós, os comunistas, somos homens de uma tempera especial. Somos feitos de um estofo especial. Somos aqueles que formam o exército do grande estrategista proletário, o exército do camarada Lênin. Não há nada mais alto que a honra de pertencer a esse exército. Não há nada superior ao título de membro do Partido, cujo fundador e chefe é o camarada Lênin. Não é dado a todos ser membro de tal Partido. Não é dado a todos resistir às adversidades e tempestades a que se está exposto, quando se é membro de tal Partido. Mais do que ninguém, são os filhos da classe operária, os filhos da miséria e da luta, os que sofrem as mais duras privações e realizam os mais heroicos esforços, que devem ser membros de tal Partido. Esta é a razão pela qual o Partido dos leninistas, o Partido dos comunistas, se chama também o Partido da classe operária. Ao deixar-nos, o camarada Lênin legou-nos o dever de manter bem alto e conservar em toda a sua pureza o grande título de membro do Partido. Nós te juramos, camarada Lênin, que cumpriremos com honra este teu mandato!”
Este juramento de Stálin é o modelo para os stalinistas ou para os que aspiram a ser stalinistas. Existe, portanto, alguma coisa mais honrosa? Haverá alguma coisa que possa ser superior para a vida e a conduta de um revolucionário proletário?
Mas chegar a ser stalinista não é para qualquer um, nem é tarefa fácil. Nem todos são capazes de ser stalinistas. O título de stalinista não se conquista com palavras ou com bonitas declarações, nem pelo desanimo, nem pela subestimação da luta organizada ou do trabalho paciente junto às massas. Tal título só se pode conquistar e ser signo dele pela luta revolucionária, pela lealdade e abnegação sem limites ao Partido e à causa da classe operária. Para ser stalinista, é preciso saber valorizar tanto o grande como o pequeno trabalho de cada dia; é preciso saber trabalhar na legalidade, mas estar disposto a viver a vida dura e difícil da clandestinidade, sem se deixar abater o ânimo. E se cair nas mãos do inimigo, saber manter-se firme. Recusar-se a responder qualquer pergunta sobre a vida e a atividade dos comunistas, não pronunciar uma palavra que possa servir de pista ao inimigo, não assinar nenhum papel, estar disposto a ser queimado com ferro em brasa, ou a perder os dentes e não soltar um nome ou um endereço, como dizia Henri Barbusse — eis a conduta inflexível que deve seguir em sua vida revolucionária aquele que quer ser stalinista. Contudo, o que nos enche de mais orgulho é que os stalinistas já não são uns poucos. Diariamente, o seu número cresce e amplia-se, alcançando hoje todos os confins da terra. Eles não se contam mais por dezenas ou centenas. Eles são milhares, formam toda uma legião — a legião dos lutadores do proletariado revolucionário. A esta legião pertence o grande Georgi Dimitrov, que até a morte seguiu o caminho que ele mesmo, no processo de Leipzig, dizia haver traçado: “Sim, quem não quer ser a bigorna, deve ser o martelo. Sou e serei até o último alento de minha vida um soldado da revolução proletária!” A esta legião pertence Toivo Antikainen, que, diante do tribunal fascista da Finlândia, que o havia condenado à morte, declarava de cabeça erguida: “Os interesses da revolução são para mim a lei suprema!”. E um Edgard André, que, diante dos carrascos nazistas, disse com serenidade e firmeza: “Militante vivi, militante morrerei, gritando uma última vez: — Viva o comunismo!”. E o camarada Luiz Carlos Prestes, que, ao ser preso em 1936, recusou-se a fazer declarações e a assinar qualquer papel, aproveitando ainda certa que foi levado ao tribunal para dirigir-se ao povo por cima das cabeças dos juízes:
“Quero aproveitar a oportunidade que me dão de falar ao povo brasileiro para render homenagem à data de hoje, uma das maiores de toda a história, dia do 23º aniversário da grande Revolução Russa, que libertou um povo da tirania”.
