Dicionário político

Aristóteles

Retrato Aristóteles

(384-322 a.n.e.): Cognominado o “Hegel do mundo antigo” e também o “Grande pensador da antiguidade", por Marx. Sábio enciclopédico e genial, naturalista, um dos maiores dialetas do mundo antigo. Enriqueceu com numerosas contribuições todos os ramos da ciência de sua época. Ao lado de Platão, foi o maior filosofo da Antiguidade . Ensinou em Atenas, de onde teve de fugir, um ano antes da sua morte, para escapar a perseguições por “impiedade”. Discípulo de Platão, tentou basear sobre alicerces realistas a filosofia idealista desse ultimo, através da observação sistemática do mundo sensível, mas partindo, como ele, do conceito da ideia. A ideia inerente à matéria é o princípio ativo, constitutivo (entelequia), e o conceito, o objetivo (telos), a forma das coisas. A forma e a matéria constituem um conjunto: a substância. Aristóteles vacila, porém, entre o idealismo e o materialismo De acordo com suas concepções, a coisa, em sua unidade, compõe-se de matéria e de forma imaterial, indissoluvelmente unidas entre si. A matéria é passiva: é a impossibilidade da coisa; a forma, pelo contrario, é ativa; é a força que converte a possibilidade da coisa numa realidade. O mundo, segundo Aristóteles, é uno e eterno; o universo tem a forma de um globo com a terra em seu centro; atrás dela, movem-se “as esferas" com os astros ligados a elas. Por detrás dos astros, está Deus, “motor inicial e imóvel” do mundo e, ao mesmo tempo, sua finalidade ultima. Ele relaciona, pois, a finalidade da natureza a um principio original divino e a sua concepção teleológica do mundo é contraria à concepção mecânica do mundo de um Demócrito, por exemplo. Fundou a lógica como a doutrina do raciocínio justo. Para ele — e é coisa importante —, a ideia do desenvolvimento é a ideia central do seu sistema. O desenvolvimento cósmico, o desenvolvimento orgânico, o desenvolvimento das formas do Estado, etc., são sempre concebidos como uma evolução do imperfeito para o perfeito, do geral para o particular. Engels qualifica-o como o cérebro mais universal de todos filósofos gregos, o que se dedicou à investigação das formas essenciais do raciocínio dialético (Engels, Entwicklung des Sozialismus von der Wyssenschaft zur Tat). A doutrina de Aristóteles predominou na Idade Media: mas “o clericalismo matou, em Aristóteles, o vivo e eternizou o morto" (Lénin). As principais obras de Aristóteles são A Metafísica, A Ética, A Política, A Física, Da Alma, As Categorias, A Analítica I, A Analítica II.