Mas esses, entre muitos outros são os nossos comandantes. Há ainda milhares de simples soldados, muitas vezes desconhecidos, que são, entretanto, verdadeiros stalinistas. Eles são como aqueles simples soldado inglês John, das Brigadas Internacionais, que sob o fogo cerrado do inimigo, transportou água para os combatentes mortos de sede e, gravemente ferido, disse: “Se o camarada Stálin me visse, me daria uma palmada no ombro e me diria: — ‘tu te comportaste muito bem, John, és um ótimo camarada’”. Ou como aqueles soldados chineses que, na Guerra de Libertação Nacional, marchavam para a vitória sob este lema: “Se morrer o pai na luta, o filho ocupará seu posto; ao irmão caído substituirá outro irmão; e a mulher substituirá seu marido morto”. Mas onde é maior o seu número é na gloriosa União Soviética, onde cada homem ou mulher, jovem ou velho, procura ocupar o posto de honra de combatente stalinista. Recordamo-nos dos vinte e oito soldados da divisão de Panfilov que travaram um duelo singular com dezenas de tanques alemães ou da jovem guerrilheira Zoya Kosmodemyanskaya, torturada até a morte pelos nazistas sem dizer uma só palavra se tornando o símbolo da heroica juventude soviética. A firmeza moral dos nossos companheiros soviéticos triunfou sobre a bestialidade fascista. Por quê? Porque eles são educados à imagem de Stálin, porque procuram se elevar à altura de um stalinista. Não é tudo isto, porventura, o grau supremo da dignidade humana?
O próprio camarada Stálin confirma em cada um de seus atos as palavras por ele pronunciadas ao dizer que entregaria todo o seu sangue, gota a gota, pela causa da Revolução. Na verdade, para vencermos tantos inimigos e alcançarmos o socialismo, devemos estar possuídos de uma grande energia e tenacidade. Energia que não admite a menor dúvida no êxito da nossa causa, mesmo quando nem sequer haja a menor esperança de uma vitória imediata: tenacidade que não permite que renunciemos ao objetivo traçado ou à tarefa determinada, sob qualquer pretexto. O maior número de lutadores desse tipo precisamos forjar rapidamente no Brasil. Sabemos que a nossa vitória não será conseguida facilmente, nem através de soluções parlamentares ou eleitorais. O único caminho que nosso povo tem gritado pelos comunistas, para libertar-se do jugo e da exploração é a luta revolucionária contra o imperialismo ianque, os latifundiários e a grande burguesia, levando à derrota a ditadura de Dutra. Para isto é inevitável que os processos da revolução brasileira desenvolvam através de lutas duras e difíceis, onde iremos cada vez mais enfraquecendo os inimigos e nos fortalecendo dia a dia, até a vitória. Esta é uma tarefa árdua, mas extremamente honrosa. E ela será tanto mais rápida quanto mais tenhamos a firme resolução de consegui-la. Vejamos que tem sido somente ao calor da luta revolucionária de nosso povo que se estão formando os nossos heróis proletários. Heróis como o camarada Prestes que, submetido durante nove anos à mais rigorosa incomunicabilidade, às mais refinadas torturas morais, manteve-se inflexível e fez de sua defesa uma arma revolucionária a serviço do povo, atacando a reação e levando ao seio das massas as palavras de ordem do Partido. Ou combatentes como Godoy que, entre a vida como delator e a morte como comunista, não hesitou — reuniu suas últimas forças, meteu os pés nos peitos dos policiais do bandido Ademar de Barros e morreu deixando um exemplo de dignidade revolucionária. Inspiremo-nos nestes exemplos. Eles já surgem da história revolucionária de nossos dias. Todo comunista deve conhecê-los, propagá-los e estar pronto a segui-los. A luta encarniçada que travamos em nossa pátria contra a reação exige cada dia mais combatentes heroicos, verdadeiros stalinistas. Cada revolucionário que se elevar a esta condição deve sentir que, mesmo à custa do seu próprio sacrifício, está contribuindo para a conquista mais rápida da vitória da revolução brasileira.
Sim, a educação stalinista exige que saibamos dar a nossa própria vida à revolução, se necessário for. Isto não significa que tenhamos a ânsia de morrer heroicamente. Não. Os comunistas não veem na morte um objetivo, alguma coisa por si mesma sublime. Pensamos justamente o oposto. Ninguém ama mais a vida que os comunistas. Mas é precisamente o grande amor à vida que faz com que aqueles que já adquiriram a tempera stalinista percam o temor à morte, quando a nossa vida e a vida do nosso povo estão em perigo, quando para salvá-la se deve desenvolver uma luta sem tréguas. O temor à morte, então, cede lugar ao nosso desejo de salvar a vida do nosso povo, construir uma vida livre e feliz — e com ela eternizar a nossa própria vida. Não é por acaso, pois que os stalinistas entregam toda a sua vida à revolução e dão até a última gota e seu sangue à revolução. Assim, e só assim, os comunistas se podem fundir por completo com o povo brasileiro, cujos interesses estão para eles em primeiro lugar e são superiores mesmo à própria vida. Estas circunstâncias é que fazem dos comunistas combatentes intrépidos da causa revolucionária, combatentes stalinistas. Há mais ainda: a condição de stalinista não se alcança pela passividade, não pela conciliação, mas pelo aguçamento das contradições de classe. Falando da vida de Ernst Thälmann, dizia Dimitrov, que o verdadeiro revolucionário, o verdadeiro chefe proletário se forma no fogo da luta de classes e assimilando a doutrina do marxismo-leninismo. E acentuava: “Não basta ter um temperamento de revolucionário; é preciso também saber manejar as armas da teoria revolucionária. Não basta conhecer a teoria, é preciso forjar-se um caráter firme, com uma inflexibilidade de bolchevique. Não basta saber o que é preciso fazer; é necessário também ter a coragem de fazê-lo. É preciso estar sempre disposto a fazer, a qualquer preço, tudo que pode realmente servir à classe operária. É preciso ser capaz de subordinar toda a sua vida privada aos interesses do proletariado”. Ou em outras palavras: saber subordinar inteiramente os seus interesses individuais e a sua vontade individual aos interesses e à vontade do partido e do proletariado. Somente estes companheiros podem ser chamados de stalinistas. Estes e só estes sabem lutar contra os inimigos de classe e pela revolução. Estes e a estes sabem lutar e vencer como exige Stálin.
Mas os stalinistas sabem que a vitória jamais vem por si mesma. A vitória tem que ser preparada e conquistada palmo a palmo. E só se pode consegui-la através de um trabalho persistente, diário junto às massas, organizando-as, levando-as à luta, elevando o seu nível revolucionário.
Tais são as características dos stalinistas. Para nós, comunistas, para a classe operária, o camarada Stálin é o chefe proletário que personifica de um modo incomparável os melhores traços e qualidades próprias da classe que tem a missão histórica de transformar o mundo — o proletariado revolucionário. Por isso, milhões de operários e trabalhadores, intelectuais e estudantes, camponeses e homens progressistas de todo o mundo, juntos com os povos soviéticos celebram com um sentimento de profunda alegria, de respeito e carinho o 70º aniversário do camarada Stálin. Por isso o proletariado e os povos consideram a Stálin como seu amigo mais querido, como o seu grande mestre e guia genial.
Juramos hoje neste 70º aniversário do grande Stálin, que tudo faremos para alcançar o honroso título de stalinistas, que não mediremos sacrifícios para assimilar e elevar à prática os seus ensinamentos e o seu exemplo de autêntico revolucionário proletário, de verdadeiro chefe e guia da revolução mundial. Aprender com Stálin a arte de organizar um partido bolchevique e a modéstia revolucionária; aprender com Stálin a nos ligarmos às massas e a saber ouvir pacientemente os elementos mais ligados às massas; aprender com Stálin a ser fiel aos princípios marxista-leninistas e lutar contra todas as tendências estranhas no movimento revolucionário; aprender com Stálin a audácia e a intrepidez na luta e a vencer todas as dificuldades para derrotar o inimigo — constituem as condições mais importantes para preparar a conquistar a vitória da classe operária, a vitória da revolução brasileira, a vitória da democracia e do socialismo no Brasil e no mundo.